domingo, 27 de maio de 2007
Horrorshow, the old in-out e ultraviolência
Esse final de semana vi os inéditos Horror em Amityville (só se for pra mim né) e 9 semanas e meia de amor (ui ui ui), além do mais que reprisado no meu DVD, Laranja Mecânica. O cardápio foi diversificado, sendo possível com a contribuição da videoteca de Lív Mary e Thi.
Do primeiro, conversava na própria 6ªf sobre O Iluminado e JN fazia uma comparação (embora ele não tenha visto o clássico de Kubrick). Sempre tive preconceito com Amityville por achar um terror ‘fraco’, repetitivo e descartável. Vendo o filme constatei isso na prática, a velha história de cemitério indígena, criança sensitiva, influência maligna da casa, o cachorro morto (isso me lembra o filme da “Caroline”, aquele sim, é terror – hoje tosco – de verdade). Mas vale a paciência, não é dos piores... Agora O Iluminado sim, eta obra prima!
Indo pras semanas de amor, quem pensa que vai encontrar pornô-romance se engana (ainda bem, afinal ver cena um tanto qto explícitas dentro do convívio familiar é constrangedor). O filme foi revelador pra mim, tratou de algo tão simples e com categoria: a falta de intimidade. Não sei se poderia chamar ‘intimidade’, mas sabe aquele tipo de pessoa que chega e adora um mistério? E tudo q vc quer é um relacionamento normal (ou quase, afinal nenhum relacionamento é normal), apresentar o tal charmoso a seus amigos, saber da vida dele, do passado, da família, etc... Mas ele se fecha, te promete tudo (carinho, dinheiro, dar comidinha na boca e... tudo mais!), só que aquilo não é suficiente. A personagem de Kim Bassiger, em meio a quase falta de sanidade, passa por cima do ‘eu te amo’ do moçoilo e larga um ‘agora é tarde’, aplausos pra ela (afinal era óbvio q o próprio moço não estava preparado pra lagar seus joguinhos e pensar seriamente na palavra 'amor'). E 'slave to love' é música chiclete hein...
Mas a revelação do final de semana foi a minha querida e amada Laranja Mecânica. Isto pq todo momento que vejo esse filme meu cérebro parece que se atenta a um novo detalhe, sejam as cores, a trilha sonora, ou aquele olhar instigando do Alex. Fico praticamente hipnotizada com a tela, me rendo inteiramente a ‘surpresa’ que já sei. Creio que essa seja uma daquelas histórias bildungsroman (palavrão), assim como Great Expectations e Huckleburry Finn, donde o personagem vai aprender uma lição com o passar do tempo. Mesmo Alex não estar na infância e passar pra adolescência, creio q a passagem e aprendizagem vai de irresponsabilidade total para o despertar de uma fase adulta que chegará em breve (a qual ele já pode ver refletida em seus amigos q, em dois anos que ele esteve preso, estão trabalhando na polícia). Digo isso pq duvido que depois daquilo tuuudo Alex volte a praticar ultraviolência com o mesmo gostinho, apesar de ele afirmar ao final do filme ‘voltei a ser o mesmo’. Aquele mesmo não fica com gosto de ‘O Mesmo'. Daí tenho grande curiosidade pelo final do livro, que é diferente, vai ver q no livro fique mais clara essa vertente de bildungsroman. Quando me dei conta disso vendo o filme, foi a mesma sensação de Alex ao escutar a nona sinfonia de Beethoven.
Agora deixa eu voltar pra psicologia da educação, pensar cognitivismo, chomsky e alguma coisa mais.
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