quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

Hoje eu acordei com vontade de dormir. Deve ser o Sol, tão sol que fecha meus olhos espontaneamente. Eu não devo ter tantos problemas com o Sol, que com sua luz invade cada janela com cortina aberta. Meu caso sério é a Lua, que está cheia. E por que diabos consigo ver o pão de açucar da janela do meu quarto e não consigo ver a Lua??? Isso sim é que é desperdício de vista, tantos prédios, altos prédios... Arg, gosto de casa, casa no campo pra guardar os discos e livros e os amigos e nada mais. E a Lua cheia ficou escondida por detrás do prédio da minha frente. Ai, digo que estou com vontade de dormir. E sonhar.

Um comentário:

Tiago Tresoldi disse...

O "Cem anos de solidão" inspirou porque muitos episódios do livro parecem ser interpretações que o Gabriel Garcia Marquez fez dos arcanos maiores dos baralhos mais tradicionais, como o Tarô de Marselha. Melhor ainda, ele fez isto na mesma ordem "cronológica": se colocares a história do livro na ordem como aconteceu (começando pela busca da civilização etc.), verás que é o mesmo caminho das cartas (que começam pelo Louco ou Tolo, que é tolo porque se aventura por um mundo que desconhece). A edição do livro que a Dani está lendo, da década de '70, traz exatamente umas cartas do Tarô de Marselha na capa.

Cereja sobre o bolo, este realismo mágico do Marquez (de 1967) tem um paralelo no uso ainda mais explícito do tarô pelo Italo Calvino no "Castelo dos destinos cruzados" (1969).