Certa vez minha filha em seu vilarejo distante já falara sobre isso, agora aqui retomo o tal tema por vê-lo tão próximo e querê-lo afastar. A Dani pedia que por favor, não sejamos pragmáticos demais. E eu me vejo compelida a sê-lo num pedido de professor de inglês (tinha de ser), por ser a língua pragmática.
Então é isso, fazemos um cruzamento com a outra língua daí mudamos, somos pragmáticos. Não me realizo em tamanha objetividade, ainda mais que no fundo sei que ela não existe, pois tudo que dizemos há seu juízo de valor enraizado (a análise do discurso que o diga). Contudo nas respostas inóquas do cursinho de inglês tenho eu de parar de 'viajar' e dar daquelas repetitivas/automáticas respostas a tudo. Desculpe, sou contra o automático. Quando faço algo não faço pensando só no inglês, faço no pensamento, no meu pensamento, processando o inglês com minhas idéias que podem não ser as mais criativas e espetaculares do mundo (daí já era pedir demais), no entanto não são aquelas montoeiras de frases feitas e tão gastas que aparecem até já desbotadas. A literatura pra mim não se limita a aulas, fica no dia, senão não seria dia, seria pesar.
Vai ver essa digitransformação pragmática é uma etapa inerente da vida do ser humano. Mas creio que cortar coisas pq não têm mais linhas... Imagina se Homero pensasse 'vou parar por aqui pq não tenho mais fôlego'. Comparação boba até, mas creio que em nosso dia-a-dia não devemos parar enquanto há fio de pensamento. Segue, continua escrevendo, lendo, aprimorando e compartilhando toda sua subjetividade, construindo verdades solúveis, parafraseando os versos dos outros, concatenando com os seus próprios.
Mas há toda a linguagem acadêmica, há o ser sucinto, há o vocabulário vigente que não te permite nem aspas mais, ainda mais lirimos. Parece que pensar vai morrendo nisso tudo.. ou será que é impressão? Vai ver é, não tem nada certo. Vou eu seguindo, concatenado com um pragmatismo de uma língua, tudo preto-no-branco... só espero não me esquecer que sou lilás.
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