domingo, 27 de fevereiro de 2005

Custa

Passei o final de semana revoltada com a internet que custa a funcionar. Se não bastasse, a bagunça que ainda se encontra a casa me incomoda; ter tudo pouco a pouco em seu lugar custa também.
Custa a passar o tempo, que às vezes passa rápido e eu nem percebo, estranho.
Custa dizer o que pensa; e se não disser, custa do mesmo modo.
Ver um filme triste custa um pouco de lágrimas; ver um longo, custa paciência; ver uma comédia, não custa nada; assistir um de terror só pra algumas pessoas custa.
O calor custa a passar; o sono custa a chegar; a dor na coluna não quer saber de sarar. Mas também, pra mim custa ligar o ventilador (não gosto de vento na minha cara), custa ir dormir (sempre invento alguma coisa como ver o filme Magnólia até as 5h da madruga), e insisto em me sentar curvada... aí reclamo que custa, ai que ciclo bobo.
Não custa fazer um favor, claro, depende pra quem.
Não custa sonhar alto, contudo custa saber que a realização tá tão longe.
Não custa pensar que odeia, porém quando se ama custa a concatenar.
A negação custa, dizer sim é sempre mais fácil.
Estava custando eu escrever algo, comecei em pensar em coisas que custam a dar certo, ou não.
O que me custa mesmo agora é sentir: saudade, medo, solidão... Me custa admitir a felicidade (ser humano é difícil nessa matéria). No entando me custa mais ainda admitir fraqueza, então me fecho (e parece que isso não custa).
Agora penso que com tudo que escrevi, o que me custa mesmo é aprender que nada custa mais do que nossa liberdade. Eu tenho a minha, e me custa usa-la.

;)

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