Palmas, palmas para o melhor Blockbuster do ano. Sim, o rei, o tal grandalhão da floresta: KING KONG é o melhor filme comercial do ano. Peter Jacksone seus 20 milhões de cachê têm todo o mérito por essa embriagante saga da loirinha indefesa na ilha isolada juntamente com dinossauros, insetos gigantes (com direito a vermes malditos) e, é claro, o carismático Kong.
Indubitavelmente é o Kong a criatura mais dócil e amável do filme, mesmo com seus mais de 7 metros e atitude um pouco assustadora às vezes. A química dele com Naomi Watts é algo que sentimos cá na poltrona; e no meio da barulheira e correria vemos como o animal ‘irracional’ tem apego pela sua querida e, mais do que isso, uma paixão que vai leva-lo a persegui-la por todos os cantos.
O interessante é que no meio de tanta ação a comunicação entre Kong e a mocinha era basicamente por gestos, sem nenhuma palavra, só pelo olhar (como era de se esperar), contudo não deixou de preencher a tela de ternura. O par romântico oficial seria Naomi e o pianista (aqui no filme roteirista) Adrien Brody, mas o casal não convence deixando toda a responsabilidade das cenas românticas pro macacão.
Um outro detalhe é que o mesmo motivo que me fizera relutar em ver o filme é o motivo pelo qual venho especialmente elogia-lo, os dinossauros. A partir da segunda hora do filme (prepare-se porque tem três), as tomadas incríveis na Ilha da Caveira são ‘breathtaking’ e ressaltam o lado fantasioso do cinema.
Falando em fantasia, daquelas mais bonitas, não poderia deixar de mencionar uma encantadora cena no qual o gorila ‘patina’ num lago congelado com sua amada. A cena é extremamente poética e fascinante. Só perde mesmo para a clássica cena no alto do Empire States.
Para finalizar vem meu comentário acerca do personagem de Jack Black, o ambicioso diretor Carl Denham que com seu olhar fixo no horizonte nos mostra um misto de caráter duvidoso com sonhador. Ele foge na caricatura e ainda nos brinda com a clássica frase final do filme: "Oh no, it wasn't the airplanes. It was beauty killed the beast".
O filme vale mesmo o ingresso. Só fiquei impressionada com a reação do público da minha sessão (que não era muito), que não teve sensibilidade de aceitar o amor de Kong pela frágil moça e ainda com um tom zombeteiro sobre a clássica história. Bem, se não se gosta de um filme desse do que é feito cinema afinal?