Uma escola com muitos jovens e crianças em ebulição, obviamente, terá muitas discussões, brigas e afins. Tenho ainda o orgulho de apresentar uma marca recode praticamente de não-briga com os alunos (de mim para eles). Em compensação, entre eles o couro come.
Ano passado, quando lecionava numa sexta-feira a tarde, quase toda bendita sexta tinha uma briga literalmente na porta da minha classe nos dois últimos tempos.Acho que já marcavam "vamos brigar ali na frente da aula de inglês da professora que menos briga com alunos... a antítese no apetece". Claro que não era de propósito, mas a repetição me fadigava um pouco.
Os alunos que brigam são, essencialmente, os mesmos. Pode mudar o teor da briga mas os brigadores... Por exemplo, na turma dos pequenos tem sempre o João (com seus bright green eyes) que briga com Vinícius. Tem o Rodrigo que briga com todo mundo. Tem o Joseph, todos brigam com ele. Os pequenos rolam do chão, logo estão de bem, se abraçando loucamente, como melhores amigos da vida.
Já nos maiores as coisas são mais complexas. A briga é uma forma de mostrar que se tem poder e é o maioral, além da aceitação do grupo. A briga é algo gerado por uma histórias de pequenos enfrentamento entre os contestadores e quando sai... Não há santo que separe! Dias depois todos voltam a ser amigos, mas o processo de exclusão do mais fraco é bem cruel.
Hoje mesmo presenciei uma briga na 1401 por minha causa, olhe o despautério! Os alunos desciam para o recreio quando o Ronald, por tropeçar no Hiago, esbarrou nas minhas coisas. Hiago, nada fácil, começou a esbravejar com Ronald por ele ter esbarrado "nas coisas da professora". Estava eu desligando o computador, o datashow e de repente, lá na porta da sala (como eles gostam de brigar na porta da sala!), era uma verdadeira BRIGA. Os dois se enrolando no chão, e eu pedindo para separem. Mas os meninos são covardes, não separam... Os rapazes da 1701 (no corredor atiçados pelo "briga, briga" dos menores), foram os que conseguiram me salvar daquela situação. Digo "me salvar" porque não me apetece os dois se esbofeteando. Peguei Ronald, arrastei para dentro da sala enquanto os outros desciam. Ele ficou lá comigo, me ajudou a guardar as tecnologias e carregar meu material. Perguntei o porquê e pedi para me prometer que não brigasse no recreio (porque os coleguinhas iriam atiçar o confronto). Ele prometeu e cumpriu. Boto fé no Ronald, apesar de sentir que as coisas não são nada fáceis pra ele.
Poderia passar a tarde aqui narrando as homéricas brigas entre Glaucodenis e Rickelme, ou do o agora ex-aluno da escola, Wellington com muitos outros garotos. A questão é que a temática se repete em si. Os nomes é que criativamente mudam. Por isso que acredito piamente que como professora tenho de oferecer algo diferente: amor. Não brigo, não discuto, só peço e aconselho. Com isso eles sentem realmente que podem me escutar na hora que peço para que não briguem mais. Apenas creio. Pieguice não vai salvar o mundo, mas ajudar nessa batalha de pequenos titãs.
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