quinta-feira, 30 de junho de 2005

e da tal teoria literária...

"Somente renovando a língua é que se pode renovar o mundo. Devemos conservar o sentido da vida, devolver-lhe esse sentido, vivendo com a língua. Deus era a palavra e a palavra estava em Deus. Este é um problema demasiado sério para ser lançado nas mãos de uns poucos ignorantes com vontade de fazer experiências. O que chamamos língua corrente é um monstro. A língua serve para expressar ideais; mas a língua corrente expressa apenas clichês e não ideais; por isso está morto e o que está morto não pode engendrar ideais."
João Guimarães Rosa

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É o que ficou no final do semestre das aulas de Teoria Literária II com o professor Antônio Jardim.

quarta-feira, 29 de junho de 2005

Meu limite é essa flor...



quero um abração do tamanho do mundo!

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Terminei o trabalho da tia Clarice, amanhã terminam minhas provas e eu... O que faço depois?
Humm... isso mesmo!

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Desmargiei o blog de vez. Pronto, tudo assim, desajustado. Já que é pra estar sem margem, esteja sem margem direito! (e sem margem esquerda, direita e nada de enganar com tereceiras margens...).

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Falei com o Régis hoje uns poucos minutos, o suficiente pra ele pegar loucamente no meu pé em relação ao meu 'sotaque carioca'. Mas eu sempre fui carioca! Esses gaúchos que são um acidente de percurso. Mas pelo que vejo, em relação a sotaque nunca vou ser normalzinha mesmo. Melhor é ser uma flor...

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Mas não sou previsível como uma couve-flor!

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Amanhã estarei mais organizada, juro!

:)

terça-feira, 28 de junho de 2005

Ih, prova! se eu fizer uma boa prova amanhã, pronto! o semestre terá valido a pena...
Que bobagem isso, até parece que ele só terá valido a pena por conta de uma provinha de decorar textos em inglês. Não, não, meu mundo não se resumi a isso: colar em grego, decorar textos em inglês e copiar provas de latim.
Pra mim esse semestre só não pode findar de boas questões, de falar (mal) dos gramatiqueiros, de tentar alguma solução pra alguma questão dessa q fica perdida entre um dia e outro.

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Recém conversei com um ilustre membro da blogosfera (poderia bem se ter outra palavra pra isso) por msn. Fiquei boba de descobrir uma pessoa tão querida, embora já indicasse isso por seus posts e mais posts...
Mas pensando bem isso não passa de um blog. E o que é um blog? (além de marca de ração de cachorro lançada pela Eliana - vejo isso num cartaz todo dia passando de ônibus).
- É aleatório, ao menos o meu, assim como eu. :)

domingo, 26 de junho de 2005

Hoje tenho coisa pra contar, seja meu sonho maluco de ontem pra hj (que sonho não é maluco mesmo?), ou a festinha adorável de 2 aninhos q fui ontem(quem diria q adjetivaria tão positivamente assim a tal festinha). Por ordem cronológica, vamos à festinha!

Era uma daquelas festinhas de criança q eu não tinha nada o que fazer lá. Tinha q dar minha ilustríssima presença (oh, garota importante). A menininha era filha de nossos vizinhos aqui de andar, eles que nos indicaram o lugar pra morar no Rio. Só sei q com o tempo foi-se estreitando os laços deles com a da nossa família e aí cria-se um fenômeno que pode ser classificado como afeição. O caso é q nunca me senti tão avontade numa dessas festas infantis. Queria ter um irmão pequinho só pra ir lá pra frente brincar com ele da brincadeira do bambolê, de imitar e o q fosse. Era tão 'puro' (adjetivo constantemente usado por uma amiga de facul). E um dos momentos mais bonitos foi quando o pai fora dizer umas palavras e acabou se emocionando pelo fato de seus amigos estarem ali, prestigiando o aniversário da sua filha. Ahh, mais um pouquinho eu chorava tb, ando tão sensível que não posso ver uma formiguinha sem perna q eu choro. :PP

Ah, agora também não quero mais falar do sonho, q na verdade foi um filme, produzido por mim! ahahaha

Bem, agora estudarei um tanto para a prova de reading, pra depois mergulhar no mundo da Tia Clarice :)

Outra coisa: como eu gosto de vcs. - Pispirica eu!

sábado, 25 de junho de 2005

Borboleta amarela...

"Borboletinha tá na cozinha
fazendo chocolate para a madrinha
Olhinho de vidro
Perna de pau
Pouco de milho (?)
E nariz de pica-pau pau pau"

- Essa musiquinha eu cantava quando tinha meus 4 anos. Certa vez meu pai gravou em fita eu cantando... Só que daí ele apagou :( Como eu gostaria de escutar minha voz com 4 anos!!!

sexta-feira, 24 de junho de 2005

Um cachorro desse q eu queria... Ainda terei! Aí ele poderá comer as plantas do meu jardim. Nantes o nome dele.


O espelho de 6ª

Olha, estou sem margem tb... E eu que ia debochar do Italianinho :P. Bem que estou sem margens mesmo, talvez na terceira margem do rio. Se bem que 6ª feira é dia de espelho. Reflexo, olhar pra si mesmo por dentro de si. Complicado.

Andei tendo pensamentos de ônibus esquisitos, mas não inéditos vindos de mim: já pensou se isso que nós vivemos não passar de um sonho nosso, ou de outra pessoa, 5 segundos da vida dela, toda nossa vida... No mundo onírico o tempo é o de menos, nosso tempo lá não conta mesmo. Ainda pensei naqueles lapsos que temos de forte impressão de que já vivemos determinada situação: uma vez na 6ªséria, tinha acabado de me mudar pra SC e estava na sala de aula (uma bagunça), quando tenho a plena consciência de que aquilo já tinha acontecido a ponto de dizer o q ia acontecer posteriormente. Uma fenda. Talvez tudo aquilo fosse tão previsível mesmo, mas prefiro chamar de fenda. Opção.

Em termos de sonhos a semana tb foi frutífera: sonhei que passava um bom tempo papeando com a Lizi, assuntos interessantes, que o Italiano reclamava muito :P e num outro eu ganhava um cd do Jorge Drexler (como o Pablo : ) Blogosfera em peso. Mas também tiveram outros aspectos interessantes, como a borboleta deslumbrante de tão amarela que apareceu. Era linda. Como queria sonhar com ela novamente...

Despertou-se a vontade de ter um jardim novamente. Borboleta borboletiando. Quando tinha o meu passava tardes cuidando de planta por planta, aguando, tirando a erva daninha; ficava com a unha preta de tanta terra, um prazer digno de Ámelie Poulan. Agora fico cuidando dos jardins alheios, olhando o que faria pra melhorar, o que plantaria de novo... Num desses que observava tinha um lindo cachorro preto, pelo curto, alto(não seria grande?), que comia as plantas da dona com uma delicadeza digna de cachorro! Como queria ter um... Queria aquele mesmo. Mais até do que a borboleta amarela.

Como estou escrevendo displicentemente. Bem que precisava, depois de tanta burocracia... Se bem que meu problema não é com a burocracia, mas sim com os burocráticos! Ah, e ainda discuti com os gramatiqueiros. Como fico triste triste! Não pela ‘gramaticidade’ mas pelo não aceitar escutar e só. Não quero que peguem minhas idéias como “certas”. “Certo”, isso existe? Existe discutir idéias. Ao menos na minha margem do rio. Só sei que procurarei fazer com que meus filhos não estudem com essas maquinas de decorar que se dizem gente (estou sendo rude?).

Quero uma margem onde gramatiqueiros e burocratas não me vejam por um tempo. Vai ver já estou nela pq eles já me olham indiferente. Mas eu sorrio pra eles mesmo assim, vai ver só estamos em diferentes margens mesmo. E como faz diferença...


quarta-feira, 22 de junho de 2005

falando em internet...

Acabei por me deparar com um site sobre canhotos que me fez relembrar causos que sempre passei. O Mundo Canhoto fala um pouco sobra a saga dos 'desajeitados' canhoteiros. Sou canhota e confesso que absolutamente nada sei o pq disso. Propensão genética? É o que mais se diz. Mas o grande debate mesmo é se os canhotos são 'diferentes' e de fato têm algo de especial em relação ao resto (réles destros :P). Creio eu que não há nada demais. Se bem que tem tb aquela do cérebro, do lado criativo do canhoto ser mais desenvolvido ou algo do tipo. Nada comprovado, e com razão, afinal não vejo distinção nenhum entre mim e uma 'pessoa normal'. Só por ser minoria não quer dizer que canhotos são mais inteligentes, mais capciosos ou coisa do gênero. Canhotos são canhotos e pronto, deu pra bolinha.
Engraçado mesmo sempre foi o tratamento das pessoas 'nooossa, vc é canhota', um admiração vinda não-sei-lá-de-onde. E eu, de bem trouxa que era, ainda reforçava todo o misticismo em tordo do fato de ser canhoto, isso pq meu pai sempre foi campeão de fazê-lo (não sendo canhoto, contudo muito criativo) e eu entrando na pilha de pilhar as pessoas. Contava lendas, dizia que a grande parte dos artistas eram canhotos, falava da facilidade do canhoto em aprender qualquer coisa, contudo a dificuldade de manusear uma tesoura (isso da tesoura é real), contava fábulas fazendo com que as pessoas achassem que canhotos eram de outro mundo - nem parecia que eu era canhota. Ah, quando eu era menor eu fazia horrores. Crescendo, todo o misticismo passou depercebido, ngm mais te aponta como canhoto, ás vezes um ou outro admira... Nem eu mais noto quem é ou não.



Obs: não me peça pra abrir lata!


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Falando em sites, vi uma entrevista no Sem Censura da TVE de um indivíduo que montou um site sobre as farsas que circulam por e-mail, como a eterna menina com câncer que vc tem que repassar pra que ela ganhe um ajuda pelo e-mails repassados, as motagens inusitas - mtas ditas reais, e aquelas notícias bobas que sempre tem um que repassa sobre um absurdo qualquer. Vale a pena entrar no e-farsas afinal um desse tipo de e-mail ao menos vc deve ter recebido.


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Acabou o momento dicas.:)
Vou estudar Português.
Queria fazer algo que verdadeiramente sou boa. Ou não. Queria 'nada disso'.

terça-feira, 21 de junho de 2005

Subira no ônibus com ar cansado. Entregara o dinheiro automaticamente, com o olhar baixo, surpreendendo-se quando encontrara um 'boa tarde' de saudação. O trocador lhe exibia um sincero sorriso, tão sincero que a fez sentir um desconforto quando, por educação, respondera com um olhar desinteressado e um forçado sorriso se esquivando do rosto. Ao receber o troco, mais uma surpresa: um muito obrigada com mais um daqueles sorrisos de felicidade na face do bom velhinho trocador. Seria ele um bom homem? Os pensamentos pulsavam... Mas ela sentira um martírio extremo sentada naquele banco de ônibus pensando: onde está minha espontaneidade? Perdida... Por onde? Ainda ecoa um parte dela dentro daquele ônibus.

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Vou apresentar meu último trabalho de inglês amanhã, ufaa!

segunda-feira, 20 de junho de 2005

sou fã

Enquanto o Italianinho é fã do De Andrè, me rendo à música de Jorge Drexler - um uruguaio que há pouco tempo estourou na Espanha e que com isso viemos a escutar alguma coisa dele aqui no Brasil. Ele ganhou o Oscar de melhor canção: Al Otro Lado del Río e no mesmo dia em que o vi cantar um pedacinho da canção na entrega do prêmio (já que não deixaram ele cantar a própria música, preferirak Antonio Banderas ¬¬) escutei um outra música dele na rádio Paradiso (rádio nossa de cada dia) e resolvi procurar algo a mais no Kazza (ah, quero mudar de programa de baixar música).
Agora achei um site que tem a discografia completa, este aqui
:)

Uma, dentre tantas extasiantes músicas de Drexler segue abaixo. Não tem tradução pq meu espanhol é tão bom quanto de qualquer outra pessoa que não tenha aprendido espanhol :P Mas a letra tem métrica!!

Deseo

Yo soy, tan sólo
uno de los dos polos;
de esta historia, la mitad.

Apenas medio elenco estable;
una de las dos variable
sen esta polaridad:

más y menos,
y en el otro extremo
de esa línea, estás tú,

mi tormento,
mi fabuloso complemento,
mi fuente de salud.

Deseo
mire donde mire, te veo
mire donde mire, te veo
mire donde mire, te veo…

Igual que hace millones de siglos
en un microscópico mundo distante, se unieron
dos células cualquiera…

Instinto,
dos seres distintos
amándose por vez primera.

Deseo
mire donde mire, te veo
mire donde mire, te veo
mire donde mire, te veo…

Dulce magnetismo:
dos cargas opuestas
buscando lo mismo..

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domingo, 19 de junho de 2005

campanha conha a automatização da vida

Seriamos nós limitados por aquilo que mostramos? Aquilo que aparentamos ser, aquele trabalho que aparentamos nos dedicar pq fizemos bem ou aquele que nos demos mal e aparentemos nada nos dedicar. Somos escravos então da automatização do pensamento, duma ação e reação carniceira, pq não vê além dum palmo?
Não interessa quem nós somos, interessa o que podemos fazer por alguém e pela gente.
Não interessa que valores temos, interessa se nossa roupa é adequada, nossos dentes tão aparelhísticamente perfeitos.

Estou cansada, estou cansada, estou cansada.
E nada interessa... Pq?

Grito seco, garganta dói. É o que? Falta água.
Já sentiram aquela sensação de beber água depois de passar um bom tempo com sede? É um prazer digno de Ámelie Poulan.

Mas ninguém se interessa mais por prazeres mesmo. Uns raros eleitos.
Que vc esteja entre eles...

sábado, 18 de junho de 2005

Pispirica da vida

A minha patuléia agora me liga convidando pra comer batatinha frita no 'shopping' de Rio Grande. Ah, eu fui, por alguns instantes :)
Eu amo, amo a patuléia (menos o Italiano :PP).
Ah, eles sempre tocam o terror!
Thanks: Lizi, Italianinho, Dani, Régis, Lukita e Lizi novamente.
E meu recado final é pra que eles sempre comerem batatinha no shopping!!!

sexta-feira, 17 de junho de 2005

Mudando o discurso

Depois de escutar Jorge drexler por mais de meia hora, refletindo (ou algo do tipo), resolvi então "mudar" posturas, comportamentos e até de número de identidade se eu pudesse (se bem que posso...). Estava eu concatenando com os meus botões sobre os fahtos dos últimos tempos, dias, horas... Como vemos o tempo tudo tudo de ruim que há no Planeta Terra. E as expressões de carinho, cuidado, lembrança ficam em um 5ª plano.

Hoje, antes da apresentação de inglês veio uma guria da minha sala que não sou muiiiito de falar me dizer que lembrara de mim na aula de Português dela e anotara o nome de um livro de Análise do Discurso que o professor citara. Depois vieram uns bons apertos no braço, dizendo "boa sorte", tubilhão de olhares com o famoso 'bom fluido', foi confortante. Depois veio um pedido de desculpa não necessário, veio alívio... Veio tanto tanto sentimento junto que predominou a 'aleatorização'.

Só queria saber mesmo retrubuir cada pedaço de coisa boa que há. Escrevendo aqui, na verdade, é pra mim mesma depois olhar e admitir que não tem pq se fazer tempestades em um copo d'água. Tempestade dentro de si.

Admito, por agora, que amo. É só. É algo. Confissão de mim pra mim. (isso é clariceano, ou não)

Sobre todo creo que no todo está perdido
Tanta lágrima, tanta lágrima y yo, soy un vaso vacío
Oigo una voz que me llama casi un suspiro
Rema, rema, rema-a Rema, rema, rema-a

/me agora escutando Fito Paez...
Alguém quer pagar uma passagem pra mim lá pra Conchichina??!? Não?!? Será que fazendo vaquinha não rola??!?!?!?

ahahaha

SÓ RINDO! Como se repetia tannto naquele conto do ano passado que não me lembro mais o nome.

"Desculpe"

quarta-feira, 15 de junho de 2005

Ah, estava eu no fim dos afazeres quando olho pras minhas mãos: estavam elas manchadas com a tinta verde da caneta bic. Eram riscos sem qualquer simetria feitos ao gosto do acaso, mas que de certa forma causavam um efeito de sentidos que ao olhá-los me senti mais viva.

Estranhesa... Palavra que marca esses dias.

:)

Os gaio...

Tem um galho atrapalhando minha criatividade textual. Sabe aqueles brancos que não se sabe o que escrever, pq, nem onde... Creio que seja esse monte de lógica que se tem que ter pra montar tanto trabalho.
Eu não tenho nada contra apresentar em público, mas minha realização é quando apresento pra turma e não pro professor. Por isso estou temendo tanto a apresentação de 6ªfeira agora... Eu nem quero ver o resultado, mas estou preparando algo pra turma com extremo cuidado e graça. Assim como hoje na apresentação de Port 1 do livro "Como falam os brasileiros" que procurei levar informações pra somar na vida acadêmica deles, falando de fonética dando algumas noções pra eles que teram no próximo semestre e levando música e recitando até poeminha.
Na hora em que recitei, antes eu estava insegura de fazê-lo... quando comecei, lendo a transparência e fazendo um sotaque caipira que só vcs vendo! foi catarse... no final eles até aplaudiram... eu me senti infindavelmente bem, não mto pelas palmas, mas por sentir que o povo admirava a beleza da poesia, a sentia ali, pulsando :)

a poesia do seu HoBBiNHo:

Os gaio se mexe, mas nem sempre as fôia cai
pode vim vento soprá bem de perto
que os gaio esperto sabe cumé que sai
e se a arve toda balançá
é uma dança de fôia no ar
umas cai com muita pressa
as otra quase que frutua
porque sabe que numa dessa
vê mais perto a dona lua
(Fábio Tramasoli)

/me montando trabalho sobre 'ing and infinitive'.

segunda-feira, 13 de junho de 2005

Escutando a rádio (Paradiso FM) hoje, nessas notícias relâmpagos que sempre passam, me chamou atenção de forma absurda a 'nova': "Papa condena o uso de preservativos e diz que a Igreja combate a AIDS através da castidade e da fidelidade". Só esqueceram de informar a que planeta se referia... Obviamente não estou combatendo os valores da castidade e da fidelidade, contudo temos que convir que ambos não são simplesmente instituíveis por "decreto bento" dentro da vida de cada indivíduo.

A Igreja é referêcia no combate a fome na África, pq não poderia ser um exemplo de combate a AIDS?
Em determinadas tribos africanas, quando a mulher fica viúva , ela tem que passar por um ritual de purificação na qual TEM que se deitar com algum parente do marido, ou com algum "purificador" oficial da tribo. O índice de viúvas que tem morrido deixando seus rebentos largados a má sorte é altíssimo. Além delas enfrentarem a resistência dos chefes tribais (que argumentam que seria imposível acabar com ritual pq isso atrairia maus espíritos), a Igreja tão presente em forma de caridade, ainda condena o uso do preservativo que nesse caso determinaria a sobrevivência daquele povo. (Meu trabalho de reading foi sobre isso)

Fidelidade e castidade não funciona muito no caso acima. E por acaso funcionaria no mundo Latino americano catolissíssimo? - É algo

domingo, 12 de junho de 2005

"Não sou previsível como uma couve-flor"

Ao menos essa era a intenção. Mas no final somos tão iguais e previsíveis que... Chatisse reina!
E no final, quem não foi couve-flor um dia??


achei um tesouro dentro de um livro...

Dentro de um papel amassado estava lá o versinho:

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A presença distante das estrelas.
Mário Quintana

sábado, 11 de junho de 2005

Ela e ela

Pegaram-se presas ali num diálogo que deveriam começar, faltava caminho, meio e fim. Olhavam perdidas para todos que as cercavam, procurando achar assunto. Sabiam que o esforço seria sobre-humano, mas valeria a pena só por passar que eram damas civilizadas e até que muito amigas. Na verdade estavam numa cilada feita uma pela outra e agora não tinha mais volta, não teriam como se levantar e sair dali como se nada tivesse acontecido. De frente pra outra, começaram o diálogo:
- Você aquela loja que comprei as caixinhas? - a outra sequer sabia de que caixinhas se tratavam – Acredita que tem uma promoção incrível lá. – muito entusiasmada contava a mais velha.
- Humm, falando em comprar preciso de cartolina, pra um trabalho.
- O que terá no trabalho?
- Umas frases, é pra escola.
- Que tipo de frase?
- Frase, frase que você não entende.
- Humm.
Silêncio.
- Olha que bonitinho esse enfeite. No seu aniversário vou comprar um igual. – falou a mais velha
- Seria engraçado! - fala a moça mais nova esbanjando seu primeiro sorriso verdadeiro.
- Aproveito e faço meu aniversário junto, é quase no mesmo dia.
Risos.
- Está um calor aqui. – reclama a mais velha.
- Você está na menopausa? – mais risos.
- Ah está calor mesmo. Este parabéns não vai sair hoje...
- Estou com sono...
- E sua irmã, por onde anda?
- Em outro mundo, certamente... Saiu com uma colega tão desconhecida pra mim do que ela mesma.
- Vocês se desconhecem tanto que eu não reconheço mais vocês, por onde vocês têm andado? Me sinto inimiga... – confessa suplicante.
Elas sentem que o papo pode ficar sério e o que era só um passar tempo pode virar um turbilhão de pensamentos. Evitam isso.
- Olha que graça aquela criança... – comenta a mais nova, com um sorriso rasgando falsamente a boca.
- Bonita. Isso me preocupa...
- A criança?
- Não, vocês.
- O que tem? Não nos odiamos!
- Talvez me odeiem
- Que isso... Ainda é nossa mãe.
- Não sinto isso... Vocês me eliminam de tudo o que há.
- Impressão sua...
- Impressão? Quando for certeza então, não quero nem ver...
- Exagero...
- Então diga onde estou errada?
- Em dizer isso sim, não tem cabimento, você é a mãe e está aqui comigo. O que mais se pode fazer?
- Fala isso como se fosse um enfado.
- É chato falar disso, só isso.
- Talvez porque a culpa não seja só minha.
- Talvez porque a culpa seja SÒ sua, com toda veemência possível na palavra. Mas como filha eu não queira pensar isso.
A mãe fica entristecida, bebe quantos mais refrigerantes aparecem, não deveria ter tocado no assunto.
- E agora? - Inquiri a filha.
- Agora é uma boa hora de falar de outra coisa.
- É hora de esclarecer, por onde VOCÊ tem andado?
- Gostaria de saber também.
- Você está perdida e a culpa é minha?
- Não tem culpados...
- Que filosófico! Depois dessa resposta só me resta dormir e sonhar com o príncipe encantado!
- Não precisa ficar furiosa, achei só que esse assunto não chegaria a lugar nenhum.
- Quem sabe porque não chegue no lugar que você quer...
- Desisto! Como você consegue ser tão amarga tão nova assim.
- Minha mãe não me ensinou a ser diferente...
- Você tem pai sabia?
- Qual deles?
- O que te teve comigo! Só há um e ele nunca deixou faltar nada pra você.
- Se ele viesse me visitar mais vezes eu diria o mesmo...
- Será o impossível! Não podemos passar algumas horas juntas, conversando?
- Não temos assunto... Não basta nossos lindos vestidos e maquiagem pra fazer agradável a companhia uma da outra.
- Você tem problemas...
- Não, só tenho 13 anos!
Um longo período de silêncio, elas não se desafiariam mais. Tinham medo do que poderiam proferir reciprocamente. Esperariam o parabéns pra ir embora. Ficaram em silêncio, o tempo todo pensando em que poderia acontecer se desse um abraço na outra.

--

Historinha aleatória que pensei ontem num aniversario que teve aqui no prédio. Qualque semelhanã com o real é mera coincidência :P (mas não é novela da globo nãaaao). Só quis fazer algo 'diferente', refletindo os elementos sociais.

sexta-feira, 10 de junho de 2005

coisas estranhas, pensamentos aleatórios

Impressionante como essa semana foi cheia de coisas pra fazer e vazia de pensamento. Nem com bloquinho por todo canto conseguiria espremer alguma coisa de significante dessa minha mente temporariamente pertubada por trabalhos e provas. Não sei em que parte do caminho eu tropecei, mas sei que ouve uma lacuna incrível que me faz agora correr loucamente atrás de algo que nem enxergo ao certo o que é no final. Tudo cercado por clichês, lógicas de botequim, dizeres de deuses que não me dizem nada... E onde está o lilás? Boa questão... Pena que 'questões' não têm respostas.
Depois de muitos pergutarem 'vc está bem?' ou falarem 'como vc parece cansada' ou ainda 'não vai se matar estudando', concatenei (como eu gosto dessa palavra) que precisava verdadeiramente parar de "pensar a língua portuguesa", toda sua pompa e circunstância e desinteresse em mim, por alguns momentos. Mas dá um vazio... Sensação estranha essa, como se o mundo girasse em torno de um novo sol (poderiam haver vários?). Ou ainda venho me inquerindo se isso não seria um modo de me esconder (não disse tinha o clichê), de me fazer auto-suficiente e boa em alguma coisa (aquela busca de transcender algo).

Bem, de reflexão tiro mesmo é que preciso dormir, sonhar um pouco.
E que volte a vida lilás da garota de apartamento. :)

quarta-feira, 8 de junho de 2005

Trabalho, trabalho, trabalho... E eu me esquecendo das coisas que se tinha de fazer :// O fichamento!!!! Sono o tempo todo... Ih, que quadro LINDO!

Deixa assim, vou de encontro ao 'instante poético' do blog do Pablo... Uma poesia, afinal elas são tão essenciais... :) e eu tb ando sem teeeeempo e mente preocupada não deixa que se fale muito. :/

Fiquemos com Fernando Pessoa:

Entre o sono e sonho,
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.
Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.
Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.
E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre -
Esse rio sem fim.

Obs. A casa está ali.
Obs.2 Ah, amo essa poesia :)

terça-feira, 7 de junho de 2005

Observando os detalhes da paisagem que passava, notara ela uma casa branca com detalhes verdes. A casa não era das mais lindas ou das mais novas, mas era casa e vista de cima. Casa que parecia grande e habitada por toda sorte de gente. Era a casa e isso bastava pra ela que olhava complacente, olhava buscando habitação pra si mesma.

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hj é 3ª!

segunda-feira, 6 de junho de 2005

Numa aula de Inglês...

Discutindo hoje na aula de 'reading' um texto que tratava o Rock como o câncer da musicalidade, tratei por falar bem da parte "Dead Poet's Society" da coisa (com direito a citação), dizendo que nós, como seres humanos, somos fadados a admirar, sem muita lógica tantas vezes, a música e a poesia... E seja lá o estilo que fosse não tinha um que discutir o gostar do outro.
Humm... O impressionante é que falei isso e mais em INGLÊS! Finalmente meu gelo com a nova língua e com a turma está quebrando...
Nada melhor que a frase do meu orkut citada em aula:]
"We don't read and write poetry because it's cute. We read and write poetry because we are members of the human race. And the human race is filled with passion. And medicine, law, business, engineering, these are noble pursuits and necessary to sustain life. But poetry, beauty, romance, love, these are what we stay alive for. To quote from Whitman, 'O me! O life!... of the questions of these recurring; of the endless trains of the faithless--of cities filled with the foolish; what good amid these, O me, O life? Answer. That you are here - that life exists, and identity; that the powerful play goes on and you may contribute a verse.' That the powerful play goes on and you may contribute a verse. What will your verse be?"
Dead Poet's Society

E depois de tanto eu falar (um milagre afinal ou ninguém fala nada ou fala tanta gente q nao tem como falar), a professora dá um sorrisinho de satisfação e baixinho diz: "eu não tinha pensando desta ótica"

Pela primeira vez não me senti uma formiguinha nesta aula :)

E completando um poeminha...

Seria bobagem
Ou tristeza
Que me invade
Ou pureza
Da mais cômoda
Ou certeza
Da voz que chama
Do futuro que pede
Da beleza
Que na alma
Segue..

Obs. Pontuação definitivamente não é o meu forte... mas métrica está melhorando né Italianinho?
Obs.2 O Régis, comentando ontem de brincadeira que precisava de 'Fafas a favor da classe dos baixistas', bem, defendi seu Rock então :)

domingo, 5 de junho de 2005

Obs. para Italianos: eu não bebo! E vão cuidar das suas tribos!!! :P

Alguma coisa

Na 6ªfeira, dia de choppada de letras, estava eu lá com uns amigos jogando sueca (que quadro esse), quando, ao nos expulsarem da mesa, ficamos em pé ao lado do palco e a pouco começa um senhor (pinta de vovô) a tocar bateria. A princípio pensei q fosse só ensaio pra alguma banda, depois reparei que seria só ele e um saxofonista a tocar alguma coisa. "Alguma coisa" que seja lá que coisa era, transcendeu a alma indo pra esfera do indizível. A bateria não era das melhores, nem das mais novas. Mas ele tocava de um jeito como se ela fosse tudo na vida dele, com ímpeto de quem está se realizando por uma vida inteira... Sentido, havim todos. Sentimentos, só os mais cobiçados. E eu assistia a tudo extasiada, pensando cá com meus botões se poderia eu algum dia sentir um alguma coisa parecida.
Conversando depois com um amigo surgiu da parte dele a frase: "queria fazer algo no qual eu fosse bom". Surgiu dentro de mim a idéia do senhor da bateria que era muito habilidoso no que fazia, que fazia aquilo com a alma. Surgiu uma lacuna, estaria eu caminhando pra algo assim ao viver como vivo, ao traçar o futuro como traço, ao acreditar que um dia possa ser, quem sabe, dependente só das minha convicções? Acredito que esteja fazendo algo no qual eu seja boa: um dia vou ensinar... ou não, aprender e só. Um dia é tão vago que se perde na vagareza do tempo que se fica assistindo passar.
Aí, penso eu, que um sentido pra tudo isso seja mesmo achar alguma coisa que nos faça ir além do limitado, além de quem nos limita, só além... E seja talvez esse o limite que só se possa ir sozinho. Por isso muita gente desista de chegar nele.
Por enquanto decidi em não pensar nele, naquele senhor tocando bateria, ou em qualquer coisa que me faça sentir tão formiguinha. Será que tem cabimento isso?

Enquanto os moços descutem maravilhosamente filosofia, eu fico com as questões mais aleatórias possíveis... aaarg, vou fazer o fichamento já!

sábado, 4 de junho de 2005

Eu tinha que estar fazendo um fichamento... Do contrário passei dia de várzea deixando toda a minha programação de final de semana atrasada. Na verdade ela já nasceu atrasada, pq as coisas de 6ª ficaram pra sábado... efeito dominó bonito!

Dica do dia: o batom de uva não é bom.

Fahto: agora os aleatórios implícitos podem comentar no blog se assim desejarem.

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sexta-feira, 3 de junho de 2005

conclusões da semana

Fonéticamente falando: meu mundo em casa é oclusivo; na faculdade, fricativa. Sendo assim a minha vida é africada.

Isso surgiu no ônibus, como várias idéias q vão piscando enquanto a paisagem indiferente passa lá fora. Daí que adorei a máxima do comentário passado do Pablo, "Tenho horror de me esquecer do que é interessante", levando ele consigo sempre papel e caneta. Penso em fazer isso o tempo todo mas... Existe sempre um 'mas'. As terças seriam sem dúvida os mais produtivos dias, contudo os dias que eu teria mais medo de escrever. E nesse choque talvez saisse algo de interessante, porém entrar nesse mundo seria romper com a mediocridade, aquele sentimento de querer estar sempre em equilíbrio, sempre no meio: nem amor demais, nem ódio demais. Tenho pensado em mediocriadade o tempo todo... Não nessa palavra que dão valor tão negativo, mas aquela do sentido real da palavra, estar no meio.
Desde o dia em que eu comecei a pensar o medíocre passei a ter um medo. Um medo, nada definido. Sabe quando vem um sobressalto e vai embora? Justo, deste jeito. Como se estivesse num ônibus prestes a perder o ponto, sem saber se é ali mesmo que tem de saltar. Ainda tentei conversar com o Fabio sobre isso, só que realizei que nem eu podia definir o que era. Deixa assim.

Ahh, falando de terça... decedi que meu trabalho de Teoria Literária será mesmo sobre um conto da Tia Clarice: A Bela e a Fera ou Ferida Grande Demais. Agora não venha o seu Italiano dizer que já estou obsecada por ela :P Só me sinto atraída pela obra de uma maneira que não posso desviar, por mais e mais que eu tente. Aí estava eu vendo as provas de Teo. Literária do ano passado, os trabalhos... Bom mesmo foi lembrar dos momentos em que a réles patuléia(Sasa, Lizi, Dani, Italiano, Régis, Lukita e eu, geralmente), se reunia desesperada pra estudar ou simplesmente debater algo sobre a aula. Agora a aula de teoria literária é um verdadeiro ovo fritando na minha cabeça (lembrando da saudosa resposta que dei na prova de Ficção - afinal, a matéria não era "ficção" mesmo?!)... Então nada melhor do que Tia Clarice pra fechar o semestre da literatura viajante que, ao contrário de mtos na aula, adoro.

Um acontecimentíssimo da semana foi o cair da ficha que o semestre estava terminando. Imagine eu montar uma nova grade pra minhas matérias aleatórias??? Não precisei, uma colega (queridíssima Susan), fez por mim ;) Terei nove matérias no total e uma a menos com o pessoal do 2ªsemestre, povo que mais tive aula essa ano. Mas eu nem sei que matérias são ainda...

Falo das idéias da semana pq basicamente hoje não surgiu idéia pra nada. Gripe... Isso já tá virando um filme 'gripe eterna de uma mente sem lembranças', ou algo do gênero, daqui a pouco terá trilogia até! Um absurdo como a tal se recusa a me deixar. Aí passei o dia surumbática, fechava a cara de repente, não por querer, mas por força da garganta que fechava. E eu nem conversei o tanto que queria... Por isso tô descontando no blog, creio eu.

quinta-feira, 2 de junho de 2005

Mamihlapinatapei

Eles estavam ali, com um imperceptível espaço entre seus rostos, numa cabine de uma loja de vinil num lugar que ignoravam, escutando uma música que não sabiam da existência e continuariam sem sabe-lo. Prestavam mesmo atenção no gesto um do outro. Ela o olhava de soslaio, como que uma criança envergonhada; ele disfarçava, como se prestasse atenção na música. Ambos estavam tão suscetíveis ao olhar que não se olhavam. Um meio sorriso na boca, queriam dizer algo. Mas que palavra poderia dar conta dum momento como aquele? Não falavam, não sabiam o que demonstrar: satisfação, felicidade, impulso? Acontecia algo ali que estava além da capacidade deles de concatenar com o momento, contudo concordavam plenamente com a presença um do outro. Bastava isso naquele instante.

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Uma breve tentativa de descrição de ‘mamihlapinatapei’ (palavra de uma língua dos índios da patagônia que não tem similar na nossa língua) de uma cena do filme “Antes do Amanhecer”.
VEJAM, não é somente uma história ‘mamão com açúcar’, é desabrochar de idéias. E não venha me dizer que é inverossímil, o ‘tão real possível’ estraga muita coisa mesmo. :)