Ao descer do ônibus reparo que a música para no celular. Abro a bolsa e coloco "I hear you call" novamente pra tocar. No entanto, ao reparar que a música repetiria novamente, abro a bolsa para trocar de faixa. E troco mais uma vez. E outra vez. E mais uma, já meio olhando para o lado pensando no avançado da hora e nas últimas histórias de assalto. Então, ao olhar para frente, sentado no meio fio da loja estava o mendigo do meu mundo solipsista. Ele estava sentado no meio fio, com as pernas cruzadas e olhava na minha direção. Olhei rapidamente e tive a impressão que seu olhar era de quem preparava algo de surpreendente para a vida lilás. Era um olhar de ‘aguarda e confia, algo virá’.
Talvez o sonho da noite passada tenha sido o início disso. Ao ter uma dúvida extrema na minha mente e alma em relação a determinado assunto, meu subconsciente não perdeu tempo para mandar sua mensagem. Tive um sonho de início, meio e fim. Era uma história e eu era a protagonista, como que em uma novela mexicana. Tinha drama, tinha enredo, tinha uma verdadeira escolha de Sofia, tinha cores azuladas juntamente com tons pastéis. Tinha também reflexão. Enquanto fazia determinada ação pensava na conseqüência daquilo e na importância de determinadas pessoas. Sonhei com partes de casa, com direito a espelho e a me ver juntamente com uma pessoa. Companheirismo, amizade, amor, parecia tudo querer se definir ali. No final de tudo fiquei simplesmente sozinha, no meio fio, como que na pose do mendigo solipsista, refletindo sobre tudo que havia acontecido. E estava feliz, apesar da angústia inicial e da aparente solidão.
Me levou o dia inteiro pra entender que a quietude só se encontra olhando pra dentro. Mais Amelie poulan impossível. Esses conselhos de mim mesma pra não sair de dentro de mim não são dos melhores, mas impossível resistir.
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