domingo, 31 de julho de 2005

Julho

Tá, agora voltando ao cotidiano (ou quase isso), depois de um mês praticamente todo badalado ('praticamente todo', estranho) com direito a viagens por estradas esburacadas e imaginadas por dentre mundo de chocolates. E fechei em grande estilo na casa da vovó, recebendo aquele mimo bom.
Fazendo um balanço do mês de julho, nem sei muito bem aonde ele começou, numa esperança de férias, numa angústia de provas? Sei que tinha formatura de uma prima em São Paulo que não fui e sinto um pouco de remorso por conta disso, ela é daquelas primas presentes e a faculdade foi pra ela um período de muito sacrifício, afinal morava sozinha em Sampa. Mas presente foi ver os outros primos, aqueles que deixam ser vistos (lá em Minas tem um povo que some) e contribuem com o ar da graça deles para umas férias mais que agradáveis, desde qdo era eu novinha. Mas qdo tô lá sinto falta de gente que não está mais lá. É a vida...

A reflexão do mês, creio eu, tenha sido vida (ou morte), a linha que liga um lado ao outro. Pensei não pensando, pensei sentindo falta, pensei sem especulações, só por pensar... Vi o Auto da Compadecida e lá Chicó cita um verso 'cumpriu a sentença irremediável...' e assim vai... O Pablo ia falando do trem num poema, uma metáfora bonita essa que roubei por um instante enquanto estive por Minas. A 'Maria Fumaça', o que significaria andar nela?
Vendo hoje o filme 'Minha Vida' (com esse nome, teria eu de ver!) complementou então a idéia que já vinha se formando da vida, da falta dela... esse post não é pra ser triste, de modo algum! Nada de pessimismo, mas reflexão, pensar só caminhante por um terreno que não diz a nosso respeito! Porém sempre tateamos lá...

Pulando, teve em julho um inverno que não vi muito. Contudo bebi um tanto de chimarrão, digno do frio de pagos gaúchos. E falando em gaúchos, foi tanta coisa que não parei pra pensar direito no ano passado, no fórum mudial de educação, a patuléia em Porto Alegre chuvendo, felizes, pispiricos, cantantes e críticos (isso sempre!). Fazendo chapinha no Tio Régis, a Tia Lizi surtando e caindo na porta do banheiro(muito cômico), a Dani e eu cantando ando aaaando, a Sasa desafinaaaando mais que todo mundo junto! E o Italiano, pobrezinho, sofrendo de guia do povo da pedagogia (sempre sobra pra um Italiano), e além disso nosso fiel escudeiro em Poa, tentava nos guiar por lá... E o caso Régis e Marcelo nem vou comentar! :P

Livros, li uns tantos, reli uns alguns, não fiz as traduções de poemas (só um terminei) e nem li o livro de contos em inglês. Não sei o que me acontece, mas pro inglês me dá um preguiça sem fim, confesso! Mas não posso parar agora, ou posso? Sei lá se posso, só que não páro, nem pararei, não creio que pararia. Páro um pouco com a internet, isso é fato (queira eu!), páro de ser ranzinza logo sempre com minha irmã (tá parecendo promessa de virada de ano já) e páro, páro com mais algumas coisas que não tô lembrada. Lembrar-me-ei.

Ah, mas pensa bem, andei fazendo uns contos (tá, foi um só) e uns poeminhas (foram mais de uns), e melhor que não tenho vergonha deles, eles são frutos do agora e só. Nada demais, nada de menos. Nada e tudo em palavrinhas adjetivando minha existência, rélis caminhada de importância pra mim. Daqui a pouco mudam os dígitos da minha vida por 10 anos. E eu que sonho em ter 10 anos novamente.

Deixo julho de 2005 descansar agora, esperando amanhã uma boa volta às aulas. Deixo julho descansando com todos os outros, outros que vivi momentos de êxtase. Esse julho foi de um morno confortável, ao contrário de uns 'frios-quentes' que houveram e me deixaram sequelas de até hoje. E pior que a causa foi em um junho (30), virando uma relíquia de Julho.


Se deixar escrevo um livro sobre o mês. Deixo o capítulo aberto para os outros 'julhos' que vierem.

Sem tino...

Lua cheia,
Varinha de condão.
Casa cheia,
Cadeado no portão.

Não deixe entrar,
Saia solidão.
Deixe-me encontrar,
Saia de balão.

Suma a bomba,
Soma canção.
Em suma a bomba
Desconta perdão.

Suma cheia,
Varinha de balão.
Saia bomba,
Lua canção.

sexta-feira, 29 de julho de 2005


A Fantástica Fábrica de Chocolate é um filme que certamente marca aquele que vê de uma uma forma leve, mas que fica ali, permanente na alma desde o momento que se tem contato com a vida do menino Charlie. Adentra-se num mundo de sonhos, sonho de criança esse, da criança comum que simplesmente É criança. Charlie é essa criança, que não é heroína, nem tem poderes a la Superman; ele passa por dificuldades e reconhece na sua família um refúgio de ótimos momentos. Já as outras que passamos a conhecer são aquelas que parecem querer 'crescer' logo, preocupadas com um mundo que não é dela, não vivendo a imaginação comum da idade, que se encerra em um mundico traçado por chicletes, video games, poneis ou comida, muita comida. Para aquelas crianças o limite é não ter limite. Para Charlie o limite é a imaginação, o sonho, a fábula, o chocolate.
O excêntrico Willy Wonka abre suas portas para aquelas cinco criaturinhas, saindo uma vencedora. Venceu aquela que não nega que é criança, com idéias de crianças, concatenando com os 'absurdos' da fábrica, procurando aprender e não julgar o certo ou errado ou verossímel, afinal se é tão somente criança.
Confesso que no início quase chorei e no final saí sorridente, mais pispirica do que nunca. Vontade de vê-lo novamente é o que não falta. Um filme para todos os dias, agradável, sensível, bonito de ver, com rio de chocolate e emoção.
Ai, minha vida, quantas vezes sonhei que teria uma fábrica de chocolate! Senti-me o Charlie da história...
Divertidos!

Os arquétipos

O guloso

A competitiva

A mimada

O alienado

O menino comum
Um sonho, meu sonho.






quarta-feira, 27 de julho de 2005

Chegando então em casa. A volta foi agradável, uma temperatura amena e uma gripe em todos. Não pude deixar de observar cada centímetro da estrada como se tivesse de gravar em meu cérebro, porém acabei por cochilar em alguns momentos...

O verde era verde de vários tipos, camuflando gente, flor, bixo e a mim mesma naquela paisagem de morros e morros. Altos e baixos, como dentro da gente, como me senti várias vezes, oscilando de cá para lá em curvas fechadas de exigir atenção mais que dobrada. Estive a criar historinhas paras as pessoas que viviam nas casinhas da beira de estrada, para os sertenejos que via passar, ou na lida. A vida na roça, como é sofrida, eu me admirava e admirava cada pessoinha q passava, e via meninos soltando pipas, meu sonho de pequena era soltar um pipa. E via o senhor com a enchada passando na beira da estrada, para onde ele iria serpentiando por aquela estrada sem fim? Para onde descabaria a vida dela que bem naquele momento cruzava com a minha, ele com o chapeu preto, com o rosto sofrido, com a sandália caminhando passos curtos... E cruzava comigo naquele momento, ele olhou para mim e eu retornava o meu olhar atônito: eu existia na vida dele por uns segundos, ele existiria na minha mais do que isso.
E continuavam as curvas, e chegou uma hora q me forçava a ficar acordada, o olho desobedecia e fechava. Tanto verde igual-diferente que eu queria observar. Mantive aquela dança dos olhos por uns instantes, logo o olho vencia e fechava. Fechava consciência, fechava verde... Ia pra não sei aonde. Acordava depressa, onde estou agora? Mais verde, mais buracos. Certo momento haviam um grupo de homens que tampavam os buracos (tantos tantos) com o barro vermelho (que gruda que é uma beleza no asfalto) e colocaram a plaquinha: 'colaborem por favor'. Eu colaborei, com dinheiro, com um obrigada, pq eles faziam aquilo... Não tinham nem carro... TInham esperança de conseguir o jantar a li de certo, e eu agradecia com os olhos empapados de lamúria por tanta tanta... tanto descaso. Comigo, com a estrada, com eles. Não cuidam da gente. Não nos cuidamos, o governo não cuida, eu não cuido. Ahh, a culpa, ela cruzou com o verde e se destrambelhou pirambeira abaixo. Ficou o verde e o barro vermelho (lembra a Itália, bandeira :P).
Junto com a paisagem vinha a música, eu escolhia, escutei Kid Abelha, meu lado meloso é esse. Meu pai não gosta. Escutei também 'eu presto atenção no que eles dizem mas eles não dizem nada', e nenhuma palavra me dizia, ou dizia o que eu via, a paisagem se dizia e era só. Só eu e a música e a paisagem, livres. Presa era eu, em casa imagem, casa curva, árvores com flores lilases não faltavam, parecia que sabiam que era eu quem estava passando. Eram lilases para mim, eram sim. E eu me fazia verde pra elas. Éramos natureza, natural, eu queria estar lá, saltar do carro, parar tudo tirar uma foto e olhar sorrindo pra dentro de mim: eu seria feliz. Observando plantações de café, vaquinhas pastando, homens capinando, crianças brincando, mulheres esperando. Eu era feliz, de um feliz que é, permanece.

Páro na parte da felicidade. Deixo a lua para depois e com ela a inquietude.

:)

Saudades do blog...
As férias de internet acabaram!

sexta-feira, 22 de julho de 2005

Fah pirambeira abaixo...

Não, não caí. Pirambeira (expressão típica de Minas que denomina uma colina) é por onde ando passeando... Ruas que são um tobogã! Cima pra baixo... verde, verde, verde.
O caso é que até chegar em Valadares, pensei que várias vezes não seria possível, afinal o que tem de buraqueira nessa estrada não é mole! Eram carros, caminhões, ônibus a 20km por hora para menos, isso tudo para passar pelo 'rali'. Um absurdo de abandono fazem que 2 anos que a estrada vai só piorando! No verão, com tanta enchurrrada, há quedas de pontes, de pedaços de estrada e queda de barreiras. O caso é que não se tem descanso, acaba se perdendo o prazer de estar na estrada e... O risco é grande para todos que estão nela. É lamentável.
Em um momento passa um carro no sentido contrário e o motorista gritou 'o mensalão daqui tá faltando' e meu pai em todo o empenho desviando dos buracos deu-lhe a resposta pronta e rápida 'ééé'... E continuava a situação, só piorando.
O caso sério é a volta, enfrentar tudo novamente... arg!

terça-feira, 19 de julho de 2005

E sobre sermos professores...

Esse, se não é, será um tema recorrente do blog. Vivo neste meio de perto e a distância, inevitável não escutar histórias e perspectivas que divido aqui com umas linhas.
O último dia do curso de extensão sobre dia Clarice foi proveitoso para se ver que o que com a litératura dela ela trata de nós mesmos tão profundamente que as professoras muito falaram da vida delas. Uma contava que tinha um aluninho dela da 5ª série que se dizia apaixonado por ela (a professora) e que ele tinha problemas não só visuais(usava uns óculos daqueles beeem fundo de garrafa), mas também mental, pois ele não acompanhava os outros; os outros tiravam com a cara dele por ele ser 'estranho' e ela dizia que era cortante ver aquela criança que não conseguia acompanhar o raciocínio dos demais, além de ter um problema de família na qual ele ia ficando cego com o tempo... E ela assistindo tudo aquilo sem poder mover uma palha.
A outra professora contou de algo bem típico de professor de escola pública (supletivo) em grandes cidades, alunos que mexem com o tráfico e não aceitam o veredito da professora, questionam a todo momento pq aprender o que é sujeito se eles já estão com a vida feita no tráfico e ainda mostram bolos de dinheiro para professora, afirmando que de não precisam daquilo. E ela pergunta 'o que faz aqui então?', eles não respondem, mas estão ali para fazerem parte da estatística do governo em relação ao eficaz combate ao analfabetismo. Enquanto isso vão de 'trabuco' para sala de aula, e ai da professora se disser um 'não' para as criaturas. E eu dou meus mais sinceros parabéns ao gonverno pelo combate ao analfabetismo! ¬¬

O primeiro caso vai de encontro aquelas propagandas do governo veinculadas no início desse ano sobre escolas que deveriam estar de portas abertas pra alunos 'especiais', na sua integração com as outras crianças. Esqueceram de avisar que nem as escolas, nem os professores e nem as crianças estão lá preparadas pra alguém 'especial'. Se as crianças já normalmente pegam no pé umas das outras e exploram os esteriótipos ao extremo (quem é alto demais, gordinho ou magrelo sabe o que é isso!).
Por conseguinte vemos o que a 'escola' representa para muitos jovens: uma perfeita inutilidade. Vão ao colégio, bagunçam, ameaçam professor, sentem-se os maiorais e o motivo, qual seria? Eles não sabem! Não sabem o porquê de estudar... O estudar que é massante, chato e que desde sempre rezam por acabar.

E eu ainda fico pensando: pra que serei professora mesmo? Acho que ainda fica valendo aquela teoria de ensinar 'boas maneiras' ao invés de Língua Portuguesa.

ÊÊÊÊÊ o Dani esteve aqui!

Pois então, na 2ª feira (ontem), o Danilo esteve aqui em casa! Fui buscá-lo no terminal de Niterói e viemos aqui pra casa onde começamos a conversar sobre a cidade do Rio, sobre a FURG, UFRJ, Rio Grande, a vida, a fonética (Nãnilo), demos boas e grandiosas risadas! A internet não funcionou então ficamos escutando música no computador, ele conseguiu fazer tocar CD aqui no micro (desde qdo tinha instalado o gravador de CD não funcionava). Aí gravamos rapidamente uns CDs enquanto conversávamos e tirávamos umas fotos. Falando em foto, imaginem o Danilo tirando foto com câmera digital... Minha irmã teve ataque de riso até: ela tirou umas 6 vezes a mesma foto! ahahahah Normal do Danilo! Falamos tb de viagens, obviamente e ele conversou aqui com meu pai, mãe e tudo mais (o Danilo é super comunicativo). Pena que eu fiquei de viajar hoje, senão ele passava uns dias por aqui.
Ahh, senti-me próxima, próxima daquela patuléia ordinária! E faço o convite a eles que venham me visitar, sabendo que não é nada de um dia pra outro, mas pode-se lá pensar no assunto :) Não é nenhum bicho-de-sete-cabeças, o Danilo prova isso pra quem quiser ver: ele anda pelo Rio pra cima e pra baixo. E quem vier, busco onde for , trago aqui pra casa, não tem perigo de se perder. Daí saborearemos um bom chimas e passaremos ótimos dias aqui, juntos! :)

Por agora, fica em suspenso minha viagem pra Minas por mau tempo (subir serra de Petrópoles não é indicado).

Buenas!

domingo, 17 de julho de 2005

arrematando a história...ou não!

A fé é algo bonito, como a Andréia disse no comentário anterior e Lizi arrematou questionando como o povo nordestino viveria sem fé. É isso que sempre me perguntei, como aquele povo viveria sem Fé! Sinceramente não sei... Sei o que vi no "Auto da Compadecida" hoje, filme que não me canso de ver. Além de ser uma risada só, remete a uma graciosidade de pensamentos e reflexões.

A risada vai do início ao fim, mas aquela parte que aperta o peito é quando João Grilo tá pra se entregar e a Compadecida se desespera e diz que 'não', aí ele volta pra terra. Voltando, no final do filme um homem pede um pedaço do pouco que eles tem de comida e a moça dá de bom grado e ainda afirma: 'dizem que Cristo se disfarsa de mendigo'.

Eu digo que nosso conforto é tanto que não conseguimos entender o que é não ter o que comer, uma criança não ir bem na escola porque sente fome de comida e valores, a dor da ferida dos outros. Tentamos entender do que é nosso. Temos fé no nosso bom Deus.

Mas, não indo muito longe, podemos nos perguntar e como nosso vizinho vive? Como aquela mulher que limpa a sala vive? E aquele homem que capina ali adiante? E as 3483748 pessoas que cruzamos todos os dias? Os nossos amigos? Como viver com ou sem fé? O que é viver?

Deixo pra lá a essa altura os pensamento já estão trôpegos e me entrego a nada mais do que à poesia :)

Quanto vive o homem, afinal?
Vive mil anos ou um só?
Vive uma semana ou vários séculos?
Por quanto tempo morre o homem?
O que significa para sempre?
(Pablo Neruda)

sexta-feira, 15 de julho de 2005

audas audas!


A Fé é algo. Ontem estava discutindo com o Hobbinho a questão da religiosidade, como ela vem sendo deixada de lado no mundo da lógica e da tecnologia. Aí realizei, a questão mesmo não é a fé no mundo, mas sim a minha Fé. Porém a madrugada não estava nada convidativa para essas reflexões.
Agora pouco assisti novamente "Paixão de Cristo" e prestei atenção em cada detalhe, me emocionei, fiquei refletindo e indo pro mundo das questões enquanto via. Eu via a menininha Fabíola que desde cedo ia pra Igreja, pra catequese, que decorava cada oração como um novo desafio a ser vencido, como se crescesse perante Deus. A menininha que mesmo contestando algumas coisinhas mantinha pra si toda a Fé: em Deus, nela mesma, na Humanidade. Acreditava que quando ficasse grande sua Fé fosse indo junto, olhava as velhinhas na Igreja e pensava: "só depois de velho que esse povo volta", sabia todos os cânticos de cor (era uma das partes prediletas dela), até defendia Maria quando um crende daqueles armados vinha inquiri-la como se a verdade pertencesse só a um. A verdade... a menininha achava que tudo era verdade, mas nao achava verdade alguma.
E a verdade pra você o que é, inquiriu Cláudia a Pilatos. Ainda completou: se você não pode ouvi-la ninguém vai escutar por você. E é o que eu digo pra menininha, você tem que escutar por si própria, não esperar da boca do outro. Use sua mente, seus sentidos todos e busque a Verdade por si, por seus olhinhos que pequenos olham lá da alma. Menininha que acreditou, que foi sincera, que rezou todos os dias (na ordem exata de cada oração aprendida), que abraçou... Não se perca por aí, por um 'aí' passado e esquecido, volta e me ensina o que podemos aprender com a verdade, a nossa.

Indiferença

Tanto foi-se falado falado disso ano passado, qual o pior: o ódio ou a indiferença?
Andei, andei pensando... O ódio não é aquele que te corrói, consome feito ferrugem? E a indiferença, o que é? Aquilo que é 'nada', que vc não sente por alguém que vc já sentiu?
Combati que a indiferença é pior que o ódio, machuca mais alguém ser indiferente a você do que te odiar. Na verdade são passos, antes de chegar a indiferença se chega ao ódio(nem sempre). A indiferença seria o ápico do ciclo.
Quando se está naquela de odiar é pq a pessoa faz diferença, daí o 'odiar', fazia tanta diferença e nos desapontou tanto. Agora, quando se sente indiferença... A pessoa não significa mais nada na nossa existência, página mais que virada, indiferente. É suavemente mais cruel: nos consome menos, mas extinguimos o outro do nosso pensamento, do nosso cuidado.
Particularmente não sou adepta do ódio... Não por ser a pessoa mais virtuosa do mundo (hahahaha), mas por simplesmente não gostar de alimentar isso dentro de mim. Se algo me chateia ou tento resolver ou camba pra indiferença.
- Eu não sou extremista e deu! (como diria o Tio Régis).
Vou pensar mais aleatoriamente...

quarta-feira, 13 de julho de 2005

Doce invasão

Renderam meus sentimentos, roubaram minha atenção, expulsaram a amargura e calaram a solidão. Vieram aos poucos, em bandos de alguns raros para brigarem pela minha alegria e espontaneidade. Quando vi estava minha vida inundada com um tanto deles por todo o canto que eu olhava. Agora sorrio quando penso neles e torço para estarem no raio do meu olhar mais um vez.

- Rimas pobres, palavras simples... Mas não preciso de muito: pessoas que estimo, a patuléia de sempre, tulipas vermelhas, borboletas amarelas, um lugar com o pôr-do-sol mais bonito que eu possa imaginar. E só. Digo: só. Pra fazer vida lilás...

(agora era a hora perfeita de ter uma foto da patuléia, mas não sei fazer aquele treco q a Lizi me ensinou direito... bem, fiquemos com a imaginação, mais rica que tudo;)

Lembra São Chico:



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E escrevi um conto! Sim, um conto... Depois de 498273482 anos sem fazer algo de útil: um conto! Rélis conto que vem como adrenalina na minha veia. Ah, um conto... Fruto da docilidade hostil.

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Ps. 1 - Medeleine Peyroux é mesmo ótimo!!! Obrigada pela dica Andréia!
Ps. 2- Que post aleatório...
Ps. 3- Não um terceiro :P

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Um último suspiro... Ahhh, saudades :)

terça-feira, 12 de julho de 2005

Tentativa

Confesso, hoje estou um pouco desnorteada. Não foi por conta da tia Clarice, eu juro! Mesmo sendo o último dia do curso de extensão sobre ela, hoje foi o dia mais light em termos de mergulho na literatura da tia. Estou com uma coisa de 'sei lá' com reticências muito forte, pensando repensando, cuidando a linguagem minunciosamente dentre de mim tentando, sim, tentando espairecer alguma coisa nessa mentizinha minha de garota de apartamento. É difícil, mas tenta-se.
Tento há tempos ser uma irmã melhor, menos egoísta (o quarto que é só 'meu'), uma filha mais agradável (indo ver novela com a mamãe se preciso), um colega de faculdade legazinha (participante dos eventos extra-classe quando possível), e uma boa aluna pra todos da família terem orgulho da futura médica que eles não puderam ter. Eu tento, tento, eu tento.

Ainda hoje vinha pensando no ônibus (recorrente esse veículo) uma maquininha dessa de reter pensamentos, cada parte dele e nos dar pra deleite. Deleite de quem? Aí está um dos motivos pq leio Clarice, ela é um pensamento constante, de um coisinha vai indo, indo e parando pra lá de Bagdá... e dentro da gente na verdade não para nunca. Não é técnica, é deixar-se levar... Só. Não tem nada demais nem de menos, não quero ser Clarice ou Virginia Wolf. Quero ser... existir, transcender, ser um eu 'subjetivo', não o eu dos outros. Eu me sou, quero ter forças pra me abarcar e só, só, sozinha vencer e ser vencida por essa lacuna que é viver.

Estabeleci regras a serem quebradas e retomadas, revi planos que eram pro esquecimento mesmo, proferi olhares que escaparam como suspiros inacabados e observei a sorte de gente que era sortuda por se ter e a outrem. Eu me tinha, e só, não me tinha completa. Mas as pessoas têm outras... Elas se têm? Não quis entrar nesse mérito, pq nem eu me tenho. Sem barca que me alcança, por enquanto navego. Só. Tentando. Chega por hoje :)

segunda-feira, 11 de julho de 2005

Um ser que já nascera com falta. Faltava abrigo ou embarcação que abrigasse tamanha vontade do que não era. Era algo que falta consigo próprio e imperceptível a qualquer olhos. Olhos salgados por uma saudade vinda lá do infinito do não-sei-aonde. Não soubera aonde se esconder quando sentiu que sentia tanta falta por ser. Ser, aí está, era algo... Algo que olhava vazio as estradas, várias delas como um quebra-cabeça virado de cabeça para baixo procurando suprir tanta falta de si mesmo. Mesmo tão assim por dentro ele sabia que a vida era tão luz, tão externa e tão procura que cansou de faltar si quando se precisava ali.


domingo, 10 de julho de 2005

Inspirada por Madagascar




E eu sou uma zebra com crise existêncial. Sou branca de listras pretas ou preta de listras brancas?!?!?!?
:D

sexta-feira, 8 de julho de 2005

De bicicleta

"Bicicleta" foi um tema recorrente desssa minha semana. Um dia estava eu a lembrar o tempo que andava loucamente de bike pelo Rio (qdo era pequena) de casa até a pracinha juntamente com meu pai. Depois, falando da minha vontade de cruzar o Brasil de Norte a Sul de carro, vem a pessoa me responder: 'eu pensei que seria de bicicleta', com essa observação me senti tão medíocre de pensar em ir de carro... Aí, pra terminar de vez, vem a Lizi contando seu sonho no qual eu chegava em Rio Grande definitivamente de bicicleta, lá casa do Italiano (que não era no Cedro :P, mas na Buarque de Macedo) e ela se encontrava lá também a minha espera.
Acho que vou pegar minha bicicleta lilás e sair viajando por aí, vai ver que está nisso o meu destino, ao menos por essa semana! :)





Ps. Nunca pensei que fosse tão difícil traduzir poemas do Walt Whitman.

A voz do povo

Os apresentadores do Jornal Nacional ontem anunciaram contentemente que o povo poderá decidir se se deve proibir ou não o comércio de armas de fogo em um referendo (palavra estranha essa), no qual os eleitores TÊM que responder a seguinte pergunta: "O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?". O que eles não explicitam é que antes de responder essa pergunta nós, os eleitores, seremos bobardeados por um imprensa tendenciosa que irá mostrar que a única alternativa viável (já que a escolha está em nossa mãos), será votar CONTRA o comércio de armas. O terrorismo da Globo vem sido feito há tempos, aquele que levanta a mão pra falar a favor ou mesmo quem mostra dúvidas em relação aos 2 lados em questão é imediatamente condenado como alguém contra a paz e os bons costumes.
Só que ngm fala também que as armas que continuam matando por aí não são aquelas compradas em lojas, são as que estão ilegalmente na mão de bandidos e legalmente na mão de policiais (um linha tênue entre esses dois). O politicamente correto é o mais fácil e nessa facilidade o que seria um exercício de democracia é nada mais que uma votação simbólica pq todos já sabem o resultado.
Não gosto de armas, não me sinto bem perto de uma e nem olhando de loooonge (comum aqui no Rio os policiais com aquelas armonas dando um clima de 'Bagda'). Contudo simplesmente proibir só vai gerar um lucrativo comércio ilegal. O que se poderia fazer (contudo mais trabalhoso) seria através da tal educação (o que é isso mesmo em nosso país?), mostrar aos jovens que arma de fogo não faz ninguém virar super-herói, cultivar valores e mostrar alternativas reais para o indivíduo se inserir na sociedade como gente, não como bixo!
Na desigualdade começa tudo... Porém é mais confortável pra esses socialights de quinta aqui do Brasil se mostrar horrorizados com tamanha violência, dizer que lamentam e culpar as autoridades. Agora as autoridades passaram o pepino: eles que não querem ser culpados mais uma vez por conta do erro de toda uma nação. E Globo, continue fazendo da sua voz a nossa, assim não precisamos pensar mesmo, mais uma vez...

quinta-feira, 7 de julho de 2005

Vc é que tipo?

Indubitavelmente é impossível classificar simplesmente pessoas por 'tipos', contudo a busca pelo conhecimento por si mesmo acaba levando o homem a perscrutar lá dentro e buscar os tais 'tipos'. Daí que achei uma comunidade no orkut chamada Tipos Psicológios (Jung) na qual haviam sites para fazer uns testes psicológicos para se descobrir o seu e já que trata de Jung resolvi fazê-lo. O teste é um classificador'>http://keirsey.com/ptest.html">classificador de temperamentos e acabou revelando pra mim mesma modificações da minha vida que eu mesma não tinha me dado de conta... É um conhecer-se mesmo.
E o resultado foi esse gráfico, que apontava para uma descrição de perfil que peguei de outro site (tb na comunidade) e conferi o que a tal sigla
Mas eu não sei. Há um 'não sei' que fica. Parece que devo fazer o teste novamente, pra ter certeza talvez, pq pra mtas perguntas eu tinha outra resposta... estranho, no mínimo curioso! Ah, façam tb :)

ps. não consegui colocar os links bonitinhos nas palavras :/

quarta-feira, 6 de julho de 2005

Um dia desses,,,

Pois veio a tal de 4ªfeira, com ela as notas de inglês(passei!), a chuvinha e uma tarde agradabilíssima com os novos amigos da UFRJ.
O que me chamou atenção no dia foram as tais reflexões aleatórias de ônibus (pra variar) nas quais me veio aquele sentimento de querer partir sempre do lugar onde estou. Quando era pequena queria ganhar mundo, em seguida fui pra SC e lá seria só o incío pra mim, uma criatura impolgada com as tais mudanças; depois veio RioGrande, mais cedo do que eu esperava me tirando o conforto da tal mudança. Queria partir do Rio, queria partir de São Chico, queria partir de Rio Grande. E agora mais uma vez: quero partir. Que algo estranho esse que me toma e sentencia que meu lugar nunca é no lugar onde estou?

Questões! Questões não têm respostas...

Mas voltando aos amigos, eles se revelaram pra mim pessoas maravilhosas de se estar. Fico admirada comigo mesma que de bixo-do-mato convicto virei uma pessoa até bastante sociável (embora ainda mto reservada). O caso é que eles me pegaram para o grupo deles e pronto! a mágica se deu... Eu, como sempre, só tenho a agradecer, agradecimento que nem todos os sorrisos do mundo pagariam, mas um bom abraço paga os juros :)

Cada povo de cada canto é um pedaço desse quebra-cabeça que é a minha vida lilás de garota de apartamento...
Ai, ando pensando muito... minha vida é uma reticência!

'a vida é como espuma, por isso se confunde com o mar'.

ps. Li a carta da Lize 4x hj.

terça-feira, 5 de julho de 2005

Ai, minha vida!
Fazia tempo que não falava 'ai, minha vida'. Estou tensa, nervosa, roendo unhas... não é pra tanto, mas é algo quando se está pendurado e não se faz a MÍNIMA idéia do critério utilizado para corrigir sua prova.
Na 3ª fde hoje nada reflexões a la tia Clarice... Ai, chega 4ª logo, chega!

segunda-feira, 4 de julho de 2005

Guerra dos Mundos

Sabe aquele termo 'sem sal nem açúcar'? Pode se adequar ao filme como 'sem sangue e expressão'. Um filme sobre uma invasão cruel e impiedosa sem CRUELDADE! Quem não gosta desse tipo de filme, por favor, não vá! (a Lizi, que nem viu 'Laranja Mecânica inteiro, que não chegasse perto). Ao invés disso vê-se um show de efeitos especiais pra evitar que se veja justo a matança dos terráquios coagidos. Pessoas que viravam purpurina (ou um pó lá indefinivel), o que mais de 'sanguinário' se viu foi o ataque dos ser humano contra o outro ser humano em prol da sobrevivência.. contudo teve lá um ar de 'Titanic', um mamão com açúcar que acompanhou o filme todo e no final teve ser ápice!!!
Contudo não se pode tirar o crédito da outra parte do final, o que aconteceu com as criaturas alieníginas: foi o melhor final de filme alienígena que já vi! E passível de questionamentos filosóficos (pena que não posso contar!). Fora que Cruise fez bem o papel dele de pai desleixado que passa o final se semana com os filhos e que acaba tendo que preservá-los de todo ataque alienígena. E a menininha é incrível, a Dakota Fanning prova que é uma atrizinha de qualidade (coisa rara naquela fábrica de sonhos norte-americana) e é responsável por uma das partes mais interessantes quando ela questiona o pai se aquilo não seria um ataque terrorista.
Para não me estender muito: vale a pena ver o filme, principalmente para aqueles que não gostam de sanguera e crueldade que esses tais ataques de seres do outro mundo deveriam ter (tia Lizi vai gostar - o cartaz em japonês em sua homenagem). Pois se me acharem mto a la 'jean claude van dame', raciocinem comigo: um filme de guerra, invasão, poder bélico, alienígenas inteligentes e maquiavélicos querendo dominar o universo sem o choque de como verdadeiramente isso seria. É como ver 'Laranja Mecânica' sem o Alex praticando a 'ultra-violência'.

Para quem ia ver Batman... ainda vejo o filme do homem morcego! Este sim, espero que seja merecedor de elogios! (sim, sou fã de Batman)

domingo, 3 de julho de 2005

rema-a rema-aa

Finalmente assisti 'Diários de Motocicleta' e confesso que não estava nada ansiosa por ser tratar do "Che Guevera" afigura mítica que mtos idolatram. Eu só sentia que iria ter um 'q' de muito bonito, nada de revoluções armadas, mas sim revolução da alma. Acertei.

Uns jovens que chegam ao outro lado do rio, vão viajando de moto, a pé, a nado... Eles vão desafiando as adversidades dentre os países da América Latina e no fundo no fundo represantam aquele sonho de liberdade da juventude de sair por aí alimentada por sonhos e ideais por uma vida menos ordinária. Eles se sensibilizam pela pobreza do continente e se disponibilizam a ajudar mal sabendo que ali estava a chave de toda a mudança de filosofia de suas vidas. Contudo eles mentem, aprontam como qualquer outros dois jovens e estão simplesmente a caça de aventura, da mais genuína.
Isso acaba indo de encontro com um sonho meu ainda de infância que era percorrer todo o território brasileiro de extremo a extremo, só que não de moto (não gosto de motos), de carro, é mais confortável :P embora se perca em quisito 'liberdade de espírito'.
E o que ficou pra mim no final de tudo: será mesmo que a justiça social é algo inatingível? Rema-aa rema-aa...

sábado, 2 de julho de 2005

crianças...

Passei uma tarde espoleta com meus primos. Muitos desenhos animados (Procurando Nemo, Irmão Urso e Os incríveis), depois sessão 'vamos desenhar'... adoro desenhar com crianças pq elas fazen cada coisa tão tão tão linda e não têm noção. Um deles docilmente me perguntava a todo momento 'faubíla, o que vc vai me ensinar hoje, os números?'; só queria dizer mesmo que muito eu que estava aprendendo, mas isso já virou meio clichê... e fora que ele não entenderia afinal crianças são doutrinadas a 'aprender' e enfiam no cérebro delas q as criaturinhas não têm nadica de nada a ensinar. Pura mentira. Como gostam de mentir pra crianças! Igual a mim hoje, com a insitência e choradeira do meu primo querendo ir pra 'casa da faubíla', disse q voltava outro dia só pra buscar ele. Que vergonha... Bem que eu fazia em fingir que acreditava em adultos quando era menor.

sexta-feira, 1 de julho de 2005

verdade?

Muitas vezes me sinto num muro, ali na beirada pendendo de um lado e outro. Calo-me, não me zango e não emito juizo de valor. Estou ali e só, pq na verdade não sou eu a pessoa apta a julgar o errado dos outros.
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“Encontrei hoje, em ruas separadamente, dois amigos meus que se haviam zangado um com o outro.
Cada um contou a narrativa de porquê se haviam zangado.
Cada um me disse a verdade. Cada um me contou as suas razões.
Ambos tinham toda razão. Não era que um via uma coisa e outro outra, ou que um via um lado diferente.
Não; cada um via as coisas exatamente como se haviam passado, cada um as via com um critério idêntico ao do outro, e cada um, portanto, tinha razão.
Fiquei confuso desta dupla existência da verdade.”
Fernando Pessoa