domingo, 9 de abril de 2006

Autobiografia

Seria esse blog uma autobiografia inventada ou uma ficção autobiográfica?

No fim acabo por traçar um tanto de fantástico na realidade, isso eu sei.

Mas foi justo autobiografia o tema de uma das oficinas de linguagem, daí que criei uma autobiográfia ficcional de um personagem aleatório.

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Autobiografia

Confesso que sou descendente direta de Eva. Minha doce mãe, na adolescência inconseqüente, usou de todo feminismo e sensualidade para roubar papai de sua sonsa noiva cheia de graça. Há os que não titubeiam pela maçã e foi daí que nasci, fruto proibido. Porém, como é mais que sabido nos ditos populares que o que é bom é escondido, nasceu eu, o melhor que poderia acontecer na vida de Adão e Eva dos anos 80. Claro, que como conseqüência para eles as atribulações foram muitas, afinal ser expulso do paraíso da irresponsabilidade juvenil não é tão simples. E aí foi que mamãe sentiu as dores do parto e no peito de tanto sugar sua energia, e papai no bolso. Foi 18 de outubro o dia. É, isso mesmo, faço parte dos filhos do carnaval. Embora eu mesma não me lembre do dia, lembro de mamãe tentando esquece-lo como se fora esse o motivo do pecado original. Acho que papai nunca gostou de lembrar também. Só gostaria de saber que deus os puniram com tamanha crueldade nessa história (tenho um palpite, o deus família). Contudo percebo felicidade em seus olhos ao verem que pela incauta maçã mordida originou-se toda um humanidade. A minha humanidade. Elejo-me assim a deusa solipsista deste mundo pois dessa biografia dita minha acabo por inventar cada linha da verdade que às vezes pode parecer pecadora, mas nada original.


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ps: tem um alemento que é repetido em relação ao texto anterior.

Um comentário:

Tiago Tresoldi disse...

Pelo jeito, as tais oficinas não estão sendo em nada em vão. :)