quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

Kong brilha nas telas


Palmas, palmas para o melhor Blockbuster do ano. Sim, o rei, o tal grandalhão da floresta: KING KONG é o melhor filme comercial do ano. Peter Jacksone seus 20 milhões de cachê têm todo o mérito por essa embriagante saga da loirinha indefesa na ilha isolada juntamente com dinossauros, insetos gigantes (com direito a vermes malditos) e, é claro, o carismático Kong.

Indubitavelmente é o Kong a criatura mais dócil e amável do filme, mesmo com seus mais de 7 metros e atitude um pouco assustadora às vezes. A química dele com Naomi Watts é algo que sentimos cá na poltrona; e no meio da barulheira e correria vemos como o animal ‘irracional’ tem apego pela sua querida e, mais do que isso, uma paixão que vai leva-lo a persegui-la por todos os cantos.

O interessante é que no meio de tanta ação a comunicação entre Kong e a mocinha era basicamente por gestos, sem nenhuma palavra, só pelo olhar (como era de se esperar), contudo não deixou de preencher a tela de ternura. O par romântico oficial seria Naomi e o pianista (aqui no filme roteirista) Adrien Brody, mas o casal não convence deixando toda a responsabilidade das cenas românticas pro macacão.

Um outro detalhe é que o mesmo motivo que me fizera relutar em ver o filme é o motivo pelo qual venho especialmente elogia-lo, os dinossauros. A partir da segunda hora do filme (prepare-se porque tem três), as tomadas incríveis na Ilha da Caveira são ‘breathtaking’ e ressaltam o lado fantasioso do cinema.

Falando em fantasia, daquelas mais bonitas, não poderia deixar de mencionar uma encantadora cena no qual o gorila ‘patina’ num lago congelado com sua amada. A cena é extremamente poética e fascinante. Só perde mesmo para a clássica cena no alto do Empire States.

Para finalizar vem meu comentário acerca do personagem de Jack Black, o ambicioso diretor Carl Denham que com seu olhar fixo no horizonte nos mostra um misto de caráter duvidoso com sonhador. Ele foge na caricatura e ainda nos brinda com a clássica frase final do filme: "Oh no, it wasn't the airplanes. It was beauty killed the beast".

O filme vale mesmo o ingresso. Só fiquei impressionada com a reação do público da minha sessão (que não era muito), que não teve sensibilidade de aceitar o amor de Kong pela frágil moça e ainda com um tom zombeteiro sobre a clássica história. Bem, se não se gosta de um filme desse do que é feito cinema afinal?

terça-feira, 27 de dezembro de 2005

nas luzes distantes


Há 3 anos e meio atrás chegava eu em uma nova cidade, o dia era chuvoso e era noite donde de longe eu via as luzinhas da cidade e nos meus olhos caiam umas lágrimas e doia tudo lá dentro do coraçãozinho. Há 1 ano eu deixei aquele pedaço de areia (literalmente) na recordação dos bons ventos (e mtos) que trouxeram pra minha vida lilás. Além da ventania, têm os maravilhosos amigos, os quais sinto falta incondicionalmente, e que hoje permancem aqui na mente como as lembranças eternas de uma boa época da vida. Ah, a nossa Idade de Ouro.
Pedi pro papel noel me deixar ver as luzinhas distantes chegando perto perto novamente.

terça-feira, 20 de dezembro de 2005

Um afã por fã

Passando por essa fase cinéfila mexicana juntamente com a Lizi, acabei por me lembrar de um causo sobre essa coisa de ser 'fã'.
Certa noite, na 6ªfeira de estréia de Harry Potter nos cinemas brasileiros, tinha eu assistido ao bruxinho e chegando em casa furto do ar vindo da sala o seguinte diálogo:
- Pai, eu quero ver Harry Potter.
- Mas você não se interessa por ver filme, nem viu os outros.
- Por isso mesmo. Eu quero ver.
- Você não liga pra isso.
Então replica ela, com a voz conotando toda a angústia:
- Mas eu preciso ser fã de algo. Eu nunca fui fã de nada.
Foi daí que refleti um pouco sobre o vazio que somos quando não temos nossa música predileta, nosso livro, nossa historinha de contos de fadas, nosso filme... Passamos a ser algo a partir daquilo que degustamos com mais afã. Só que às vezes nos limitamos a se deixar levar por aquilo que nos dizem que é bom, o que a cultura em massa nos impõe como ideal e satisfatório.
Um causo paralelo a esse foi na minha pré (blerg) adolescência, lá nos meus 13/14 anos, época de Titanics, Léo de Caprios e boy band, quando fui interpelada sobre que artista/banda eu preferia. Fique no vácuo total... Tentei escapar, sair de soslaio do acabrunhamento que me causava tal questionamento, mas não teve jeito, a guria era insistente e a todo momento voltava a esse ponto. Daí, época de Copa do Mundo (ou Olimpíadas?) que era, tocava um música da Gloria Stefan (que nem mais me lembro), mas como não podia simplesmente responder que gostava de músicas de comerciais e filmes, escapei com a tal cantora... Mas me senti muito constrangida, tinha mesmo eu ser fã de algo? Até hoje eu não sei, não sei...

De locadoras e mexicanos

A Lizi comentando do cinema mexicano fez-me lembrar que isso me rendeu certa audiência na minha nem tão amada locadora esse final de semana. Estava eu com o “Má Educação” na mão quando um funcionário dá um tímido “oi” e eu, forçando o mais simpático dos sorrisos (porque não gosto de funcionários de locadoras que nunca sabem de nada mesmo, a não ser do último lançamento popcorn), me dirijo a criatura com um abafado “oi” e volto a olhar compenetrada aquela ruma de filmes mal arrumados pensando ‘ai, eu faria muito melhor com isso aqui’, quando de repente, ali absorta sou desperta dos meus aleatórios pensamentos com o guri mostrando três exemplares mais genuínos do cinema mexicano com o seu Gael na capa perguntando “já viu esses?”. Bato o olho no filmes e abro um sorriso, dessa vez não forçado, dizendo “vi todos”. Ele sorri e pensa ‘essa menina entende do assunto’, e solta o comentário “vi o filme na sua mão e reparei que tinha o gosto diferente do normal”, isso me envaidece. Dá-se então o duelo do vi-que-não-vi, ele logo de início se protege dizendo que há pouco tinha descoberto a beleza do cinema e não conseguia larga-la (só quem se entrega aos filmes alternativos sabe de tal magnificitude). Eu não pude deixar de testa-lo com os mais incontáveis clássicos que pudera lembrar. Ele, por sua vez, me passou aquele espírito de ‘quero fazer (bom) cinema um dia’, espírito esse que precisamos aqui em nosso país para se tentar solidificar o respeito de outros pela nossa criatividade. Senti-me confortável em saber que cada vez mais jovens buscam ver além e se deixam apaixonar pelo lado complicado do cinema, aquele que externa o lado complicado de suas próprias vidas, por filmes mexicanos-euporeus e com tamanha criticidade (importante em tudo que se ambiciona). Podem não dar grandes cineastas, mas serão esses os termômetros da qualidade de obras futuros.

Agora, comentando o “Má Educação”, eta filme porreta (poderia dizer flertando com o sotaque lá dos pagos nordestinos). O que mais me impressiona é como Almodóvar, mesmo colocando cenas/situações constrangedoras, te faz sentir, ao subir das letrinhas brancas, que se acabou de ver um grande filme, sensível e com uma estruturação fenomenal. Não sou fã do Almodóvar, mas respeito seu trabalho apesar de toda sua ‘carga’ psicológica/física intensa (quem já viu um filme dele sabe muito bem do que falo – e é o que faz muitos odiá-lo cegamente). Aconselho a ver, mas claro, dando o aviso, deixe os pudores de lado.

Um momento cômico, especialmente pra Lizi, foi quando o guri falou “ah, o Gael e o Diego Luna...” e eu saltei com o comentário empolgado “Ah, eu gosto do Gael”, mas foi de um tom tão afobado que me apressei em ressaltar “Pelo trabalho dele” com tom de conserto - isso pra não soar daquelas tietes/inconseqüentes que nunca fui, não pretendendo sê-lo – saindo o remendo pior que o soneto, como diria o dito popular. Mas Gael é algo. Ainda iremos um dia visitar Dieguito e Gael no México né Japa?

domingo, 18 de dezembro de 2005

Maria cheia de graça


O primeiro elemento a se destacar é essa comparação religiosa na qual se pensa ter maiores raízes e que se revela somente de uma grande beleza criativa e delicada. E ainda na apresentação, me chama a atenção a frase de chamada do filme, ‘a história de milhares de outras pessoas’ (algo do tipo). Daí peguei o filme e nele o que mais fica patente é a atmosfera real na qual a história se desenvolve. Catalina Sadino Moreno faz um belíssimo trabalho ao interpretar Maria, moça de 17 anos, grávida que mora num vilarejo perto de Bogotá, acaba de se demitir e não tem perspectiva nenhuma de vida. A moça mora com a mãe, a avó e a irmã, que já tem um filho, e num ato de desespero por dinheiro acaba entrando no esquema de mulas (levando drogas em seu estômago para os EUA).

Dessa realidade de mulas não temos muito contanto, no entanto é muito difícil não se identificar com a pobreza material e de valores na qual Maria enfrenta no seu mundo de extrema pobreza. A verossimilhança se estende para cada personagem, desde o namoradinho de Maria que não quer nada da vida, mas ao lidar com a namorada grávida quer casar e que ela vá morar com ele junto com mais 10 pessoas em sua casa, a irmã que acha que Maria tem de trazer o dinheiro para comprar o remédio do filho, o chefão do tráfico que com sua auréola de bondade ameaça sutilmente a garota se houver algo de errado com a droga. Uma série de personagens que não são estereotipados, mas sim fluem naquele universo paralelo.

A segunda parte do filme é quando Maria está nos EUA e também minha parte predileta. Muitos podem criticar a escolha de Maria ao final do filme (que obviamente não posso falar), mas creio que o que ela faz é o que um ‘chicano’ no lugar dela faria mesmo. Então se vê que Maria é real, é a história real de milhares de outras pessoas que passam por aquilo e que ainda passarão.

O filme mostra a vida na tal América Latina que ninguém vê, nem nós mesmos que cá estamos. Mostra que aquele ideal de 'sonho americano' continua sendo o estandarte de muita gente que não tem mesmo a que recorrer para mudar de vida. Funciona também como uma crítica aos Governos latino-americanos que largam sua população na miséria a mercê da exploração das grandes empresas e do controlo do tráfico. Um filme de uma realidade que queremos duvidar que exista.

sábado, 17 de dezembro de 2005

come fa un'onda...

Estava eu (e continuo) escutando o "Equilíbrio Distante" e tentando pensar um pouco em italiano. Tá, saiu a repetição da música. Divertente foi ontem mesmo, no restaurante com o povo do Italiano. Não pensei que haveria tal união numa turma tão homegênea cheia de futuros físicos, professoras doutorandas ou aspirantes, artistas e pessoas aleatórias. O professor um amor de pessoa e vem como a prova de que o ensino no Brasil pode ser diferente com perseverança de quem tem mesmo jeito pra coisa, ensinar. E de italiano, io ho capito piú meno adesso.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2005


O outono dentre as estações do ano é a que mais me apetece. Não, não estamos no outono. Sinto só profunda falta de folhas caindo de uma cor desbotada viva e o visual preenchendo de ternura os olhos. Elas caem e com isso dão passagem para a nova vida. Como são verdadeiras e boas. Quem dera eu ser uma folha de outono, desbotadamente avivada, só que lilás.


ah, estou viciada em fotografia.

domingo, 11 de dezembro de 2005

Pare?


O pare e siga em nossas vidas é algo muito relativo. "Algo relativo" por si só já carrega uma carga de aleatoriadade muito grande, mas quando é transposto para situações reais onde se deve tomar uma atitude (ou não), algo relativo se torna aquele 'se', 'Ah si tivesse agido diferente'.
Andei parando muita coisa boa na minha vida, em detrimento de outras que pareciam mais importantes e consequentemente eu não via como concilia-las juntas. Andei parando na minha agora. Será mesmo? Só não queria ficar naquela linha imperceptível entre 'siga/pare', parei. Mas segui por outros caminhos que por certo lado me deixaram felizes, contudo por outro não me aliviam a tortuosa sensação do 'pedi'. Perdi a mim? A quem? Alguém? Perdi a terceira margem do rio ou nunca a tive?
No entanto o perder ser revestido como 'ganhei', ganhei experiência pra próxima. Agora me peço pra não parar tão fácil da próxima vez, mas tento cuidado no cruzamento, vai que vem um caminhão de lá e passa por cima de tudo? Ah, tive medo do caminhão e de perder o que nunca tive.

Enfim, aniversário da minha Japa predileta! Dia aconchegante de chuva por aqui, bom pra dar um abraço (sinta-se abraçada sua japa ordinária!!!). Sigo a vida lilás tentando não me perder na sombra do dia. E o dia foi bom.. ah, daqueles pra se ficar na história:) (obrigada japa!)

sábado, 10 de dezembro de 2005

círculo


Que círculo miúdo nesse que me encontro. O Italianinho já parte pro seu quarto blog em busca de renovação e eu me encerro na vida lilás repetitiva e insossa. A Lizi e Andréia vieram com mudança total de visual e eu sigo sem margens com medo de que ao mudar algo venha a estragar mais ainda.

Ando sumida daqui não por não ter necessariamente vontade de escrever. Mas tenho medo de escrever sempre as mesmas coisas, as mesmas reclamaçoes e chegar a uma conclusão triste de que não adianta escrever, pensar, tentar catarse que no final continua tudo no seu impassível ciclo a devorar o novo que possa vir a ameaçar a quietude da distante torre donzelística.

Tento temor não significa que renunciarei ao mesmo. Sinto só vontade de falar de livros, filmes, filosofias, distopias, Tristões e Isoldas. Ah, como fere em mim a lança da minha própria inquisição. Como enlaça mundo redondo que revela sua real vileza e aponta pra mim a ponta da minha própria lança ensopada de tédio.

Enfim, deixa eu parar de girar.

domingo, 4 de dezembro de 2005

resenha, provas e dois semestres fumegantes

Sempre que tenho uma resenha me bate uma vontade de escrever aqui. Da outra vez estava eu desesperada fazendo a resenha do livro 'língua e liberdade' de véspera (oh, que prática comum!), processando tudo cuidadosamente na mente e acabando por concluir que a língua tem de ter parâmetros que a direcionem (a tal gramática!) para não vivar uma babilônia generalizada. Agora tenho de pensar formação de palavras... De fato não se tem de pensar muito, é só olhar a proposta, criticar um pouco e deu pra bolinha do Kehdi. Afinal ainda tenho de estudar pra italiano (Desespero!!!), rodar no CLAC seria vergonhoso... Mas não cogito essa possibilidade (ainda!). E tem a prova de port 2, nem acredito que estou prestes a passar por port 2, morfologia... e aí vem um port. pior ainda, o 3 - tão temido. Ainda bem, desafios são sempre bem-vindos.
Termino o ano (vê-se que o dou por vencido), com a satisfação de ter tido um bom ano, novas inspirações (finalmente reencontrei a literatura perdida em mim), com a certeza de que 'faço parte' da UFRJ mesmo não sendo essa minha 'origem'... Termino também com a vontade de ter, paralelamente, passado o ano com pessoas que deixei num lugar far far away, aquelas pessoas nas quais não tem como não lembrar da vivacidade de como lidavam com o cotidiano, o carinho com que lidavam comigo (mas não me esqueço dos 29348723 xingamentos contra meu povo :P). Eles fizeram um tanto de mim, esse 'eu' que hoje é aceito aqui e que é feliz por conta disso. (Oh, como eu ando 'agradecedora' - eu formando palavras a força, como sempre).
And so it is... volto ao word esperando extrair algo de útil do meu cérebro e fazer uma resenha decente, afinal o prof. merece (quem diria eu falando isso!). Tivemos nossos 'desentendimentos' (na verdade eu que não o entendia) mas no final vi que ele era uma pessoa mto esforçada com um talendo incrível pra pesquisa e mal compreendindo por pseudos alunos universitários (só espero q não colem cartazer por aí, pq se eu sair com 10 no semestre vão falar que foi por puxa-saquismo :P).
E como a vida deveria ter trilha sonora saio cantando "caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento num sol de quase dezembro.... eu vou!"

sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

The road not taken

Robert Frost

Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth.

Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same.
And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.

Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.
I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I--
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.

--

Creio que tenha captado um sentido muito peculiar para mim deste poema agora. Fica-se naquela busca da estrada certa e no final existe mesmo uma certa?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

aonde vamos parar???

De fato essa questão me preocupa muito, principalmente por pegar 2 ônibus todos os dias e me deparar com manchetes reluzentes da queima do ônibus com pessoas dentro. Isso aconteceu ali na Penha, relativamente perto do Fundão, onde até pensei em morar.

Os selvagens conseguiram colocar fogo num ônibus com pessoas dentro, ficar assistindo e ainda jogar pedras. Fico impressionada com a capacidade destrutiva do ser humano... Quem dera fosse 'auto-destrutiva', poderiam usar isso em prol da sociedade se eliminando dela. Lendo as manchetes on-line fiquei profundamente comovida: morreu a mãe e filha de 2 anos abraçadas e o pai tendo de assistir tudo; tinha a universitária com seus 20 que voltava da faculdade; tinha o casal cujo o rapaz conseguiu salvar boa parte das vidas q ali se encontravam por lutar contra a dor e desesperadamente abrir a punhaladas a porta traseira do ônibus.
O motivo do massacre? O de sempre... troca de tiros com polícia, mataram um traficante das redondezas e daí é simples: mata-se o cidadão que nada tem com aquilo e a culpa fica sendo da polícia, que não tinha nada de matar o traficante. Morreram 5 e 13 estão feridos (alguns gravemente). É o banditismo valorizado.. Agora encontraram um carro com 4 homens mortos com o aviso de que aqueles seriam os causadores do atentando terrorista ao ônibus, vê-se como os bandidos são bonzinhos, eles matam compulsivamente e não admitem que um dos seus vá para a vala, que companheirismo! Enquanto isso os parentes das cinco vítimas que não sobreviveram sofrerão amordaçadas a perda de seus entes, os quais seguiam sua vida tranquilamente fazendo planos, comprando presentes de natal, participando de amigos secretos e marcando confratenização em pizzaria com amigos.

É um nó na minha garganta, verbo antípatico de ver essa manchete por todo o canto. E pensar que estou tão perto e tão longe disso tudo. Estou perto espacialmente e longe psicologicamente. O pior é que nem se pode contar com político carioca, eles têm carros blindados, condomíneos fechados e seguranças, além de aliados no lado crime. E o resto? Donde fica o direito de ir e vir do cidadão? De fato, quem é cidadão no Rio? Somos todos jogados nesse pedaço de terra e obrigados a engolir centenas de atos covardes como esse, já que o descontrole tomou conta.

E eu sigo a vida lilás pensando naquela música do John Lenon sabe, Imagine...

terça-feira, 29 de novembro de 2005

Ah, gravei um cd do Drexler... agora passo a tarde escutando.

Trabalhos? Sim, 2 trabalhos e uma prova até 6ªf. E estará tudo feito até lá... ou não ;P

segunda-feira, 28 de novembro de 2005

No hero in her sky

Enfim, aqui volto para um momento refletor, onde os holofotes se voltam para dentro da minha rotina estreita cheia de adjetivos/decadentismo/simbolismos e mais ‘ismos’ que me custa lembrar nesse momento.
O que busco mesmo são respostas. Não pros trabalhos de aula, esses são obrigações de uma cidadã consciente do seu papel social para com o mundo e com o nada, mas sim respostas no que tangem a intransigência, o não falar...
Faltam palavras tantas e sobram gestos apertados que me deixam presa dentro de mim, além da absurda vontade de gritar: AHHHHH!!!! Aí vou pra catarse, escuto uma música ALTA! (can’t stand me now dos Libertines é ótima)... e e e e? Ops, música alta a essa hora? Não se escuta música que perpassa a porta do quarto... Só que pensei q música era pra ser escutada às vezes, só pra libertar ligeiramente o espírito enfahdado. Enfim, se não posso escutar alto, ninguém que se atreva a me mandar calar boca quando eu estiver cantando desafinadoramente BEM alto.

Bem, agora retorno ao estilo comportado-reprimido de sempre, esperando terminar trabalhos, portifolios, Ilíadas, resenhas, provas nessas duas reles semanas que, sinceramente, não sei se necessariamente eu quero que acabe.


Go to him now, he calls you, you can't refuse
When you got nothing, you got nothing to lose
You're invisible now, you got no secrets to conceal.
*Part extracted from the lyric “Like a Rolling Stone” by Bob Dylans.

Ps.: tenho de escutar mais Jorge Drexler

sexta-feira, 25 de novembro de 2005

sábado, 19 de novembro de 2005


Às vezes só me deixam ver o mundo assim.
Queria eu poder quebrar uns tijolos para enxergar mais.

sexta-feira, 18 de novembro de 2005

Sen to Chihiro No Kamikakushi

Em algum lugar uma voz me chama
Do fundo o meu coração
Que eu possa sempre sonhar
Os sonhos que tocam meu coração
Tantas lágrimas de tristeza
Infinitas lágrimas rolaram
Mas sei que do outro lado
Encontrarei você.
Toda vez que caímos no chão
Olhamos para o céu lá no alto
E acordamos para seu azul
Como se fosse a primeira vez
Como o caminho é longo e solitário
E não enxergamos o fim
Posso abraçar a luz com meus dois braços
Quando digo adeus meu coração pára
Com ternura eu sinto
Que meu corpo silencioso
Possa ouvir o que é verdadeiro
O milagre da vida
O milagre da morte
Os ventos, as cidades e as flores
Todos nós dançamos numa só unidade.

Em algum lugar uma voz chama
Do fundo do meu coração
Continue olhando seus sonhos
Não os deixe morrer
Por que falar de sua melancolia
Ou dos tristes pesares da vida
Deixe tais lábios cantarem
Uma linda canção para você
Não esqueceremos a voz sussurrante
Em cada lembrança ficará
Para sempre, para guiar você
Quando um espelho se quebra
Estilhaços se espalham pelo chão
Lampejos de uma vida nova
Refletem-se por toda parte
Janela de um recomeço
Quietude, nova luz da aurora
Deixe meu corpo vazio e silente
Seja preenchido e nasça outra vez
Não é preciso procurar lá fora
Nem velejar através do mar
Porque brilha aqui dentro de mim
Está bem aqui dentro de mim
Encontrei uma luz

Que está sempre comigo.

---

Aí está a letra música q toca (em japonês) no final do filme A Viagem de Chihiro, um filme lindo de tão puro. Ahhh, fica um suspiro.
A letras está sem pontuação adequada afinal só copiei da tradução, naas legendas. Depois falo mais sobre o filme. Em destaque uma das partes q mais gostei da música que é contagiante, mesmo em japonês.

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

an old style brega party!

Devido aos defeitos visiveis no post anterior, volto eu aqui a comentar sobre a temporada de aniversários que vem sendo vivenciada na atual turma LEJ no mês de novembro. Cada final de semana contaremos com uma festa (senão 2), tendo tudo começado com o aniversário da dona Isis, a festa do 'não emtre na picina', com direito a bexigas daquelas compridas na qual se faz bichinhos onde as crianças (nós!) passaram um tempo brincando de fazer 'coroa' para colocar na cabeça.
Este final de semana tivemos an old style brega party na casa da Thaís! Confirmamos a tese de que somos umas crianças. Brincamos de assassino e detetive (a brincadeira tradicional de aula), telefone sem fio (com direito a cada frase!) e o ápice foi a dança das cadeiras, com direito a tombos (nenhum meu!), vôos fenomenais, empurrões e puxadas de cadeira. Entre anteninhas, óculos escuros e plumas fizemos literalmente a festa, cantando That Thing You Do e sendo feliz! Uma aventura particular foi minha da Isis e da Livia, que moramos do outro lado da ponte, pegamos 2 ônibus e 1 barca, nos aventuramos tarde da noite na paisagem do centro da cidade do Rio, dentre refletores e prédios históricos. O Centro do Rio o que tem de encantador a noite tem de perigoso, uma pena. Enfim, o sábado foi algo!
E agora a próxima edição de festa será o bota-fora da Sue (nem todas são de aniversário :/) e o niver do Daniel em algum lugar desse Estado! (quanto exclamação!!!!) :P

domingo, 13 de novembro de 2005

sexta-feira, 11 de novembro de 2005

sem caminho

Às vezes as portas se encerram e ficam os pensamentos inertes, tropeçando dentre fatos um tanto pertubadores. Na verdade, logo cedo, pensei em fazer um post sobre a mesquinhez do ser humano por conta de um situação análoga a de RioGrande (no que se refere a pequenez de pensamento de certos seres) que sucedera aqui numa dessas minhas turmas aleatórias (iriam eles colar cartazes de mim por conta disso? não são tão maduros assim...). Enfim, esse pensamento se perdeu no que o dia foi passando e chegada a hora de ir embora. Primeiramente, chego no ponto de ônibus e em seguida passa o meu ônibus, assim que entro me dou conta de que deixara o me casaco na mão de um amigo enquanto arrumava a papelada, e ao exclamar 'meu casaco!' com cara de drama de novela mexicana o trocador sugere que eu desça... E o faço... e creio que talvez tenha sido aí o erro (acerto?), afinal as cenas que me vieram a seguir foram de uma vertigem profunda para minha pessoa.
Então, fiquei lá esperando sozinha, depois de me ser entregue o casaco, o ônibus que demorou uns bons minutos para passar. Era um do tipo 'frescão' (sem ar-condicionado, mas com poltronas de viagem). Assim ia eu pela cidade universitária, deitada na poltrona e com um soninho misturado com a sensação boa de conforto quando, após a curva, em frente ao prédio de educação física avisto um homem no chão. A princípio achei que fosse algo sem importância, do tipo estar ali deitado na grama... Não demorou muito para que concatenasse com a cena odionda que ia se formando perante meus olhos descrentes: o homem estava morto! Foi esaa impressão que se apossou de mim e eu haveria de ter de passar por aquela cena mais um vez quando o ônibus pegasse o retorno. ah, eu nao queria... E foi aí que vi um jovem com uma mochila nas costas, com seu piercing na sobrancelha, no telefone celular bem perto do lugar do acontecido, rindo ao certo de contar o que se passava de 'emocionante' na sua vida universitária. Falava com quem ele rindo? Talvez com o pai: 'olha só pai, estou aqui no fundão e acabou de ocorrer um acidente sinistro. Sim, um homem atropelado.. creio que estava numa moto.. Parece ter um 20 poucos anos.. quase a minha idade.. (risada). tá maior movimento aqui, vindo bombeiro, polícia... Tem uma moça no chão deitada falando no celular tb, acho q ela tava junto.. ela está com um ar de tão desesperada, de 'meu mundo caiu'. Pra vc vê pai, a gente vem pra faculdade e acontece de tudo (mais risada). Eu mesmo, um idiota aqui andando e rindo se bobiar uma ambulância dessa passa por cima de mim. Ah pai, o senhor sabe que eu tomo cuidado né, não se preocupe. Não se preocupe com todo meu deboxe, minha estultice, minha mesquinhez, minha mente tacanha e pequena. Ah Pai, eu te digo pra não te importares também com minha mania de grandeza, de querer ser melhor que os outros, de passar a perna no outro e achar q o mundo gira ao meu redor.. logo de mim, que nao aproveito nem 2% da capacidade do meu ceérebro e vivo me entorpecendo com essas músicas de batida forte, com as bebidas de todas as sortes, com as mulheres de todos os tipos e nem cogito a minha insignificância nisso tudo, nisso tudo que se chama Mundo. Pai, não demora e descubro que quem anda morrendo sou eu'.
Perdão o tom 'pessimista' mas tem vezes que não tem como deixar escapar... Acho que seja outra da 'janela secreta'.

quinta-feira, 10 de novembro de 2005

no caminho de volta

Inspirei-me hoje na volta pra casa lá da faculdade, um dia chuvoso e com um friozinho agradabilíssimo. Peguei a vã meio relutante, afinal a cada dia a rota dela muda, sentei na frente, bem ao lado do motorista e aí que começou a minha observação. O motorista proferia umas palavras pra si mesmo, não conseguia escutar. Às vezes falava algo mais alto sobre o trânsito e eu impasssível agia como se nem estivesse ali. Observava o balê do trânsito, ele zig-zagueando na pista molhada, dentre os carrinhos e caminhões e eu assistindo tudo procurando escutar o q ele falava pra si mesmo tentado curar um pouco daquela solidão motorística de todo o dia. Em seguida ele se incomodava com a música da rádio, aquelas batidas repetidas de hip-hop e em pensamento eu dava razão a ele. Dai clica ele no CD, tocando Paralamas do Sucesso e ele cantarola... Ponte e cantarolar, meu olhar pra frente acompanhava o ritmo de tudo.
Depois disso, estava eu no ônibus pra casa dormindinho quando ao depertar por um barulho estranho olho a minha frente e deparo-me com aquela criancinha de seus 1 pra 2 anos sorrindo com os dois dentinhos e covinhas na face... Ah, esbanjei sorriso pra ela, ser puro e perscrutador. Ela ficava, com seu par magnetizante de olhos azuis, a se admirar com todo e qualquer movimento dentro do ônibus, alternando com olhadas para seu reflexo na janela... O rosto era todo fascínio com o descobrimento do mundo. Momento fotografável na memória de tanta pureza.
E foram essas minhas inspirações para voltar com o meu amigo de longa data já, o blog. E voltar ao ritmo, pq nao. O caso é que essa correria cotidia nos sufoca como uma porção asfixiante jogado no ar, fica-se totalmente exposto a isso e sem máscara, mas tentarei aqui lutar contra a tal automatização da vida.

sexta-feira, 28 de outubro de 2005

semana passada, semana futura

Com a formatação do computador esperava que ele voltasse cru, contudo com meus trabalhinhos e fotos de sempre. Por uma ironia bordeante no causo, veio justamente ele sem os trabalhos e as fotos. Estava conformada já em perder as mais de 500 músicas, até os poemas digitados, as figuras aleatórias e o que mais fosse... Mas os trabalhos não!

Além da lamúria por conta do computador que volta mas não é o mesmo, vem a angústia dos ferrinhos nos dentes que tanto lutei contra e agora materializam-se de forma dolorosa na vida lilas. É algo de ruim isso.. mas por um resultado a longo prazo a gente se submete a tal coisa. Estou me sentido a Angelina Jolie...

No mais de detalhes, tenho que começar a arquitetar com maestria o trabalho de Grammar da SF, afinal será a nota derradeira do semestre. Ela quer uma aplicação prática, procurando exemplos em livros, músicas, revistas, o que seja... sitando fonte, claro! Ainda tem a Ilíada que me visita este final de semana, tenterei ler o quanto puder.

Tiveram na semana as boas conversas com a Susan sobre assuntos nada aleatórios e o compromisso de ler passagens da Bíblia indicados por ela. A experiência está indo muito bem, afinal tem-se um outro olhar do escrito. Interessante. A Susan é aquela quer irá embora agora em novembro em rumo a sua felicidade, afinal ela largará aqui a faculdade pra ir pra Recife, retornando ao lugar, segundo ela, ao qual ela poderá ser feliz. Impetuosidade essa de dar medo, me admira a determinação, apesar das minhas ressalvas e torço por ela.

'Nunca aguentamos o que fazemos de igual todos os dias, seja lá o que for...' Falei isso para uma pessoa e ela ficou impressionada, deixo aqui então para olhares alheios ou olhares meus mesmos e merecedor talvez de post exclusivo futuramente.

Segue a expectativa para o show do Nado Reis 'por onde andei eqto vc me procurava, será q eu sei q vc é mesmo tudo aquilo q me faltava'. O melhor desse evento é o fato de ir com a Isis e a Livia (q deu a idéia). Essas duas são bem diferentes no estilo, mas têm a mesma agradabilidade da companhia.

No todo fica mesmo o desejo de querer fazer coisas bonitas. E tomar sorvete de uva!!! :)

quinta-feira, 27 de outubro de 2005

Pragmatismo

Certa vez minha filha em seu vilarejo distante já falara sobre isso, agora aqui retomo o tal tema por vê-lo tão próximo e querê-lo afastar. A Dani pedia que por favor, não sejamos pragmáticos demais. E eu me vejo compelida a sê-lo num pedido de professor de inglês (tinha de ser), por ser a língua pragmática.
Então é isso, fazemos um cruzamento com a outra língua daí mudamos, somos pragmáticos. Não me realizo em tamanha objetividade, ainda mais que no fundo sei que ela não existe, pois tudo que dizemos há seu juízo de valor enraizado (a análise do discurso que o diga). Contudo nas respostas inóquas do cursinho de inglês tenho eu de parar de 'viajar' e dar daquelas repetitivas/automáticas respostas a tudo. Desculpe, sou contra o automático. Quando faço algo não faço pensando só no inglês, faço no pensamento, no meu pensamento, processando o inglês com minhas idéias que podem não ser as mais criativas e espetaculares do mundo (daí já era pedir demais), no entanto não são aquelas montoeiras de frases feitas e tão gastas que aparecem até já desbotadas. A literatura pra mim não se limita a aulas, fica no dia, senão não seria dia, seria pesar.
Vai ver essa digitransformação pragmática é uma etapa inerente da vida do ser humano. Mas creio que cortar coisas pq não têm mais linhas... Imagina se Homero pensasse 'vou parar por aqui pq não tenho mais fôlego'. Comparação boba até, mas creio que em nosso dia-a-dia não devemos parar enquanto há fio de pensamento. Segue, continua escrevendo, lendo, aprimorando e compartilhando toda sua subjetividade, construindo verdades solúveis, parafraseando os versos dos outros, concatenando com os seus próprios.
Mas há toda a linguagem acadêmica, há o ser sucinto, há o vocabulário vigente que não te permite nem aspas mais, ainda mais lirimos. Parece que pensar vai morrendo nisso tudo.. ou será que é impressão? Vai ver é, não tem nada certo. Vou eu seguindo, concatenado com um pragmatismo de uma língua, tudo preto-no-branco... só espero não me esquecer que sou lilás.

quarta-feira, 26 de outubro de 2005

reconcílio

Aí está, meu computador de volta (até quando seria um mistério). Ele deu um tilt do mais tilt que no final de semana me impossibilitou de continuar as atividades normais (de final de semana). Enfim, ele precisava vistar o médico.
E eu? Whatever... Estou numa saturação de sono perene que espero que passe (passe! se lembram? nao?). Começo a achar q é psicológico. Na 2ªfeira em que o Rio ficou embaixo d'água e eu passei 3h no engarramento e pode apostar que o fiz no mais tranquilo e profundo sono.
Inglês, Grego, Italiano, Latim... tudo misturando-se loucamente e formando uma substância perigosíssima em meu cérebro cercado de pensamentos de pernas longas vagantes por uma terra distante (a qual ainda nao sei).
Até pensei em começar um diário de papel mesmo, seria mais sincero. Mas aí vem as implicações várias aquelas (que não se sabe ao certo, mas q tem, tem!), vai as horas correndo e os pensamentos se perdem nas vielas escuras dos morros cariocas entre pontes, fundões e trânsito caótico.
Enfim, bons dias vieram de outubro, contudo confusos... Novembro vem com a promessa de quebrar com os dias iguais-confusos-desconcertantes. Isso anima. Até depois.

quinta-feira, 20 de outubro de 2005

a rádio

Estava eu chegando em Sâo Gonçalo essa semana, quando escuto desses alto-falantes da rua, uma espécie de rádio que comunica tudo que se passa na cidade. Então me chama atenção o fato do radialista fazer certos comentários que eram de no mínimo arrancar umas risadinhas escondidas entredentes. Eles referia a um sequesto que tinha acontecido entre São Gonçalo e Niterói onde segundo ele os bandidos exigiam algo, entao ele comentava 'que badidinhos abusados esses'; após, referindo-se a um troca de tiros, ele falava que um bandido de 50 anos q foi atingido 'ainda bem, pena que não foram todos'... a essa altura, eu perplexa na minha caminhada seguia rindo ao lado da loja do Bob's pensando 'isso é cometário que se faça em um rádio que visa narrar os acontecimentos da cidade?'. E o sequestro tinha sido de uma veterinária. Fico tranquila em relaçao ao sequestro de professores, afinal todo mundo sabe e não tem dúvida do quanto se ganha mal e nem pra sequestro relâmpago serveria.

terça-feira, 18 de outubro de 2005


Sou indefinida na forma, formulo coisas absurdas. Retiro tudo o que disse e o conteúdo é o mesmo. Recoloco o que dentro de mim está em seu lugar e aí que percebo o quanto continua bagunçado, tudo. Observo, reflito... E me iludo que talvez eu esteja ao contrário, que eu esteja do lado de fora, que eu não esteja... Mas eu estou lá, inconsistente, indecifrável, porém sensível: se me tocar eu sinto!

um post do flog de tempos e tempos atrás

domingo, 16 de outubro de 2005

Eterno Amor



A relação entre ‘O Fabuloso Destino de Amèlie Poulan’ e ‘Eterno Amor’ está além da magnífica Audrey Tautou como protagonista. Por trás está a direção de Jean-Pierre Jeunet e toda sorte de encanto sendo proporcionado pelas cores, pelo tom inocente conferido a ambas as tramas, apesar de tratar de assuntos bem adultos. A partir daí as semelhanças brotam. Tanto Amèlie quanto Mathilde tem um ar de sonhadora, além de um semblante angelical e um pensamento concatenado de maneira diferente dos demais mortais.

Quando saiu ‘Eterno Amor’ pensei seriamente me não assisti-lo pensando no caráter mamão-com-açúcar quer poderia sê-lo. Contudo me surpreende positivamente, afinal o filme trata da história de amor de uma maneira diferente, contando com uma narrativa maravilhosa, no qual se depara com uma simplicidade bonita de dizeres, e com elementos além-paixonite. O que mais se ressalta é o quebra-cabeça criado por Mathilde pra encontrar seu noivo perdido na guerra. E é da guerra que saem algumas reflexões, além de historinhas outras que vão povoando o filme com a riqueza de personagens.

Vejam o filme e entrem no mundo de Jean-Pierre Jeunet repleto de cor e esperança, não é Amèlie Poulan, afinal é um drama, mas está equivalendo. Além da fotografia por demais linda, enche os olhos de ternura.

coisinhas

Vendo despretenciosamente os títulos com 'inho' anteriores deu vontade de continuar com a saga. Terminou o dia de Maria, vão seguindo os dias lilases de Fabíola. Reparou-se no surto 'meus 15 anos' (nomenclatura de Lizi) que tem ocorrido nas duas últimas semanas. Mas o surto se apagou agora agorinha. Eu vi o surto se apagando e foi engraçado olhar e pensar: 'minha vida, o que é isso?!', só pode ser coisinhas dessas que passam pra modificar o cotidiano e quando ficam enjoam como aquele doce muuuuiito doce. Andava doce demais.

'Coisinha' era como minha avó chamava as pessoas. "Tenho q falar com a dona coisinha", "encontrei a Coisinha agora", dentre outros. Eu achava aquilo super, 'coisinha', vê se pode... Todo mundo reclamava com ela: 'nao se chama as pessoas de coisa'. Mas o 'coisinha' dela era meramente inocente, provindo da falta de saber o nome do indivíduo. Gostava muito do tom que ela empregava pra se referir a pessoa 'coisinha'. Era engraçado até, algo meio 'qual o nome mesmo?'.

D'outra coisa me veio essa mania das pessoas de associaram a dedicação intelectual a algo com o ócio. Eta coisinha que me irrita! Às vezes desanima a dedicação a algo com a falta de força que se vê colando perto de vc. E não adianta dizer 'a arte é inútil', eu não faço arte. Eu vivo no espanto, mas não faço nada com isso. Fico com as mãos atadas esperando fadinhas, grilos e gnomos virem fazer algo por mim. Estagnada, voz baixa, meias palavras... sorriso incompleto.

Posso revalar o que eu queria? Tomar sorvete de uva, do jeito que era antigamente.

sexta-feira, 14 de outubro de 2005

me cansei do azul, tirei a música.
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Essa música tem um ritmo tão agrável. E 6ªf é dia de canção bonitinha.
Ando baixando compulsivamente todos os tipos de músicas imagináveis (por favor, funk nao!). Aceito sugestões:)
Um calor, um calor, um calor. Vindo no ônibus com o vento abafado na face vinha pensando no efeito estufa (é, só no sufoco que a gente lembra). E agorinha tá parecendo vir uma tempestade daquelas, vento e mais vento forte levantando pueiras, cortinas e a esperança de que o calor pra lá de 40graus amenize.

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

Chega essa hora e eu fico pensando: pq não fiz no final de semana o trabalho que é pra amanhã.
Olhinhos sorridentes,
Se soubesses o bem que me fazes
Serias o mais contente
Refletindo o amor dos meus olhos lilases.
Sabes criança, te quero sonhante.

ao meu priminho Gabriel :)

terça-feira, 11 de outubro de 2005

Crianças, uma revelação:


O Harry Potter morreu

Não precisa mais ver até o 10º filme (dentre cálices, câmaras e hermiones) pra saber seu fim. O bruxinho cresceu e virou soldado da forças de paz da ONU (!!!) e seu destino vemos acima.
Toda a comunidade cinematográfica e os bruxos pelo globo a fora já manisfestaram seus pêsames com a maior discrição, afinal as crianças e adolescentes de todo o mundo ainda não sabem do lamentável fim do menino com um raio na testa.
Ele era o Escolhido e por isso lutou bravamente contra a tirania comum tão somente nos povos mulçumanos (!!!). Foi para o Iraque combater as forças do mal e tardiamente descobriu que o próprio fazia parte das forças maléficas. Sendo assim o serviço secreto inglês tratou de dar cabo no menino antes que delatasse a informação bombástica para todo o mundo: Bush é um enviado das trevas.
Se você é fã de Harry Potter, não chore, não esperneie e não conte para ninguém, pois a notícia será cuidadosamente dirigida à mídia no momento em que lançarem o 19ª filme das façanhas do bruxo mais querido de todos os tempos (???). Por favor, nada de cartazes!!! (cofiarei em vocês hein?!)
Dia das crianças é amanhã, aproveita e faz chantagem emocional com o seu pai e peça todos os filmes do Harry Porter pra vc!

domingo, 9 de outubro de 2005

Perto, muito perto


O início de Closer nos ganha pelo filme. A música, a multidão e não poder tirar os olhos daquele momento. Um início memorável pra um filme que vai se revelando em camadas, como o coração humano (coração esse em forma de punho banhado de sangue, como fala um dos personagens).

Não foi um filme fácil, pq se pode ficar na superficialidade e lidar com os diálogos como desnessários. Mas aí quando se vai esmiuçando, prestando atenção no que falam, no olhar com que falam... Chegando perto assusta de verdade. E não são as descricrições que apavoram mais, contudo o jeito que lidam com o amor... amando desamando como se largasse e voltasse a fumar.

A complexidade dos personagens é incrível. Estranhos, se conhecem, não se resistem. Não resistem ao olhar... Uma riqueza de questionamento de caráter (amoroso) humano.

E segue-se pensando, discutindo, questionando: o que é 'eu te amo'.

cidadezinhas


Sabe dessas histórias sobre gente tacanha que quebra a força, ludibria com o falso social e representa mesmo a escória de tudo, então, é sobre o que tentarei escrever em breve... mas com um pouco de humor. Daquele humor abafado, dos sarcásticos. Isso lembra a minha fonte da adolescencia, Machado de Assis. Com todo seu cinismo, sarcasmo, humor pra lá de diferenciado, conferia as suas obras um tom pra mim inatingível. É aquela crítica latente, a busca por analisar um social doente doente, mas conferindo seu tom de zombaria. "Ao vencedor as batatas". Eu diria, 'ao vencedor, a piada'.

Acabei por me lembrar de Dogville, um filme que é algo de se ficar estupefato. Ela trata de uma cidadezinha que seria a metonímea do nosso mundo redondo esse. Lá, vai parar a personagem da Nicole (a Kidman) fugida da cidade grande. Ali ela busca abrigo, a qualquer preço, daí o preço alto que acaba pagando: paga com ódio e desprezo que sentirá eternamente por aquelo povinho vil e sem escrúpulos. Ao final se olha e pensa 'mundo cão', não tem título melhor a calhar.

Pedaços de Dogville voam por todo o canto. Temos de ter certeza se não estamos contribuindo pra formação dessa cidade dentro de nós mesmos. Cuidem, todos.

sábado, 8 de outubro de 2005


nem inglês, nem espanhol... O Chinês é a língua do futuro!

sexta-feira, 7 de outubro de 2005

Me haces bien
por jorge Drexler

Para contarte, canto
quiero que sepas
cuanto me haces bien
me haces bien
me haces bien
Te quiero de mil modos
te quiero sobre todo
me haces bien
me haces bien
me haces bien
Basta ver el reflejo de tus ojos en los mios
como se lleva el frio
para entender
que el corazón no miente
que afortunadamente
me haces bien
me haces bien
me haces bien

--

Momento pispirica da vida :) Afinal tem detalhes nessa vida lilás que fazem um bem danado. E sigo cantarolando 'me haces bien, me haces bien...'.

quinta-feira, 6 de outubro de 2005

borrachinhas

Tenho a sensação de que meus dentes estão bambos. Tenho a sensação de que meu acreditar no humano está bambo como a impressão que dá nos dentes. Vai ver precise mesmo de uns ajutes, todo mundo. Sei que meus dentes precisam que sumam essas borrachinhas separadoras. Vai ver o humano precisa pôr fim nessa classificação causada pela borrachinha que colocamos entre nós e o outro. Ai, como dói e amolece a separação.

Não posso deixar de demonstrar minha tristeza perante aos causos ocorridos na FURG com meus amigos. Mas eu lamento mais o fato de usarem a palavra assim, como bixo feroz. Fico toda bamba e quero gritar. Vai ver nem possa mais ter eu o direito de aqui no meu amigo blog escrever. Vai ver possam pegar uma palavra minha e transformarem num grito seco contra mim. Eu venho tentanto compreender o limite das borrachinhas separadoras de homem, de opiniões, de inglês e espanhol.

Antes de tudo, a língua espanhola não me apetece como a língua italiana. Isso muda alguma coisa? Faço faculdade de inglês, meu sonho é dar aula de literatura brasileira. Não muda nada. Ainda visitarei a ilha de Capri um dia, sonho-sonho. De certo visitarei América do Sul toda, fascínio. Mas de profissão escolhi 'my book is on the table', saber. Valor, valor tem as coisas pra nós mesmos e pronto. Vem falsos valores, falsas bandeiras, falsas independências, cartazes verdadeiros de estultice própria de separadores.

Bem, só não sei porque ninguém coloca em cartaz quando é pra se dizer que se ama. Ninguém sente o tanto de amor quando se diz que se ama. Contudo, bastou olhar atravessado que todos reparam, querem saber, querem colocar as tais borrachinhas separadoras que tanto me assustam e sentem um ódio descomunal em reciprocidade. Conclusão: é fácil não gostar.

Ando fugindo de coisas ordinárias (apesar da minha patuléia ser ordinária :P). Eu os digo, sabendo que ninguém irá colocar em cartaz nenhum mesmo merecendo pela pureza e verdade da constatação, é que eu os amo, amo todos, minha patuléia. Mas se fossem pra escolher um tópico pra colocar num cartaz seria... Ah, não vale nem a pena falar.

Eles passarão, eu passarinho (junto com a patuléia).

terça-feira, 4 de outubro de 2005


Eu não verei Ralph Fiennes!!!

Isso é muito triste, festival de cinema no Rio e eu QUASE iria com a Lívia e o Thiago se não fosse o esgotamento do ingresso :(

Ah, como queria ver o 'Jardineiro Infiel'... e ainda com ele lá, o próprio! Ralph Fiennes!

segunda-feira, 3 de outubro de 2005

tanto, tanto

Depois de desfalecer de medo perante a segunda-feira (que não quis virar purpurina e pular pra terça), enfretei o dia de provas e trabalhos com um humor dos mais aprazíveis e concatenando com o lado cômico (apesar de insistir na idéia de que a segunda poderia permancer na inexistência). Aí começou, apresentação de writing, um salto: falar de letters of complaint... dito isso, vamos nos preocupar com 'frotinha' (que era a tormenta maior). A dona professora nem pra aparecer na hora pra nos entregar a prova, a monotora gentilmente o fez... E aí a surpresa (boa, ruim???), a prova era idêntica a prova do semestre passado que rondava pela turma, tinha suas diferenças mas chegava a ter uma questão exatamente igual. Ah, alívio vindo a seguir a parte trabalhosa: a prova era de colocar mente pra funcionar; estava bem feita, do tipo de prova 'dar gosto de fazer', duma gramática pra pensar, do 'depende do contexto, então me diga qual'. Não era das bobas (daquela 'dãa perdi meu tempo estudando pra isso') e nem das dificílimas ('o que? devia nem ter tentando estudar pq isso tá impossível'); enfim, estava pensante e me fez arrancar as energias do fundo do minha mente paralisada pelo medo que se configurava antes pra daí concatenar com os count/non-count nouns e cia LTDA.
E a prova de italiano, tranquila (apesar do pânico anterior a prova).
Ai, ai, tanto pânico: 'calma calma não priemos(?) pânico', já dizia o Chapolim. Concordo com ele. O pânico quebra a corrente, arrebenta a cordinha, derrama o vinho na toalha de mesa nova, faz cair do salto e no final você olha e diz: tanto, tanto... por tão pouco.

domingo, 2 de outubro de 2005

infância

Quero cantar infância
Como se criança fosse.
Correr e saltar a ânsia,
Carregar vida doce.

Manto azul me cerca,
Sonhar com voar eu vou.
O planeta num instante se encerra:
É a imaginação que a alma caçou.

Anos já não trazem felicidade
É um doce gasto que fica
E um azedume que liga
Cada tijolo de idade.

Pra que maturidade ter?
Quero verdadeira criança ser!
Olhar dum ar pueril,
Atar março com abril.

--

Eu estava pensando que aquele '19' ali poderia ser modificado para '18'. Assim que me sinto: no espanto de ter 18, na espectativa de uma vida adulta, numa faculdade nova em rumo a novidade do posterior que se já se configura mesmisse.
Sobre a infância, sinto saudade dela. Mas é daquela saudade de coisas que ficam no passado e só. Assim que é bom recordar infância, deixando-a no seu lugar e imaginando o quanto seria bom se aqueles dias durassem pra sempre, ou só um pouco mais.
Eu sempre queria atar março com abril... Agora que estava reparando, o que aparece no poeminha (o voar, vida doce, manto azul) são elementos que povoaram a minha 'pequinisse' e aí o pq dele ter uma conotação toda especial para a minha pessoa. Só isso mesmo.

sábado, 1 de outubro de 2005

inútil útil vida

Que dia lindo, ensolarado, mas não frio e não calor. Na medida. Dia de estudar pra prova de inglês com a tão temida SF (não ouso pronunciar o nome), de estudar pra prova de italiano (estudar mesmo, pq não venho me dedicando a isso faz umas semanas). Dia do aniversário da Lukita \m/ e do início de um mês que antecede outro mês que antecede o mês que delimita o fim do ano.

A família foi pra casa da avó, eu aqui curtindo a 'solitude' ouvindo música (Elvis, Vivalde, Bob Dylan, Renato Russo, dentre uns seres aleatórios), vindo fazer minha visita do dia à internet, ao blog que nesta semana me deu tanta vontade de estar perto. Estou perto. Estou tento idéias de histórias, de o que escrever, de como pode ser feito, de criar ou não; Na verdade esperança que minha gaveta se encha de coisas legais que eu possa ao menos deixar para meus netos (se eu os tiver) .

De util... bem, já dizia Wilde: "a arte é inútel".

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

O que será?

O que será que me dá que me bole por dentro
Será que me dá
Que brota a flor da pele será que me dá
E que me sobe as faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo me faz implorar
O que não tem medida nem nunca terá
O que não tem remédio nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente que não devia
Que desacata a gente que é revelia
Que é feito aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os unguentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos toda alquimia
Que nem todos os santos será que será
O que não tem descanso nem nunca terá
O que não tem cansaço nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro será que me dá
Que me perturba o sono será que me dá
Que todos os ardores me vem atiçar
Que todos os tremores me vem agitar
E todos os suores me vem encharcar
E todos os meus nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz suplicar
O que não tem vergonha nem nunca
O que não tem governo nem nunca terá

Chico Buarque

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

Adjetivando

Ano passado não era difícil me ver falando a alguém (no meio letrado) que determinado fato era tão 'Dead Poets Society'. Com o passar desse ano vi o tal 'Dead Poets Society' se esvair um pouco, embora mantivesse firme minha crença no poder das palavras, da poesia, no livre pensamente e em "Carpe Diem". A crise encontrou seu momento crítico quando resolvi apresentar um trabalho sobre o filme no curso de inglês. Eu queri falar de beleza, de vida, de valer a pena as pequenas coisas, da importância da literatura, da paixão e dos sonhos. Coisa demais né? Eu queria fazer esquecer um pouco de momentos tristes, dessa nossa decadência social em que todos funcionam, não vivem. Ah, queria me fazer esquecer daquela fila do INSS. Com tanto o que querer falar, chegou perto eu já não sabia se queria falar sobre isso, não tinha certeza da beleza das coisas, não tinha certeza dos sonhos (seriam eles bobos?). Ao final da minha provação fiz ontem a apresentação (embora os momentos de dúvidas tivessem sido forte), senti no final os olhares em mim parados, pensantes, mas amigos; pensei que não teria sido tão ruim; Eles pensaram vida, pensaram poesia, pensaram pensar por alguns bons minutos. Que levem isso consigo e que eu me prove a importância disso mais vezes pra mim. Aquilo foi tão 'Dead Poets Society' :) e estilo futura professora de literatura :P

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Faz frio


E faz frio no Rio. Um frio pingado de chuva enjoada. Presente garoa. Pingo, pingo, pouco pingo, mas chuva. Guarda-chuva, me guardo nele. Mas é tanto chuva, chuvinha, chuvisco, chuviscão, que às vezes deixo ele de lado e me enfrento nela sem guardar nada. E amanhã acordarei chuva. Só de lembrar dá um frio, dá umidade, dá chuvisco... dá chuva aqui dentro pensando em chuva cinza lá fora. Que saudade de frio com sol, frio com céu, frio bem frio, sem chuva, chuvisco, chuviscão. Sem lama, sem poça, sem guarda-chuva. Ahh, se é pra guarda algo que seja o calor do sol pálido no frio... Ah, saudade, saudade. Às vezes saudade parece pingo de chuva, chuvisco, chuviscão.

domingo, 25 de setembro de 2005

espelho, espelho meu

O que acontece com o blog? Ele está em crise existencial, eu não. Eu tenho falta de tempo e, quando não isso, tenho assocegamento cavalar que pode ser traduzido como ócio enduzido por conta da lista de coisas a se fazer.
Eu fiz uma listinha na 6ª ainda!

P/ final de semana:
- Fazer exercícios de inglês da SF
- Organizar material Dead Poets Society
- Exercício de Port 2 pra entregar
- Questionário de Lit. Comp.
- Começar trabalo de Funding.
- Cartazes em italiano
- Organizar mat. de análise do discurso
- e-mail p/ Solange
- Ir ao cinema.

Será que dá pra fazer tudo no domingo???
E ainda tem os tags do Hermes, revisar... O cinema já morreu nessa altura o campeonato. Que fadiga!
Vamos agir então!

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

I WISH I WERE A FISH

Nesta semana, na faculdade de Letras, viu-se algo! Estava lá o Fagner fazendo show no auditório G2 com o Ferreira Gullar do lado com seus simpáticos 75 anos. Ele começou cantando músicas que têm como letras as poesias de Gullar, enquanto o povo universitário frenético esperava a hora das ‘borbulhas’ com seu cartazes: “te quero”, “te pego fácil”, “minha mãe te ama”... Uma criatividade esses jovens.

Mas A Cena foi quando o Gullar contava a história de um poema dele ‘cantiga para não morrer’ (‘no coração dela”, ele disse.. que meigo) e contando a história dele com a russa Helena, que tiveram um intenso caso de amor (sic) e acabando o exílio dele na Rússia eles teriam de terminar, mas antes dele partir ela inventou uma viagem pra Mongólia e foi-se Helena e ele fez o poema para ela e eles nunca mais se encontram. Só que há uns 5 anos ele via um documentário espanhol sobre Prestes e numa cena de um coquitel na Rússia adivinha quem aparece? Helena! Ele tentou acha-la, mas nada adiantou... Foi então que algum ser aleatório grita no auditório lotado “procura no orkut”... Pobrezinho, ele nem entendeu e todo mundo caiu no riso! Foi bem oportuno o comentário.

E aí veio ‘borbulhas de amor’, afinal Gullar deu uma melhorada na letra pra Fagner lançar o que seria seu maior sucesso. Todos cantando pispiricos num uníssono afinado (ou quase). Foi divertidíssimo! Isso é algo numa 4º f 12h!
E de tudo ficou a questão: Helena, onde vc está!?!?!

Termino então com a letra de 'Me Leve' baseada na 'Cantiga para não morrer':
Quando você for se embora
Moça branca como a neve
Me leve, me leve
Se acaso você não possa
Me carregar pela mão
Menina branca de neve
Me leve no coração
Se no coração não possa
Por acaso me levar
Moça de sonho e de neve
Me leve no seu lembrar
E se aí também não possa
Por tanta coisa que leve
Já viva em meu pensamento
Moça branca como a neve
Me leve no esquecimento

O Clube dos Cinco

O que faz o atleta, o nerd, a louca, a patricinha e o delinqüente juntos num sábado inteiro na escola? Eles estão de castigo e devem ser punidos passando o dia na biblioteca e escrevendo uma redação sobre si próprio e os outros.

Obviamente você encontrará rock, revolta, desaforo e aquela vontade de se parecer normal aos olhos do outro. Contudo não há espelho que preserve a imagem apolínea de qualquer ser e não o faça transbordar em fraqueza, desabafo e apego. Começam se desentendendo fortemente e terminam por se identificar e até mudar seu jeito de ver mundo, ser gente. O envolvimento entre eles passa pra quem está do outro lado da tela. Impossível não se identificar num estereotipo daquele, numa reação deles referentes a assuntos como família, sexo e valores.

Ser estranho é normal (vi esse lema em algum lugar já), mas o mais fácil é sempre achar o outro estranho ou maximinizar tudo que acontece na nossa vidinha. Aí vemos também o aprendizado da compreensão mútua, da dificuldade do ser humano de lidar com seus próprios problemas e principalmente os problemas alheios.

É uma ótima oportunidade de pensarmos que adultos seremos, que educadores seremos, que pais realmente nos tornaremos. Cometeremos os mesmo erros que achamos que foram cometidos conosco?

Bem, ao final me deu mesmo uma vontade de que meus pais vissem aquilo e lembrassem um pouco do tempo deles e assim pudessem agir mais sabiamente algumas vezes.

Eu fico com a frase: “se fosse bom morar com os pais iríamos querer morar com eles a vida inteira”. Verdadeiramente, tem sentido.

domingo, 18 de setembro de 2005

La vie en Rose

Por favor, não estou traindo meu lilás querido. Mas nesses dias em que lilás é moda eu troco um pouco (só na aparência, sou um ser lilás na essência :P) e toma conta o rosa. Bolos, balões rosas, presentes rosas, homenagens rosas, pasta rosa :P Na verdade a pasta rosa foi a grande inspiração, desde do dia em que fiz 19 até pairar o 20 na minha existência.
E a suavidade do rosa toma espaço em forma de um bom abraço, se torna mais forte quando o assunto é saudade, fica CHOQUE com a demonstração de carinho partindo de partes remotas desse país (das partes remotas que eu estive, claro!) e volta rosa bebê quando o assunto é agradecimento.
Ano passado, dia 18, não parei 1 segundo no meu dia... Aula, teatro, assistir peça de teatro e estava até um pouquinho frio (e eu loucamente na garupa da Sasa por aquela RioGrande), além das inesquecíveis batatinhas no shops com a patuléia, a réles patuléia. O tempo hoje, nesse 2005, está de um ameno nublado mas não chuvoso. Passei até a tarde aturdida pra um lado e outro, festinha rosa, amigos amistosos novinhos e folha com um carinho por mim vindo sei-lá-de-onde. Eu os conheço a mais tempo, só pode. Deve dar seus méritos à capital barulhenta: nunca fiz amigos mesmo tão rápido. (Mesmo que na minha cabeça eu nunca teria saído de são chico naquele meio de 2002, boba, olha o tantão que eu perderia!).
Um ser lilás-rosa-bege, carioca-catarina-gaúcho (não necessariamente nesta ordem).
Ah, vida. Eu amo, é tudo. :)

Obrigada, senhoras e senhores! Está um espetáculo.

sábado, 17 de setembro de 2005

programa diferente

Fui num ótimo concerto no ICEBEU hoje. Apresentando-se a soprano Magda Belloti e a pianista Talitha Peres. Ambas estavam maravilhosas e logo com os primeiros acordes do piano eu me enchi de um sentimento bom transpassando uns minutos da minha existência pra algum refúgio além música. E assim seguiu, até o final. No estilo voz e piano deslifaram clássicos dos musicais da Broadway, nos quais os que mais me emocionaram foram as músicas de George Gershwim (um compositor dos anos 20 e 30), Don´t cry for me Argentina, solo de piano, e Think of me do Fantasma da Ópera (ambos de Andrew Lloyd Webber), sendo que nessa última a Magda deu um surpreendente show com sua encantadora e estrondosa voz.
Deveria ir a eventos desses mais vezes e deixar a alma ir sumindo de mim até não me encontrar mais ali. Algo assim, de bonito.
Buenas!

O Me! O Life!

O ME! O life!... of the questions of these recurring;
Of the endless trains of the faithless—of cities fill’d with the foolish;
Of myself forever reproaching myself, (for who more foolish than I, and who more faithless?)
Of eyes that vainly crave the light—of the objects mean—of the struggle ever renew’d;
Of the poor results of all—of the plodding and sordid crowds I see around me;
Of the empty and useless years of the rest—with the rest me intertwined;
The question, O me! so sad, recurring—What good amid these, O me, O life?
Answer.
That you are here—that life exists, and identity;
That the powerful play goes on, and you will contribute a verse

Walt Whitman
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Perdão, sem traduçao pq desse verso ainda não fiz, mesmo sendo um dos meus prediletíssimos! Bem 'Sociedade dos poetas mortos'. :) Acho que vou apresentar um trabalho sobre esse filme (novamente), afinal ele é uma inspiração para a minha pessoa.

sexta-feira, 16 de setembro de 2005



queria fazer coisas bonitas ... é o lema da Andréia que se espalhou pelos 4 cantos dos blogs ganhando digníssima comunidade.

às vezes acho que consigo ter coesão pra transmitir meus pensamentos.
às vezes eles tropeçam uns nos outros deixando-se cair, nus.
outras, atam-se sistematicamente em uma cadeia de argolas trancadas.
tem também o gosto, o cheiro, a cor do pensamento, que não se passa nunca.
tem a dor de se pensar atropelado que se tem sempre.
há de cada um ser estrambólico, criativo.
hão de ser todos unidos num ciclo, disformes de formas distantes.
haverão eles se mostrarem escondidos assim, enigma-resposta.
outro pensamento vem, quero fazer coisas bonitas...
hei de começar dando um sorriso, sorriso em pensamento.

Humpft.

Vou torcer pelas coisas bonitas.

tá com margens?!

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

e o céu?

Ando feliz, feliz. Saltitante como antílope na relva verde. Nem deveria eu estar aqui, mas foi inevitável esse registro no meu amigo imaginário lilás prefileto (mistura de preferido com predileto)! Três dias para a virada de dígito, passei a manhã com o olhar e jeito de menina faceira, consegui ler Beowulf quase todo. Três coisas bem diferentes, bastantes ligadas. Eu sei que o aniversário não é grande coisa, o sorriso da menininha é um vácuo sem sentido (mas eu sou feliz!) e só de ouvir Beowulf dá um peso.
Ah, eu ia feliz, vim saltitando pela rua na volta do curso, vinha vindo pensando 'the sky is blue and the clouds too!'. Um pedra é jogada a minha frente. Só eu vi? Sem sentido ela apareceu ali na minha frente, barulhenta, a poucos passos. Literalmente uma pedra no meio do caminho!!! Mas eu continuava no melhor da minha viagem intergalactica por entre nuvens, céus e lembranças boas. Aí chego eu perto da Previdência Social, aaaah tenho de ver aquela fila novamente!? Aquela de senhores e senhoras, excelentíssimos que estão ali sacrificando-se por algo que lhes é de direito. O céu é tempestade. As nuvens são as da intemperança. Sigo indo por entre céus que caem e reconstroem perante minha insignificante presença esperando felicidade para todos (ah, utopia).

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

tempo, tempo

Se você não tem tempo, crie!



Eu estava com a faca no pescoço nessa 4ª já que iria chegar em casa lá pras 19h. Descobri que não teria 2 aulas, então nada melhor do que matar a 4ªf de aula. Infelizmente acabo perdendo a aula de italiano, 'mas tudo vale a pena se a alma não é pequena', passo a tarde escutando Renato Russo em italiano então.
Tenho de ler o Beowulf para a prova 'surpresa' 6ªf, prova amanhã de Lingüística (a professora é piradinha), exercícios e leituras para a aula de inglês instrumental 6ªf (adoro essa aula). Teria de ler a Ilíada, mas já cortei Grego da lista dessa semana. Ah, estudar pra prova de inglês na 2ªf (afinal, não passarei o dia 18 estudando!!!). E a vida universitária vai se revelando o caos do controle de tempo, minhas atividades extras vão ficando exprimidas como laranja pra suco e eu não tenho tempo nem pra refletir um pouquinho no meu bloguinho ( ou bloguizinho?) querido.
Mas não vou reclamar, ócio é o mal que não quero sofrer tão cedo.

domingo, 11 de setembro de 2005

um dia, é algo

Depois de 'rabujar' pela manhã, o dia transcorreu beeem tranquilo, eu escutando Elvis, depois o disco do Renato Russo em italiano, mta rádio paradiso... Pensei em ver o filme 'carteiro e o poeta' novamente, mas não, tinha de ler o conteúdo pra aula da S.F. amanhã, além das minhas tags queridas que dou uma pausa agora depois de tanto nó gramátical na minha mente.


O dia foi ótimo! E melhor ainda constatar que senti uma ponta de saudades da minha família barulhenta, minha mãe gritando se eu não quero almoçar, minha irmã reclamando de alguma coisa que eu fiz ou não fiz, meu pai explicando sempre alguma coisa com um ar de sabedoria que ele tira da manga.

Outra coisa que me dei conta agora é que hoje é 11 de setembro, o tal dia do atentado que eu vi ao vivo quando morava ainda em são Chico e esperava fazer 16 anos na semana seguinte. Eu estuda a noite numa Escola Técnica, fazia contabilidade e gostava, era uma das únicas pessoas que não trabalhavam, conhecia muita gente lá e a hora do intervalo era sempre uma festa, parava pra conversar em cada canto. Escutava Jovem Pan, transamérica, Atlântida ou a rádio UDESC e foi quando a JP começou a noticiar algo com queda de avião que fui ligar a TV e pensei 'nossa, estão atacando os EUA!'. Minha mãe na cozinha gritou (como ela grita!) 'o que está acontecendo?', 'estão atacando os estados unidos!', 'eu tô falando sério', 'olha lá então, parece que um avião bateu ali'. Mas mesmo assim eu não tinha noção do que estava acontecendo. O ápice pra mim foi quando vi pessoas se jogando da torre, aí foi que pensei 'esse é o tipo de imagem pra posteridade, eu tô vivendo a história'.

boooooooom dia! ou algo assim...

Bom dia, bom dia. Passando o final de semana sozinha dá vontande de dar 'bom dia' pras paredes. Normalmente ninguém me dá 'bom dia' mesmo, mas eu gosto de manter o custume de dar 'bom dia' para as paredes.
Passada a sessão 'bom dia', agora vem... Boa pergunta, o que vem agora? Não estou desesperada, nem angustiada, mas também não indiferente. Eu só estou esperando um agora aquele que as pessoas vivem no presente.
Graças a Lizi tenho uma nova metáfora pra me definir: um copo de requeijão na beirada da mesa. Não deixa de ser de vidro, quebra. Pessoas não vêem isso. Sou tida como a 'insensível', a 'racional'. Por que não querem me conhecer? Eu sou legal, o lado lilás é legal... Ou não né, de perto ninguém é normal, já dizia o Caetano. E segue vida nessa afirmação, reafirmação do si mesmo. É o eu com o mim que minha filha falou, eles são impossíveis, como brigam, às vezes não saem do lugar.
Sabe de uma coisa, é melhor voltar aos afazeres. Tenho a Bíblia toda pra taguinar :P
'não me diga isso, não me dê atenção e obrigada por pensar em mim.'

sexta-feira, 9 de setembro de 2005

quarta-feira, 7 de setembro de 2005

sem sono...

Sim, sem sono. É algo... Pior que estou com um cansaso desses que ficam lá no canto da mente o tempo todo esperando pra se apoderar (ou algo do tipo). O bom é que estou realmente felizinha (inha, inha), voltando com o Hermes, esperança de saber mais gramática que o prof. de Port. :P e não odiar Mattoso. O mais legal é a globalização da história, eu aqui, acolá, RioxRioGrande, além do perdão do Tiago por eu ter sido tão relapsa!

A semana na faculdade quase não aconteceu. Quando os professores não faltaram eu que não fui à aula. Coincidência. Em Português, marasmo; writing, marasmo acumulado; Lingüística, vou descobrir numa próxima aula depois de 1 semana sem a professora ir; Latim, meia horinha de aula tá ótimo; Teo. Lit., poético. Ah, teve o italiano, mas eu tava aleatória na aula, confesso. Bem, ainda tem a outra metade da semana, talvez aconteça mesmo.

Do dia de hoje tiro de melhor a volta do curso de inglês, na qual estava garoando um tiquim. Então vinha eu com aquela penugem de gotículas minúsculas caindo no meu rosto e tornando-se uma sensação muito agradável na medida em que eu andava. Ia seguindo e querendo ir mais devagar para sentir mais daquilo. Um prazer digno de Amélie Poulan! Nada de temer molhar roupa, cabelo, material... tocar a alma é o ponto. Chegar ao conforto do si mesmo e olhar pra frente e ver o indivisível mil vezes passando pela luz da lâmpada do poste. Ah, foi bonito o espetáculo da chuvinha contra o vento.

Na verdade eu ia falar do Cem Anos de Solidão agora, mas creio que tenha de ter mais lucidez pra tratar de um livro tão rico. E eu o devoro ainda, agora degustando os últimos pedaços, como para não deixar de tê-lo comigo. Aconselho a todos que leiam esse livro!

Vou dormir então... Obrigada pela atenção!

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

serelepe

O estado de pispiriquice digivoluiu e foi pras paragens da 'serelepice'. É algo assim, um estalo que dá por coisas simples e bobas até, que aparecem num instante em que o mundo parecia frio e cruel. Tenho tido muito meus momentos serelepes ultimamente. É dessa coisas de se deixar levar por um sentimento mais morno do que a frieza abrupta do semper igual; algo assim.
Confesso que passei o dia com humor duvidoso, indo pro rude rapidamente.. mas nem tudo está perdido e a Fabíola salva sua alma por umas poucas palavras.

e agora minha irmã apressa pra usar o computadorr.. mas eu já volto!
:)

domingo, 4 de setembro de 2005

drama do cobertor antigo

Num belo dia, num reino aleatório distante, deparo-me com uma constatação tão triste que fez estalar a minh’alma. Era um ser que relatava algo do namoro de pouco mais de um ano como morno e conveniência de se estar um com o outro era a força que o mantinham juntos. No entanto nada foi mais grave do que a frase: estou com ele porque sei que não encontraria alguém melhor, assim como ele está comigo porque não encontraria uma pessoa melhor. Meu choque se deu à vista. Repeti a frase, e num arrepio que deu tratei de explicar ao meu jeito: então é assim, se estar com o outro porque não tem mais nada de interessante como opção?! Vieram então justificativas do tipo ‘estar sozinho é ruim’ e que a pessoa tinha ‘virtudes admiráveis’ e me atrevi a jogar pimenta no diálogo dizendo: e se alguém se dissesse apaixonado por você, te dando possibilitando sentir aquelas ‘magiquilidades’ de inicio de namoro novamente? Não, a pessoa não estava entregue a aventuras. O namoro estava morno dos mais secos e o ‘não ficar sozinho’ e o medo de ‘não encontrar alguém melhor’ imperava.

Agora vou eu nas minhas confabulações pensar: e se alguém estivesse comigo por mera conveniência, daí quando encontrasse alguém ‘melhor’ partiria a galope deixando um bilhetinho lilás de despedida breve? Digo que outra pessoa o faria, porque não me imagino com um ser e paralelamente esperando um príncipe encantado vir me resgatar e me tirar da suposta tortura.

Será que é regra depois de um tempo os namoros sucumbirem ao mofo da mesmice? Sinceramente eu penso que não, como até vejo por aí uns apaixonados que buscam a si de maneiras diferentes, olhares diferentes e vão se descobrindo boa surpresa um para o outro e fazendo do relacionamento um vinhedo de qualidade.

Cada relacionamento é um mundo, mas daí as pessoas se tratarem como num mercado de pulgas: ‘ah, se eu encontrar um cobertor melhor eu devolvo esse’. Não se consegue viver sem coberto então? Mesmo em profunda tristeza as pessoas se limitam àquele cobertor que não querem mais na certeza de que um dia ‘encontraram um melhor’. Sonham com o dia do cobertor passado ir pro lixo, afinal não esquenta mais mesmo, contudo não vêem que enquanto mantiver este cobertor antigo consigo nunca vão conseguir se desvencilhar dele.

Que não nos limitemos aos cobertores velhos, as estações que passaram, aos céus que só podem ser azuis.

sábado, 3 de setembro de 2005

the sky is blue...



As cores das nuvens nessa foto me pegaram de jeito. Tenho lá meu fascínio limitado por nuvens e céus por conta de um trauma da 5ª série, quando ao escrever uma redação na prova de Português sobre os desenhos da nuvens (os quais passava horas averiguando) a professora me chama na sua mesa e no meio de todos confere um tom jocoso ao se referir a minha redação dizendo: 'não existem nuvens azuis'. Todos riram, menos eu que fiquei impressionada: ué, não existem nuvens azuis? O que eu vejo então? Concordei com ela assumindo pra mim a culpa da falta de atenção dizendo que não era lá meu costume ficar olhando pro céu. De fato, dali adiante não olharia pra ele como antes, como se tivesse me ludibriado e não merecesse perdão.

Depois, mais velha e ao observar o céu de outras paragens dei-me conta de que minha nuvens azuis exitiam sim, que fossem reflexo do céu da noite, assim como essas alanrajadas o reflexo do sol poente. E que direito tem as pessoas de mandar nas nuvens de uma criaturinha?! Ou melhor, nas nuvens multicoloridas da imaginação de uma criança? Mas depois da minha indignação também refleti: eles não são culpados, são adultos que não têm mais do recordações.

As nuvens podem ter tido as cores que eu quis, contudo serei eu daqui a pouco que terei de corrigir 'as nuvens não são azuis', contando só com as recordações do tempo que não pensava assim.

fafanápole, faltam 15 dias, o que faremos no meu aniversário hein?! :)

sexta-feira, 2 de setembro de 2005

Tá bom, a idéia da conspiração machista do Mattoso pode ter sido demais. Mas continuo não concordando com o professor. E ainda sei que Mattoso foi um dos maiores (considerado internacionalmente) lingüistas brasileiros, contudo tem coisa que ele fez que hoje ele reconsideraria e reformularia (foi dito logo no início do post).
O momento 'feminismo' se deve mais pelo ódio às aulas. :)

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

2 filhos, um bom cinema nacional

Quando vi o cartaz a primeira vez logo pensei: ‘mais um besteirou vem por aí’. Ledo engano. Os 2 filhos de Francisco é o um filme que verdadeiramente emociona, não apelando para um melodrama barato, mas usando os fatos que sucederam na vida de forma crua num roteiro muito bem engendrado. Aliás, um parênteses aqui para parabenizar as roteiristas Patrícia Andrade e Carolina Kotscho.

A história de ‘Zezé de Camargo e Luciano’ é muito mais do que músicas melosas sertanejas,No filme que vemos a origem humilde da dupla e a sagacidade do pai em torna-los ‘alguém’ através da música. Seu Francisco era dado como louco, afinal enquanto a família passava fome ele não media esforços em manter os meninos cantando e tocando instrumentos. Obviamente ele contou com a facilidade que o mais velho, o Zezé, tinha em lidar com música, trazendo o sonho distante mais pra perto. Neste percurso para a fama contam com a infelicidade de um acidente que adiou em parte o sonho e ao final vemos que o Luciano entrou no ramo por mera sorte mesmo.


Se você está profundamente ressabiado com que verá no cinema, não se deixe impressionar pelos primeiros minutos onde me perguntei ‘o que estou fazendo aqui?’, e nem com algumas berrantes propagandas que chegam a dar ar de humor, tamanho o exagero. O filme emociona mesmo, alguém poderia dizer que nem parece filme brasileiro (muito menos tem orçamento de filme brasileiro, 5,9 milhões) e quem viu sai respeitando a dupla e ainda cantarolando ‘é o aaaamor que mexe com minha cabeça e me deixa assim’, mesmo detestando sertanejo.

Quem merece destaque especial é Ângelo Antônio por sua interpretação como o pai dos meninos, excelente; não só ele como também a Dira Paes fazendo o papel da mãe. A escolha do elenco foi muito feliz, desde os meninos quando pequenos ( a melhor parte do filme, na minha opinião), até a absoluta semelhança quando adultos (impressionante o Márcio Kierling como parece com o Zezé).

Então meu conselho é, deixe o preconceito que te impede de ir ao cinema prestigiar o filme juntamente com as vovós e mamães e assista Os 2 Filhos de Francisco sem medo, afinal estará vendo um dos melhores dramas do ano, ouso falar.

quarta-feira, 31 de agosto de 2005

Mattoso e suas suposições *matantes

Se Mattoso Câmara Jr. fosse vivo com certeza ele modificaria essa teoria hipotética estruturalista dele. O meu professor de Português (o Surfista ou Lorão pras íntimas), diz que Mattoso tem a teoria mais coerente para explicar flexão de número e gênero. Creio que seja muito simples criar explicações colocando um monte * antes da palavra e está pronta! uma maravilhosa teoria da estrutura do nome na Língua Portuguesa.
O difícil não é entender tanta suposição, mas sim aceitar que a desinência de gênero de menin-o não existe e que seria uma vogal temática, sendo menino a raiz da palavra e em menin-a o 'a' seja a desinência de gênero feminino. E ainda me dizem que isso não é machismo, é só linguagem... mas ela não reflete o discurso? E qual o discurso vigente fortemente nos séculos (e ainda hj), a da superiorida do ser masculino.
Levantar questões em sala eu não posso, porém umas meninas que recém sairam do 2ª grau (podem duvidar do que quiserem que tudo lhes será dado ouvidos. E eu sou chamada de caloura? ok.

Vou criar uma nova teoria das tais estruturas de nomes e depois esse professorzinho aí estará fazendo um ctrl c/ctrl v da minhas teorias, é a solução.

segunda-feira, 29 de agosto de 2005

‘Ai, minha vida”, eu grito no meu canto calada. É o calor que volta em toda sua potencialidade e me deixa com um ar de besta. Estava com uma sensação de estafa mental que transpassava a minha boa vontade de aprender italiano.


Na aula, de italiano, chega uma aluna que conta com a idade mais avançada que o geral e é professorada UniverCidade, dizendo que um aluno dela se suicidara hoje, se jogara do 7º andar. Todos ouviram, todos se calaram, saiu até uma piadinha na hora. Esse causo me remeteu ao que estava eu lendo ontem, o roteiro do Sétimo Selo de Ingmar Bergman. De fato eu só li as partes em que o Cavaleiro joga xadrez com a Morte, as partes mais incríveis, sem dúvida. Ele desafia a Morte de certo modo falando que não teria medo dela, mas sim que buscava respostas, daí o interesse por jogar xadrez. A Morte rodopiando nas respostas, um verdadeiro exercício de raciocínio e perspicácia.


A Morte afirma ‘eu não tenho segredos’. E o Cavalheiro Antonius Block está ali entre o ateísmo e a fé, tudo girando em torno do medo da morte e claro, no temor a Deus. Pode Deus ser medo de morrer? A Morte não quis revelar o tal segredo, não compete a nós sabe-lo. Fica nesse vácuo de misticismo a nossa crença, o que pode gerar uma desesperança avassaladora que acaba por gerar atos como o do menino que se joga do 7º andar de uma faculdade.


Término da aula, deixo a faculdade ‘correndinho’ pra pegar carona com a Lúcia que mora também em São Gonçalo, a qual venho toda manhã pra UFRJ. Fomos tranqüilamente pela Linha Vermelha (sem nenhum soar de bala), pegando o desvio para a ponte (uma entrada discreta), ela mantêm sua direita quando um caminhão joga-se por cima do carro, ela rapidamente freia e buzina... Fora um susto só. Mas a guarita nunca esteve tão próxima.


Passando para o que está aqui dentro, verdadeiramente não temo a morte como um ‘algo ruim’, pego um pouco da coragem do cavaleiro pra mim e poderia até jogar xadrez com ela, se soubesse. Não pediria respostas em troca, porque na minha convicção nem tudo tem explicação mesmo.
E para você, tudo tem mesmo explicação!? (por favor, respondam!:)




sábado, 27 de agosto de 2005

Stand By Me

When the night has come
And the land is dark
And the moon is the only light we'll see
No, I won't be afraid
No, I won't be afraid
Just as long as you stand
Stand by me

So darling, darling,
stand by me,oh, stand by me
oh, stand,
stand by me
stand by me

If the sky that we look upon
should tumble and fall
or the mountains should crumble in the sea
I won't cry, I won't cry,
No, I won't shed a tear
Just as long as you stand
Stand by me
Vejam Conta Comigo, se já não o viram. É um filmezinho de sessão da tarde muito dos bons...
Pois é, já é sábado... tô aqui fazendo nada, escutando 'guitarra y vos' do Jorge Drexler, aleatoriamente misturando uns sentimentos alguns que restam do dia de ontem. De tanta coisa eu me pergunto do que eu mais preciso. Acho q preciso ser Amélie Poulan por um dia só, depois eu me viro... depois eu trocava o vermelho e verde por outras cores (algo com lilás no meio) e me desenhava nova. Colocava um 'nariz de carambola' e responderia quando chamassem mariola. Tudo hipoteticamente falando, claro!

Ontem eu vi um filme bonitinho que me deixou com uma vontade de dar um abraço: Simplesmente Amor (aquele que o Rodrigo Santoro participou). O filme é um arranjo de flores que chega ao seu destino arrancando aquele sorriso e satisfação, embora passe por uns percalsos no caminho. "All we need is love", nunca tinho duvidado. Tenho que ver mais filmes desses pra manter firme a convicção. Ah, a trilha sonora é linda!

Uma vez na vida espero fazer o que realmente eu gostaria, falar para todos todos o que verdadeiramente acho sobre determinado assunto, visitar um país estrangeiro nem que seja o Paraguai, andar na barca Rio-Niterói, ver tulipas vermelhas e andar com um bicicleta lilás numa estrada de terra com flores caídas do outono e com um sol aquecendo levemente o meu ânimo. Não é só isso, gostaria de adentrar o CC mais um vez e encontrar a patuléia lá (sem eles não teria muita graça). Queria tb reunir minha turma do 2ª grau em São Chico, pq eles eram incríveis e divertidíssimos. Mas deixa esse negócio de almejar pra depois...


Agora estou escutando a música 'white flag' da Dido, e só de escutar o início dá um arrepio estranho. Essa música baixei a pouco tempo, ainda está no período de 'inedicidade' (credo, matei a gramática agora). Aí, certa vez em uma aula de reading da furg com o marcelo ele tocou essa música. A turma estava naquela salinha no caique, a menor (a que eu fiz a prova do vestibular), eu tava na primeira fila, o Régis tava de um lado, o Danilo do outro e reclamando das músicas q o professor trazia. Aí eu pensei, eu gosto dessa música. Mas foi por causa frase dele q eu gravei aquele momento. A Lukita na última fila cantando a música, ela já conhecia, claro! A Lizi do lado dela, a Dani e o Italiano do lado da Lizi (se não me engano). Tava o Mr. Presidente perto tb, e reclamou do gosto do professor pra música.
e agora a mariola chora, boba ela, pq a lágrima não derramada no dia certo perdura, perdura...

'i will go down with this ship...'

sexta-feira, 26 de agosto de 2005

poieses

"A literatura busca não apenas discorrer acerca de suas diferenças culturais mais sobretudo sujerir ao leitor novas indagações e tentativas de interpretação sobre o mundo. Como figura da história, o homem encontra na literatura seu contínuo fluxo de indagação."
Acima está um dos pensamentos da aula de Fundamentos da Cultura Literária Brasileira, com o queridíssimo Luis Edmundo.
O que muito me interessou na última aula foi ele falando do 'espanto ancestral', o espanto que o homem tem em viver. Você sabe pq está no mundo?!? Nem eu. Daí que escrevemos, lemos obras literárias, e vejo daí tb o pq de termos nossos 'blogsinhos'.
A literatura é um indagador da existência, forte pra mim conceber isso assim de perto.
Nascemos pra amar, sorrir, sofrer, cantar, querer ou tudo junto? Ou tudo separado? Ou tudo tudo? Gosto do 'tudo tudo', nascemos pra tudo, pra nos ilimitar, afinal a limitação já é o que vem de fábrica. E a literatura ali, transparecendo todo nosso espanto e vontade de aparecer.
E os que não lêem? Desperdiçam de ter suas questões aguçadas e um néctar a mais na vida bege/cinza. Decifrar o indecifrável, constantes indagações, isso é uma pequena amostra do que a tal litatura pode fazer conosco.
Ouso a mim mesma com meus versos de gaveta, sinto-me agitava e transbordada de vivacidade. Se a gaveta um dia for descoberta não nego nada, mas nego que eu venha escrever algo parecido novamente. Se cada folha voar ao esquecimento, canto ainda uma música dessas lentas e brindo no meu silêncio as palavras que se foram pra uma ilha cheia de espanto, voltando a sua fonte.

quarta-feira, 24 de agosto de 2005

e a greve?

Os funcinários da UFRJ já estão de greve (ao menos da Faculda de Letras). Os professores nem sinal dão da tal greve, parece até que não existe. Tanto é assim que tinha pensado que a greve só seria para funcionários mesmo, aí uma professora meio 'perdida' comenta que 'se entraram de greve estou furando inocentemente'. Então senti a dimensão de perigo que nos cerca: além de ficar sem a biblioteca, ficar sem aula? E ter aulas nas férias, naquele calor típico (que começa a se manifestar agora), na claustrofobia das salas da UFRJ seria algo que gostaria que não acontecesse. Tenho dito, tenho outros planos...

Em relação ao andamento do curso, uma boa constatação: matérias como 'fundamentos da cultura brasileira', 'literatura comparada' e 'fundamentos da literatura inglesa' têm mudado o ânimo das criaturas aleatórias e dado um estímulo, além da oportunidade do contato com tantos clássicos da literatura, além de professores interessadom e compromissados com o que fazem. Finalmente!

Uma última observação é que a 'tal cidade maravilhosa e metrópole cultural e diversificada' exige algo que não tenho, uma certa liberdade e uma audácia que me pesa ter. Creio que seja isso, por vendo artificialmente, o que causa tanto bege.

E a greve???

terça-feira, 23 de agosto de 2005

ser bege

Como posso eu estar tão bege??!! É em todo o canto, tudo o que eu faço: estou bege!!! Cor do conformismo, do calar-se, do pensar e não fazer ou do não pensar logo de uma vez. Simplesmente não tenho um Atitude, fico calada e calada no meu cantinho de menina bege. Eu visto bege e a roupa fica transparente, toda bege eu sou. Não, não sou! Minha vida é lilás. Ou era!?!? Ih, tá aí uma coisa pra resolver, ou não.

Vindo pra casa agora pouco do inglês vi uma enorme fila de pessoas sentadas nas calçadas, preparadas para dormir, em nome de serem atendidas amanhã na previdência social. Vejo aquilo umas quantas vezes e tem como se conformar? Passar ali e olhar indiferente dizendo por dentro 'tá tudo normal'? Eu desvio o olhar, mas vejo de rabo de olho, pessoas idosas até olhando curiosas e eu lá por dentro em rebuliço me perguntando: por que? É simples a pergunta: por que??? Por que deles estarem ali? Por que do meu rebuliço? E do 'por que' vem o 'posso mudar?'. Sendo a professorinha de escola pública aquela, posso mudar??!! Serei bege com eles? Olharei bege, ensinarei bege, gritarei bege, chorarei bege?

É muita interrogação pra um ser aleatório só... Só quero não ser bege na hora em que eu tiver o relativo poder de mudar a vida de uma criaturinha e só.