segunda-feira, 11 de maio de 2009

Tem vezes que dá uma sensação de dor de mundo. Voltando pra casa agora com as ruas vazias me fez olhar o lá fora e esmiuçar o aqui dentro. Sinto frágil o corpo e a alma, que numa falsa paz escondem o redemoinho de caos. Eu sinto tanto, tanto... Vou chorar, eu sei; a lágrima vem de lá, da mente que faz conjecturas... e não acho um motivo para tudo que acontece. Ou vai ver é nada, essa é a essencia. Mas a tristeza vem... Não chega a nenhum lugar. O vento bate na face, levanta o cabelo, me faz fechar os olhos. E eu não quero ver... não quero me ver.

Estou cansada da dor dos outros dentro de mim. Estou cansada de outros enganando a mim. Estou cansada de outros... Eu estou mesmo cansada de não conseguir comunicar.

The Reader



O Leitor é um filme que desde o princípio nos deixa com a pulga atrás da orelha.A questão é que nos trás aquilo que não esperávamos no princípio, no meio e no fim. Eu totalmente desconsiderei o peso nazista que quiseram colocar na narrativa no meio. Creio que isso não fez tanta diferença. A diferença foi que o menino foi largado pelo seu primeiro amor, e nunca conseguiu se ver livre da imagem da amada no passado. Isso vem de encontro a relacionamentos que não acabam, no qual as pessoas não estabelecem um fim através da linguagem. Ela simplesmente ir embora simbolizou tantas coisas, e entre elas o mistério de que talvez ela voltasse tão misteriosamente quanto foi.

Não quero contar o final, como geralmente o faço sem querer, eu só quero dizer que ao final eu senti um peso tão grande em relação as coisas que poderiam ter sido, mas não foram.

domingo, 10 de maio de 2009

Volver...

Essa canção já havia eu escutado. Qdo tocou nesse filme de Almodóvar, foi verdadeiramente emocionanta, particularmente para mim. 

Tengo miedo del encuentro
con el pasado que vuelve
a enfrentarse con mi vida.

Tengo miedo de las noches
que pobladas de recuerdos
encadenen mi so�ar.

Pero el viajero que huye
tarde o temprano
detiene su andar.

Y aunque el olvido
que todo destruye
haya matado mi vieja ilusi�n,

guardo escondida
una esperanza humilde
que es toda la fortuna
de mi coraz�n.

Volver
con la frente marchita
las nieves del tiempo
platearon mi sien.

Sentir
que es un soplo la vida
que veinte a�os no es nada
que febril la mirada
errante en las sombras
te busca y te nombra.

Vivir
con el alma aferrada
a un dulce recuerdo
que lloro otra vez.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Estudando port durante toda a manhã

"Quando não se tem nada para dar, ainda se dá amor"

do livro 1984

domingo, 3 de maio de 2009

Kraftwerk - Radioactivity

Escutei muito Kradtwerk quando era pequena, cooperando para a máxima que não tive lá uma infância muito normal. Eu ouvia e adorava... Sem ao menos imaginar o que falavam, a mensagem maravilhosa por trás desta canção que juntamente com "The Robots" configurava uma de minhas prediletas. 

O Oibaf me trouxe a lembraça deles, os precursores de qualquer música tecno que hoje existe. Eles sim, são criativos, originais e cativantes. E eles tiveram no Rio faz pouco tempo abrindo show de Radiohead... faça-me o favor! Eu quero ver só Kraftwerk!

Uma pontinha deles com o "antes e depois" de Radioctivity ;)

Anos atrás (década de 70 será)

Anos depois:

Futebol, futebol...

Vamos começar confessando o passado triste: já fui torcedora fanática. Graças aos céus isto data de 1997, ano que me mudei para São Chico, e ficou enterrado por aquela época. O caso é que de tempo em tempos renasce a "moda futebolística" e, infelizmente, estamos em um desses momentos. 

No país todos os amigos se provocam com as mesmas ofensas batidas de sempre sobre seus times (todos) derrotados, não derrotados, pseudo-derrotados. Compram a blusa do time, se enfeitam das cores (geralmente misturas de cores infelizes), e usam listrados (ou não) por aí como se fosse algo de interessante para existência de alguém. Talvez eu seja um pouco brutal na minha avaliação, mas é inegável que o que mais vemos são os torcedores "maria vai com as outras". Isso sem querer citar a problemática de torcidades que esqueceram que não vivemos em um zoológico. 

Gosto de esporte, gosto de admirar o esporte, gosto da superação inerente no esporte. Contudo não gosto de mentes fincadas em um alienante torcer por coisa nenhuma (afinal, seriamos nós torcendo por dirigentes podres de rico e de poder paralelo). Fora que no país do futebol, seria muito engrandecedor se um menino sonhasse em ser jogador de futebol, o outro de basquete, o outro corredor, o outro indeciso. 

Agora da minha janela escuto gritos, gente nervosa (um dos times cariocas com uma das piores torcidas está jogando), uma falsa tranquilidade (pois se vê poucas pessoas na rua), mas eu sei que quando acabar as pessoas estarão em estado de explosão de nervos que eu não suporto testemunhar. 

Ah sim, dizem q isso  desautomatiza a vida. Bem, eu preferiria a diversificação dos desautomatizadores. 

sábado, 2 de maio de 2009

Um recado

Só para me avisar que o ócio criativo voltou. Que alívio, pensei que iria ficar na história, mas nunca retornaria. Joguei livros por todo canto, coloquei músicas antigas, leio pedaços de cada coisas, e penso...

Penso na arrumação do quarto, penso em filmes antigos (acabei de rever Moulin Rouge), penso em São Chico e em como me faz falta fazer parte de São Chico. Penso enquanto escrevo aqui, porque eu compreendo agora o motivo pelo qual não abandono esta casinha: ela me ajuda a lembrar. E com isso, me lembro em detalhe o que aconteceu em todos os 13 de feveiros de 2005 pra cá. Pode me dizer a data, procuro no blog e te digo tudo que acontecia. Escrever só pra lembrar, é o que penso.

Penso em atenção, penso no pobre amigo Pedro de Raul ("Pedro onde cê vai eu também vou, mas tudo acaba onde começou"), penso na escolha que fiz de estar nesse exato momento fazendo o que estou fazendo. Bem longo este recado, mas é que não quero esquecer de nada, de nada.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

sensações

Uma sensação estranha. Quando fui a Sue hoje estava com um quê de estar em casa, contudo no caminho os ventos mudaram na medida em que na minha companhia se encontrava o Livro que Lív Mary me deu de presente de aniversário, Amor em Minúscula. Confesso que pelo título adiei um pouco o começar a ler. Talvez seja também pela minha cega obsessão por clássicos, Machado, Eco, Garcia Marques, meus queridinhos. Contudo descobri a leitura leve, a leitura de uma descoberta de um rio confluente em si. E eu lia...

Ao chegar na Sue, fizemos a verdadeira tarde das garotas, com direito a Orgulho e Preconceito. Nada mais girly do que Jane Austen. E suspiramos por Mr. Darcy, invariavelmente por ser o nosso modelo de perfeição masculina, se é que deveria haver um, num filme que não apresenta nem ao menos um beijo descaradamente romântico. No entanto o filme é só romance, e cheio daqueles momentos de Mamilaminatapei (escrevi certo, será). Comemos pizza, tomamos sorvete e conversamos o suficiente para nos deixar com a impressão de que sim, continuamos presente na vida uma da outra.

O engraçado é que a viagem de ônibus na volta me pegou novamente. Eu não queria descer, não queria sair daquele meu mundo, mundo de não-sei-o-quê de surpreendente, descobrindo minhas próprias histórias, sentindo a "nostalgia do futuro", e mais do que nunca deixando o passado para o passado. Assim, escutando "Fast Car" da Tracy Chapman, cheguei a conclusão que não há nada mais preenchedor do que a sensação de se pertencer a algum lugar. Ironicamente, da pessoa que já muito se mudou se escuta a máxima: eu pertenço aqui, eu pertenço ao agora.