A sensação de presenciar uma briga é algo que deve mexer não somente comigo, mas com todo mundo. Sinto o pulso acelerando, mas ao mesmo tempo fico estática, quase inerte. Imagina se essa briga acontece em um veículo em movimento, como um ônibus. É, voltando de Botafogo, depois de sessão no Estação com Thatha (Coco avant Channel), ao pegar meu segundo ônibus não imaginaria a cena que viria quase no final da viagem. Escutava música no celular (acabei me rendendo a tecnologia de celular fazer tudo, até cortar a unha), quando de repente gritos perceptíveis ao meu ouvido, olho pra trás e vejo um rapaz agredindo o cobrador, que por sua vez levantou da cadeira e começou a chutar o rapaz no rosto. Apesar do rapaz sair arranhado no rosto, foi ele que o atacou (e continuou atacando), e finalmente quando alguém foi apartar a briga, ele ainda esbravejava com os outros. Ele era baixo, com um corpo atlético (mas não marombado), negro, por volta do esplendor dos 20 e poucos anos. O trocador era moreno trigo (afinal, 'moreno' em nossa sociedade é algo mto generalizante), com seus 40 anos já vividos, e cara de cansado. Quando o menino saiu escoltado, todos se voltaram para trás com intuito de saber porque diabos o rapaz o agrediu. O trocador respirava ofegante e não respondia aos nossos olhos atentos, até que alguns perguntavam uns aos outros num tom mais alto afim de obter resposta do dito cujo sobre o tal motivo. Ele então se pronunciou: a moeda do troco caiu no chão, ele pediu pro menino pega (por motivos óbvios) e então... a reação.
Fico me perguntando que motivos levaram ao rapazinho a agir daquela forma. O poder que lhe dá a juventude às vezes te tira a razão e a sensibilidade. O poder que dão os músculos às vezes nos tiram a força da argumentação. O poder que nos dá o fato de sermos homens, às vezes nos tira em humanidade.
Oh gosh... vamos falar de Coco avant channel no próximo post...
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