domingo, 11 de novembro de 2007

O nó do preconceito

Hoje falei uma frase conversando com um aluno querido pelo msn que é o resumo do que vou narrar agora: - Nós vivemos num momento em q temos de ter sabedoria necessária pra não nos chocar violentamente com os valores do passado e ao mesmo tempo tb não aceitá-los sem sermos críticos

Na tarde de hoje, fazendo meu bordado da bandeira mexicana, reparei que minha mãe na sala assistia a um programa que repetiu mais que o normal a palavra ‘gay’. Com isso, resolvi sentar no sofá com ela e assistir o que se passava. O programa era do Márcio Garcia (eu pensava q ele só tentava ser ator) e tratava de um artista convidado (no caso, Eliana – a dos dedinhos), adivinhar quem dos 3 moçoilos (desconhecidos) é gay, quem é casado e quem é solteiro (detalhe aí, o conceito de ‘casado’ só vale pra hetero).

No decorrer do programa os candidatos eram submetidos a representar situações em que interpretavam papel de gay e de heterossexual, para que assim Eliana descobrisse quem era quem na parada. O nome do programa é “as aparências enganam” (fui pedir cola pra mamãe) e confesso que me enganou mesmo, pois pra mim os três poderiam ser gays ou não.

Ao final, mamãe ficou contente de seu palpite ter sido o certo. Eu fiquei com um sorriso no canto da boca pensando como a idéia de gay e não gay estava sendo incorporada na TV aberta. Interessante é que no final veio a esposa e o parceiro gay e eles que apontaram quem eram seus amados. A esposa, com um selinho, o parceiro, só indo na direção (tb não queiramos demais, não é).

Mamãe não emitiu nenhum juízo de valor e pareceu gostar do programa. Percebendo isso, passado algum tempo, resolvi soltar a seguinte frase “posso apresentar mamãe, minha namorada pra senhora”. Neste momento minha mãe solta uma risada sem graça e olha, nunca tinha visto minha mãe mudar de cor tão rápido: “pára de palhaçada menina, era só essa que me faltava”. E eu respondo com voz fragilizada “por que, a senhora não vai aceitar não? Não quer conhecer minha namorada?”. Mamãe nem olhou para meu rosto, ela queria que aquilo fosse mentira minha. Então eu disse, ‘estou brincando’, aí ela olha pra minha face e diz com uma voz cortante “vc está falando sério?”. Caio na gargalhada e falo como ela é preconceituosa.

De qualquer maneira, essa é uma estratégia ótima pra se dizer que está namorando (heterossexualmente falando).

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