O segredo da madrugada é a honestidade. Nos revelemos nós mesmo e nos desaceleramos em busca de uma compreensão de nossos próprios temores. Conversando sobre relacionamento com um grande bom amigo, ficamos tentando entender nossas próprias questões inseridas em uma sociedade contemporânea com uma complexidade incrível. E aí surge a primeira questão, seria essa complexidade atual, ou já viria de tempos? Será que não seria a velha contradição humana já apontada por Machado de Assis no início do século passado, só pra dar um exemplo?
Aqueles pensamentos escondidos que guardamos, aquelas pessoas escondidas que guardamos dentro de nós mesmos, ou aqueles sentimentos que tentamos amenizar com boas desculpas furadas, o que fazemos com tudo isso?
E se não concordamos com o que é dito 'normal'? E se não queremos casar e ter filhos? E se não quisermos 'namoro'? Significaria isso não querer 'amar' e ser amado? E se a liberdade que nos atrai nos deixar cair em contradição ao primeiro ciúme, ao nos sentirmos tensos ao vermos que não somos o centro do mundo de ninguém? Por que será que na maioria das vezes os casos de amor atingem nossa vaidade e não o nosso coração?
Até onde vai o limite entre a fraternidade da amizade e a inclinação corpórea? Haveria amizade entre meninos e meninas na total pureza fraterna? Enganaríamos nós mesmo numa civilidade forjada em busca de nos acharmos superiores a instintos primitivos?
As questões da madrugada não param. E ao mesmo tempo é suficiente assoprar essa vela aqui (como no final do conto "Amor" da tia clarrice), e apagar as questões por agora, e ignorar todas essas questões ao decorrer do dia, ou do resto da vida.
Então terminarei com Oscar Wilde (na peça Salomé), uma frase que cruzei sem querer pela primeira vez e que me deixou com o que pensar:
"THE MYSTERY OF LOVE IS GREATER THAN THE MYSTERY OF DEATH"
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