sexta-feira, 30 de novembro de 2007

no desconcerto do dia

Há algo de errado com o dia de hoje. Alguma coisa dizia, ao passar da meia noite, que o dia seria um misto de desencaixe e penúria. Algo ecoava dentro da mente dela, algo retumbante, colossal, algo de perigoso. Ela tentou se aquietar no silêncio do quarto. Os barulhos lá fora já não eram barulhos, já não eram ouvidos, pois dentro da mente havia um mantra entoando acaso e descaso, um som indecifrável e pavoroso. Ela não iria dormir, não naquele momento, não no momento seguinte. Levantava, voltava, deitava, adormecia. Iria dormir em breve, ela tinha certeza. Dormiu. Quando se deu conta estava em um outro mundo, um mundo de tom pastel que se tornava cada vez mais escuro. O relógio despertou, a casa despertou, e ela que deveria acordar cedo para o trabalho adormecia fervorosamente, como atada com correntes ao sonho. Ela estava. O tempo do sono ia se alongando em um momento crucial, em que tudo ficava preto e branco, e uma ligação era recebia vária vezes seguidas do mesmo destinatário. No sonho ela se tornava angustiada, chorava e um desespero a invadia: a pessoa já havia morrido. O número que aparecia não tinha nexo, muitas vezes aparecendo repetições, inclusive com os ‘seis’. O perturbador sonho não a deixava despertar e seguia hipnotizada pelas ligações incongruentes, sem ninguém ao redor entender o que se passava. No momento em que se achava totalmente mergulhada, ela resolveu chegar à superfície, deste modo alçou vôo rumo ao consciente e quando olhou o relógio faltavam 5 minutos para o horário de ela estar chegando ao trabalho. Levantou num sobressalto e sem pensar adentrou na sua rotina da manhã, mas não tinha fome. Pegou uma maçã para levar, mas nem pensou em tocá-la. Bebeu água. Com o copo na boca, em um sobressalto, girou, e no giro bateu no portal de sua porta com o copo na boca. Sentiu o trincar do copo e dos dentes, mas só sentiu em sua mente, porque tudo não passara de um susto. No caminho ficava devaneando sobre comida, sobre a falta de vontade de comer, sobre o trânsito que piorava e sobre seu iminente atraso. Voltou a pensar em comida, pensou em como tem se alimentado mal, e como seria interessante almoçar hoje. Ela corria dentro dos pensamentos e pensava que qualquer coisa podia acontecer, o sonho, o vidro na boca, o inexplicável. As coisas foram acontecendo, então. Na verdade, as coisas não foram acontecendo. Foram deixando de ser o que deveriam e partindo para o universo das coisas que jamais se realizarão.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

you're being monitored



é, eu sei!

São certas coisas...

Que fazem a vida parecer mais leve.

Quem me via hoje na mudes não diria que estou atormentada com trabalhos, provas, documentações, processos, sociointeracionismo. Principalmente depois do expediente, após a festinha supresa para Luana, que ficamos Braços Fortes, 1ª secretária e eu conversando na esquina da Rua Mèxico com a Nilo Peçanha.

Falamos de um tanto... Comentários de nossa rotina na Mudes, sobre os alunos, os não alunos, apelamos pra 1ª secretária intervir por nós, falamos de África, Timor Leste (adivinha quem falou sobre isso), Hotel Ruanda, o risco de vida CMT, detentos, a moça com os 20, a saída da UERJ a noite, os escandalos das alunas. E olha que 1ª secretária estava muito atrasada pra faculdade. Mas parece que tem coisas que não podem ser adiadas: uma boa conversa.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

(re)framing

Algo está dando errado. Sim, e não é com o outro, é comigo. Por que sintaxe não entra na mente? Por que não perdoo a primeira vista (e quando perdôo acabo perdoando a vista errada). Por que não consigo comprar presente? O que é de errado com a SINTAXE, meu Deus?! As coordenadas completivas de verbo me tiram do eixo, totalmente.

Eu tenho algo a dizer... Mas não posso dizer a verdade, sabe? Só posso dizer meias verdades, fazer culpas inteiras e não dizer o que verdadeiramente sinto.

Ás vezes eu sinto como aquela música dos Engenheiros: um dia super, uma noite super, uma vida superficial.


Liga não, só estou 'dramatizando'.

Some faith on me...



você precisa, você precisa... baby.

to the lighthouse

Bem, To The Lighthouse está acabando. Tanto tempo fiquei naquela curiosidade de Ler Virginia Woof, e agora a tenho assim, tão de perto, através de aulas minunciosas (graças as inteligentes questões propostas pela professora), e ela acaba por tirar minhas energias.

Mrs. Ramsay e Lily são o enredo mais interessante. Contudo elas não seriam tão interessantes se não fossem os outros, afinal estamos falando de um livro que fala de impressões, de pensamentos, tão somente. E é um 'tão somente' cheio de grandioso significado, de filosofia, reflexão e, principalmente, fluxo de consciência.

A Mrs. Ramsay é o símbolo de união do grupo, daquela que cuida de todos e os uni com algo em comum, além de exemplo de mulher vitoriana, protetora e cuidadosa; vai de encontro com a imagem de Lily, que se questiona sobre sua arte (será que mulher consegue pintar?), sobre o papel do casamento (ela definitivamente foi muito feliz sozinha) e sobre a imagem de Mrs. Ramsay, esta significando algo que Lily gostaria de ser, mas ao mesmo tempo questionando os traços da personalidade dele, como a mania de querer atar todos os que são simpáticos em casamento.

Sei que preciso de um tempo, preciso olhar para minha lighthouse e de uma epifania grátis no pacote. Nada mais.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Global Warming



Blue Man Group

furada sociointeracional

Diz que no meio de uma roda de sociointeracionistas, a tal de Fabíola planejando o curso on-line dela, solta pérolas seguidas: Primeiro, vamos dar uma base gramatical, aí usamos frases descontextualizadas só pra dar uns exemplos.

Sim, eles quase me queimaram no inferno...

ahahaha

domingo, 25 de novembro de 2007

Mania de comida japonesa

Aniversário de Sardex (minha colega de trabalho e amiga de tempo todo), eis que surge o convite pra todos irmos prestigiá-la em um restaurante japonês (nas terras longuínquoas do Méier). Ela já nos preparou a semana toda para o cardápio, e a maioria ia de Yakisoba (sabe-se lá como escreve esse treco). Tinha a grande questão que perpassava minha mente: comer o de lula e polvo ou não comer.

Na tarde de hoje nos encontramos na casa dela (sim, grande parte da turma q fazia tempo q não se reunia em peso) e de lá enfrentamos as lulas, polvos e etc. Iluminação baixa, pauzinhos na mesa (q foram impossíveis para eu usar), povo empolgadão e... As conversas... Bem, a Lívia já tinha dito que ficaria com vergonha da gente se começássemos a jogar alguma coisa na mesa do restaurante (isso pq eu falava de jogar imagem&ação na CASA da Sardex).

Mas disso, começamos a falar de futuro profissional, alguém falou de não querer dar aula de português, e aí falei dos meus alunos e do problema das aulas sobre sexualidade, daí pra gravidez na adolescência e....uma alma fala “mas nem sempre é culpa do jovem, é da camisinha, q estoura”, então eu rechaço “mas isso é difícil”, a pessoa completa “não é nada, só semana passada foram 2 de um pacote com 3”. OK! Se é assim... Imagina a cara da LIV MARY! E eu continuei: "mas vc sabe como se coloca? Tem que dar o espacinho." A pessoa rebate: “isso eu sei né! Tira sua camisinha da bolsa e faz demonstração”. Pronto, a conversa se perdeu de vez!

Depois de Lív Mary salientar que estávamos num lugar público (oras, eu só queria ajudar!!!), teve o jogo aleatório de Ísis de que não se pode falar palavras começadas nem com C ou S ou compostas, senão toma uma porradinha de vodka(?). Óbvio q nada de vodka (por favor!).

Nessa altura o yakisoba foi quase todo (não coube tudo), já planejávamos o amigo secreto, o churrasco de final do ano (sim, VAI SAIR!) no sítio do Thi e ao lado dos frutos do mar e peixes crus dividimos VIDA que há tempos que andava tão desconectada uma do outra.

Tomo mérito para Renata!

sábado, 24 de novembro de 2007

A Mania de Tropa

Eu não sei o que tem de tão especial na Tropa de Elite, mas seja lá o que for, virou mania. Agora todos são fanfarrões, querem ser capitão Nascimento, admiram a dificuldade que se tem dentro da tropa, fazem piadas sobre a tropa... Tudo é uma elite só.

Meus alunos não cansam de fazer referências: bofe de elite, vc é um fanfarrão, 01, 02... E a última foi perguntarem em uníssono o que é fanfarrão! E ainda é só conectar no WWW qualquer coisa pra ver referências, revistas e jornais ainda com vários artigos sobre (o último que vi está no New York times on-line, em destaque!!!).

No artigo de New York times o diretor explica que o filme está sendo visto de uma perspectiva equivocada pela sociedade brasileira, que o Capital Nascimento, tido como herói nacional, na verdade é uma figura que está sendo criticada e é um modelo a ser evitado, não exaltado. Mas agora a tropa, a violência, a truculência são vistas como saída para esse beco sem saída da violência.

Não vi o filme, ainda. E não é pq repudio o pop, mas é que simplesmente tempo ruge. No dia em que vi Hairspray com a Lívia a mãe a avó de um dos atores estava na fila!(não, não era do capitão Nascimento).

Falando no Capitão, mtos só reconhecem o talento de Vagner Moura agora, contudo já faz tempo que ele vem se destacando com um galã (?) de cinema.

É isso, elite da tropa que inclusive eu, que não vi o filme ainda, não poderia deixar de falar.

O último grande feriado do ano

“A família precisava desse tempo; a família está abrindo”


No último grande feriado do ano antes das férias todos ficamos em casa. Passamos os 5 dias em casa. Sem reclamar, conversamos, jogamos conversa fora, fizemos cruzadinhas e ficamos em casa. Não fizemos nada, além disso: ficar em casa.

Isso não foi preguiça, não foi um culto a mesmisse, foi a necessidade de estarmos juntos, nos dividindo. Falando por mim mesma, senti uma obrigação de estar com eles ali, ao mesmo tempo de um prazer imenso. É pq a “culpa” é minha. Eu estou indo, eles sabem que estou indo.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Como caixas chinesas

Que eu adoro ver...



Mandelbrot
(algo que o Italiano falou a respeito, mas eu não lembro o q, aí achei o link em meus favoritos e fiquei viciada em ver)
"Não quero ter razão, quero ser feliz", diz Ferreira Gullar em entrevista para revista do jornal O Globo desse domingo. Ele se referia a divergências dele com Gilberto Gil, e citou a ocasião em que ele discutia com autor palestino na Flip, que palestinos e israelenses nunca iriam se entender eqto quisessem ter razão. Também falou que quando ele quer ter razão em relação a esposa dele, Cláudia, ela se irrita, vai pra casa dela (moram em casas separadas) e fica dias sem ligar. Resultado, ele fica com a razão e infeliz, brigando com as pessoas que ama.

Achei lindo, por demais.

domingo, 18 de novembro de 2007

amor nos tempos de windows...

Faz algum tempo venho desenvolvendo teorias aleatórias sobre relacionamentos. Claro, elas sempre escapam a coisa mais pura, ao namorico de portão, essas coisas com cheiro de mato. Faço essa divisão também comprovando com dados empíricos que aqueles que não pensam muito na vida e seguem na simplicidade do guardador de rebanho, têm mais paz de espírito sim. Já aqueles, condenados a vida pós-moderna-contemporânea, se inquietam e se chocam consigo mesmo em relação a ‘amar ou amar: o que é isso mesmo?’.

O caso é que em meus estudos empíricos (que não envolvem só a mim), tenho visto um embate de forças muito grande no que se relaciona ao “o que é amor”. Outro embate também é aquele clássico de papel de homem e mulher e estereótipos que cada um tem de que cumprir (não é nenhuma bandeira feminina, antes que os desavisados já me acusem de grosseirona que quer defender que a conta do jantar tenha de ser divida no primeiro encontro – de fato, quem ainda tem um primeiro encontro jantando????).


Bem, o que é amor? Isso não posso responder. Mas posso dizer que vejo diferentes visões confrontando: a) A tradicional: amar é... e aquele monte de senso comum que incluem ficar no pé da pessoa o dia inteiro, ter de desejar a pessoa a todo momento, até quando não esteja a fim (fingir é tudo), ter de declarar o amor diante de tudo e todos, no mais, todos conhecem o resto; b) A contemporânea: O amor é líquido, “amar é” pode significar ser egoísta (quando um quer adiantar suas coisas e por isso não fica falando por horas no telefone com o outro falando nada), ser prático (cada um na sua casa, no seu canto e somos felizes), ser objetivo (olha, eu te amo, mas não dá par aturar esse seu chulé mais!).

Agora imagina alguém super viciado no discurso tradicional pega outro alguém inalando ininterruptamente o discurso mais contemporâneo? E o pior que não é uma corrente eliminando a outra, é uma escala, como o calor medido em Celsius, como uma escola literária que surge e não elimina a outra. Com isso, temos o contemporâneo sendo tradicional e vice-versa. Contudo, o que diferencia mesmo um de outro é que para o mais tradicional tem de prevalecer o senso comum e para o contemporâneo, inconscientemente, ele vai sendo levado a agir mais pós-modernamente.

E no mais, deixa o resto da reflexão pra outro post, senão aí que ngm lê mesmo :P

sábado, 17 de novembro de 2007

Pitada de Wilde

Moderation is a fatal thing... Nothing succeeds like excess.
Oscar Wilde

dos hermanas

Dos Hermanas 1992

Neste tempo mamãe nao me deixava pegar Lela no colo. Contudo eu gostava de ficar por perto, saber mais daquela criança de choro chato, estridente e repetitivo. Eu andava mais no quintal, junto com as formigas, coleções de pedra e brincadeiras com as plantas. Lela, acabava de ganhar esse apelido dado por mim, que logo espalhou-se não só pela família, mas pelos mais próximos também.

Dos Hermanas 2001

Aqui começaram as brigas de fato. A diferença de idade foi patente e trouxe várias dicussões desde as mais básicas (dela querer brincar e eu não querer mais), até mais sérias (por ciúme, ela inventar que tinha namorado na escola e, claro, arrumar encrenca pra mim). Corria também uma infame lenda de que eu batia na minha indefesa irmã mais nova (que já estava quase da minha altura!). Dividir quarto nunca foi tão difícil.

Dos hermanas 2006

Aí já estávamos mais que acostumadas com as brigas, com as diferenças e passamos a adotar uma nova postura, principalmente ela. Começamos a namorar (oficialmente falando), a dividir um pouco desse aspecto da vida uma com a outra, por vezes criticando e, principalmente, dando mais ouvido ao conselho alheio. A partir daí o respeito dela só cresceu e o meu em relação a ela só se fortaleceu. Diferenças na personalidade são realçadas, mas não mais caçoadas. Só de vez eqdo...

Fahlecimento do feriado

Sabe como é, os dias passam devagar, quase arrastando e nos levando junto para um limbo sem fim. Creio que seja o cansaço de tudo. O cansaço de se achar estar chegando a algum lugar e quando se vê, foi quaaaaase. Um quase redondo que desce quadrado.

Estou cansada de ficar em casa, de não fazer nada em casa (embora faça muita coisa), um nada que se definiria como ‘tudo igual’. Corrigir trabalhos, estudar pra port (eu odeio sintaxe com toda minha alma), ver filmes, vir pra internet e falar com ngm. Escuto também as mesmas músicas, já que não tenho paciência pra baixar outras.

Ademais, no geral, é tudo diferentemente novo. A turma da faculdade se arrasta, a faculdade se arrasta, eu me arrasto. Não era pra eu estar terminando esse final do ano? Eu acho que sim, pq o prazo de validade da minha paciência está vencendo ininterruptamente.

Além disso, escuto pérolas interessantíssimas da minha irmã: “é Fabíola, eles (papai e mamãe) não me deixam ir no show de XXX (sei lá quem). Não nos deixam sair pra lugar nenhum. Mas vc, vc não liga, vc não gosta de sair, vc pode ficar o tempo todo em casa que vc não liga. Eu não sou assim, né.” É, como eu sou monótona! Como eu passo essa imagem de monótono! Ai, minha vida, sou muito bege!!!

Claro que quero sair... Gostaria de estar escalando as paredes rochosas de algum lugar super radical, fazer trilha, saltar de pára-quedas. Isso é mais arriscado e radical e emocionante do que ir num show de pagode! Viu, meu espírito não é de tooooodo monótono.

Tá bom, eu confesso, eu adoro estar em casa, matando o feriado comigo mesma, sabendo que dia após dia posso acordar tarde, ficar horas devaneando os mesmos sonhos, comendo bem e lendo, escrevendo no blog, falando com ninguém. Eu amo isso.

Não é uma pequena morte, é uma enorme mesmo, mas dá prazer do mesmo jeito.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

tudo que quer de mim é demais



Minha irmã estava escutado essa música, achei das mais agradáveis. Disse q amo minha irmã hoje? Eu amo, a amo, amo muito.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Eu juro, eu deveria desistir de literatura e simplesmente fazer um diário da minha vida. Ganharia muito dinheiro, creio eu, ao menos com o inusitado de tudo, e com a mistura do lugar comum e o estrambólico surreal.

Ai, MINHA VIDA!

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Quer saber palavrões em grego?

O blog mais esperado do ano (olha o exagero) está de volta, Ars Rethorica (o 'h' está no lugar errado de propósito:P), com seu repertório de curiosidades no mínimo engraçadas, além de instigantes. Tiago e seu humor... Nem te contei Tiago, vc foi citado no meu artigo :D (agora esperemos que seja aprovado!) - papo de 'cumpadi'.

E citando o próprio:

"A linguagem obscena, como sabiamente afirma Christidis, é necessária a qualquer comunidade: apesar de moralismos onipresentes que a contrastam, esta é uma maneira de estabelecer contato e favorecer a expressão, tanto para a criação de intimidade quanto para a intimidação de adversários e inimigos ou a ridicularização de oponentes."


Tenho um amigo tão clássico... até pra obscenidade: em grego.


:P

domingo, 11 de novembro de 2007

palavras-chaves

Parâmetros curriculares, papel celofane, bandeira do méxico, bescherelle, saudade, redações, mais redações, objeto direto e indireto, como se fosse a primeira vez, bordado, cartão, espera, boa sorte, presente, impaciência, bagunça.

Essas foram as palavras-chaves de meu domingo.

O nó do preconceito

Hoje falei uma frase conversando com um aluno querido pelo msn que é o resumo do que vou narrar agora: - Nós vivemos num momento em q temos de ter sabedoria necessária pra não nos chocar violentamente com os valores do passado e ao mesmo tempo tb não aceitá-los sem sermos críticos

Na tarde de hoje, fazendo meu bordado da bandeira mexicana, reparei que minha mãe na sala assistia a um programa que repetiu mais que o normal a palavra ‘gay’. Com isso, resolvi sentar no sofá com ela e assistir o que se passava. O programa era do Márcio Garcia (eu pensava q ele só tentava ser ator) e tratava de um artista convidado (no caso, Eliana – a dos dedinhos), adivinhar quem dos 3 moçoilos (desconhecidos) é gay, quem é casado e quem é solteiro (detalhe aí, o conceito de ‘casado’ só vale pra hetero).

No decorrer do programa os candidatos eram submetidos a representar situações em que interpretavam papel de gay e de heterossexual, para que assim Eliana descobrisse quem era quem na parada. O nome do programa é “as aparências enganam” (fui pedir cola pra mamãe) e confesso que me enganou mesmo, pois pra mim os três poderiam ser gays ou não.

Ao final, mamãe ficou contente de seu palpite ter sido o certo. Eu fiquei com um sorriso no canto da boca pensando como a idéia de gay e não gay estava sendo incorporada na TV aberta. Interessante é que no final veio a esposa e o parceiro gay e eles que apontaram quem eram seus amados. A esposa, com um selinho, o parceiro, só indo na direção (tb não queiramos demais, não é).

Mamãe não emitiu nenhum juízo de valor e pareceu gostar do programa. Percebendo isso, passado algum tempo, resolvi soltar a seguinte frase “posso apresentar mamãe, minha namorada pra senhora”. Neste momento minha mãe solta uma risada sem graça e olha, nunca tinha visto minha mãe mudar de cor tão rápido: “pára de palhaçada menina, era só essa que me faltava”. E eu respondo com voz fragilizada “por que, a senhora não vai aceitar não? Não quer conhecer minha namorada?”. Mamãe nem olhou para meu rosto, ela queria que aquilo fosse mentira minha. Então eu disse, ‘estou brincando’, aí ela olha pra minha face e diz com uma voz cortante “vc está falando sério?”. Caio na gargalhada e falo como ela é preconceituosa.

De qualquer maneira, essa é uma estratégia ótima pra se dizer que está namorando (heterossexualmente falando).

Amarílis


Se eu tivesse uma filha eu gostaria de chamá-la Amarílis. Alguns diriam que só conseguiria chamar assim se tivesse muita coragem e também se fosse mãe solteira (maldade de língua). Contudo, fico devaneando se só sou eu quem gosta tanto deste nome.

A sonoridade é agradabilíssima (tenho prediletância por nomes com som forte no “i”), o significado é belo – o que mais se pode querer em termos de nome? Claro, não é um nome comum assim... Talvez nossos ouvidos não estejam acostumados a ele, mas Amarílis, Amarílis... Amarílis é um nome muito encantador de se chamar.

Quem sabe, então...


Ps.: Eu não estou grávida.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

E no início era...

...um listão.


Ao achar no maior acaso essa lista na internet (não tão acaso assim, eu digitei meu nome completo entre aspas pra ver o que aparecia :P), me veio ao coração (sim, eu tenho um) uma lembrança de tempos mais que distantes.

São tempos que me trazem sentimentos misturados sobre o que foi e o que poderia ter sido. Vivi com essa turma a Idade de Ouro que falava Jung, contudo depois que o vento me trouxe para os pagos cariocas (é pago mesmo Italiano?), acabou por se desmoronar todo castelo, a mágica foi pras cucuias e um sentimento de angustia foi tomando conta ao saber do que ia se passando.

Hoje, os raros ficaram, apesar de mais distantes (o que é normal, né gente). Muitos, apesar de distantes mesmo, continuam na boa lembrança de uma risada juntos. Uns raros (ah gente, é só um mesmo nesse caso), caiu no poço sem fundo do conceito que tenho sobre amizade e temas correlatos.

O sentimento que me vem agora é que convidarei alguns para meu casamento - se tiver (e espero ser convivada para o deles :P); com certeza espero representante sulista na minha formatura (reservarei vagas pra são chico também); no mais, espero estar na lembrança de muitas pessoas dessa lista positivamente, afinal eles fizeram parte da minha história (até o Darlan que não cheguei a conhecer, mas sei q passou pra geografia na UFPEL), da minha VIDA.

Oh, momento sentimental... Agora tem de tocar Beatles "There are places I remember..."

você precisa, você precisa...



porque tem coisas que simplesmente acontecem. E o maior amor do mundo é viver _com você_.

você precisa, você precisa...

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Tagarelices

Ganhei bombom com recheio de cereja hoje. Foi a minha primeira aluna que trouxe, a Nathália. Ela não cansa de admirar nosso trabalho (de Renata e eu) como professoras.

Falando em ser professor, tenho meus alunos grandinhos que falam ‘professora, vc é muito boazinha, não seja professora não’. Eles não cansam de deixar subentendido ‘vc é tão legal, faça uma coisa melhor da vida’. Fico feliz que eles desejem algo de bom pra mim. Mas fico triste pela idéia de ‘ser professor’ carrega em si.

Enquanto isso, os lingüistas aplicados se fecham em reuniões super secretas com finalidade de definir o que é ser professor, como ser professor, por que ser professor. Creio que eles ignorem esse tipo de conselho acima que recebo constantemente dos alunos.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

o mundo anda tãããão complicado



e hoje eu quero fazer tudo por você.

(clip da música do Legião Urbana "O Mundo anda Tão Complicado" com uma animação aleatória bem meiga)

A trilha sonora mudou. Anos depois a pessoa se encontrou dentro de si e do outro. Foi um processo doloroso porque sair de dentro do próprio umbigo não é fácil, contudo ao final o alívio foi grandioso, apesar das lágrimas pesadas que brotavam sem licença. O encontro com o ‘outro’ durou 5 segundos, foi a epifania necessária para fazer fluir a idéia que andava em rio caudaloso. O pensamento girava em torno de uma saída só, e foi difícil reconhecer os outros caminhos sem pedras tão grandes. O pensamento se abriu no outro e se revelou o algo mais bonito pra se sentir, se revelou o algo mais bonito até ali: o sincero de se enxergar desnudada na frente de sentimentos tão profundos bem criados. Ali ela fincou o marco e a promessa de que daqui pra frente não seria diferente, mas haveria mais demonstração de tudo. E por trás das lágrimas o novo sol brilhou duas vezes.

Em "Uma nova história"

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Bromélias e lembranças



Estava eu procurando uma música para passar para os alunos e achei um 'baú' com músicas do tempo de São Chico. Coloquei no mp3 sem pensar muito e no caminho resolvi escutar alguma coisa. Foi interessante como as lembranças saltaram a mente estimuladas por cada música (que coisa mais behavorista). Ia escutando aquelas bandas gauchas, aqueles sucessos do Pijama Show e me deliciando com uma séria de recordações que saltaram a mente.

Uma delas tem relação com essa música do bidê ou balde aí encima, na qual foi minha trilha pessoal (uma das) da minha mudança para Rio Grande. Ela remetia ao 'fim' da relação entre Guh e eu, e mais especificamente a nossa última cena juntos, na qual nos encontramos sem querer no Centro Histórico bem nos meus últimos momentos de São Chico (em seguida pegávamos o carro e patiríamos para a estrada). Nos encontramos, ele saido do escritório de contabilidade e eu me escondendo de meus pais que estavam perto, nos despedimos mais um vez... Mais uma vez. E ficou bem aquele clima "perto de você eu não pude ficar, tente não me esquecer, vou tentar sempre te amar".

Lembrança com gosto de bolo de chocolate com triplo recheio de bolo, isto é, estupendamente gostosa de se ter. Impossível no ônibus tirar o sorriso do rosto ao ir lembrando das coisas assim.