domingo, 2 de outubro de 2005

infância

Quero cantar infância
Como se criança fosse.
Correr e saltar a ânsia,
Carregar vida doce.

Manto azul me cerca,
Sonhar com voar eu vou.
O planeta num instante se encerra:
É a imaginação que a alma caçou.

Anos já não trazem felicidade
É um doce gasto que fica
E um azedume que liga
Cada tijolo de idade.

Pra que maturidade ter?
Quero verdadeira criança ser!
Olhar dum ar pueril,
Atar março com abril.

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Eu estava pensando que aquele '19' ali poderia ser modificado para '18'. Assim que me sinto: no espanto de ter 18, na espectativa de uma vida adulta, numa faculdade nova em rumo a novidade do posterior que se já se configura mesmisse.
Sobre a infância, sinto saudade dela. Mas é daquela saudade de coisas que ficam no passado e só. Assim que é bom recordar infância, deixando-a no seu lugar e imaginando o quanto seria bom se aqueles dias durassem pra sempre, ou só um pouco mais.
Eu sempre queria atar março com abril... Agora que estava reparando, o que aparece no poeminha (o voar, vida doce, manto azul) são elementos que povoaram a minha 'pequinisse' e aí o pq dele ter uma conotação toda especial para a minha pessoa. Só isso mesmo.

2 comentários:

Lizi disse...

me sinto mais ou menos da mesma forma que tu: conflitos de idade...
é bem verdade isso...
é bem forte isso...

Pablito disse...

Oi!
Gostei do teu "poeminha". :)
"Mas é daquela saudade de coisas que ficam no passado e só". Bom, acho que as lembranças já são algo. Aliás, são muito. :) "O que lembro, tenho", Riobaldo, Grande Sertão: Veredas. Bjo!!!