terça-feira, 12 de julho de 2005

Tentativa

Confesso, hoje estou um pouco desnorteada. Não foi por conta da tia Clarice, eu juro! Mesmo sendo o último dia do curso de extensão sobre ela, hoje foi o dia mais light em termos de mergulho na literatura da tia. Estou com uma coisa de 'sei lá' com reticências muito forte, pensando repensando, cuidando a linguagem minunciosamente dentre de mim tentando, sim, tentando espairecer alguma coisa nessa mentizinha minha de garota de apartamento. É difícil, mas tenta-se.
Tento há tempos ser uma irmã melhor, menos egoísta (o quarto que é só 'meu'), uma filha mais agradável (indo ver novela com a mamãe se preciso), um colega de faculdade legazinha (participante dos eventos extra-classe quando possível), e uma boa aluna pra todos da família terem orgulho da futura médica que eles não puderam ter. Eu tento, tento, eu tento.

Ainda hoje vinha pensando no ônibus (recorrente esse veículo) uma maquininha dessa de reter pensamentos, cada parte dele e nos dar pra deleite. Deleite de quem? Aí está um dos motivos pq leio Clarice, ela é um pensamento constante, de um coisinha vai indo, indo e parando pra lá de Bagdá... e dentro da gente na verdade não para nunca. Não é técnica, é deixar-se levar... Só. Não tem nada demais nem de menos, não quero ser Clarice ou Virginia Wolf. Quero ser... existir, transcender, ser um eu 'subjetivo', não o eu dos outros. Eu me sou, quero ter forças pra me abarcar e só, só, sozinha vencer e ser vencida por essa lacuna que é viver.

Estabeleci regras a serem quebradas e retomadas, revi planos que eram pro esquecimento mesmo, proferi olhares que escaparam como suspiros inacabados e observei a sorte de gente que era sortuda por se ter e a outrem. Eu me tinha, e só, não me tinha completa. Mas as pessoas têm outras... Elas se têm? Não quis entrar nesse mérito, pq nem eu me tenho. Sem barca que me alcança, por enquanto navego. Só. Tentando. Chega por hoje :)

3 comentários:

Lizi disse...

Ahh Fah! Não deixa o fato de seres "a esperança da família" ultrapassar os limites que deve. Não cobra muito de ti também, pois apesar de cada um possuir uma imagem de Fabíola e projetar suas expectativas frustradas em ti, só tu sabes das arbitrariedades que acarretam em ser quem tu és. Resumindo: não deixa que os outros controlem tua vida (eu, na já citada condição de guria de apartamento, sei bem o que digo :P).

Ahh, que bom que pude te inspirar! /me aguardando pela carteeenha :D
=************
Saudades igualmente infinitas...

Lizi disse...

Ah sim, tente outra veeeez!
A piada com o título foi inevitável, afinal és brasileira e o resto do discurso que vá pro inferno (já sabes de coooor!!! :)

Andréia Pires disse...

a barca.. hehehe. bjão!!