Eu não sei fazer poesia.
Dessa neura que me arrepia,
Descobri! Não sei ritmizar...
Se o humano é ritmo, sou o quadrado.
De forma e conteúdo não tenho resultado
E já desisto de seguir com essa utopia.
Porque se há menos leitores que poetas nesse Rio
Deixo o verso para os mais dados ao desvario
E sigo com meu pulso atado.
É que tem gente que é pra admirar
E a mente resta conceder o direito de suspirar:
Ahh, eu não sei fazer poesia.
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:)
5 comentários:
Aiaiai...
"Arte" vem do latim "ars", o qual possuía um sentido muito próximo ao correspondente grego "techne". E, surpresa das surpresas, "techne" resultou em nossa "técnica" -- ou seja, talvez haja algum sentido no exigir regras e cuidados canônicos.
Por que digo isso? Porque uma coisa é fazer poesia, outra é fazer poemas (eu teimo que neste mundo pós-moderno quer-se destruir todo e qualquer limite entre as palavras); nada impede a um texto em prosa ser poesia, mesmo que seja um curto "te quero bem".
A poesia, etimologicamente "criação", é a expressão lírica, e pronto. É a produção lingüística no extremo da subjetividade, na qual uma voz central (o tão batido "eu lírico") exprime um estado anímico; expressão esta da vivência de um "eu" no seu encontro com o mundo que serve para expressar seu interior. É uma produção de fronteiras mal definidas, se é que há qualquer fronteira; sem distância alguma entre sujeito e objeto. Pouca descrição e quase nenhuma narração, tudo num "presente eterno": sem início e nem fim e do qual podemos apenas desconfiar o meio.
Concordo plenamente com o comentário anterior, de que a poesia deve "nos tocar". Verdade. Contudo, um poema não é obrigatoriamente lírico: o melhor exemplo são épicos como a Ilíada (e, para ficar "em casa", Os Lusíadas) -- afinal, o próprio gênero o implica, são épicos, não líricos!
A rima também não é lá tão necessária: os próprios poemas clássicos não a tinham; além disso, a letra (poema) de muitas músicas que no fundo são narrativas (me veio à mente o Marvin dos Titãs) também não a exigem.
É aquilo que eu teimei em te dizer: não há nada de "natural" no fato dos poemas seguirem uma métrica/ritmo, mas como parte da sociedade ocidental em que vives e sobretudo pela língua em que escreves, poemas tem de ter ritmo sim.
A composição poética é uma técnica, e por isso o tal relatório do Ministério da Fazenda poderia virar um poema tecnicamente (viste como voltamos às origens?) impecável, mas nunca uma boa lírica, uma inesquecível poesia (ao menos na visão pré-pós-modernista, que não vem ao caso discutir).
Por isso que podes até não saber fazer poemas, mas poética o és (teu primeiro verso tá errado! :P). E por isso que insisto, por favor, estuda métrica, aprende com os grandes que podes virar uma ótima poetisa.
teo lit com o tio italiano! ahahah
adorei, mas quebrou com minha idéia ¬¬
tinha de ser...
Eu desaprendi a pensar...
Preciso de seres fahbulosos me puxando do mar que é a falta do ocio
Eu nao sei mais pensar
Acho que só sei amar...
"quando não se tem nada para dar, ainda se dá amor"
1984
é? :) bjão.
hmpf
pop isso...
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