quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

Kong brilha nas telas


Palmas, palmas para o melhor Blockbuster do ano. Sim, o rei, o tal grandalhão da floresta: KING KONG é o melhor filme comercial do ano. Peter Jacksone seus 20 milhões de cachê têm todo o mérito por essa embriagante saga da loirinha indefesa na ilha isolada juntamente com dinossauros, insetos gigantes (com direito a vermes malditos) e, é claro, o carismático Kong.

Indubitavelmente é o Kong a criatura mais dócil e amável do filme, mesmo com seus mais de 7 metros e atitude um pouco assustadora às vezes. A química dele com Naomi Watts é algo que sentimos cá na poltrona; e no meio da barulheira e correria vemos como o animal ‘irracional’ tem apego pela sua querida e, mais do que isso, uma paixão que vai leva-lo a persegui-la por todos os cantos.

O interessante é que no meio de tanta ação a comunicação entre Kong e a mocinha era basicamente por gestos, sem nenhuma palavra, só pelo olhar (como era de se esperar), contudo não deixou de preencher a tela de ternura. O par romântico oficial seria Naomi e o pianista (aqui no filme roteirista) Adrien Brody, mas o casal não convence deixando toda a responsabilidade das cenas românticas pro macacão.

Um outro detalhe é que o mesmo motivo que me fizera relutar em ver o filme é o motivo pelo qual venho especialmente elogia-lo, os dinossauros. A partir da segunda hora do filme (prepare-se porque tem três), as tomadas incríveis na Ilha da Caveira são ‘breathtaking’ e ressaltam o lado fantasioso do cinema.

Falando em fantasia, daquelas mais bonitas, não poderia deixar de mencionar uma encantadora cena no qual o gorila ‘patina’ num lago congelado com sua amada. A cena é extremamente poética e fascinante. Só perde mesmo para a clássica cena no alto do Empire States.

Para finalizar vem meu comentário acerca do personagem de Jack Black, o ambicioso diretor Carl Denham que com seu olhar fixo no horizonte nos mostra um misto de caráter duvidoso com sonhador. Ele foge na caricatura e ainda nos brinda com a clássica frase final do filme: "Oh no, it wasn't the airplanes. It was beauty killed the beast".

O filme vale mesmo o ingresso. Só fiquei impressionada com a reação do público da minha sessão (que não era muito), que não teve sensibilidade de aceitar o amor de Kong pela frágil moça e ainda com um tom zombeteiro sobre a clássica história. Bem, se não se gosta de um filme desse do que é feito cinema afinal?

terça-feira, 27 de dezembro de 2005

nas luzes distantes


Há 3 anos e meio atrás chegava eu em uma nova cidade, o dia era chuvoso e era noite donde de longe eu via as luzinhas da cidade e nos meus olhos caiam umas lágrimas e doia tudo lá dentro do coraçãozinho. Há 1 ano eu deixei aquele pedaço de areia (literalmente) na recordação dos bons ventos (e mtos) que trouxeram pra minha vida lilás. Além da ventania, têm os maravilhosos amigos, os quais sinto falta incondicionalmente, e que hoje permancem aqui na mente como as lembranças eternas de uma boa época da vida. Ah, a nossa Idade de Ouro.
Pedi pro papel noel me deixar ver as luzinhas distantes chegando perto perto novamente.

terça-feira, 20 de dezembro de 2005

Um afã por fã

Passando por essa fase cinéfila mexicana juntamente com a Lizi, acabei por me lembrar de um causo sobre essa coisa de ser 'fã'.
Certa noite, na 6ªfeira de estréia de Harry Potter nos cinemas brasileiros, tinha eu assistido ao bruxinho e chegando em casa furto do ar vindo da sala o seguinte diálogo:
- Pai, eu quero ver Harry Potter.
- Mas você não se interessa por ver filme, nem viu os outros.
- Por isso mesmo. Eu quero ver.
- Você não liga pra isso.
Então replica ela, com a voz conotando toda a angústia:
- Mas eu preciso ser fã de algo. Eu nunca fui fã de nada.
Foi daí que refleti um pouco sobre o vazio que somos quando não temos nossa música predileta, nosso livro, nossa historinha de contos de fadas, nosso filme... Passamos a ser algo a partir daquilo que degustamos com mais afã. Só que às vezes nos limitamos a se deixar levar por aquilo que nos dizem que é bom, o que a cultura em massa nos impõe como ideal e satisfatório.
Um causo paralelo a esse foi na minha pré (blerg) adolescência, lá nos meus 13/14 anos, época de Titanics, Léo de Caprios e boy band, quando fui interpelada sobre que artista/banda eu preferia. Fique no vácuo total... Tentei escapar, sair de soslaio do acabrunhamento que me causava tal questionamento, mas não teve jeito, a guria era insistente e a todo momento voltava a esse ponto. Daí, época de Copa do Mundo (ou Olimpíadas?) que era, tocava um música da Gloria Stefan (que nem mais me lembro), mas como não podia simplesmente responder que gostava de músicas de comerciais e filmes, escapei com a tal cantora... Mas me senti muito constrangida, tinha mesmo eu ser fã de algo? Até hoje eu não sei, não sei...

De locadoras e mexicanos

A Lizi comentando do cinema mexicano fez-me lembrar que isso me rendeu certa audiência na minha nem tão amada locadora esse final de semana. Estava eu com o “Má Educação” na mão quando um funcionário dá um tímido “oi” e eu, forçando o mais simpático dos sorrisos (porque não gosto de funcionários de locadoras que nunca sabem de nada mesmo, a não ser do último lançamento popcorn), me dirijo a criatura com um abafado “oi” e volto a olhar compenetrada aquela ruma de filmes mal arrumados pensando ‘ai, eu faria muito melhor com isso aqui’, quando de repente, ali absorta sou desperta dos meus aleatórios pensamentos com o guri mostrando três exemplares mais genuínos do cinema mexicano com o seu Gael na capa perguntando “já viu esses?”. Bato o olho no filmes e abro um sorriso, dessa vez não forçado, dizendo “vi todos”. Ele sorri e pensa ‘essa menina entende do assunto’, e solta o comentário “vi o filme na sua mão e reparei que tinha o gosto diferente do normal”, isso me envaidece. Dá-se então o duelo do vi-que-não-vi, ele logo de início se protege dizendo que há pouco tinha descoberto a beleza do cinema e não conseguia larga-la (só quem se entrega aos filmes alternativos sabe de tal magnificitude). Eu não pude deixar de testa-lo com os mais incontáveis clássicos que pudera lembrar. Ele, por sua vez, me passou aquele espírito de ‘quero fazer (bom) cinema um dia’, espírito esse que precisamos aqui em nosso país para se tentar solidificar o respeito de outros pela nossa criatividade. Senti-me confortável em saber que cada vez mais jovens buscam ver além e se deixam apaixonar pelo lado complicado do cinema, aquele que externa o lado complicado de suas próprias vidas, por filmes mexicanos-euporeus e com tamanha criticidade (importante em tudo que se ambiciona). Podem não dar grandes cineastas, mas serão esses os termômetros da qualidade de obras futuros.

Agora, comentando o “Má Educação”, eta filme porreta (poderia dizer flertando com o sotaque lá dos pagos nordestinos). O que mais me impressiona é como Almodóvar, mesmo colocando cenas/situações constrangedoras, te faz sentir, ao subir das letrinhas brancas, que se acabou de ver um grande filme, sensível e com uma estruturação fenomenal. Não sou fã do Almodóvar, mas respeito seu trabalho apesar de toda sua ‘carga’ psicológica/física intensa (quem já viu um filme dele sabe muito bem do que falo – e é o que faz muitos odiá-lo cegamente). Aconselho a ver, mas claro, dando o aviso, deixe os pudores de lado.

Um momento cômico, especialmente pra Lizi, foi quando o guri falou “ah, o Gael e o Diego Luna...” e eu saltei com o comentário empolgado “Ah, eu gosto do Gael”, mas foi de um tom tão afobado que me apressei em ressaltar “Pelo trabalho dele” com tom de conserto - isso pra não soar daquelas tietes/inconseqüentes que nunca fui, não pretendendo sê-lo – saindo o remendo pior que o soneto, como diria o dito popular. Mas Gael é algo. Ainda iremos um dia visitar Dieguito e Gael no México né Japa?

domingo, 18 de dezembro de 2005

Maria cheia de graça


O primeiro elemento a se destacar é essa comparação religiosa na qual se pensa ter maiores raízes e que se revela somente de uma grande beleza criativa e delicada. E ainda na apresentação, me chama a atenção a frase de chamada do filme, ‘a história de milhares de outras pessoas’ (algo do tipo). Daí peguei o filme e nele o que mais fica patente é a atmosfera real na qual a história se desenvolve. Catalina Sadino Moreno faz um belíssimo trabalho ao interpretar Maria, moça de 17 anos, grávida que mora num vilarejo perto de Bogotá, acaba de se demitir e não tem perspectiva nenhuma de vida. A moça mora com a mãe, a avó e a irmã, que já tem um filho, e num ato de desespero por dinheiro acaba entrando no esquema de mulas (levando drogas em seu estômago para os EUA).

Dessa realidade de mulas não temos muito contanto, no entanto é muito difícil não se identificar com a pobreza material e de valores na qual Maria enfrenta no seu mundo de extrema pobreza. A verossimilhança se estende para cada personagem, desde o namoradinho de Maria que não quer nada da vida, mas ao lidar com a namorada grávida quer casar e que ela vá morar com ele junto com mais 10 pessoas em sua casa, a irmã que acha que Maria tem de trazer o dinheiro para comprar o remédio do filho, o chefão do tráfico que com sua auréola de bondade ameaça sutilmente a garota se houver algo de errado com a droga. Uma série de personagens que não são estereotipados, mas sim fluem naquele universo paralelo.

A segunda parte do filme é quando Maria está nos EUA e também minha parte predileta. Muitos podem criticar a escolha de Maria ao final do filme (que obviamente não posso falar), mas creio que o que ela faz é o que um ‘chicano’ no lugar dela faria mesmo. Então se vê que Maria é real, é a história real de milhares de outras pessoas que passam por aquilo e que ainda passarão.

O filme mostra a vida na tal América Latina que ninguém vê, nem nós mesmos que cá estamos. Mostra que aquele ideal de 'sonho americano' continua sendo o estandarte de muita gente que não tem mesmo a que recorrer para mudar de vida. Funciona também como uma crítica aos Governos latino-americanos que largam sua população na miséria a mercê da exploração das grandes empresas e do controlo do tráfico. Um filme de uma realidade que queremos duvidar que exista.

sábado, 17 de dezembro de 2005

come fa un'onda...

Estava eu (e continuo) escutando o "Equilíbrio Distante" e tentando pensar um pouco em italiano. Tá, saiu a repetição da música. Divertente foi ontem mesmo, no restaurante com o povo do Italiano. Não pensei que haveria tal união numa turma tão homegênea cheia de futuros físicos, professoras doutorandas ou aspirantes, artistas e pessoas aleatórias. O professor um amor de pessoa e vem como a prova de que o ensino no Brasil pode ser diferente com perseverança de quem tem mesmo jeito pra coisa, ensinar. E de italiano, io ho capito piú meno adesso.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2005


O outono dentre as estações do ano é a que mais me apetece. Não, não estamos no outono. Sinto só profunda falta de folhas caindo de uma cor desbotada viva e o visual preenchendo de ternura os olhos. Elas caem e com isso dão passagem para a nova vida. Como são verdadeiras e boas. Quem dera eu ser uma folha de outono, desbotadamente avivada, só que lilás.


ah, estou viciada em fotografia.

domingo, 11 de dezembro de 2005

Pare?


O pare e siga em nossas vidas é algo muito relativo. "Algo relativo" por si só já carrega uma carga de aleatoriadade muito grande, mas quando é transposto para situações reais onde se deve tomar uma atitude (ou não), algo relativo se torna aquele 'se', 'Ah si tivesse agido diferente'.
Andei parando muita coisa boa na minha vida, em detrimento de outras que pareciam mais importantes e consequentemente eu não via como concilia-las juntas. Andei parando na minha agora. Será mesmo? Só não queria ficar naquela linha imperceptível entre 'siga/pare', parei. Mas segui por outros caminhos que por certo lado me deixaram felizes, contudo por outro não me aliviam a tortuosa sensação do 'pedi'. Perdi a mim? A quem? Alguém? Perdi a terceira margem do rio ou nunca a tive?
No entanto o perder ser revestido como 'ganhei', ganhei experiência pra próxima. Agora me peço pra não parar tão fácil da próxima vez, mas tento cuidado no cruzamento, vai que vem um caminhão de lá e passa por cima de tudo? Ah, tive medo do caminhão e de perder o que nunca tive.

Enfim, aniversário da minha Japa predileta! Dia aconchegante de chuva por aqui, bom pra dar um abraço (sinta-se abraçada sua japa ordinária!!!). Sigo a vida lilás tentando não me perder na sombra do dia. E o dia foi bom.. ah, daqueles pra se ficar na história:) (obrigada japa!)

sábado, 10 de dezembro de 2005

círculo


Que círculo miúdo nesse que me encontro. O Italianinho já parte pro seu quarto blog em busca de renovação e eu me encerro na vida lilás repetitiva e insossa. A Lizi e Andréia vieram com mudança total de visual e eu sigo sem margens com medo de que ao mudar algo venha a estragar mais ainda.

Ando sumida daqui não por não ter necessariamente vontade de escrever. Mas tenho medo de escrever sempre as mesmas coisas, as mesmas reclamaçoes e chegar a uma conclusão triste de que não adianta escrever, pensar, tentar catarse que no final continua tudo no seu impassível ciclo a devorar o novo que possa vir a ameaçar a quietude da distante torre donzelística.

Tento temor não significa que renunciarei ao mesmo. Sinto só vontade de falar de livros, filmes, filosofias, distopias, Tristões e Isoldas. Ah, como fere em mim a lança da minha própria inquisição. Como enlaça mundo redondo que revela sua real vileza e aponta pra mim a ponta da minha própria lança ensopada de tédio.

Enfim, deixa eu parar de girar.

domingo, 4 de dezembro de 2005

resenha, provas e dois semestres fumegantes

Sempre que tenho uma resenha me bate uma vontade de escrever aqui. Da outra vez estava eu desesperada fazendo a resenha do livro 'língua e liberdade' de véspera (oh, que prática comum!), processando tudo cuidadosamente na mente e acabando por concluir que a língua tem de ter parâmetros que a direcionem (a tal gramática!) para não vivar uma babilônia generalizada. Agora tenho de pensar formação de palavras... De fato não se tem de pensar muito, é só olhar a proposta, criticar um pouco e deu pra bolinha do Kehdi. Afinal ainda tenho de estudar pra italiano (Desespero!!!), rodar no CLAC seria vergonhoso... Mas não cogito essa possibilidade (ainda!). E tem a prova de port 2, nem acredito que estou prestes a passar por port 2, morfologia... e aí vem um port. pior ainda, o 3 - tão temido. Ainda bem, desafios são sempre bem-vindos.
Termino o ano (vê-se que o dou por vencido), com a satisfação de ter tido um bom ano, novas inspirações (finalmente reencontrei a literatura perdida em mim), com a certeza de que 'faço parte' da UFRJ mesmo não sendo essa minha 'origem'... Termino também com a vontade de ter, paralelamente, passado o ano com pessoas que deixei num lugar far far away, aquelas pessoas nas quais não tem como não lembrar da vivacidade de como lidavam com o cotidiano, o carinho com que lidavam comigo (mas não me esqueço dos 29348723 xingamentos contra meu povo :P). Eles fizeram um tanto de mim, esse 'eu' que hoje é aceito aqui e que é feliz por conta disso. (Oh, como eu ando 'agradecedora' - eu formando palavras a força, como sempre).
And so it is... volto ao word esperando extrair algo de útil do meu cérebro e fazer uma resenha decente, afinal o prof. merece (quem diria eu falando isso!). Tivemos nossos 'desentendimentos' (na verdade eu que não o entendia) mas no final vi que ele era uma pessoa mto esforçada com um talendo incrível pra pesquisa e mal compreendindo por pseudos alunos universitários (só espero q não colem cartazer por aí, pq se eu sair com 10 no semestre vão falar que foi por puxa-saquismo :P).
E como a vida deveria ter trilha sonora saio cantando "caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento num sol de quase dezembro.... eu vou!"

sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

The road not taken

Robert Frost

Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth.

Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same.
And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.

Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.
I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I--
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.

--

Creio que tenha captado um sentido muito peculiar para mim deste poema agora. Fica-se naquela busca da estrada certa e no final existe mesmo uma certa?

quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

aonde vamos parar???

De fato essa questão me preocupa muito, principalmente por pegar 2 ônibus todos os dias e me deparar com manchetes reluzentes da queima do ônibus com pessoas dentro. Isso aconteceu ali na Penha, relativamente perto do Fundão, onde até pensei em morar.

Os selvagens conseguiram colocar fogo num ônibus com pessoas dentro, ficar assistindo e ainda jogar pedras. Fico impressionada com a capacidade destrutiva do ser humano... Quem dera fosse 'auto-destrutiva', poderiam usar isso em prol da sociedade se eliminando dela. Lendo as manchetes on-line fiquei profundamente comovida: morreu a mãe e filha de 2 anos abraçadas e o pai tendo de assistir tudo; tinha a universitária com seus 20 que voltava da faculdade; tinha o casal cujo o rapaz conseguiu salvar boa parte das vidas q ali se encontravam por lutar contra a dor e desesperadamente abrir a punhaladas a porta traseira do ônibus.
O motivo do massacre? O de sempre... troca de tiros com polícia, mataram um traficante das redondezas e daí é simples: mata-se o cidadão que nada tem com aquilo e a culpa fica sendo da polícia, que não tinha nada de matar o traficante. Morreram 5 e 13 estão feridos (alguns gravemente). É o banditismo valorizado.. Agora encontraram um carro com 4 homens mortos com o aviso de que aqueles seriam os causadores do atentando terrorista ao ônibus, vê-se como os bandidos são bonzinhos, eles matam compulsivamente e não admitem que um dos seus vá para a vala, que companheirismo! Enquanto isso os parentes das cinco vítimas que não sobreviveram sofrerão amordaçadas a perda de seus entes, os quais seguiam sua vida tranquilamente fazendo planos, comprando presentes de natal, participando de amigos secretos e marcando confratenização em pizzaria com amigos.

É um nó na minha garganta, verbo antípatico de ver essa manchete por todo o canto. E pensar que estou tão perto e tão longe disso tudo. Estou perto espacialmente e longe psicologicamente. O pior é que nem se pode contar com político carioca, eles têm carros blindados, condomíneos fechados e seguranças, além de aliados no lado crime. E o resto? Donde fica o direito de ir e vir do cidadão? De fato, quem é cidadão no Rio? Somos todos jogados nesse pedaço de terra e obrigados a engolir centenas de atos covardes como esse, já que o descontrole tomou conta.

E eu sigo a vida lilás pensando naquela música do John Lenon sabe, Imagine...