segunda-feira, 22 de novembro de 2010

pelo dia do ser

o dia em que devemos largar nosso orgulho bobo, nossas manias tolas, o querer estar certo sempre. pelo dia de letras minúsculas, iguais, sem essa de uma ser maior que a outra ou melhor que outra, ou mais bonita que a outra. ser bonito é simplesmente ser. e depende muito de quem olha para o nosso ser e nossa alma. dependendo da pessoa nos tornamos os seres mais bonitos do mundo. e parágrafos também, para que? e para que problematizar com ênclises, próclises e mesóclises. me faço a próclise errada da vida, sem razão gramatical de existir, mas com o intuito de ser útil nesse mundo... que não seria mais simples se me chamasse raimundo, como diria o poeta, seria só uma rima. a rima que dentro de mim há tempos pede pra sair, mas não sai. que clama pra ser tirada de dentro de mim, arrancada com força e com ênfase na silaba tonica de co-ra-çao. ah, eu sou, tu és e nós somos! somos lúcidos e conscientes da insanidade que nos acomete. sabemos que não faz sentido ser sentido agora. temos de ser insanos, temos de ser coração. não há dádiva mais suprema agora do que sermos os mesmos de sempre, os mesmos de séculos antes vindos, de eu criança e você rio, num encontro mais que puro, nos reencontrando finalmente agora para ser nós juntos. ou ser a maior mentira já inventada na terra. a mentira que inventamos para nós mesmos para sermos o que não somos... ahhh, que vertigem é essa de pensar, pensar, pensar! pensar o potencial que temos, as cores que nos cercam, o lilás da vida que não é lilás. é azul, abóbora, rosado e às vezes quase roxa. sejamos a cor que queiramos, mudando de cor como as nuvens mudam de lugar. nao deixemos desfazer o nosso ser por querer ser mais. mais do que não somos e nunca queremos ser. vamos simplesmente tentar sentir. afinal, o sentido de tudo está em sentir e querer ser sentido. vamos terminar essas linhas errôneas sem deixar claro o que se quer, sem coesão, coerência e saussure. sem ser aplicável de qualquer forma, sem ser forma... ser uma nuvem como bate o sol. e ser tão absurdo e inexplicável como quando começou todo rebuliço dentro da gente. e fim de linha.

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