quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O dia em que o Rio parou

A pergunta clássica: o que você estava fazendo quando aconteceu o apagão no Rio... Estava eu no meu primeiro ônibus, rumo ao terminal de Niterói para pegar o segundo, e finalmente chegar em casa. Em Icaraí a luz acaba, e penso que seria somente ali naquela região. Ledo engano, centro de Niterói totalmente às escuras. De repente um certo temor tomou conta de mim; não tenho medo de escuro, mas... tenho medo do que possa ter causado a escuridão e do que pessoas são capazes de fazer no anonimato do escuro.

Ao descer do ônibus, outro drama: a chuva. Desci e ao olhar aquele portal escuro do terminal me encorajo para ir no sentido contrário e atravessar entre os ônibus até chegar a minha plataforma. Ao fazer isso minha mãe me liga. Apesar de muito querer falar com ela, digo que não posso, que ligo depois. Vejo meu ônibus bem no momento de sair, entro e o carro arranca. As pessoas estão olhando ao redor, e não carregam aquele olhar de indiferente inerente de passageiros de ônibus. Pego o último lugar disponível e me sinto de certa forma protegida ali. Então, ao tentar retornar para mamãe reparo que a Claro não tem sinal. Bate o desespero temporário: e se não tiver sinal até chegar em casa... E se não chegar em casa...

(continua no próximo capítulo)

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