Se Mattoso Câmara Jr. fosse vivo com certeza ele modificaria essa teoria hipotética estruturalista dele. O meu professor de Português (o Surfista ou Lorão pras íntimas), diz que Mattoso tem a teoria mais coerente para explicar flexão de número e gênero. Creio que seja muito simples criar explicações colocando um monte * antes da palavra e está pronta! uma maravilhosa teoria da estrutura do nome na Língua Portuguesa.
O difícil não é entender tanta suposição, mas sim aceitar que a desinência de gênero de menin-o não existe e que seria uma vogal temática, sendo menino a raiz da palavra e em menin-a o 'a' seja a desinência de gênero feminino. E ainda me dizem que isso não é machismo, é só linguagem... mas ela não reflete o discurso? E qual o discurso vigente fortemente nos séculos (e ainda hj), a da superiorida do ser masculino.
Levantar questões em sala eu não posso, porém umas meninas que recém sairam do 2ª grau (podem duvidar do que quiserem que tudo lhes será dado ouvidos. E eu sou chamada de caloura? ok.
Vou criar uma nova teoria das tais estruturas de nomes e depois esse professorzinho aí estará fazendo um ctrl c/ctrl v da minhas teorias, é a solução.
3 comentários:
Definitivamente o pensamento maxista começa por aí. Isso é o fim!
Isso não tem muito a ver, mas até hoje não me conformo quando tenho de entrar numa sala cheia de meninas e apenas um menino, e ser obrigada a dizer: "Boa tarde, alunos"! -> Aí, não falo nada :D
What the fuck?? :P
Ora bolas, isso é mesmo explicação do estereótipo de professor universitário brasileiro. Que não se concorde com o Mattoso, mas ao menos que se entenda o que ele diz. Isso de retirar uma pequena parte das tantas obras de um autor e jogá-las ao vento assim, sem contexto, é charlatanismo dos grandes.
Isso de botar uma etiqueta de "machista" na língua dominante explica muito bem porque todos estes apedeutas de nossas universidades adoram o Marcos Bagno. Oh Fabíola, o Mattoso Câmara Jr. foi um dos maiores estudiosos da língua portuguesa, ele sempre teve fundamentações muito boas para o que dizia (e olha que eu também não concordo com muitas teorizações dele). Justamente neste ponto, eu também acho que o "o" de menino seja uma desinência do gênero, ma per Giove! Que percurso maluco seguiste para achar machismo nisso? Dizer que é uma vogal temática de gênero em nada mostra alguma atitude machista; é simplesmente uma interpretação concisa da lingüística histórica (ou estás esquecendo que, mesmo desconsiderando a diferença entre gênero gramatical e biológico, o neutro foi incorporado ao masculino e não ao feminino, deixando "vossas" palavras mais "puras"?).
Olha o comentário da Lizi: "boa tarde alunas" é só para mulheres, "boa tarde alunos" é para homens e grupos mistos... Se eu quiser seguir essa lógica de raciocínio que acha uma coincidência entre elite culta e elite política, eu posso dizer que vocês são beneficiadas pois possuem um cumprimento que é exclusivo, ao contrário de nós que devemos partilhá-lo!
Lembra, para criticar as teorizações de alguém temos o dever acadêmico e moral de estudar pelo menos tanto quanto estas pessoas.
A questão é que a estrutura social se refletiu na formação da língua, e não o contrário...
Tomem cuidado: estamos falando de gênero, e não de sexo...
Alunos é palavra de gênero masculino, mas a referência no mundo é a alunos e alunas (sexo masc. e fem.).
Se alguém tiver o poder de mudar toda a história da língua e sua comunidade de fala, me avise!
Devemos discutir a língua com base em estudos diacrônicos nesse caso, porque sincronismo não resolve o problema!
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