quinta-feira, 9 de maio de 2013

Das danças, das brigas

Hoje foi um dia produtivo na escola. Acho que não contei aqui: trabalho numa escola pública no município do Rio de Janeiro. Sou professora de inglês. Tento ser uma boa professora de inglês. Tento mesmo.

São diversos pequenos problemas num universo complexo escolar. Há anos venho discutindo nesse blog minha vida lilás de estudante universitário fahlida. Agora sou uma professora nada universitária querida. Querida pelos alunos, óbvio. Eles têm muito amor. E eu tento retribuir com sorrisos e abraços.

Ensino inglês desde o primeiro ano (criancinhas de 6 aninhos) até os do sétimo ano (adolescentes por volta de 13, 14 anos ou um pouquinho mais). Desde o ano passado faço parte da vida dessas crianças e elas da minha. Uma troca muito justa de conhecimento, dedicação e amor. Piegas, pode até parecer, mas é o que segura um ambiente banho de bullying, xingamentos, afrontamentos e desafios.

Quando entrei em Letras não tinha muita noção das coisas, mas sabia que:
1) Queria trabalhar com literatura
2) Trabalhar em escolas públicas por um tempo

Quando pensei essa coisa toda de escola pública morava no Sul do país, teoricamente muito mais tranquilo que dar aulas em escolas cercadas por morros cariocas. No final, não vejo mais por "fácil" ou "difícil", mas simplesmente me adaptei ao meu contexto e estou feliz com ele.

E o que tem dançar com tudo isso? Hoje dancei com as crianças todas no pátio. Uns do ginásio se juntaram, e eu lá no meio, ajudando as professoras regentes, tentando fazer com que as crianças pegassem os passos dos dias da mãe criados por dois alunos do 8º ano (que também foram meus alunos), ao som de Claudinho e Bochecha com o "fico assim sem você". O engraçado é que me dei conta que indo para meu segundo ano na escola eu conhecia e tinha boa relação com praticamente TODOS os alunos do pátio. TODOS tinham sido ou eram meus alunos. Foram juntando mais gente, mais gente... mais gente... E mais alunos. No final, vinham de dar "good bye" ou um abraço. E eu ia retribuindo a todos.

Dancei com os alunos, me senti parte daquela escola por completo. Vi claramente que um ano de trabalho árduo tentando incutir o inglês naqueles alunos não foi em vao.
Das brigas, falo depois...