segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Novos Ares

Agora nosso encontro é aqui:


confahbolar!

Novos Ares

Agora nosso encontro é aqui:

http://confahbolar.blogspot.com/

;)

sábado, 23 de dezembro de 2006

Eu vejo flores em você!

Sábado natalino e as lembranças q me abraçam são do dia de ontem, segundo Lívia 'não é uma sexta-feira qualquer'. E pq não acreditar na mágica? Depois de ver o inusitadamente interessante 'O amor não tira férias', Lívia, Thathá e eu fomos para aquela praça de alimentação do shopping (botafogo praia shopping ou 'escada shopping, pq são 8 pisos só subindo escada até chegar no cinema!), conversar, confahbular, e nisso dividimos nossas angústias quanto ao futuro, mas o marcante mesmo foi dividir um tanto do passado. Dividimos histórias de nosso tempo de pequena, Thathá contando que aos 5 anos a professora lhe deu um livro de presente e dizia q seria escritora, Lívia contando q podia tar parado no tempo aos 13 anos, o melhor momento da vida dela, eu contando das minhas aspirações de escrever um livro. Tanta coisa nesse redemoinho do tempo... Até combinávamos de criar uma caixa com coisas do presente pra abrir no futuro, todos juntos. Eu propus q abríssemos ao final da faculdade, mas disseram q estava mto próximo. Mas pra mim acontecerá tanta coisa até o final dela q pode não parecer tão perto assim.

Após dividir uma ótima tarde, q varou a noite, ao voltar pra casa olhava as raras luzes de natal e comentava com Lívia como elas me encantavam e como foi bom qdo decorei minha casa no Natal em São Chico... Ela contando de como era bom qdo mais nova o pai dela levava ela e irmão pra Icaraí pra ver as decorações dos prédios que disputavam entre si. Depois viajei nas luzinhas distantes da orla, olhando da ponte, como todas a luzes se igualavam, prédio suntuoso ou casinha no morro... Como sempre adorei observar as luzes distantes das cidades. Em seguida pensamos concomitantemente em Gael e Luna, Lívia lembrava do nosso roteiro de filme 'La Barca', q se passa no trajeto da barca rio-niterói, donde Gael é o vilão e o Diego o mexicano sujo q salva a mocinha. Naquele momento em q ela fala que pensava no poster do filme, pensava eu em "E sua mãe também", no momento em que se encontravam no final e mal sabiam lidar um com a presença do outro.

Tem coisas que não acontem em uma sexta-feira qualquer; é bom guardá-las pra gente pros dias de adversidade ver flores nas coisas bobas da vida.

Na foto, personas sorridentemente aleatórias, num dia super tumultuado com um amigo oculto as pressas pq nem no dia da entrega do bendito trabalho da Orora tivemos paz. Contudo, apesar do pouco tempo, o tamanho carinho... vc deveria ter visto, dava gosto!

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

ao amigo

Sabe o que é, amigo, tem-se que se ter fé no que se almeja e colocar o amor nas coisas. Ah, de resto, corte tudo fora. É simples, eu juro.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Celebração à leitura

Eu quero te ler!
Te lendo de havaianas, de blusa preta ou branca, calça jeans; ou descalço,
espojado ali,
como se em cada gesto tivesse a bula do que queria ouvir.
Sem permissão, perscrutando cada tom das palavras,
tocando-as com meus dedos,
passando como páginas,
tentando entender em qual ficção vive.

Eu quero te ler...
Te ler de cor e bom som,
saltitando entre palavras ditas em cada parte do seu corpo,
tateando o ar que sai ao passar das folhas inertes,
esperando na sua calma a dúvida que tinha certeza.

Não quero ler o sol atrás de ti,
nem a lua que vem adiante.
Eu quero só a ti ler,
e como reflete aquele sol na sua face,
como a lua na quina do teu olhar fica.

Nem sempre entendida me faço,
mas desse teu livro quero leitura sempre...
Não vamos extinguir a leitura das coisas!
A confusão de palavras reunidas me fazem sentir...
Sentir.

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Satélite

A moça deitada no seu leito vazio, dentre turbilhão de pensamentos inquietos, ao firmar a cabeça no travesseiro se dá conta da luz que vem de lá de fora, forte e direta em sua direção. Quem bate à porta? É a Lua... Acariciando´-a por cima da coberta, acalentando enquanto dorme ali a moça amedrontada pelos seus dias, tão indefesa quanto vazia de compreensão da vida. Jaz a lua ao seu lado, sendo seu conforto de tudo e de nada. A moça mais que bem acalentada, abre os olhos e ao avistar o céu, cadê a Lua? Tinha ido pra outra janela... E a moça pensa “Ah, ingrata Lua, se não fosse satélite te acusaria de abandono”.

---


SATÉLITE


Fim de tarde.
No céu plúmbeo
A Lua baça
Paira
Muito cosmograficamente
Satélite.


Desmetaforizada,
Desmitificada,
Despojada do velho segredo de melancolia,
Não é agora o golfão de cismas,
O astro dos loucos e dos enamorados.
Mas tão-somente
Satélite.


Ah Lua deste fim de tarde,
Demissionária de atribuições românticas,
Sem show para as disponibilidades sentimentais!


Fatigado de mais-valia,
Gosto de ti assim:
Coisa em si,
- Satélite.



(Manuel Bandeira)

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

da vida

Tudo novo, nada novo. Como podem ser iguais assim os dias do fundo do meu quarto sempre na penumbra. Fico me perguntando se além daquela parede tem alguém feliz, pois parece que por aqui o povo em matéria de felicidade é meio limitado; ou vai ver são meus olhos pra tudo isso, como o canto do nightgale que dizem ser triste, mas não passa de um canto de pássaro noturno.

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Love ya guys!


Dos tempos de faculdade, já posso profetizar, sentirei saudades imensas de toda cumplicidade, todo carinho... de cada momentos desse aí oh;)

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

O gótico e eu


Falta uma semana para apresentação do simpósio na semana de Anglo-germânicas aqui na UFRJ donde eu farei pare dos estudantes contituintes da mesa (que perigo). Falarei sobre o tema e sobre a narrativa de obras como The castle of Otranto (vide foto), dentre outros (muiiiitos outros). Essa é a primeira parte do projeto sobre gótico que será apresentado na iniciação científica do próximo ano (se os céus permitirem!). No projeto os trabalhos do grupo (que contam com 5 pessoas) ficará mais afunilado. Daí que o livro q irei trabalhar será o Wuthering Hights (quase neeeem gosto).
O legal de tudo está sendo descobrir o mundo do 'horror sublime' e 'terror grotesco' (ou seria ao contrário?). Enfim, algo de sublime, algo de grotesco, o sobrenatural que sai de um romance sentimentalista até uma abordagem mais 'aterrorizante' do 'mal' que existe dentro do homem (ou do ser de qualquer espécie).
Ainda não tenho nem esqueleto do texto, mas o que dá gosto é pegar a teoria e me sentir impolgada para fazê-lo, isso é algo (do contrário era pedir minha passagem de volta com sorriso amarelo).

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

e as últimas


Estou entaguinada com meu computador! Ele simplesmente nao funciona! Oh vida, oh azar.. q devo fazer eu? Sim, já sei, comprar outro! Mas ah, como sou lerda pra essas coisas de compras... Eu sei, eu sei, um computador novo não é luxo, é necesidade.

Está acontecendo o Festival do Rio e eu no alto da minha vida proletária sem emprego fico na expectativa de ver um filminho q seja. De fato 2 fariam minha alegria suprema... Bem, um já está decidido, no outro alguém quer ir comigo?

De expectativa mesmo está a semana de anglo-germânicas, vou apresentar umm simpósio junto com meus adorados colegas, Lívia e Thi e cia ltda (2 personas q não são do meu conhecimento íntimo). Falarei do tema e sobre a narrativa gótica.. ai, nem fiz o texto ainda e é pra 5ª próxima. Ai, seja o que o grotesco e o sublime quiserem!

Ah, fiz minha boa ação do dia, estava eu chegando no laboratório da faculdade qdo uma guria está desesperada por um disquete.. eu prontamente empresto o meu disquete de lit port (sim, tá cheio dos contos nele), pena se não estiver funcionando, peça q esses diquetes sempre pregam em mim.

Na próxima edição espero finalmente postar os comentários aniversarescos, se meu pc permitir!!!

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Pelas coisas simples da vida





A Lizi ontem falava do último dia da promoção da locadora dela, na minha continua, paga-se meio pelo filme nas quartas e domingos, além de finalmente diferenciar o preço entre lançamentos e catálagos (pagar quase 6 contos por todos, ngm merecia, nem uma carioca!). Aproveito então para 'curtir' do meu jeito, pegar o filme pela capa, pelo nome, pelo humor... Foi assim q peguei o 'Coisas simples da vida', com um nome desse já chama atenção dos com tendência prévia a reflexão e no final, ao ver o filme, se repara que só se foi feito isso durante o filme todo.

Do filme, tenho mesmo a dizer que me encantei pelo garotinho de 8 anos. Ele pergunta cada coisa... Do tipo, se sempre sabemos só meia verdade, já que nunca conseguimos enxergar a frente e o avesso da mesma coisa; e tem a parte muito interessante que o pai ve umas tantas fotos de nuca de pessoas, então qdo o tio chega ele entrega uma foto do tio assim e ao ser questionado por ele responde 'estou te mostrando pq vc não consegue ver'. Pode parecer engraçado pra algusn (né lizi), mas como se dá isso, com toda a tacirtunidade do menino, tem um significado bastante elevado, como ele diz para avó: qdo crescer quero mostrar as pessoas aquilo que elas não podem ver.

Então, o que não podemos ver? Era só nisso que pensava... E ainda penso. Creio que antes de tudo deixo de ver muitas vezes a necessidade do outro, ou sorrisos que se abrem com a minha lembrança (os que se fecham definitivamente não me interessam); o pôr-do-sol de são chico q continua lá, mas não alcanço mais com as vistas; mas me dói mesmo não poder ver a potencialidade das pessoas ao meu redor, de como podem ser algo, de como podem se tornar, cada um, a pessoa mais especial do mundo. Pior do que isso é não ver a grandiosidade das coisas dentro do próprio pensamento, de saber que se pode empreender e de contar com isso para bordar o futuro.

Esse acaba sendo um manifesto por um olhar mais aguçado para as coisas simples da vida ;)

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

O castelo animado


Super gracioso... Queria eu ser Sophie ;)

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

feliz, feliz dia


Hoje foi o dia da primeira prova do semestre. Era justo de português, história da língua. Hj também foi dia temperatura baixíssima, assim como no dia anterior e no anterior do anterior... o inverno está dando o ar de sua graça :) Terminou aula cedo, fui pra Niterói procurar o presente de certa persona. E é tão bom isso, de escolher presente com carinho... Ruim é quando não tem o que escolhe disponível.

Hoje dizia na prova q a língua a viva e por isso se modifica sempre. A Fah é viva e por isso se modifica sempre. As influências são infindáveis, daí a importância da essência, e de compatibilidade das diferentes essências em qualquer tido de relacionamento humano. Desde 6 de janeiro até aqui a Fah pode estar quase irreconhecível pra alguns, mas ahh, se não estou lilás, to algo de mais púrpura.

E se é pra dar um conselho metido a sábio nessa vida tortuosa, digo em alto bom som: mudem de cor sempre! A vida é lilás na essência, mas com pitada de cada matiz que por mim passa e acrescenta algo de engrandecedor.. daí o alaranjado do pôr-do-sol de são Chico, o verde da grama da Quinta, o azul do céu mais azul, o céu do Rio.

Ahh, claro, meus devidos parabéns ao meu ser amarelo-dourado;)

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Perfect Day - Lou reed

Just a perfect day
Drink sangria in the park
And then later, when it gets dark, we'll go home
Just a perfect day
Feed animals in the zoo
Then later a movie too, and then home

[Chorus:]
Oh it's such a perfect day
I'm glad I spent it with you
Oh such a perfect day
You just keep me hanging x2

Just a perfect day
Problems all left alone
Weekenders on our own
It's such fun

Just a perfect day
You make me forget myself
I thought I was someone else
Someone good

[Chorus]

You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Foto da Infância

Lista de seres e objetos

- Papai
- Sofás
- Almofada florida
- Duas bonecas
- Um milho de plástico
- Um pepino de plástico
- Três pinos de boliche
- Um mini-engradado de coca-cola
- Um palhaço amarelo-gordo de plástico
- Peças de quebra-cabeça
- Um cone pequeno e branco
- Bermuda azul
- Bermuda branca e rosa
- Blusa listrada branca e rosa
- Parede
- Chão

Lembro-me vagamente do dia desta foto. Era um domingo (se não era de fato seria um dia típico), e pela manhã tinha papai sido um carrasco nos assuntos escolares e pela tarde desfrutava comigo do júbilo do merecido descanso naquela sala de piso de madeira e paredes brancas, com um sofá que nunca soube a cor direito, além da almofada floria. Uma bagunça de quebra-cabeças pelo chão e improváveis três pinos de boliches em pé assistindo tudo, com duas bonequinhas encostadas no sofá. Na minha mão, um milho de plástico que deve ser da mesma horta do pepino de plástico ali perto, próximo de um palhaço amarelo-gordo do qual não me lembro de forma alguma de um dia ter sido meu. Havia um pino branco encaixado em três dedos do meu pé, esbarrando num mine-engradado de coca-cola. E o principal, meu pai, com seu típico short azul, e eu, na minha blusinha de listrinha rosa e branca de conjunto com o short. Não lembro exatamente do momento em que fomos surpreendidos por mamãe tirando essa foto, ma sei que olhava pra ele com um sorriso estalado de ‘você é o melhor pais do mundo’, me encostando diminuta no abraço confortante, com minhas perninhas dobradas apoiadas na dele. Papai com a sola do pé sujo; eu com aquele corte de cabelo horrível (tão comum na infância); e ambos sem olhar para a câmera. O resultado, a multiplicação de sorrisos só de olhar pra foto.

Oficina OLIPO - 10/05/2006

A foto em orkut, álbum, carinho: http://www.orkut.com/AlbumZoom.aspx?uid=10740348499394912576&pid=7uid=10740348499394912576&pid=7

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

aula de didática


Sou daqueles que admiram uma flor

quarta-feira, 30 de agosto de 2006

distraidamente...


Pois então, estou eu aqui, na faculdade, esperando a próxima aula de português 4 acontecer... Dia frio, mas vi um arco-íris soberbo, valeu o momento poético do dia.
Falando em poesia, tem o concurso de poesia Mário Quintana, será q dou o ar da minha graça?
Sabe, o Fundão apesar de fim do mundo é um lugar legal, tem mto verde, mta árvore com flor rosa, quer ver qdo as folhas estão caindo ao soprar do vento, soberbo!
Afinal, não adianta só pensar nas lamúrias da vida... e se a janela está aberta, resta admirar.

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Das novas aventuras

Depois das aventuras no Fundão quando comecei a ter aulas na UFRJ, agora tenho novas passagens sobre o descobrimento do ‘novo’, agora na Faculdade de Educação no campus da Praia Vermelha para fazer as devidas matérias de educação.

Para começar o contexto, 3ªh das 13 às 17h é a aula, contudo das 7:30 até 12:50 assisto aula no fundão. Saio mais cedo da última aula e parto rumo ao desconhecido sem ao menos saber donde saltar, pra onde seguir e se sequer daria tempo pra chegar no horário.
Já ônibus tive um momento de hesitação, seria aquele o meu ônibus? Perguntei para uma jovem que entrou e posicionou-se ao meu lado ‘este ônibus passa no Rio Sul?’, ela prontamente disse que sim. Segui a viagem, em seguida sentei-me, porém uma dúvida sobre onde saltar me consumia, daí perguntei pra guria do meu lado ‘vc saltará antes do rio sul?’ e ela disse que tb não sabia ao certo onde saltaria, daí perguntou a dúvida dela para o trocador, eu fiz o mesmo. Mais um belo tempo passou-se, entra túnel sem fim, passa trânsito, segue ônibus, até q finalmente é chegada a hora de saltar. Reparo que comigo salta aquela jovem que pedi informação a primeira vez no ônibus, aproveito e abordo ela novamente pra perguntar como chegaria na faculdade de educação (de fato não sabia nem chegar ao tão falado Rio Sul), então, ela sendo de pedagogia e indo para a mesma, tratou de me guiar e muito solicitamente me deixou bem na porta da secretaria pra que achasse minha sala de aula. Priceless a ajuda da pedagoga, passarei bom tempo sem falar mal deles :P

A segunda etapa foi a aula, 2 semanas já tinha perdido dela (tal de Estrutura e fundamentos do ensino de 1º e 2º grau) e fui perguntando logo se era ali a aula, em seguida pergunto pra um pessoal o que a professora já teria passado, eles tb são novos; mais adiante chega um guri que me pergunta da aula, mas será q só tem gente nova? Então abordo uma outra jovem (como eu pergunto né?!) sobre o que a professora teria passado de teoria, xerox, essas coisas. Prontamente ela me dá todo um panorama do que passou, além de me fornecer o material pra dar uma olhadinha. Mais além nos descobrimos ambas de letras e foi aquele papo de comadre; mesmo sendo ela do 8º período, a sua simpatia e simplicidade era inigualável, além disso ao descobrir que eu vinha de outra universidade, a mais que falada FURG (sim, pois me dou conta que falo dela pra todos :P), ela se empolgou, afinal ela pretende sair do Rio e prestigia muito a questão de estudar em outros lugares. Graças também a minha simpatia (:PP), acabei por conseguir todo material pra tirar xerox e no dia seguinte entrega-la na faculdade de letras. E sobre a aula, bem, falamos muito sobre reforma agrária e constituição... Vejamos os próximos capítulos como se configuram.

A volta, também com mais perguntas pelos corredores, foi-me garantida por uma dica de mais outra jovem, peguei bem na saída do campus o Leme/Charritas (anda-se menos, contudo mais cara a passagem em relação ao bom e velho 998). E fui pela estrada a fora bem sozinha levando comigo a reflexão sobre o dia de aventura que tinha invariavelmente dado certo.

E o dia não terminou por aí, em suma 3ªf só acaba às 21h!

domingo, 20 de agosto de 2006

De ciclones e ciclopes

Hoje, uma agradável manhã de domingo, disseram que ia chegar um ciclone por aqui. Seria interessante se deparar com um, imagina, direto da Grécia para cá! Sim, eu sei que o da Grécia é ciclope, mas um ‘ne’ e um ‘pe’ se misturaram como numa vertigem e veio a imagem do brutamontes com um olho só. No entanto, ao contrário que se esperava a meteorologia o dia está agradavelmente lindo, nem tão abafado, ensolarado digno de uma bela primavera que estar a chegar.

Esse negócio de ‘ne’ e ‘pe’ me lembra as aulas (novas) de fonética de língua inglesa que estão sendo mais que empolgantes e reveladoras. Confesso que mais empolgante, afinal tive um pouco dessa fonética tempos atrás na FURG, vi ainda fonética e fonologia em Lingüística 2, Português 3 e agora pra arrematar, Inglês 5. Suficiente.

Das novas aulas também tenho que enumerar o caráter histórico da aula de Português 4, o melhor é a vontade da professora de dar a matéria, isso é priceless. De literaturas tb estamos bem, Lit Port 2 com uma jovem engajada professora, Litam e Litingle com o mesmo jovem interessante professor e Litbras com um senhor muitos dos gentis e que dá uma baita aula dos poeminhas sempre.

A universidade está me trazendo este semestre o muito que perdi no anterior. Antes previa só ciclones e ciclopes na minha vida: emaranhado de vento levantando tudo ao ser redor, trovejando e fazendo chover muito, ou um baita monstro me perseguindo com seu olho singular e vontade de eliminar minha pessoa com suas próprias mãos. Nem ciclones, nem ciclopes, enfrento agora o dilema de Ícaro... Ah, quero voar!

sábado, 12 de agosto de 2006

Boa Noite e Boa Sorte

Qual a utilidade da tv? Simples entretenimento, informação, formação de opinião?
Tantos debates acerca deste importante meio de comunicação que invade nossas casas sem nem pedir licença com Gugus e Fastões e uma série de programas que batem recorde de ibope pelo caráter de ‘divertido’, de fazer abstrair da realidade a qual vivemos. Enquanto isso a realidade ficaria supostamente em reportagens que, nos nossos gloriosos dias, contam com o ‘ao vivo’ em qualquer lugar do mundo, seja qual for o acontecimento.

‘Good Night, and Good Luck’ oferece uma breve reflexão sobre essa ‘tv’ tal qual como temos, objeto de alienação e entretenimento tão somente, que negligencia uma notícia mais apurada e crítica profunda supostamente porque o ‘povo’ não está interessado em chatas reflexões sobre cenário político.
Esta obra, dirigida pelo ex-plantão médico George Clooney, nos oferece degustar do ‘cinema engajado’, assim como vemos em “Hotel Ruanda” ou “Jardineiro Fiel” que vêm não tão somente para ‘entreter’ mas para nos passar um ‘que’ de grande incômodo em nossos confortáveis sofás.

Deste modo, vemos um ‘clamor’, lá nas entrelinhas, por uma tv engajada, por um público que a peça, pq assim terá. Que mesmo tendo o ‘ao vivo’ até em conflitos mais perigosos, ‘aberturas’ de guerras, quem nos garante a veracidade de tudo? A veracidade não está tão somente na exigência do consumidor da tv, que supostamente pediria por programas leves e de construção simples de narrativa, mas dos que fazem essa indústria que não têm sido honestos ao conceber os ‘fáceis’ programas, afinal ser engajado é algo um tanto complicado na sociedade do individualismo-egoísmo predominante. E viva os Rebeldes, Friends, Chaves que são os únicos programas prediletos de muitas pessoas. Haja sorte...

terça-feira, 4 de julho de 2006

Penúltimo comentário sobre a Copa

Dentre os amigos de faculdade, hoje presenciei os dois lados no que se refere ao ‘to be or not to be’ Copa do Mundo. Uma, quer distância de todas maneiras possíveis, outro, gosta e aprecia futebol. A discussão girou em torno do comentário de que uma estátua do Ronaldinho Gaúcho teria sido queimada em SC (bizarro!), e que da mesma forma que usam tamanha energia para expressar seu descontentamento quanto ao futebol, porque o brasileiro não faz isso na política, no social, buscando melhorias e os seus direitos sendo respeitados?

A radical contra, disse que além de ser idiotice sem tamanho, Copa não servia para nada, a não ser para uma festa inútil na qual quem festeja não ganha nada, a não ser a chance de ser tapeado pelos seus governantes. Já o radical a favor insistiu que justo aquele que não tem alegrias em sua vida, ganha mal ou está desempregado é o que necessitava dessa alegria que só o time canarinho poderia proporcionar.

Diria que nesse caso nada melhor do que tomar o meio termo: é bom torcer sim, futebol é um esporte como qualquer outro e não merece ser discriminado radicalmente só por conta da sua projeção mundial, contudo não devemos nos deixar alienar por tal máquina que faz do futebol não um jogo de superação de corpo e espírito, mas de salários e nomes. Certamente o Brasil não iria mudar social ou politicamente com o Hexa, contudo são nesses eventos que invariavelmente nos sentimos vivos (ainda mais com o número extremo de cornetas e buzinadas atormentando sem horário) e criamos um senso de coletividade (superficial que seja), que nos faz olhar o outro com mais igualdade, como brasileiro e só.

Mas não adianta, usar verde amarelo não é comigo! ;)

sábado, 1 de julho de 2006

Verde e Amarelo

Hoje é dia de jogo do Brasil e de toda a parafernália em torno dele. Nada contra a Copa, contudo me cansa a super exposição da mesma a ponto de não me interessar muito por jogos da pátria amada.

Certo dia mamãe veio toda feliz me dando uma camisa verde com detalhes amarelos, dessas de futebol estilizada-moderna. Confesso que caiu bem a blusa, contudo era impressionante minha postergação em usar tal. Um belo dia resolvi usar, nem era dia de jogo, mas tive de fazer o famoso ‘grau’ e fui eu andando pelas ruas paramentada com o verde amarelo mais falso que já vi. Senti-me desconfortável, ainda pior quando cruzava com alguém fantasiado também: uma sensação de bobo da corte fora da corte, exposto às intempéries do mundo.

Olha, não sei a cor do meu patriotismo, mas certamente não é do mesmo tom de verde amarelo desse povo fazendo ‘macumba pra turista’ na Alemanha, dessas ‘mulheres’ dançantes mostrando o vulgar e fazendo propaganda de seu produto (as exportações de carne aviária do Brasil cresce surpreendentemente), do Galvão Bueno e seu ‘rrrrrronaldinho’ exaltando a estultice geral da nação, glutões e mulatas festejando a ‘glória nacional’.

Enquanto isso, num reino distante da Alemanha e distante desse Brasil da copa, reparo crianças pedintes nos sinais da vida, mulheres com seus bebês no colo desesperadas, homens fadados ao desemprego humilhados por não conseguirem sustentar sua família, senhores e senhoras madrugando na fila da previdência social... É, tem coisas que não demoram 4 anos para aparecer e nem levam 4 anos para esvaecer.

quinta-feira, 29 de junho de 2006

O caminho, o casaco

Ah, uma coisa importante, importantíssima! Hoje o ônibus de sempre, conectado na JB tocando as antigonas melosas desviou de caminho. Veio o sobressalto conhecido e logo aqueeeeele alívio maior do que todo estardalhaço ao redor da Copa. Vi-me jogada numa nova vizinhança e o trocador ao perguntar quem pararia do Barreto, respondeu resposta afirmativa de jovem ser, e então continuamos (para tristeza do trocador) pelo caminho que seguíamos. Fiquei me perguntando, mas pq esse caminho, o que teria o outro, e blá blá blá todo de pensamentos andantes aqueles. Nisso vejo algo que há tempos não reparava, nem mais notava que existia, um enterro! Sim, um pessoal de preto chorando; o dia cinza-lacriminoso parecia fazer sentido; a mulher alta, loira de sobretudo até o joelho parecia fazer bom uso da vestimenta preta. Ênfase para o menino de casaco azul escuro mais a parte olhando despreocupado todo desespero humano, numa placidez digna de criança que especula o porquê daquilo tudo. E não é que estava de azul escuro... vai ver era por isso que o ônibus tinha de dar aquela volta toda, só por uma imagem.

Imagine, um balanço de perdas e danos

É redundância falar da ‘vida lilás’ abandonada num mundo cruel de bits que não mais se movimentam como antigamente. Venho aqui mais para apreciar os confetes coloridos ao chão do final da festa do que qualquer outra coisa. Trago comigo não mais que um turbilhão de cores lilases-arco-íris se misturando e convergindo numa grande espiral de vertigem digna de escritores decadentistas. Contudo não tenho a tal técnica que lhe é tão precisa em falar sobre o nada até, mas trago a persistência daquele que comunica mais que palavras despedaçadas, daquele que no nada quer descobrir a si mesmo.

Balanço do semestre, se não fosse literatura portuguesa certamente eu estaria chorando muito mais a pitangas. Literatura inglesa foi um inferno trágico com Macbeth e Midsummer Night’s Dream e o questionário detalhado de toda 2ª e 4ª. Literatura comparada II, bem, gostaria de não ter nada a dizer, ser o famoso indiferente, mas já que a palavra é minha me recuso a falar. Inglês oral, empreendedor, desafiador também por ter dado uma aula no Áudio-Lingual Method, o que cobrou de mim mto jogo de cintura para ser professora de um método que ironicamente precisa de MUITA prática da professora. Inglês grammar, reticências de preposição, é um tópico que nunca estará fechado. Lingüística, se perdeu lá atrás, mas era uma professora gentil e fucionalista que dava aula sobre como usar lingüística para dar aula, interessante, mas não acrescentou lá grandes coisas. Italiano, foi um desafia, não acredito que passei, e mais, sabendo alguma coisa! Ah, teoria literária... vamos pular mas beeeeeem pulado essa parte, apesar de ter me dados ótimos pensamentos sobre mundo, vida e tudo mais.
E mais, e mais, e mais...
Eu quero mais dessa vida universitária, eu quero diálogo, esforço, sangue e satisfação. Por enquanto só meu sangue descolorido anda por aí, manchado de vermelho às vezes.


E não se engane, eu sou a mesma menina do ‘imagine’, mesmo tendo entrado distopia em tudo.

segunda-feira, 5 de junho de 2006

Do existencialismo e da autobriografia

Senti a náusea do pré/pós prova na maior parte do dia. Por coincidência o assunto era existencialismo. "O primeiro homem" de Camus não só é existencialista, como é a autobiografia do autor tentando ser disfarçada numa ficção qualquer. Aí vem a questão, seria a toda obra uma biografia?

Isso lembra da ofina das quartas-feiras, que por sinal já terminou. Lá parei pra pensar mesmo obra biográfica, e de certa maneira acabo por refletir mais sobre qualquer comentário, seleção de palavras, vontade de idéias que tenho, afinl isso tudo é por si só elemento autobiográfico.

Falando em si mesmo, sabe desses livros que se lê algo por demais desconcertante e vê refletido aquilo dentro de si mesmo? Tinham uns sentimentos tantos de Jacques (ou Camus, como preferir) que me deixavam fora de órbita de tão parecido comigo, e mais, deu descobrir que sentia aquilo mesmo, de só admitir lendo o que estava diante dos olhos como sem poder negar o crime.

Reparo que de existencialismo na minha vida tem muito menos do que eu pensava até ler 'Existencialismo é um Humanismo' de Sartre. Mas de autobiografias ficará sempre o 'confesso que sou descendente direta e Eva...'.

domingo, 28 de maio de 2006

breve breve reflexão

Passo toda semana esperando o final de semana; passo o final de semana esperando a semana; passo toda semana esperando o final de semana; passo o final de semana esperando a semana; passo toda semana esperando o final de semana; passo o final de semana esperando a semana; etc.

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'Oh life, it's bigger
It's bigger, and you,
And you are not me...'

(sempre toca uma música nos momentos de reflexão - REM é boa pedida.)

'I thought that I heard you laughing
I thought that I heard you sing
I think, I thought, I saw you's try..'

---

E a vida mais-que-demais urbana segue seu rumo...

sábado, 27 de maio de 2006

Wuthering Heights

Out on the wiley, windy moors
We'd roll and fall in green.
You had a temper like my jealousy:
Too hot, too greedy.
How could you leave me,
When I needed to possess you?
I hated you. I loved you, too.

Bad dreams in the night
You told me I was going to lose the fight,
Leave behind my wuthering, wuthering
Wuthering Heights.

Heathcliff, it's me, Cathy, come home. I´m so cold,
let me in-a-your window.

Heathcliff, it's me, Cathy, come home. I´m so cold,
let me in-a-your window.

Ooh, it gets dark! It gets lonely,
On the other side from you.
I pine a lot. I find the lot
Falls through without you.
I'm coming back, love,
Cruel Heathcliff, my one dream,
My only master.

Too long I roamed in the night.
I'm coming back to his side, to put it right.
I'm coming home to wuthering, wuthering,
Wuthering Heights,

Heathcliff, it's me, Cathy, come home. I´m so cold,
let me in-a-your window.

Heathcliff, it's me, your Cathy, I've come home. I´m so cold,
let me in-a-your window.

Ooh! Let me have it.
Let me grab your soul away.
Ooh! Let me have it.
Let me grab your soul away.
You know it's me--Cathy!

Heathcliff, it's me, Cathy, come home. I´m so cold,
let me in-a-your window.

Heathcliff, it's me, Cathy, come home. I´m so cold,
let me in-a-your window.

Heathcliff, it's me, Cathy, come home. I´m so cold.

---

Despois de escutar essa música anos atrás sem desconfiar sua ligação com a obra inesquecível de Emile Brontë 'O Morro dos Ventos Uivantes', sigo escutando viciosamente a vesão que ganhei do Angra, buscando a de Kate Bush.
Ah, vou ver o filme...

domingo, 21 de maio de 2006

E no final...


Não é isso que importa?

sábado, 20 de maio de 2006

caindo na real

Foi esse o título do filme que vi ontem, um filminho lá de 1994 emprestado pela Lívia (isso é tão comum:P) e que veio a acrescentar as reflexões pós-vida universitária. A personagem se vê no vácuo eterno sem lembranças após o término da mesma, com emprego medíocre (que por sinal vem a perder), e vendo q todas as notas e esforço durante a vida universitária foram em vão, afinal ela não tem 'experiência'. Juntamente com uma amiga promíscua, um gay enrustido e um intelectual sem causa, partem pra descobrir até onde vai o niilismo dessa juventude 'anos 90' (que podemos estender a data até a década 00).
Pior que no meio da falta de expectativa vem a artificialidade das coisas (desde de programas de tv até relacionamentos amorosos) e a esperança de se chegar a certa idade numa vida estabilizada, sendo 'alguém' (que ngm sabe quem ao certo), correspondendo as expectativa da família, dos vizinhos, dos amigos perto e distantes, do papagaio, ramister e etc etc etc.
Será que não tem gente demais no processo de formação de identidade de uma pessoa só não?

Eu não sei quando vou começar a trabalha... Isso pq me recuso a trabalhar com algo fora da minha área, assim como a personagem é questionada pela mãe do pq dela nao arranjar emprego numa lanchonete. Vai ver eu quero tanto tanto tanto que vou terminar com o nada. Mas não deixarei de querer... Querer dar aula de 5ª até 8ª série num colégio público com as criaturinhas me deixando loouuuca e ao mesmo tempo enriquecendo minha existência. Mudar o mundo com literatura é mesmo possível?

O processo de queda na real, creio eu, só se completará mais para frente, de acordo com as necessidades requeridas e a não consecução de alguns objetivos a médio prazo almejadas. Por enquanto sigo na vida sem mim às vezes, transbordada de mim até demais em outras, mas cheia de dúvidas e anseios em tempo integral.

Chegar a casa dos 20, quem mandou... E fica a questão dita no filme 'pensei que aos 23 anos seria alguém'.

quinta-feira, 18 de maio de 2006

e do tempo

Corre o tempo como cachoeira inesgotável desbocando ferozmente em minha frente. Que majestosa, me faz sentir diminuta, teria eu força pra afastar suas águas pra lá?
'Tempo é dinheiro', acredito que tempo é dever... Deve passar sempre rápido porque se devagar nos desbota. Só que do rápido demais nem as cores se vê, imagem borrada. O lilás e o bege se misturam...
Quero tempo, tempo pra todos os matizes. Tempo que me deva mais tempo, que não sobre, mas que também não se gaste todo. Ah, quero. Já ignorando o tempo permaneço aqui, num post rápido pela falta dele. Ih, está ele passando aqui e me desafiando a parar. Ah, eu páro sim. Páro no tempo, embaixo da cachoeira que me pressiona contra as rochas, num lugar em que as cores distinguo claramente, num tempo onde pensar que tempo é dinheiro é um crime, um pecado.

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Das datas tenho carinho por algumas, uns dias desses que guardamos o número na memória pra nos fazer voltar a sensação que foi aquele momento. Dos dias, esse destaco, é 18. Saberia eu que além do meu nascimento 18 guardaria outro momento crucial para a existência lilás?
Páro o tempo e recordo tudo, recortes de sorrisos, toques, olhares... Ah, era música que escutava! Sim, música de certa voz, melodia pro ouvido que esperava todo tempo pelo fahbuloso destino.
Há o que 24h nenhum cobre, há o que tempo nenhum passa por cima... Há o indizível da alma, a desautomatização da vida. Faça-se assim a fahbulosa vida lilás temporariamente em festa.

quarta-feira, 10 de maio de 2006

e os dias

Pois então, reparei que um dos dias mais inspiradores pra escrever é justo na 4ªf, dia o qual passo o dia mais fora de casa nessa correria típica cotidiana.

POr dias passados enfrentei a máquina do mundo com Drummond. Reparei que desde pequena Drummond me chama atenção com sua negação das coisas, com o perscrutar o reino das palavras e, algo muito me chama atenção, é estar num descompasso com o mundo, na tal exclusão includente. (tá, podem me acusar de pós-modernista :P)

Veio por certo no 'anjo torto', a questão aquela de 'não sei fazer poesia' (e de fato não sei poetizar, ao menos com essa elipse de sujeito e objeto tão bem feita). E nossa, tenho de estudar métrica! Isso é ponto pacífico.

Na oficina de jogos de linguagem (por isso quartas são tão interessantes), o clima que se dá entre a meia dúzia que continua pertinente apesar de tudo é ótimo. Cada um com seu estilo um tanto qto 'marcante' e eu no meio do povo pequenina com minhas metáforas, contudo ali, pensando criação biográfica com as restrições malucas.

Maio é um mês de oscilaçoes por si só. Está sol, vem o frio, vem o vento, vem o calor, vem a chuva... e vai vindo tudo de uma vez. Há oscilação nas pessoas, metade do semestre, sensação de tudo pela metade.

Até que ando inteira, mesmo às vezes catando meus pedaços por aí.

Receio que fiz um post. Tanto tempo que isso não acontecia. De modo cada vez mais escasso vem acontecento. Enfim, prometo a mim mesma melhoras :)

domingo, 30 de abril de 2006

Procura da Poesia

por Carlos Drummond de Andrade

Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.

Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.

Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.

O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.

Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.

Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.

Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?

Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.


sexta-feira, 28 de abril de 2006

Dos causos e percalços da tal vida moderna

Causo 1: O perseguido

Certo dia chega o professor em aula para justificar porque faltar na semana passada. Ele, com um olhar caustrofóbico, começa a justificativa:

- Creio ter de deixa-los a par da situação que me aconteceu na semana passada ao qual me forçou a não vinda. Há muitos anos atrás, aqui na faculdade de letras, dei aula para uma moça que se via não ser lá muito normal, que teria sérios problemas psicológicos. O caso foi que anos depois me deparo com essa mulher me perseguindo, ligando para minha casa e me ameaçando e até vindo aqui na faculdade me agredir, como na semana passada. Ela alega que há algum tempo professores aqui do Fundão a pegaram e levaram a força para o CCNM (prédio de exatas) e começaram a fazer experiências científicas com ela do tipo injetarem esperma dentre outras coisas. Agora ela anda dizendo por aí que dessa experiência nasceu um menino e uma menina, loiros de olhos azuis, sendo que ela é uma negra alta e eu, não sou loiro!

É, para quem almeja vida de professor e acha que o maior problema que enfrentará será ou descaso do governo ou do aluno, vê-se que há além de tudo os ‘fãs’ perscrutando no ir e vir.

Causo 2: O comentário

Estava certa amiga esperando seus amigos na porta de certa pizzaria em certo lugar quando avistou d’outro lado da rua 3 rapazes conversando descontraidamente, sendo que um deles foi ao seu encontro. Daí desenvolveu-se uma boa conversa, de fato a famosa ‘conversinha’ sobre o que ambos faziam e coisas afins. O causo é que passado certo tempo, ali na porta da certa pizzaria, o clima estava feito e tanto o rapaz quanto a menina sentiam-se inclinados a galgar um degrau na recente amizade. Então, cavalheiristicamente o rapaz pede para a moça o direito de beijar seus lábios. Contudo, bem no meio do caminho da concretude do desejo de ambos, vem ele com seu comentário: não sei se você se importa, mas tenho namorada.

Quebra a força, não quebra? Ela, muito dignamente, dispensou o moçoilo cara de pau na mesma hora. E ele soltou um ‘ai que pena’ desconsolado. E não querendo comentar, mas já fazendo meu comentário, tinha de ser um engenheiro mecânico.

Causo 3: O enunciado

Havia eu recebido a discursiva prova de Literatura Inglesa, quando parto diretamente para a consecução da primeira questão que era, na minha concepção, recontar a história das três baladas que fora dada no título. Assim começo minha prova, sem nada mais pensar. Da primeira faço uma notícia de jornal, da segunda um roteiro de filme; da terceira tinha opção de fazer um conto infantil, mas desisti porque não havia tanto tempo assim disponível, afinal ainda tinha a segunda questão, a qual valia 6,5.
Na minha inocência de aluna aleatória ainda achei estranho o tamanho da primeira questão que só valeria 3,5. Contudo segui na façanha até chegar na segunda questão: interpretar um poema e com a sanção de fazer um parágrafo com 500 palavras. O 500 desesperou-me, fiz por volta de 250 e forçando muito. No desespero ao final da prova pergunto ao professor se ele se importava que fosse menos, ele respondeu que iria ver o que estava escrito, não iria contar palavras, 500 era só pra ter uma base (sim, o que são 500 palavras numa questão, não é?
E olha, até que estaria tudo nos eixos se não descobrisse que era uma balada para escolher, não as 3 reescrever, e que com isso além de ganhar boas debochadas do professor (“olha só, aluno de letras e não sabe ler enunciado”), ganho uma nota limitada, do tamanho da minha falta de atenção.

quarta-feira, 12 de abril de 2006

Epifania da greve

Acordou quinze pras seis. Sabia que já estava atrasada, então dormiu até as seis quando foi despertada de vez de seus sonhos. Levantou-se com a preguiça típica imaginando o dia que se configuraria e quanto teria de correr para não fazer de um pequeno atraso a vergonha de se entrar no meio da aula. Quase despertou de vez na hora de escolher a roupa; hoje é dia de azul... azul claro, pensou. Colheu o azul do céu bonito da manhã fresca com os olhos, e assim o copiou para seu guarda-roupa. Em nove minutos estava pronta para o café, muito pão de forma com maionese porque hoje não era dia de sentir fraqueza, era dia de prova. Forçou-se a comer tudinho e sair esbaforida para o elevador. Antes de sair do prédio de vez, separou o dinheiro, algo que nunca fazia antes de chegar ao ponto, porém hoje pareceu propício faze-lo. Caminhou pensando no frescor da manhã, que poderia ser assim o dia todo, uma brisa gelada pairando no meio de tímidos raios de sol. Chegava no ponto de ônibus estranhamente cheio. Teria acontecido algum acidente que impedia o fluxo dos ônibus? Era isso... Ninguém sabia de nada. Passam dois ônibus em direção ao seu primeiro destino, ambos lotados. Ela não se anima a pegar, afinal sempre vem outro atrás. Contudo não veio. E o que veio foram os telefonemas, “os ônibus estão em greve”. Greve? Mas não é possível, tenho prova, tenho compromissos, tenho de chegar lá me cansar o dia inteiro, voltar pra casa e reclamar do cansaço. Tem de ser assim, bramia nos pensamentos. Como podia estar tão vulnerável a uma greve de ônibus, ela e todos mil contáveis? Sentia que perdia a força, que era um alguém tão insignificante nessa história que nem o motorista do ônibus se importava. E sentia o preconceito em si “nem o motorista do ônibus”, porque haveria ele de se importar? Afinal, ela não se importava com a greve dele e esbravejava com cara chorosa contra a situação em pensamentos. Ao final de uma quase eterna hora, refletindo não haver condução que lhe sanasse o problema, entregou-se ao desgosto e foi ter em casa o troféu da decepção. Entrou, as pessoas formigavam. Ela se sentia impossibilitada de tudo. Teria de fazer uma segunda chamada que nunca fizera antes, nem quando na véspera de prova de teoria literária tinha extraído o siso. E agora, era assim? Sem ônibus, sem caminho, sem início, meio e fim. Ah, o fim, fim ela daria. Trancaria-se no quarto fechado com o pesado edredom e dali faria morada da sua inquietação cantando contos na mente e sonhando atravessado o dia que não acontecera. Teve vontade de chorar.

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Tempos depois: "acho que os ônibus voltaram...", ela agrade com sarcasmo a informação preciosa.

domingo, 9 de abril de 2006

Autobiografia

Seria esse blog uma autobiografia inventada ou uma ficção autobiográfica?

No fim acabo por traçar um tanto de fantástico na realidade, isso eu sei.

Mas foi justo autobiografia o tema de uma das oficinas de linguagem, daí que criei uma autobiográfia ficcional de um personagem aleatório.

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Autobiografia

Confesso que sou descendente direta de Eva. Minha doce mãe, na adolescência inconseqüente, usou de todo feminismo e sensualidade para roubar papai de sua sonsa noiva cheia de graça. Há os que não titubeiam pela maçã e foi daí que nasci, fruto proibido. Porém, como é mais que sabido nos ditos populares que o que é bom é escondido, nasceu eu, o melhor que poderia acontecer na vida de Adão e Eva dos anos 80. Claro, que como conseqüência para eles as atribulações foram muitas, afinal ser expulso do paraíso da irresponsabilidade juvenil não é tão simples. E aí foi que mamãe sentiu as dores do parto e no peito de tanto sugar sua energia, e papai no bolso. Foi 18 de outubro o dia. É, isso mesmo, faço parte dos filhos do carnaval. Embora eu mesma não me lembre do dia, lembro de mamãe tentando esquece-lo como se fora esse o motivo do pecado original. Acho que papai nunca gostou de lembrar também. Só gostaria de saber que deus os puniram com tamanha crueldade nessa história (tenho um palpite, o deus família). Contudo percebo felicidade em seus olhos ao verem que pela incauta maçã mordida originou-se toda um humanidade. A minha humanidade. Elejo-me assim a deusa solipsista deste mundo pois dessa biografia dita minha acabo por inventar cada linha da verdade que às vezes pode parecer pecadora, mas nada original.


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ps: tem um alemento que é repetido em relação ao texto anterior.

quarta-feira, 5 de abril de 2006

Alfabeto

Ali, bento cavalo derrotado, estando forçado, galgando história. Ia já levando mecanicamente nove outros parasitas queixosos, realizando sua tarefa, um veloz xucro zangado, zonziando xioso, vagando um tempo. Sem rumo queria poder ousar navegar melodiosa liberdade. Jazia ímpio horas galopando, fervorosamente ele demonstrando cuidado bestialmente amigo.

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Feito hj no ateliê de jogos de linguagem, o objetivo era construir um texto usando as letras do alfabeto. Como se repara vai de a-z e z-a. É divetido, além de quebrar a mente. E tem um traço aí que aparece em outros textos do curso, a restrição formal. (vamos ver se é descoberto através dos próximos textos q pretendo postar aqui da oficina).

domingo, 26 de março de 2006

Eu não sei fazer poesia.
Dessa neura que me arrepia,
Descobri! Não sei ritmizar...

Se o humano é ritmo, sou o quadrado.
De forma e conteúdo não tenho resultado
E já desisto de seguir com essa utopia.

Porque se há menos leitores que poetas nesse Rio
Deixo o verso para os mais dados ao desvario
E sigo com meu pulso atado.

É que tem gente que é pra admirar
E a mente resta conceder o direito de suspirar:
Ahh, eu não sei fazer poesia.

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:)

sábado, 25 de março de 2006

passa pensamento

Deu a simples vontade de vir aqui e ir escrevendo, escrevendo, traduzindo os últimos pensamentos, falando das músicas mais ouvidas e pqs inexplicáveis, reclamando até ou simplesmente refletindo sobre a saudade das coisas.

Mas não quero falar de saudade só. Quero cair na falta de coesão e falar de tudo junto, um grande panelão onde são jogas espectivas, pequenos traços do humor atual e pedaços de pensamentos andantes (como a imagem de se estar num ônibus em locomoção, na ponte...).

Acho que essa história de ficar quase 4h por dia num ônibus mexe com a gente. Ali se tem os melhores insights do dia, como se pode ter a maior melancolia. Também se encontra a maior saudade do mundo, olhando paisagens ignoradas de todo o dia, passando nuvens ou chuviscos, tudo passando. NO final é o que acontece.. estamos eternamente nessa de sermos empurrados pra algum canto, mesmo qdo nem damos um passo adiante.

E tem os pensamentos, ahh os pensamentos. Ultimamente tô nessa neura com a poesia (e não to tetando descontruir nada ¬¬). Então é que se tem a idéia de que de fato tristeza faz a melhor poesia de todas, no desentendimento aleatório que as palavras vêem com a sensação de enfahdo. Mas isso vem melhor em outra poesia... pq eu não sei fazer poesia.

Enfim, bons dias se passam, dias melhores espero. Eu acredito nisso. Sempre acreditei... Assim como acredito no diálogo. E acredito tb que tomar o fluxo de consciência nesse blog ajudará pra algo. Ou não! (como nos ensinou nosso primeiro professor de literatura :P)

segunda-feira, 20 de março de 2006

sei lá, poesia tem dessas coisas

Se pra ser poeta é preciso viver na solidão,
Não quero ser poeta não.
Se pra ser poeta é preciso viver no desassossego,
Essa inquietude eu postergo.
Se pra ser poeta é preciso alma triste,
A minha de sê-lo desiste.
Se pra ser poeta é preciso viver pouco,
Prefiro viver e ser qualquer outro.
Se pra ser poeta é preciso melancolia,
Já rasgo o pranto da minha poesia.
Se pra ser poeta é preciso sentir frio,
Sem cobertor ser poeta não me arrisco.
Se pra ser poeta é preciso desprezar...
Ah não, poesia tonta que não quer rimar
Volte a tua fonte de frágeis palavras tolas!
Sei lá, poesia tem dessas coisas.

Lucila Lucet

sábado, 18 de março de 2006

Seize the day!

I went to he woods because I wanted to live deliberately,
I wanted to live deep and suck out all the marrow of life,
To put to rout all that was not life and not when I had come to die
Discover that I had not lived.

- Thoreau

sexta-feira, 17 de março de 2006

Extraordinariamente...


Vira e mexe voltam as idéias 'dead poets society'. E sabe que a cada vez que vemos um filme damos ênfase a um aspecto diferente. Dessa vez a história de fazer a vida extraordinária parou um pouco pra ficar remoendo dentro do si mesmo.

Nessa luta contra desautomatização da vida a palavra 'extraordinário' pesa como umas pedrinhas nas asas da borboleta, atrapalhando seu vôo por conta da pressão dum futuro enuviado (é bom evitar esse tipo de palavras!) que se aproxima. O caso é que sonhamos o tempo todo com 33843829 coisas e fica sempre aquele pensamento 'que no futuro isso, no futuro acontecerá aquilo...'. O futuro donde? Eu vejo o aqui.

O tal aqui é que vai determinar num balanço geral se minha vida foi extraordinária. Não o 'lá' irá fazê-la tal qual se almeja a palavra mágica. É algo 'Jerry Maguire', de se acordar todo o dia e dizer pra si mesmo que o dia será bom. (Com isso me peguei agora com uma nova mania, de no alogamento dos braços pela manhã antes de sair da cama pensar positivamente, em coisas buenas como as várias pessoas agradáveis as quais convivo.)

Sinceramente, aos poucos vou fazendo minha vida extraordinária. Está a passo de tartaruga essa liberdade dos grilhões de coisas chatas a se fazer. Mas na medida em que se vai tentando, passo pós passo, sorriso pós sorriso o peso da asa da borboleta vai dimunindo, as pedras vão escorrendo com o bater mais forte das asas de uma maneira constante.

terça-feira, 14 de março de 2006

No consultório da dentista....

Estava na minha consulta aparelhística de costume, quando constado em mais essa vez que na meia hora que estou ali a dentista insiste em contar pedaços da sua vida.

Dessa vez o episódio foi ‘o namorado’, ela fala pra amiga ‘ele vai entrar de férias amanhã’ (ar enfadonho), a amiga responde ‘boa sorte...’, penso ‘será que ela ta com medo dele viajar, soltar as asasinhas, coisa assim?’. Pobre menina inocente eu, o ‘boa sorte’ se referia a ‘pobre de mim (a dentista) que vou ter de atura-lo agora’. E mais pra frente o desabado ‘ah, eu não agüento mais, tanta coisa pra pensar... só quero vê-lo no final de semana e olhe lá.. Já passou o tempo da paixonite. E não é ele sabe, sou eu... mas como vou falar isso pra ele?’. Boa ‘questã’ minha cara dentista... eu com minha boca aberta entregue aos dedos afiados queria dizer com o olhar adormecido, ‘ahhh, minha cara, não estás apaixonada é o de mínimo, não o amas pra dividir sua vida com ele e ponto. Não se culpe, mas seja franca.’

Tempos atrás era a amiga da minha dentista que sofria: ‘não quero ele de volta... Ele me procura, dá esperança, mas não toma uma atitude. Passamos um final de semana perfeito e depois ele volta pra ela como se eu não importasse...’ (a Fah boquiaberta a essa altura). Acho uma comédia como elas têm facilidade de contar tudo assim no ambiente de trabalho. Com a dentista de Rio Grande era a mesmíssima coisa, a diferença é que ao contrário dessa que quer ficar avulsa, a de lá queria um par perene; e ia eu compartilhando da angústia, do cansaço, dos eventos...

Elas seguem falando, falando e falando. Eu sigo de boca aberta escutando e tentando me comunicar mesmo estando incomunicável. Dou conselhos para o stress, ‘devia tentar natação, uma terapia ocupacional é bom tb, como pintar... que tal uma aula de alongamento?’. No final eu reparo que elas necessariamente não querem um conselho... Querem só ser ouvidas e soltar o bolo todo de coisas confusas dentro de si mesmas. Como uma golfada de criança pequena no babador aquele.

sexta-feira, 10 de março de 2006

It's Friday, I'm in love...

I don't care if Monday's blue
Tuesday's grey and Wednesday too
Thursday I don't care about you
it's Friday I'm in love

Monday you can fall apart
Tuesday Wednesday break my heart
Thursday doesn't even start
it's Friday I'm in love

Saturday wait
and Sunday always comes too late
but Friday never hesitate

I don't care if Monday's black
Tuesday Wednesday heart attack
Thursday never looking back
it's Friday I'm in love

Monday you can hold your head
Tuesday Wednesday stay in bed
Oh Thursday watch the walls instead
it's Friday I'm in love

Saturday wait
and Sunday always comes too late
but Friday never hesitate

dressed up to the eyes
it's a wonderful surprise
to see your shoes and your spirits rise
throwing out your frown
and just smiling at the sound
and as sleek as a shriek
spinning round and round
always take a big bite
it's such a gorgeous sight
to see you eat in the middle of the night
you can never get enough
enough of this stuff
it's Friday
I'm in love


---

acho q já coloquei essa música antes... mas o hino dos tempos de patuléia acaba por ter sentido ;)

quinta-feira, 9 de março de 2006

volta às aulas

Reflexões

- Tenho de comprar um caderno de caligrafia.

- Sou lonner por natureza.

- Montar horário é uma das maiores agonias já vividas por um ser humano naquela letras.

---

Pra não dizer que não falei das flores (essa expressão q já andei vendo por aí, começou a cair no lugar comum), as aulas seguem aos extremos: ou não tem, ou se tem é puxaaaada. Não vou reclamar não. Afinal o que tem de mais ler poemas em português galego ¬¬

quarta-feira, 8 de março de 2006

não Hei de perder a ternura...

Hj eu tive uma aula com uma professora simplesmente incrível. Ela tem pulso, mesmo não tendo um timbre de voz forte, todos querem ter aula com ela mesma ela sendo 'fresca e chata'. Humor refinado e associações inusitadas no meio de aula que acabam por despertar uma risada ou outra (isso se tratando de fonética e fonologia é algo). Resumindo, quero ser ela quando crescer (e ela é bem a amiga do tio carioca aí em riogrande). Ela reflete bem esse ideal de mulher moderna de ser A Profissional liberal, mas não perder a ternura (como dizia naquela revista alvo de críticas das analistas de discurso de plantão :P).

Até eu mesmo critiquei a questão da ternura, do jeito a ser tratado na revista de visão 'machista' ao fazer um especial pelo dia da mulher como aquela que trabalha, mas tem de cuidar do maridão, dos filhos, da casa e até dela mesma.

Só que, ao pensar de um outro patamar, vi que a questão não é a mulher casar e cuidar de sei-lá-quem-for-necessário. O problema é o 'ter de'. Ninguém tem de fazer nada que não lhe apetece. A mulher não tem de ter aqueles cuidados clássicos com o lar se não lhe é o que chama atenção (contudo terá de trabalhar pra pagar a empregada ). Ela não tem de casar até os 25 pq se não o fizer será A Solteirona da família, (mas tb não é saudável forçar o não-casamento pra mostrar que se é auto-suficiente).

Mulher, na condição que se vê de ter de mostrar competência por todos os poros, não tem mesmo de perder a ternura (o que não quer dizer manter a passividade). Afinal o que nos faz seres excepcionalmente cobiçados é algo que nenhum 'brokeback' poderá conseguir obter com a prática, a tal dita ternura.

domingo, 5 de março de 2006

run Forrest, run!


Estava eu numa madrugada dessas (sempre me perco no tempo e no espaço), vendo o Intercine (programão de férias!), passando o Forrest Gump (devidamente avisada por uma fahbulosa pessoa), o tal contador de histórias. É impressionante a pura beleza daquele filme. A começar pela pena, que por alguns segundos consegue fazer sumir tudo da mente só pra ficar observando donde ela irá parar. Depois vem as centenas de frases simples e belas (dos estilo 'queria fazer coisas bonitas') que dá gosto de degustar.

Cada vez que vemos um filme temos uma visão diferenciada dele e carregamos algo de especial em relaçao a antes (tá aí o pq de ver Amélie 4 dias seguidos...). Sendo assim, desta vez Forrest me pegou desprevinida ao proferir a seguinte frase pra Jenny qdo ela começa a jogar pedras na antiga casa do pai dela e dar xilique: 'às vezes parece que não tem pedras o suficiente'.

E não é que é assim. Às vezes queremos jogar tudo pro alto, nos libertar, mas não há pedras o suficiente. Seguir por um caminho diferente, que posso nos levar a tão idolatrada felicidade... mas não há pedras o suficiente pra jogar naquilo que nos atravanca. Ah, um pouco angustiante a sensação, sufocante até. Não há pedras o suficiente nem pra continuar escrevento tem vezes também. E olha que de pedra eu entendo, colecionava quando criança (mesmo com minha mãe sempre jogando minha coleçao no quintal novamente¬¬).

Além das coisa reflexivas, há as coisas bonitas. O Forrest que cumpria sua promessa. O jeito com que eles (Forrest e Jenny) viam o por-do-sol. O Forrest que não parava de correr, via o oceano e simplesmente voltava a correr. A vida que é uma caixa de bombom... Sendo que no final fica aquela sensação de que todos nós precisamos mesmo é de um pouco tanto de carinho. (ando piegas? maybe, who knows...)

;)

quinta-feira, 2 de março de 2006

O Solipsista

Walter B. Jehovah tinha sido solipsista toda a sua vida. Não vou justificar o seu nome, pois este era realmente o seu nome. Um solipsista, no caso de o leitor não conhecer a palavra, é alguém que acredita que ele próprio é a única coisa que realmente existe, que as outras pessoas e o universo em geral só existem na sua imaginação, e que se ele deixasse de os imaginar estes também deixariam de existir.

Um dia, Walter B. Jehovah começou a ser solipsista praticante. No espaço de uma semana, a sua mulher fugiu com outro homem, perdeu o seu emprego de expedidor e partiu uma perna quando afugentava um gato preto para impedir que este se atravessasse no seu caminho.

Enquanto estava de cama no hospital, decidiu acabar com tudo.

Olhou pela janela, contemplou as estrelas, desejou que elas deixassem de existir e elas desapareceram. Depois, desejou que todas as outras pessoas deixassem de existir e o hospital ficou estranhamente silencioso, apesar de ser um hospital. A seguir, fez o mesmo ao mundo, e encontrou-se suspenso num vazio. Livrou-se do seu corpo com a mesma facilidade e depois deu o passo final, querendo que ele próprio deixasse de existir.

Nada aconteceu.

Estranho, pensou, poderá haver um limite para o solipsismo?

«Sim», disse uma voz.

«Quem és?», perguntou Walter B. Jehovah.

«Sou aquele que criou o universo que acabaste de querer que deixasse de existir. E agora que vieste substituir-me — houve um suspiro profundo — posso finalmente deixar de existir, cair no esquecimento e deixar-te ocupar o meu lugar.»

«Mas como posso eu deixar de existir? É isso que estou a tentar fazer, sabes?»

«Sim, sei», disse a voz. «Tens que fazer como eu fiz. Cria um universo. Espera até que surja nele uma pessoa que acredite realmente naquilo em que acreditaste e que queira que ele deixe de existir. Depois podes retirar-te e deixá-la ocupar o teu lugar. Adeus!»

E a voz desapareceu.

Walter B. Jehovah estava sozinho no vazio e só havia uma coisa que ele podia fazer. Criou o Céu e a Terra.

Levou sete dias a fazê-lo.

Fredric Brown
Tradução de Pedro Galvão
Excerto retirado de What Mad Universe, de Fredric Brown.


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Aproveitei o adjetivo do comentário anterior do Italianinho para 'caçar' esse texto no google. :)

Waking Life




*Sim, são eles de "Antes do Amanhecer", Celine e Jesse.

quarta-feira, 1 de março de 2006

carnaval, carnaval...

Então senhoras e senhores, temos o fim hoje do tal espetáculo popular chamado carnaval. Quarta-feira de cinzas e aniversário da cidade maravilhosa (um aniversário que ninguém comemora ahaha).

Dos dias de folia, que ficou pra mim, é que nada substitui um bom livro (mesmo que ele não seja tão bom assim), um pouco de verde ao redor (mesmo que seja as plantas da avó em jarros) e uns passarinhos cantando (mesmo que seja os dois periquitos da gaiola ao lado brigando por uma fêmea). Ah, crianças também podem dar aqueeeela animada (claro, enxendo a paciência, esperniando e gritando às vezes). Outra coisa que não se pode deixar pra trás em carnavais é zombar um pouco das fantasias dos outros, mesmo que no fundo o maior palhaço seja si mesmo. E depois de tanta euforia posso dizer que dos dias que se passaram eu não perdi nada. Isso, não perdi. Não perdi horas na folia, não perdi horas no meu quarto arquitetando como minha vida poderia ser melhor se eu morasse em outro canto, e, muito menos, perdi o contato com aqueles que me criaram e deram todo seu aponho e carinho pra minha persona desde pequena, passando pra mim de toda aquela bondade de dar sorriso no rosto de ver: meus avôs.

Se eu pudesse compor uma música de sucesso, fazer um poema com instante poético, escrever uma história cativante de ser, certamente gostaria de fazer por eles, daquelas pessoas que abraçam com o coração e só.

Tantas vezes reclamamos de tudo um pouco e pasmaceira de vida. Vai ver falta criar a habilidade de olhar com mais afeto pros nossos primeiros, únicos e eternos amores, nossa família - seres que não escolhemos, porém são nossos por todo sempre.

sábado, 25 de fevereiro de 2006

Meninos e Meninas

Não faz muito tempo saiu no jornal (o nacional), fotos de crianças cheirando cola em pleno dia no centro de São Paulo, até sendo ajudada pelos policiais. Quem vê do jornal tem a chance de só lamentar e achar que algo está sendo feito. Contudo, na minha estadia pela terra da garoa, acabei me deparando com um mar de crianças e adolescentes em pleno pulmões nos seus saquinhos de cola.

Foi um verdadeiro espetáculo de horror, por debaixo de ponte, nas calçadas, sentadas pelos cantos ou pelo meio da cidade, elas estavam com o olhar provocativo de quem diz 'não adianta me evitar, eu estou aqui'. E eu querendo que fosse aquilo minha pura imaginação. Meninas jogadas, meninos ameaçadores. Agora me diz, eles têm condição de serem adultos? Eles de fato nunca serão gente no sentido completo da palavra (com direito, deveres e liberdade escolha). A escolha já tá feita, a rua. O domicílio não podia ser mais cruel, e o show ao ar livre de graça pra estudantes, profissionais, aposentados não poderia ser mais assustador.

Pensamos muito no que vamos ser quando crescer. Elas não tem o direito de pensar nisso, pq elas não crescem. Uma dalas veio em minha direção fixamente e desviou na última hora, fluindo pânico pelos meus poros. Aí o menino deu um risada como se dissesse 'eu não sou esse bandido que vc pensa'. Mas ele não sabia que eu não via como um bandido, mas sim um alguém que não tem nada a perder, por isso mesmo é capaz de tudo.

O caso de viver em grandes centros é esse, a ferida latente. Ali ao lado do espetáculo do 'chera-cola', tinha o redudo pornográfico de São Paulo, com mulheres em pleno dia encarando o movimento e estando paradas nas portas esperando a clientela aparecer. Cine-prives, bares dos mais pé-de-chinelo, pornografia espalhada pelos camelôs (isso nunca tinha visto). Essa indústria é poderosíssima, sabemos, mas precisava estar em pleno vapor a luz do dia no centro de uma grande capital?

Bem, precisei rever meus conceitos pra muita coisa. A principal foi continuar com meta de olhar pelo '3º setor', afinal se nao olharmos, quem olhará por eles? E mais, se não olharmos por eles quem depois olhará por nós quando tivermos nossa casa invadida, nossos filhos sequestrados, nossa vida marcada por essa tal violência?

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

livros

Estava eu aleatoriamente indo ao correio (sim, apesar do vício internético não largo tal meio de comunicação), sendo infeliz na minha empreitada, decido ir um sebo a caminho de casa (na verdade é uma banca de revista de canto), e lá começo a remexer nos livros, alguns em estado de decomposição, quando acho no meio deles um sobre lendas mitológicas (com direito a Beowulf!) entao não resisti. Ah, minha intençao era procurar o livro do platão aquele pra ler, Fedro, mas não tem livraria em São Gonçalo (ao menos aqui por perto). Então fiquei com o livro mitológico por R$1,50 (aí se aplica o que tem valor pra um não tem o mesmo valor pro outro). E o inusitado foi achar o seguinte título 'A fabulosa Jaqueline', minha filha já nascerá com homenagens dignas prestadas :P

Falando em livros, as leituras de férias foram em blocos, parte de um livro, parte de outro. Mas o importante não é manter a forma? E começo o ano com a vontade de conciliar mais leituras no período de estudo, pois creio estar perdendo tempo sem ter experimentado de clássicos como "Crime e Castigo", "1984", "Admirável Mundo Novo" (e distopia continua reinando não é?).

Mas deve repetir aqui que uma das minhas maiores alegrias do ano passado foi ter ganhado um livro de aniversário. No universo em que todos se dão roupas, acessorios, porta-retratos (o que não deixa de ter sua importância), um ser iluminado (Lívia Mary), deu-me o "Casa dos Espíritos" (creio estar repetindo isso). Contudo é importante salientar que em nossa cultura livros são vistos como objetos de estantes, e não de desejo, por uma grande parte.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

Sei lá... a vida tem sempre razão

por Vinícius de Moraes


Tem dias que eu fico
Pensando na vida
E sinceramente
Não vejo saída
Como é, por exemplo
Que dá pra entender
A gente mal nasce
Começa a morrer
Depois da chegada
Vem sempre a partida
Porque não há nada
Sem separação

Sei lá, sei lá
A vida é uma grande ilusão
Sei lá, sei lá
Só sei que ela está com a razão

A gente nem sabe
Que males se apronta
Fazendo de conta
Fingindo esquecer
Que nada renasce
Antes que se acabe
E o sol que desponta
Tem que anoitecer
De nada adianta
Ficar-se de fora
A hora do sim
É um descuido do não

Sei lá, sei lá
Só sei que é preciso paixão
Sei lá, sei lá
A vida tem sempre razão

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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

like a ROLLING STONE!

Então personas, ando eu sumindo dessas paragens. Da última vez que aqui postei não imaginava eu a guinada do meu final de semana. E aí veio a guinada e após a fahdiga.

Fui, fui ao show dos vovôs do rock. Rolling Stones pra mim lembra a época na qual na catarse cantava alto 'I can't get no satisfaction' a plenos pulmões pra os vizinhos escutarem mesmo (ai, mas nunca deixei de ser comportadinha :P). E então tive a chance de fazer isso no meio de mais de 1 milhão de pessoas. Ohhhhhh, estava mostruoso o show. Mas o toque especial ficou por conta das pessoas do tipo que entram em nossas vidas pra mudar tudo e reestabelecer uma nova-boa ordem. E é assim que digo agora 'we'll aways have Copacabana', plagiando ao meu bel prazer a famosa frase daquele clássico romantico Casablanca.

Não posso deixar de salientar a tranquilidade que transcorreu o acontecimento nas areias de Copacabana. O único 'problema' foi a volta, 238474728 pessoas querendo sair de lá, imaginem! Mas fora esse pequeno infortúnio me vi radiante ao participar de tal evento na minha cidade de nascença.

Fiquei feliz também por descobrir dentro de mim um fahbuloso destino quase perdido no meio da secura dos dias de verão. E eu que estava prestes a jogar a toalha, fechar os olhos e me encerrar dentro da vida bege. Agora ela está lilás novamente, lilás e radiante.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

dia ensolarado

Calor, abafado, dia de semana, não tem ocasião melhor para aproveitar e fazer um turismo pela tal cidade maravilhosa. Tanto bati o pé que consegui o que parecia tão distante: que meu pai me levasse ao centro do Rio para que ficasse sabendo como 'andar' por lá e alcançar a liberdade dos pesados grilhões da ignorância (ohhhhh).
O caso é que o dia foi agradável, andei feito uma condenada e feliz da vida por ter noção do que fica aonde com direito a ida no MAM, num monumento aos brasileiros mortos na Itália na 2ª guerra (tinha de ser na Itália mesmo!) e uma passada por copacabana pra saber por quantas anda os preparativos pro show que está balançando o Brasil (pq as pessoas do Rio mesmo estão mais que indiferentes - a não ser as vizinhas do acontecimento).
Ah, descobri a biblioteca pública (e toda imponência do prédio), além de passar pela cinelândia e dar uma olhada na reforma que fizeram no cinema Odeon (com vários filmes alternativos no circuito - além da promessa interna que fiz de conferi-los). Falando em circuito cultural, situei o espaço cultural Banco do Brasil na minha rota de ônibus/barca e me arrico mesmo a dar uma passada por lá nos próximos dias.
Dia leve, compromissos leves, caminhada pesada. Meu rosto sofreu com o sol escaldante digno de quase 40graus - encontra-se devidamente vermelho.
Blá blá blá a parte, precisamos mesmo de dias ensolarados (agradeceria se não estivesse tão quente).

E agora a Lizi me fala da diferença de dois cremes/máscara para rosto no qual um é máscara, o outro é não-máscara e insiste que eu entenda! Ai, minha vida!

Ah, pior, matei a aula de italiano hj. Que feio... Mas falando nela devo me manifestar no meu diário internético predileto sobre a injustiça feita pelo CLAC aos estudantes de letras, os quais estavam em uma turma (com 19 alunos) e foram impostos a mudar para outra (com 2 alunos) só pq eram de 'letras' (isto é, isentos) e teriam de estar na turma que lhes forem lucrativas (já que cobram 190,00 de inscrição). Fomos (mesmo não estando eu lá tomo as dores) vilipendiados por sermos o elo mais fraco e o pior, a falta de educação ao qual fizeram o 'pedido'. No final eu vou continuar no mesmo horário mesmo... E os outros. Tanto barulho por nada.

Que vontade de falar hoje. E escrever.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Hino da fahse nova

Tendo a Lua

Eu hoje joguei tantas coisas fora
Eu vi o meu passado passar por mim
Cartas e fotografia, gente que foi embor
A casa fico bem melhor assim.

O céu de Ìcaro tem mais poesia que o céu de Galileu
E lendo os teus bilhetes eu penso no que fiz
Querendo ver o mais distante sem saber voar.
Desprezando as asas que você me deu.

Tendo a lua aquela gravidade
Aonde o homem flutua
Merecia visita não de militares
Mas de bailarinos e de você e eu.

Eu joguei tantas coisas fora
E lendo os teus bilhetes eu penso no que eu fiz
Cartas e fotografias, gente que foi embora
A casa fica bem melhor assim.

Tendo a lua...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

mateando

And so it is...

Estava eu agora nessa tarde calorosa donde a manhã tinha dado tudo perfeitamente bem (não paguei o dobro do curso, marquei consulta na dentista e de quebra descobri que aqui do lado de casa concertam impressora), encontrei-me num vácuo de existência (ou simplesmente no ócio de quem não quer ter mto o que fazer momentaneamente), daí indo buscar do fundo do baú o costume deixado na mateira ao lado da cama de 'chimarrear' um tantinho. Daí que após lavar a louça (sim, agora isso está fazendo parte do cotidiano da nova fah), fui fazer meu chimas tranquilinha, lembrando das cômicas tentativas iniciais onde em RioGrande quase entupi a tubulação do prédio ao jogar a erva na pia, derramar mate por todo o canto, fazer o famoso chimas flutuante e seguir na sagaz tentativa de acertar o ponto ao preparar o chimas nosso de cada dia.
O dia não é frio, mas vem sobressaltos de ventos distantes trazendo a boa e velha recordação de outras querências (não, não é pagos! - aprendi com o Italiano!). O caso é que dessa vez consegui regredir e derrarmar erva pela pia toda, ao menos não fiquei toda verde como era costumeiro.
Agora sigo na tarde tonta saboreando ao ar do ventilador (que geralmente dispenso) a degustar silenciosamente meu chimas, sozinha, porém com novas convicções aliadas as de sempre, juntamente com a satisfação pelo simples.
Acho que estou a caminho de alguma coisa. Esta alguma coisa está aqui dentro se contruindo gradativamente (não, não é um filho!), querendo crescer e aparecer de modo a melhorar a qualidade de vida não só minha, mas daqueles que me cercam tão de pertinho aqui dentro da minha caixinha, da minha morada.

Próximos posts virá algo de social que muito pensei nos dias que passei por são paulo.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

primeiro segundo post

Então é essa a proposta que venceu, manter o blog o mesmo mas com uma recapiada básica (que espero não ser igual a feita nas estradas brasileiras). Falando em estrada, viram que estou de voltar ao mundo internético depois de 3 semanas e um dia e meio de passeio pela terra da garoa. O saldo positivo da viagem me rendeu um ânimo de mudar pequenas mazelas deixadas de lado no cotidiano que me acompanhava massantemente. A felicidade maior é que mesmo depois de me esbaldar na comida mineira da tia receber o comentário 'vc emagraceu hein' (mulher não muda!).

O que tenho reparado mesmo é que o 'ai, minha vida' vai ficando um suspiro fraco, que não sai de voga mas também não toma espaço como antes. São dessas coisas que se dizem normais de mudança. Eu relutei tanto pra colocar margens aqui... Era como se quisesse mascarar a vida lilás no óbvio do sempre que já não era. Coisas assim.

Digo agora que é necessária a mudança, e mais que bandeira levantada ao vento é realidade pq estou vivendo mudança. Mudança de curso, mudança de horários, mudança na relação com amigos (pra melhor na maiorida dos causos), mudança de estratégia em casa, mudança de tratamento com a irmã mais nova (eu sempre soube que tinha de partir pertinentemente de mim), mudança de achar até estrelas no céu e talvez volta da poesia perdida no meio da selva densa do fechar de pálpebras por conta do enfado.

Assim fica o primeiro dos, espero, mtos posts do novo ano que no calendário da blogosfera começa hj para minha persona.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006

Minhas férias

Querido diário,

Minhas férias em Sampa estão ótimas. Desdo dia em que cheguei não páro em casa (no ap da prima), juntamente com os outros primos de Gov. Valadares que estão floreando meus dias com bastante alegria (inté demais!), além de barulho, risadas e um pouco de 'ai, minha vida, nao calam a boca!'. Sobretudo devo ressaltar as peripércias do meu primo menor de 5 anos que não pára de falar e a todo o canto está segurando minha mão e contando um fahbulosa história.
Já fomos na Sé, na Liberdade, Av. Paulista, Brás (lugar de sacoleiro ahaha), Playcenter (foi terrível, só peguei fila) e etc... Andei de metrô que me acabei e continuo nesse ritmo só que um pouco mais devagar já que o povo voltou pra Minas uai essa 2ªf e agora fico sentindo até falta da bagunça toda.
Está minha prima, tia e eu, eu sendo mto mimada pela tia com sua deliciosa comida mineira e curtindo o friozinho gostoso dos últimos dias com mto chocolate quente. A prima, mesmo cansada, sempre procura alguma coisa pra fazer, sair, ir pro cinema, pro barzinho da ex-faculdade dela... Whatever! Não tenho do que reclamar, a não ser da saudade internética do povo. Mas vou matando sutilmente com idas relâmpago à lan mais próxima.
Deste modo espero que a volta pro Rio não seja embaixo de chuva e mto menos que me encontre debaixo d'água. A volta fica pra semana que vem, lá pra 2ªf ou mais um pouco.
Fico por aqui... Atenciosamente.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2006

POis é... 1 ano de blog! Parabéns para todos nós que aturamos a vida lilás...

Em breve mudanças.


E agora estou indo pra Sampa... 'alguma coisa acontece no meu coração..."

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

breve reflexão

Os blogs andam abandonados. Eu ando aleatoriamente feliz.

Acabou, não disse que era breve?

Mas não adianta, tenho de escrever mais linhas. O caso é que tem coisas que não sei dizer. Se deixar levar é a conta... E se causa um bem, que o bem continue.

Ah, leiam o post abaixo, são muito lindos esses fragmentos, a coisa mais meiga. Faz querer um abraço no final. Leiam e reflitam consigo mesmos, pela beleza das coisas bobas, querendo fazer coisas bonitas.

É, vai ver tá aí o sentido.. fazer coisas bonitas.

E eu sigo com minhas reticências em vida lilás sacudida por cores aleatórias e cativantes.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

Calvin & Haroldo

Calvin: Olhe, Haroldo, há um filhote de quati no chão.
Haroldo: Estará vivo?
C: Acho que sim, mas ele está machucado. Veja ele mal pode respirar.
H: Melhor nem mexer nele, se ele está ferido.
C: Sim. Você vigia ele. Vou correr e chamar a mamãe.
H: Espero que ela possa ajudar.
C: Claro que sim. Você não pode ser mãe se não puder consertar tudo muito bem.

****

C: Olha lá o Haroldo tomando conta dele. O quatizinho está nem ali!
Mãe do Calvin: Oh, Clavin, eu não sei se podemos fazer algo para salvá-lo. Ele parece muito mal. Vá pegar uma caixa de sapatos e uma toalha limpa.
C: Certo!
MC: Eu não sei se esta coisinha pequena vai se salvar, Haroldo! [Suspiro] Eu odeio quando essas coisas acontecem. ... Você pode notar que eu estou aborrecida quando começo a falar com você...

****

MC: Bem, eu o coloquei na caixa de sapatos. Acho que tudo que podemos fazer é conservá-lo aquecido e seguro. Vamos colocá-lo na garagem e dar água e comida pra ele.
C: Eu li numa revista que os quatis comem de quase tudo. E se é assim, vou ficar contente em doar para ele quase todo o meu jantar.
MC: Calvin, você nem sabe o que vamos comer.

****

H: Ele comeu alguma coisa?
C: Não.
[os dois olham mudos pra caixinha onde está o quatizinho]
C: [chorando, olhando pro quatizinho] Não seria muito agradecido de sua parte quebrar meu coração.

****

H: Não consigo dormir.
C: Nem eu. Não paro de pensar no quarti.
H: Espero que ele se salve.
C: Eu também.
H: Eu acho os animais tão engraçadinhos.

****

C: Papai, você já olhou o quatizinho esta manhã?
Pai do Calvin: Sim, Calvin... Sinto muito, mas ele morreu.
C: UAHHH!! [chorando desesperado]
PC: Também sinto muito, filho. Mas ele não tinha muitas chances.
C: UAHH-AAHH!
PC: Pelo menos ele morreu quentinho e seguro. Fizemos o que podíamos, mas ele se foi.
C: * chuif * Eu sei. ‘Tô chorando porque lá fora ele já se foi, mas ele ainda não saiu de dentro de mim.

****

C: [falando com Haroldo, que só ouve] Foi aqui que o papai enterrou o quatizinho. Eu nem sabia que ele existia há alguns dias e agora ele se foi para sempre. É como se não tivesse nenhuma razão para que a gente se encontrasse! Eu tive que dizer adeus assim que disse oi. * suspiro * E assim mesmo... de uma forma triste e terrível, ‘tô feliz por tê-lo encontrado. ... Que mundo idiota.

****

C: Sabe, Haroldo, não consigo entender esta história de morte. Por que aquele quatizinho tinha de morrer? Ele não fez nada de errado. Ele era tão pequenininho! Qual é a vantagem de colocar ele aqui e levá-lo de volta tão cedo? [os dois, embaixo da cama] Ou isto é mesquinho ou arbitrário, e de qualquer forma me dá calafrios.
H: Por que é sempre de noite que a gente fala disso?

****

C: A mamãe falou que morte é tão natural como nascimento, e tudo faz parte do ciclo da vida. Ela diz que nós não entendemos realmente isto, mas há muitas coisas que nós não entendemos, e nós temos apenas que fazer o melhor que pudermos com o conhecimento que nós temos. Acho que isso faz sentido. ... Mas vê se você não some. [abraçando Haroldo]
H: Não se preocupe. [retribuindo o abraço]

****

A ESSÊNCIA DE CALVIN E HAROLDO, de BILL WATTERSON – páginas 223-225 – Cedibra Editora Brasileira Ltda.

domingo, 15 de janeiro de 2006

Ficção

Olá amiguinhos...

O final de semana foi tão tão tão divertido. Fiz as mesmas coisas que fiz a semana inteira. A acrescentar algumas conversas interessantes com o Italianinho da quinta sobre filosofia, com a Lizi sobre a nossa própria existencia.. fora com pessoas aleatórias sobre méxico, distopias e alguns filmes a mais.

Acho divertido da vida lilás o quanto ela mesmo virou 'amélie', com toda aquela força interna que nem sempre quem está perto consegue captar com seus momentos de altos e baixos mesmo sem mudar a expressão da face.

Ah, a luz do dia foi que descobri que nao quero ser a solução. Isso mesmo, não estou aí pra isso. Posso estar de lado, pelas beradas... Mas solução não! Meu negócio é interação, falar dicutir... bater dois dedos de prosa como diria os mineiros.

Descobri que quero visitar uma praia oriental de água azul, casar com chinês e morar no méxico por uns tempos, até me estabelicer na Amazônia onde irei estudar umas línguas indígenas.

Tá, foi tudo imaginação. Mas vai dizer que não é bom fazer da sua vida ficção? De si mesmo um personagem em transição? Do mundo o cruel vilão? E da sua existência uma suposta busca por chocolates colororidos que brilham no escuro?

:)

Sempre bate saudade do blog.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

Tiradas publicitárias

Estava eu passeando pelo yahoo notícias, lendo sobre os acontecimentos, para ser mais específica como o Governo americano está enrolando na reconstrução de Nova Orleans, quando me deparo com esse propaganda despretenciosa de um produto novo da Microsoft que avisa sei lá que e-mail importante você quer. Mas olhando, temo aí uma daquelas reflexões clichês de como o trabalho às vezes engole algumas pessoas. Enfim, eu gostei.



Referencial

Estava eu olhando o blog recapiado do Tiago, o Ars Rethorica, e da parte final dos fragmentos de uma resposta do papa João Paulo II sobre o uso da camisinha tiro:

"(...)Se alguém duvida de que esta entidade chamada 'a ciência' hoje possui uma autoridade maior do que a da pitonisa de Delfos, pode considerar um único fato. Experimente dizer em um jantar qualquer que o Sol gira em torno da Terra. Você será chamado de palhaço e idiota. Agora, todos vêem, todos os dias, o Sol dar a volta no céu. Todos vêem, todos os dias, a Terra paradinha onde está, e o Sol se movendo. 'Ah, mas isso é só uma impressão.' Não é não. Você não aprendeu na escola que 'o movimento depende do referencial'? "

Com essa essa tirada colocada alfinetantemente pelo seu Italiano acabou por me render um daquelas caras de 'ih, me pegaram'.

Nada é relativo ou a ciência não é por si dona da verdade?
Há a tal verdade relativa? Ou de relativa a verdade não é nada?
Relativo não foi pois criado por nós como desculpa para as nossas próprias constações que não podem ser provadas?

Estou com um nó. Esse nó não é nada relativo. Mas o referencial é o blog do Tiago :P

Ah, estou gostando disso...

quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

Hoje eu acordei com vontade de dormir. Deve ser o Sol, tão sol que fecha meus olhos espontaneamente. Eu não devo ter tantos problemas com o Sol, que com sua luz invade cada janela com cortina aberta. Meu caso sério é a Lua, que está cheia. E por que diabos consigo ver o pão de açucar da janela do meu quarto e não consigo ver a Lua??? Isso sim é que é desperdício de vista, tantos prédios, altos prédios... Arg, gosto de casa, casa no campo pra guardar os discos e livros e os amigos e nada mais. E a Lua cheia ficou escondida por detrás do prédio da minha frente. Ai, digo que estou com vontade de dormir. E sonhar.

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

Fahmelie...
Uma vírgula de mim dentre nuvens.

Respeitável público, apresento-lhes: eu. Um personagem de desenho animado que toma vida, toma responsabilidade e toma suco tang de uva. Tenho a determinação de Chihiro, ao mesmo tempo que sua sensibilidade, buscando o momento de 'reconhecimento' e libertação com paciência milenar. Faço de parte de mim Amélie, pelas coisas bobas, pela harmonia dos eixos interrompidos por um breve abalo de peles e almas. Criança de fato, pessoa de acentuar o otimisto e esperando captar a nuvem azul do céu.

Gosto do que gosto, gosto porque sim...
Gosto e aposto que você gosta de mim.

Gosto de boas lembranças, acordar tarde pensando no sonho que tive por horas a fio, admirar o vento batendo na testa, ver riscos de cores quando fecho os olhos, gastar tempo na biblioteca e na locadora e na pracinha, no cinema e andando na tarde fresca e de porquês inexplicáveis, sucos de uva e laranja, e de goiaba (só a fruta).

Não gosto de calor, ventiladores e ar-condicionado, lugares barulhentos, músicas altas demais o tempo todo, televisor ligado o dia inteiro, cinzeiro, fumaça, copos na beirada da mesa, comida na mesa do computador, falta de cantigas de roda, a falta de pessoas, olhar inquisidor, suco de goiaba e festas de aniversários.
Heal the Pain
by George Michael

Let me tell you a secret
Put it in your heart and keep it
Something that I want you to know
Do something for me
Listen to my simple story
And maybe we'll have someting to show

You tell me you're cold on the inside
How can the outside world
Be a place that your heart can embrace
Be good to yourself
'Cause nobody else
Has the power to make you happy

How can I help you
Please let me try to
I can heal the pain
That you're feeling inside
Whenever you want me
You know that I will be
Waiting for the day
That you say you'll be mine

He must have really hurt you
To make you say the things that you do
He must have really hurt you
To make those pretty eyes look so blue

He must have known
That he could
That you'd never leave him
Now you can't see my love is good
And that I'm not him

How can I help you
Please let me try to
I can heal the pain
That you're feeling inside
Whenever you want me
You know that I will be
Waiting for the day
That you say you'll be mine

(...)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

Nota de pé de página

Sim, do pé da página, afinal é daquelas que não se quer falar, a informação contida a ser escondida leitor, a letra miúda do rótulo informando dos contras do produto. É triste, é depressivo, me custa tanto, no entanto é a realidade: não visitarei os pagos gaúchos essas férias. Leviandade minha até deixar tudo tão claro na mente sem contar com os imprevistos, mas, enfim, contava mesmo em ir dar um bom abraço nos meus aleatórios amigos gaúchos. Creio que o que me custa mais é enxergar que isso é consequência de uma atitude inicial (lá nos meados de 2004/2005) que talvez sendo diferente me renderia mais frutos, pq na floresta cinza até agora colhi nasgas beges da minha complacência. Aii, minha vida... O que fazer da vida? Quando crescer eu quero ser o vento e ir pra qualquer lugar.
Agora toca 'refrão de um bolero' na minha rádio predileta... É, querem acabar com meu coraçãozinho.

Nota do pé do pé da página: fiquei sabendo disso agora mesmo.

terça-feira, 3 de janeiro de 2006

All we need is love...


E muiiiito Beatles. Não sei explicar o que esse quarteto faz na minha vida lilás, mas é algo assim cambando pro alienante, afinal começa a tocar e vai vai vai rumo ao infinito e além (como diria o Buzz Lightyear do Toy Store). Além dos grandes sucessos como Help, I wanna hold your hand, yesterday, let it be, tem as que nem-todo-mundo-conhece-mas-são-boas: Im my life, Eight days a week, Close your eyes que ultimamente levam a vida lilás a loucura musical.
O 'fahnatismo' começou ainda quando era pequena (sempre se coloca culpa nas crianças, tsc tsc), quando ao escutar 'I wanna hold your hand' num especial desses de rádio fiquei vidrada pelo rock hipinotizador que impossibilita o cidadão a ficar impassível numa música dessa. Sabe-se lá o que Lennon, Paul, Ringo e Harrison fizeram pra acertar na dose do ritmo-letra e se tornar o melhor do pop mundial há décadas e décadas. (Sem essa de que é pop é ruim, eles são simplesmente Beatles). O caso sério deles ficava mesmo por conta do ego, mas essa parte a gente pula.
De fato esse meu post se deve ao acontecido no meu cd de mp3 que não toca tão somente as músicas dos Beatles, fazendo-me subir pelas paredes tentando ludibriar a mim mesma com músicas aleatórias sem conseguir saciar a minha sede de Yellow submarine, Imagine ou Strawberry Fields Forever.
Sigo cantarolando então... 'eight days a week... I loo ooo ooo ve you'

segunda-feira, 2 de janeiro de 2006

A gente vai descobrindo... Ou não.

Pois então, final de ano e blá blá blá. Se eu ainda não disse que não sou fã dessa época do ano é pq não quis nem arriscar a me tornar repetitiva. A frenetissidade temporária do povo me deixa com a pulga atrás da orelha.
Depois de passar dois bons finais de semana com a família, longe de músicas prediletas, filmes e internet vai-se acabando por fazer todo um processo interno de pensar mundo de uma perspectiva inédita.
Sempre sempre que estou na minha avó dou uma olhada nas fotos antigas. Olho o que as pessoas foram e fico tirando conclusões por minha conta e risco. Olho-me lá atirada no meio das fotos e dou meu meio sorriso satisfeito de quem escreveu história (e segue nessa) por ali.
Mas das visitas têm coisas que não mudam... Aqueles comentários de tias 'quem diria, aquela menina tão parrudinha, gordinha, agora aí...' (elogio que é bom fica na elipse). Aí que se vai descobrindo que eu posso ganhar o Oscar e ainda vão continuar com os mesmos comentários (quem se presta a fazê-los).
Outro detalhe são as crianças, só primos, as pestes. Não adianta quantas vezes eles vejam aqueles benditos power ragers, eles sermpre quererão ver novamente. E, é claro, me tacando almofadas como se eu fizesse parte da brincadeira deles. Ai, minha vida de babá.
Diria que das reflexões vieram idéias como não basta amar, mas se tem que mostrar mesmo que se ama. Marketing é o que há! Contudo puxar a orelha de quem se quer bem cai perfeitamente em determinados momentos. Ano novo é só pra ver fogos mesmo, afinal ninguém muda de um dia pro outro, ou se ganha na loteria só pq é ano novo. Quanto mais vezes se deseja 'feliz ano novo' mais parece que se vai esvaziando vendo que seu próprio ano novo não será tão feliz qto o imaginado mesmo.. Ao menos se tem muito tempo pra mudar a perspectiva. A gente vai vendo que aqueles que não têm os mesmos interesses (arte, cinema, livros) que nós nunca realizaram nossa forma de ver a vida e por vezes nosso potencial. Que ouvir é o melhor remédio pra mtos males. Que falar o que quer é inevitavelmente estar exposto a ouvir o que não imaginava e ao que não se gosta de saber. Que usar protetor solar é a melhor coisa que existe e que quem se expõe ao sol levianamente por marquinha de biquine é gente do século passado. Que recordar é o que há, mas recordar demais enferruja as máquinas e torna pensamento atrofiado. Que sonhar é o melhor escape e assim as noites e manhãs e até dias inteiros se tornam mais interessantes.
Ai, chega de 'ques', a carta da Lizi não chegou, eu estou com dor-de-cabeça e pelo corpo todo (mas mato a saudade da minha musiquinha alta). Ah, lembrei de algo tb, passava eu por uma casa tocando 'losing my religion', aí pensei imediatamente: '´ta vendo só, dizem que não gosto de festa e de dança e cia ltda, mas numa tocando REM me animo e mto!'.
Enfim, muda ano, não muda mundo e eu permaneço muda.