Dos tempos de festa junina que os anos não trazem mais, recordo-me muito bem das tardes frescas, do cair da noite, ansiosa para ir as ruas do subúrbio do Rio levada muitas vezes só por minha mãe e tias atrás de bonitas festas juninas. Muitas vezes caminhávamos muuuito para chegar em algum canto, e naquele tempo não havia tanta preocupação com a violência em nossos quintais. Sei que ia eu, pequena e encantada com tudo, olhando as moças com vestidos grandíssimos e coloridos, iguais ao do "E o Vento Levou". Queria ser como uma delas, as invejava profundamente, e ficava angustiada por ser tão pequena e insignificante e não uma "Scarlet Ohara". Queria tanto usar um vestido com espartilho, com anáguas e dançar rápido e bonito. As quadrilhas eram enormes e tinham todos personagens possíveis, a noiva,a viúva,a rainha, a princesa, a bandida... Assistia tudo de perto, fascinada, cores e cores inesquecíveis de são joão.
Sei que aquele pedaço de encanto ficou guardado dentro de mim pra sempre, como uma magia lançada com o objetivo de criar a lembrança mais doce das tardes de junho cariocas. As tardes que me traziam o sonho de ser majestade, de ser dançante, de ser colorida.
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