sábado, 13 de junho de 2009

O dia em que o chão se abriu

Era gelado tudo. O querer era gelado, o poder era gelado, o sentimento era gelado. Eu quis te dizer que estávamos indo para caminhos opostos, você não quis se ver em mim. Parti, fui para meu mundo de sonhos e dizeres mágicos. Parti para tão longe que fui pra longe de mim mesma. Não me reconhecia, não sabia de quem era aquela imagem refletida no espelho. Os dias lilases se apagaram, tudo era branco, vazio e obscuro. Eu quis a luz, tentei me ligar a uma linha tênue entre a solidão e a sanidade. E aonde você estava? Dentro de mim? Dentro de si? Dentro do 'nós' que nunca existiu ao certo?

O peso das coisas é que fica. O segredo que nunca foi dito, a palavra q esperei escutar. Você podia se esconder, mas eu sempre estava ali. Procurei uma razão, deixei de procurar razão, então deixei de procurar qualquer coisa que me agradasse. E agora? As flores murcham e deixam de significar algo facilmente. Não são flores que vão salvar o eu que se perdeu. Não são flores que vão glorificar o ato de sacrifício nada mútuo. As flores, como num enterro, ajudam a se despedir de um alguém que não está mais ali.

O alguém não está mais ali. Não conte com quem não existe.

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