segunda-feira, 15 de junho de 2009

Provocando o Rio

Sinto falta do Rio quando estou longe, mas quando estou perto sinto que o Rio às vezes é frio comigo. O aproveito como posso, vou aos seus espaços culturais, seus botequins e boemia, a suas praias (não faço muita questão). Passo por suas famosas vistas exultando a sua beleza, e mesmo assim o Rio é frio comigo. Observo as pixações nas paredes, e entre telefones de 'trago namorado de volta' e 'só Jesus expulsa o diabo das pessoas', vejo o clamor do Rio necessitado de abraço. Vejo o Rio dos mendigos nas ruas, dos injustiçados por coisa alguma, dos que temem os assaltos a mão armada, dos que temem um atropelamento, dos que desconfiam uns dos outros.

Aqui nessa terrinha vemos uma das realidades mais desiguais do país convivendo num quintal só. Mesmo assim, o Rio continua desunido. Caminhadas da paz? Só para quem é classe média (alta), vamos ser sinceros. Milhares de pobres crianças morrem diariamente (tanto de fome, quanto pela violência), e ninguém não dá nem três passos na esquina para reinvidicar algo. Tantos alunos de escolas particulares caras e das sucateadas escolas publicas estão empobrecendo por não serem adequadamente guiados dentro da revolução tecnológica em que vivemos. No entanto, as crianças que não terão muitas chances de sucesso quando crescerem vocês já sabe quem são.

Busco acalento na cidade cinza com o céu mais azul do mundo. Busco um carinho que não consegui achar em parte alguma, só aqui. Busco atenção, que todos se notem, que todos se sorriam. O que busco no Rio são menos policiais...

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