No domingo passado aceitei mais um convite para velejar. Apesar da minha mente estar nas nuvens resolvi reencontrar o mar. Do velejo trouxe mais uma vez o balanço. O balanço das coisas dentro de mim. Foi tanta oscilação que acabei por ficar zonza dentro do meu desconcerto de mar. Ao mesmo tempo a zonzisse tirou de dentro de mim o peso da lamúria por aquilo que não é. Tirou de mim até a bile amarelada do desassocego. Minha mente saiu das nuvens e se voltou pra terra, para a visão do Rio fluindo em frente aos meus olhos.
Com a falta de vento veio arrebol; do arrebol, a noite; da noite, o inusitado: estávamos assumidamente parados e sem vento. Com a noite veio também minha trégua com o mar. Seu balanço já não me fazia zonziar. O confabular sutil, a lua que subindo e a certeza de se chegar ao lugar seguro trouxeram um bom sorriso. Foi como um bom desafio que se sabe que no final tudo vai dar certo. E dá. De lembrança ficou a cor que não via, mas que muitos notaram. Eu via o céu azul, o mar azul e pensava na frase daquele conto: "o mar é feio".
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