Pois então, final de ano e blá blá blá. Se eu ainda não disse que não sou fã dessa época do ano é pq não quis nem arriscar a me tornar repetitiva. A frenetissidade temporária do povo me deixa com a pulga atrás da orelha.
Depois de passar dois bons finais de semana com a família, longe de músicas prediletas, filmes e internet vai-se acabando por fazer todo um processo interno de pensar mundo de uma perspectiva inédita.
Sempre sempre que estou na minha avó dou uma olhada nas fotos antigas. Olho o que as pessoas foram e fico tirando conclusões por minha conta e risco. Olho-me lá atirada no meio das fotos e dou meu meio sorriso satisfeito de quem escreveu história (e segue nessa) por ali.
Mas das visitas têm coisas que não mudam... Aqueles comentários de tias 'quem diria, aquela menina tão parrudinha, gordinha, agora aí...' (elogio que é bom fica na elipse). Aí que se vai descobrindo que eu posso ganhar o Oscar e ainda vão continuar com os mesmos comentários (quem se presta a fazê-los).
Outro detalhe são as crianças, só primos, as pestes. Não adianta quantas vezes eles vejam aqueles benditos power ragers, eles sermpre quererão ver novamente. E, é claro, me tacando almofadas como se eu fizesse parte da brincadeira deles. Ai, minha vida de babá.
Diria que das reflexões vieram idéias como não basta amar, mas se tem que mostrar mesmo que se ama. Marketing é o que há! Contudo puxar a orelha de quem se quer bem cai perfeitamente em determinados momentos. Ano novo é só pra ver fogos mesmo, afinal ninguém muda de um dia pro outro, ou se ganha na loteria só pq é ano novo. Quanto mais vezes se deseja 'feliz ano novo' mais parece que se vai esvaziando vendo que seu próprio ano novo não será tão feliz qto o imaginado mesmo.. Ao menos se tem muito tempo pra mudar a perspectiva. A gente vai vendo que aqueles que não têm os mesmos interesses (arte, cinema, livros) que nós nunca realizaram nossa forma de ver a vida e por vezes nosso potencial. Que ouvir é o melhor remédio pra mtos males. Que falar o que quer é inevitavelmente estar exposto a ouvir o que não imaginava e ao que não se gosta de saber. Que usar protetor solar é a melhor coisa que existe e que quem se expõe ao sol levianamente por marquinha de biquine é gente do século passado. Que recordar é o que há, mas recordar demais enferruja as máquinas e torna pensamento atrofiado. Que sonhar é o melhor escape e assim as noites e manhãs e até dias inteiros se tornam mais interessantes.
Ai, chega de 'ques', a carta da Lizi não chegou, eu estou com dor-de-cabeça e pelo corpo todo (mas mato a saudade da minha musiquinha alta). Ah, lembrei de algo tb, passava eu por uma casa tocando 'losing my religion', aí pensei imediatamente: '´ta vendo só, dizem que não gosto de festa e de dança e cia ltda, mas numa tocando REM me animo e mto!'.
Enfim, muda ano, não muda mundo e eu permaneço muda.
Um comentário:
Aquilo não é uma elipse, é uma zeugma!
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