segunda-feira, 16 de maio de 2005

O Terminal


É um filme que prova que mesmo em Hollywood podemos ver boas críticas referentes ao comportamento egoísta dos americanos em relação aos estrangeiros. Em ‘O Terminal’ não temos só estereotipos: o europeu oriental que não sabe falar inglês e o funcionário ganancioso de um aeroporto, mas também, através de diálogos inteligentes, um modo de refletir diferentes temas como a vida moderna e a correria que toma conta, o modo como é visto pessoas q prestam serviços como faxineiros, a questão da imigração (claro!) e também (como não poderia faltar), o amor, que nem sempre tem o 'felizes para sempre'.

Viktor Navorski (Ton Hanks) é um europeu oriental que fala russo e que se vê surpreendido com a notícia de que seu país está em uma guerra civil, sendo assim, ele é cidadão de lugar nenhum temporariamente. Assim se vê preso num aeroporto em New York, sem poder colocar os pés pra fora com o risco de ser preso (de verdade). Ali começa a tentar sobreviver com comidas grátis, tentando sempre arranjar um modo de ajustar o ambiente (o portão 67 onde mora), em um lugar no mínimo aconchegante.

Nada melhor do que um aeroporto para constatar o quanto as pessoas não têm tempo pra elas mesmas. De um lado para o outro tornam-se indiferentes àquilo que vê ao seu redor: bicho, gente, acontecimentos. Querem saber de chegar logo, seja lá onde for, perpetuando o ciclo da pressa. Tem uma parte do filme que mostra bem isso, o executivo fazendo a barba no banheiro do aeroporto ao lado do protagonista (muito bem interpretado por To Hanks) fala: “Você já teve a impressão que às vezes parece que moramos em um aeroporto?”. Esta passagem resume tudo.

Vemos também no filme um mal-humorado faxineiro indiano que é responsável por uma das passagens mais interessantes, quando ele responde ao Viktor Navorski se ele não teria medo de ser deportado de volta pra Índia: “Me mantendo de cabeça baixa, fazendo o meu trabalho, sem arrumar confusão eles não irão notar alguém como eu.”

E daí é evidenciado esse caráter de ‘invisibilidade’ dos funcionários com outras passagens envolvendo os outros amigos que Viktor cativou, com seu jeito estapafúrdio, mas muito sincero.

Ele ainda flerta (usando a expressão q só uns italianos falam :P) com uma aeromoça que está desesperada com o desastroso relacionamento que tem com um homem casado. Viktor se torna pra ela um novo amigo (uma boa peçooooonha ahahah), um ‘tipo’ de homem que ela não tinha conhecido (com aquela máxima de que é dos cafajestes que elas gostam mais), contudo não é de um dia para o outro que as pessoas (teimosas que são, acreditando em contos de fadas), desistem de alguém que está a mais tempo.


Quanto coisa... Mas esse filme aparentemente de uma história tão boba, me surpreendeu bastante com o tanto de coisas que dava pra pegar no ar.
E agora volto pra minha vida que parece um terminal de tantas chegadas e partidas (realmente falando). Mas a vida de quem não seria um terminal? Sempre pronto a acolher mais uma enxurrada de emoções e deixar ir um tanto de sentimentos com o próximo vôo.

:)

Um comentário:

Lizi disse...

Eu quero ver esse filme :)