domingo, 20 de junho de 2010

carta de resistência

Creio que seja a hora de mudar a decoração aqui. Agora que o blogger nos ofereceu novas opções (que eu sempre quis), me sinto resistente. Não quero mudar não, não quero mudar nada, nenhum centímetro. Não quero virar um dia e me dar conta que as cores não são mesmas, que a vida lilás tem outro matiz, que a fonte mudou e não aparece assim, do jeito que estou acostumada. Não quero mudar o fundo branco,não. Não quero mudar as pequenas modificações que fiz num padrão já estabelecido e adaptado razoavelmente ao que gosto de ver. Deixa as coisas assim, pois foi desse jeito que passei por tanta coisa, por tantas palavras, por tantos pensamentos minúsculos encerrados dentro de um casulo relutando para serem libertos pelo .blogspot. Parece que se perder parte da felicidade do que se era... e se perde aquele ar de coisa simples gostosa. Parece que nos obrigam a mudar para ficar mais chamativo, mais bonito, melhor aceito por outros. Eu não quero não. Quero ficar simples como um disco arranhado que volta para mesma parte sempre. Não quero saber se isso NÃO é BOM ou NÃO é NORMAL. EU quero estar na ótima da simplicidade, da repetição do mesmo que dá prazer. E nada de chegar alguém aqui e querer materializar mudança. Não chegou a hora pra isso. Chegou a hora do si próprio, do querer-se em si. Assim basta. Blog e eu, eu e blog. Hei de defender-te... Das vuvuzelas, dos jogadores da Costa do Marfin, das blusas bregas verde e amarelas, das músicas que tem refrão com som de 'eichion', dos regimes e desesperos infudados alheios, das viradas de rosto infundadas.

Deixe as mesmas matizes, deixe as mesmas fontes, deixe a mesma desarrumação da coisa. Deixa tocar as mesmas músicas de 5 anos atrás, as mesmas reclamações de 5 anos atrás, as mesmas histórias e os mesmos erros de português, inglês, italiano, espanhol e francês, porque mesmo mudando a nacionalidade os erros são os mesmos. Os mesmos livros são os prediletos, os mesmos contos relidos, as mesmas referências são feitas. Os mesmos filmes comentados, o cinema mexicano sempre destacado, Amelie quando se derrete me faz chorar do mesmo jeito. Talvez então o que tenha mudado é que esse blog seja previsível como uma couve-flor. E eu também.

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