segunda-feira, 29 de agosto de 2005

‘Ai, minha vida”, eu grito no meu canto calada. É o calor que volta em toda sua potencialidade e me deixa com um ar de besta. Estava com uma sensação de estafa mental que transpassava a minha boa vontade de aprender italiano.


Na aula, de italiano, chega uma aluna que conta com a idade mais avançada que o geral e é professorada UniverCidade, dizendo que um aluno dela se suicidara hoje, se jogara do 7º andar. Todos ouviram, todos se calaram, saiu até uma piadinha na hora. Esse causo me remeteu ao que estava eu lendo ontem, o roteiro do Sétimo Selo de Ingmar Bergman. De fato eu só li as partes em que o Cavaleiro joga xadrez com a Morte, as partes mais incríveis, sem dúvida. Ele desafia a Morte de certo modo falando que não teria medo dela, mas sim que buscava respostas, daí o interesse por jogar xadrez. A Morte rodopiando nas respostas, um verdadeiro exercício de raciocínio e perspicácia.


A Morte afirma ‘eu não tenho segredos’. E o Cavalheiro Antonius Block está ali entre o ateísmo e a fé, tudo girando em torno do medo da morte e claro, no temor a Deus. Pode Deus ser medo de morrer? A Morte não quis revelar o tal segredo, não compete a nós sabe-lo. Fica nesse vácuo de misticismo a nossa crença, o que pode gerar uma desesperança avassaladora que acaba por gerar atos como o do menino que se joga do 7º andar de uma faculdade.


Término da aula, deixo a faculdade ‘correndinho’ pra pegar carona com a Lúcia que mora também em São Gonçalo, a qual venho toda manhã pra UFRJ. Fomos tranqüilamente pela Linha Vermelha (sem nenhum soar de bala), pegando o desvio para a ponte (uma entrada discreta), ela mantêm sua direita quando um caminhão joga-se por cima do carro, ela rapidamente freia e buzina... Fora um susto só. Mas a guarita nunca esteve tão próxima.


Passando para o que está aqui dentro, verdadeiramente não temo a morte como um ‘algo ruim’, pego um pouco da coragem do cavaleiro pra mim e poderia até jogar xadrez com ela, se soubesse. Não pediria respostas em troca, porque na minha convicção nem tudo tem explicação mesmo.
E para você, tudo tem mesmo explicação!? (por favor, respondam!:)




2 comentários:

Lizi disse...

E a morte nos persegue... :P

Eu acredito que haja uma explicação pra tudo, porém que ainda não tenhamos capacidade para compreendê-la. Mas por outro lado, a verdade é relativa e, muda muito de santo pra santo. A real questão pra mim é a da solução. Há solução para tudo na vida? Ó!

Me lembrei de ti há pouco tempo, estava ouvindo a música do alemão Ronaldo e do nada, puft: Fah na cabeça :P

=*************888 Cuidado com as tuas andanças aí!

Lizi disse...
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