Voltando para casa numa noite de quinta, pouco tinha para achar a vida bonita. As coisas se viam turvas, o ônibus parava longe do ponto, a vida sem sentido. Vendo de longe um grupo de jovens arrumados atipicamente de roupa social, tentei atravessar logo a rua adivinhando "vem coisa de igreja". Dito e feito, um deles me entrega um papelzinho e diz "Jesus te ama", os outros começam ao rir e um comenta "só entrega pra mina bonita esse aí". Eu dou um sorrizinho do canto da boca, e não jogo o papel na rua por motivos ecológicos,então o coloco na minha bolsa pensando que 'maravilhosa' mensagem me espera. Mas, como eu adoro fazer análise de discurso dessa modalidade, tirei o papel da bolsa e li rapidamente "onde está a esperança". Confesso, a pergunta me pegou. Onde está essa esperança... Nos amigos que somem, nos amores que nunca se concretizam, na profissão que não trás engrandecimento, no lazer que não trás conforto... Aonde será que está, meu Deus, que eu não vejo! Guardei a esperança na bolsa, aquela questão já valeu pela noite. Cheguei em casa, abri o sorriso, e deixei a esperança tentando crescer dentro de mim. No outro dia tinha trabalho pra entregar (e ainda terminar de fazer),tinha prova de CAE e... No outro dia eu vi que tinha esperança, tanto nos amigos, que te mandam uma mensagem quando vc pensa que eles já te esqueceram, no amor platônico de todo dia e no amor por si mesmo e cuidado com o próximo e no saber, que de tão bom que é ter fonfinça que sim, nós podemos.
O papel da esperança sofreu com dilúvio dentro da minha bolsa no sábado pela manhã indo ao trabalho, e jaz em paz em alguma lixeirinha da ufrj. Agora, o que esse papel me trouxe... (suspiros).
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