Senti a náusea do pré/pós prova na maior parte do dia. Por coincidência o assunto era existencialismo. "O primeiro homem" de Camus não só é existencialista, como é a autobiografia do autor tentando ser disfarçada numa ficção qualquer. Aí vem a questão, seria a toda obra uma biografia?
Isso lembra da ofina das quartas-feiras, que por sinal já terminou. Lá parei pra pensar mesmo obra biográfica, e de certa maneira acabo por refletir mais sobre qualquer comentário, seleção de palavras, vontade de idéias que tenho, afinl isso tudo é por si só elemento autobiográfico.
Falando em si mesmo, sabe desses livros que se lê algo por demais desconcertante e vê refletido aquilo dentro de si mesmo? Tinham uns sentimentos tantos de Jacques (ou Camus, como preferir) que me deixavam fora de órbita de tão parecido comigo, e mais, deu descobrir que sentia aquilo mesmo, de só admitir lendo o que estava diante dos olhos como sem poder negar o crime.
Reparo que de existencialismo na minha vida tem muito menos do que eu pensava até ler 'Existencialismo é um Humanismo' de Sartre. Mas de autobiografias ficará sempre o 'confesso que sou descendente direta e Eva...'.
Um comentário:
descobri seu blog ao procurar a maravilhosa frase "deus está na chuva" e li apenas esse seu post.. eu acho que nada mais social e fantástico do que a sensação de reflexo, de comunicação, isso põe créditos valiosos no fato de sermos sociais.
Postar um comentário