No meio do meu pequeno mundo uma grande catástrofe inundou meus pensamentos. Tudo começou numa tarde de segunda-feira na qual a chuva começara a cair de forma regular,densa e mostrando que era de poucos amigos. Na noite, ao estar liver as 20:30h da noite, opto por esperar minha amiga da secretaria no intuito de ter alguém com quem ir sabendo que iria pegar um engarramento. O engarrafamento não foi tanto. Tanto foi o tempo que esperamos para conseguir pegar um ônibus no terminal de Niteróis por volta das 21:40h. Pegamos um ônibus daqueles menores, e foi aí que meu horror começou. As ruas pareciam cachoeiras, e meu ônibus desbravava aquilo tudo enquanto eu cá com meus botões achava melhor deixar a impáfia um pouco de lado quando lidamos com força da natureza. No entanto, o motorista não estava de acordo com meus pensamentos e ia desbravando as ruas da Dr. March (a pior via para um dia de enchente, mas não podia deixar a amiga sozinha a essa altura). Ela saltou do ônibus e eu continuei no meu desespero pessoal. Meus arredores não inundam e nem despecam, mas tive de enfrentar aquela água acumulada rente a calçada. Enfrentei, e nem dei muita importância depois de ter passado tamanha aventura dentro daqueme micro ônibus.
Certamente o problema estava por vir. Durante a noite, até o momento que estava acordada, a chuva não parava. Fiquei no meu mundinho imaginando que tanta chuva é essa que não parava de cair nem por alguns instantes. Parecia que o mundo estava com cede e os céus estavam doando tudo que tinham para o saciar. Dormi e acordei relutante, ainda nos meus sonhos, no meu mundo. E quando me dei conta estava no jornal pela manhã inteira: uma chuva sem fim que deixou pessoas sem casa, tirou a vida de outros e está causou um pânico descomunal na volta para casa das pessoas no dia anterior. Nos relatos, confesso, deixei umas lágrimas cairem no canto do olho. O desespero era real e não simplesmente daquela impressa sensasionalista.
Eu que pensei que o Rio tinha parado em um mero apagão de algumas horas, vi o Rio parar por um dia inteiro. A recomendação era que ficasse em casa durante a terça. As pessoas ficaram. Comércio nem aqui nos meus arredores abriu, imagina nos lugares atingidos. Parecia um luto discreto, quando colocamos um azul escuro no peito para dizer que estavamos tristes com algo. E todos estavam. Na quarta, ainda sem trabalhar, permaneci no meu luto, assim como outros que não podem chegar a Itaipu por conta da estrada intransitável. A UFRJ só volta às aula na segunda-feira, e eu a trabalhar também.
A chuva nos fez desacelerar. Aquela desautomazação da vida que tanto defendo foi vista de maneira muito brutal. As pessoas pararam, calcularam pra si mesmas os danos causados por uma chuva que mostra que não há nada como a força da natureza nessa vida. A falta de respeito tem de parar... Com minha linha panteísta mais do que nunca creio que só reverenciando o lugar que vivemos é que conseguiremos evitar rios de sangue na cidade maravilhosa.
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