domingo, 29 de junho de 2008

quero

Tem alguma coisa errada. O cinza dessa letra não me apetece. Não me apetece o bolo de chocolate que acabei de fazer. Não me apatece ficar aqui no computador ou no abafado do quarto. Menos ainda me apetece sair pra rua, pq aí seriam confabulações demais na minha cabeça me fazendo esquecer o que não quero por agora.

Inquieta. Inconstante. Impaciente.

Em dois segundos quero que o mundo inteiro passe por mim, me gire de cabeça pra baixo e me faça não entender o que quero, pois quer NÃO querer. Quero NÃO poder. Quero NÃO enxergar. A negação assim, em tudo.

Quero saber, se você soubesse o que eu quero, ainda iria querer o mesmo.

Não tenho ponto de interrogação. Minha questão acabou.

change

Pela primeira vez em mtos anos de vida eu me encontro sem ter hora pra acordar pra ir pra escola. Ou hora alguma, afinal me encontro em minhas férias escolásticas bem esticadinhas.
Isso não seria um grande caso SE eu não fosse do tipo de pessoa que simplesmente adora o ambiente estudantil. Com isso, não foi por acaso que sem querer querendo acabei optando por virar professorinha. A idéia era correr contra o tempo, virar professora logo, ter carreira e aquela coisa toda. A idéia não mudou, a diferença é que a pressa é inimiga da perfeição. Digo isso principalmente pq me vejo parada, girando em mim mesma a procura de um sentido ou não-sentido pra tudo que se vive. A questão é, já que o fim é inevitável, pq não esticá-lo mais um pouquinho...
O fim da faculdade se dará em breve, mas o breve vai provavelmente (tudo tão imprevisível) durar por mais 6 meses. Depois desse tempo eu coloco o fim a minha fase de fazer nada no país vizinho. Ou não, vou pra outro fazer alguma coisa.
O caso é que enquanto fazia faculdade, apesar de todas atribulações (que não foram pouquinhas, principalmente com a minha mania workaholic), eu sempre queria mais e mais. Agora, fazendo praticamente nada (apesar de ter mto o que fazer), sinto só vontade que isso passe logo... Mas que seja bem passado, com bastante alegria no percurso e aproveitando o que posso do país bege.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

o fim da era de aparelho nos dentes

Depois de dois anos e muitas aventuras na cadeira do ortodentista finalmente estou livre dos ferrinhos nos dentes. Foi meio custosa essa tirada triunfal, quase perguntei se eles aceitavam um rim como pagamento, contudo, tem certas coisinhas que não aceitam 'depois' para acontecer. Meus dentes estavam gritando todo noite ao meu ouvido para que tirasse as amarras que os impediam de se sentir livres.
Com isso, fui ao consultório do dr. Ducan, tudo lilás, bonitinho, moderno, espaçoso. Tudo bem explicado tb, passo a passo, tão bem explicado que já perdia a paciência, só queria saber de tirar a coisa cinza logo. Foi aí que começou o trec-trec, tira aqui, tira ali, uma impressão que meus dentes superiores da frente iriam quebrar com tanto trec. Logo, enfim livre. Fui ao espelho pra fazer algo que nao entendi o que era, mas que por instinto presumi que era pra bochechar. E veio o primeiro sorriso, os primeiros 30 segundos de amor a primeira vista, de encanto e borboletas no estômago: aquela era meu sorriso, então, branco, coeso, charmoso. Sorriso branco. Sem ferrinhos, sem nada para esconder sua forma: um sorriso puro. Não era simplesmente a vaidade nessa vida, era a beleza dessa vida. Era descobrir, depois de tanto tempo, que eu tinha um sorriso, um sorriso só meu, só branco.
Adeus dor, adeus borrachinhas, adeus comida agarrada nos ferrinhos. Agora comemoro o sorriso novo usando fio-dental sem passa fio, mordendo uma maça sem sentir incomodo, sorrindo pra mim mesma no espelho do carro, como se tivesse descoberto em mim mesma algo de brilhante, mas que não é prateado, é dourado.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

ONCE

Um dos filmes mais bonitos que já vi. Um romance de um rapaz e uma garota pelas ruas de Dublin atados pelo amor a música. É simples, é cheio de sentimento... Todas as músicas do filme são boas. São cheias de alma, de sentido, de procura.





Nessa música "Falling Slowly" (ganhadora do oscar de melhor cançao 2007), a primeira linha faz todo sentido no contexto, "I dont know you, but I want you...", podemos testemunhar o momento exato em que ele se apaixona por ela.

a blusa lilás

Depois de tanto tanto coloquei aquela blusa lilás que tanto gostei desde que a primeira vez a vi quando tinha 14 anos. Acabei usando-a na minha festa de debutante, festinha entre amigos a qual nem fazia questão. A blusa é daquele tipo de botão, geralmente se vê de cor branca, mas essa é lilás. Claro, não é difícil adivinhar o porque dela ter chamado minha atenção. E como grande parte da roupa que tenho, ela foi um presente de aniversário. Quando a visto eu me sinto bem. O bem que me sinto refleto no outro, parece, pois sempre chama atenção daquele que vê. Ao mesmo tempo, me sinto transparente, me sinto da mesma cor, aquela cor, lilás, realça e ao mesmo tempo é minha pele. Minha pele por dentro, sempre. Por pouco não a trazia pois depois de anos de serventia fiél um botão caiu. Mamãe, com toda sensibilidade, pregou o botão imediatamente, sem a blusa lilás ela saberia que não poderia vir.
Como nos apegamos fácil a tudo... Mas acho que essa coisa com a blusa é somente por conta do inusitado da cor, como se saisse simplesmente de mim.

vida longa ao chino!

Nunca fui de frequentar restaurantes. Para dizer a verdade, eu nunca gostei de ir a restaurantes, na medida em que a comida de mamãe sempre foi um deleite para mim. Contudo, um dos hábitos adquiridos pelos pagos nortistas foi o de frequentar, de vez em sempre, um restaurantezinho para matar a rotina da minha própria comida.
Com isso, estive experimentando umas comidas bem exóticas como indiana, vietnamita, chinesa, japonesa, dentre outras que não irei lembrar, além dos pubs da vida. Apesar de gostar de todas elas, quando penso em comer fora só penso em um destino: o restaurante chino.
Nem ao menos seu o nome do restaurante, sei que fica no Save on Food do início de Victoria West, restaurante bastante espaçoso e frequentando, do tipo buffet livre (pagou, come a quantidade que quiser). Quando vou lá já fico na expectativa de comer o polvo frito a milanesa, camarão apimentado, dentre outros quitutes que nem ao menos tenho idéia de como seria feito. E quando vou decidir junto com amigo aonde vamos comer, repassamos todos os restaurantes que conhecemos de cabeça, pensamos em restaurates novos, mas sempre terminamos no chino!
Bem, hoje eu fiz uma teoria do motivo que sempre me encontro compelida a ir lá. Simples, todo lugar que eu vou e como algo que vejo que possivelmente eu mesma posso fazer, já não sinto tanta vontade de retornar. Deste modo, é no chino que tem os quitutes que não faço a mínima idéia de onde sairam, com qualidade e um preço bem razoável.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Larga tudo e vai!

Voce largaria seu emprego estabilizado com bom salário, pararia sua faculdade faltando pouco pra terminar e iria passar um ano em outro país só pra melhorar o idioma? Bem, voce, brasileiro, provavelmente nao faria isso (quiça nem eu ), mas os asiáticos, sem dó nem piedade, se aventuram pelo canadá (dentro outros países), deixando nao só família e amigos, mas até mesmo o próprio colégio.
Quando se pensa em ir pro exterior, um jovem no brasil vai escolher estrategicamente o mes de ferias. Contudo, aqui eles nao entendem pq se fica só um mes no pais alheio e nao ao menos 4 meses.
Alguém vai dizer, ‘a vida no Japao é mto mais estável q no brasil`. Contudo, o q explica os coreanos fazerem isso com uma grande frequencia? O caso q mais me deixou abismada foi a dos irmaos, cujo o mais novo tinha 14 anos, que veio estudar um semestre de inglës aqui no Canadá, deixando de lado o ano de estudo.
Creio que eles tenham me contagiado de alguma maneira q, de algum modo, me sinto inclinada a deixar pra depois a tao sonhada formatura e ir esticando as ferias por aqui, quem sabe por outro lugar...

sexta-feira, 13 de junho de 2008

sentido, vida


Tem horas que sinto tudo pelos poros. Até quando fui pegar a caneta pra escrever agora, olhando as canetas coloridas que costumava corrigir os trabalhos dos alunos, deu uma vertigem. Peguei a caneta pra escrever de um sentimento que veio aqui, se abriu na minha frente como uma caixa de presente embrulhada de verde, o verde que era dele. Eu sinto. Sinto o sol que já desceu, o vento que assobia pelos meus cabelos prendidos na trança mal feita. Sinto a perna esquerda balançando num ritmo, no ritmo das recordações rápidas dos nossos eus embrulhados pelo entendimento de mundo. Somos tão nós, e então, apenas uma vez, eu sinto o eterno que nasceu de nossas memórias. Árvore, nosso símbolo secreto. Música, nossa droga viciosa. Literatura, a nossa revelação. Pra onde vamos nos expandir agora? Eu sinto, sinto um tremor na pele de frio que nos cobre. Daquele frio, o nosso, que foi testemunha fiél do nosso tempo, de tudo que era belo que tentamos construir com palavras enroladas em açúcar e veneno. Um brindo ao verde, verde que será sempre nosso. Verde de grandes esperanças, de apenas uma vez de um infindável dia, do tempo que sonhamos juntos e desejamos futuro.