sexta-feira, 11 de maio de 2007

pra pular

Socorro, eu já não tô sentindo nada. Nem medo, nem calor, nem fogo... não dá mais pra chorar, nem pra rir. Socorro, qualquer alma mesmo q penada me empreste suas penas! Já não sinto amor nem dor, já não sinto nada...
Faço minhas as palavras de Arnaldo Antunes.

No meio de tantas teorias aleatórias sobre a vida bela, no final eu sou seguidora de Caeiro: não há teoria, não há metafísica.. Simplesmente as coisas são. O sol nasce todo o dia e não há mágica nenhuma, simplesmente ele é. Não há nada demais na lua, é só um satélite! Oras...

Mentira tudo... Eu acho o nascer do sol estupendo, a lua tem sua magia (ainda mais qdo os dois mesmos olhares só se podem unir através da lua), e eu queria pular corda com os jovens do colégio de aplicação:
‘o homem bateu em minha porta e eu abri...
senhoras e senhores põe a mão no chão
senhoras e senhores pule num pé só
senhoras e senhores dê uma rodadinha
e vá pro olho da rua
senão vai levar foguinho’


Inusitado foi o velhinho no ponto de ônibus no dia chuvoso, algo de aconchegar a alma no meio do frio e da chuva: quando cheguei no ponto ele comenta ‘dias como esses que as pessoas param aqui com alegria e satisfação’. Em seguida perguntou se eu trabalhava ali. Disse que só estagiava. Então ele perguntou que área. Falei: letras, monossilábica, cara vexada. Ele parou, deu um sorriso me olhou no fundo dos olhos e disse: vc acorda todo dia, sai da sua cama quentinha e vai namorar os livros. Aposto que seu namorado reclama, não é? (risadinha minha). Então, mas vc passará pelas adversidades pra alcançar a vitória. E vcs vão gozar da felicidade no futuro e então ele vai se orgulhar na namorada esforçada que tem’. O ônibus passou, diz ele... e foi-se como uma aparição. Será q ele existia mesmo, ou falava eu sozinha afetada pela chuva, pelo frio, pelos meus parafusos afrouxando?

Me arrependo de não ter pulado corda...

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