O nublado de Londres me apetece a alma. O inverno londrino, em toda sua rispidez e frieza, me acolheu em seu seio e me fez olhar para a diversidade de Londres de uma maneira saudosa. O ar blasé das pessoas no metro, Oxford Street, milhares de turistas, os museus gigantescos, os londrinos com as mais diversas ascendências, o café da manha típico que mais parece um almoço, o jeito rock n roll de ser, as vitrines on sale. Tudo isso num misto de cinza com azul escuro que foi incrustrado em minha alma.
Sempre pensei que um lugar cheio de diversidade étnica, com a exceção sendo a regra, com cultura transbordando por todos os cantos, com uma história fascinante, com pessoas gentis, mas não intrometidas na sua vida. Com um quê de acolhedora e um alfabeto inteiro de cosmopolita. Encontrei esse lugar, é Londres sim senhor. Desde o primeiro dia no metrô nos apaixonamos mutuamente... Londres e eu.
Com o começo do curso (CELTA course), comecei a viver uma rotina. Acordar, preparar as coisas, pegar o metrô, chegar em Bond Street, trocar para Central line, ir pra Holborn station, subir as escadas rolantes eternas, andando do lado esquerdo bem rápida, como se precisasse tirar o pai da forca. Chegar na superfície, andar umas quadras até a escola. Chegar lá, subir mais escadas até o quarto andar. Ou, de vez em quando ir para o quinto andar e receber alguma orientação sobre o plano de aula. Começar a aula com o Darren e seu jeito peculiar de ser seco e objetivo. Em seguida, uma pausa de 10 minutos para comer algo, imprimir algo, subir e descer escadas, ligar pra casa, pra quem se gosta pra sentir o conforto da voz e partir parar próxima aula com o professor que parece o Hugh Grant, só que mais alto e magro, sem dúvida. Aula terminar 15h e ter até 16h para terminar de preparar a aula de 16h (lesson plan, material pra distribuir, placa do tempo comigo (número 5), canetas com Craig (número 3), e os outros números (Alisson, Seema e Elisa) a dar qualquer suporte necessário, pegando sempre a lista de chamada lá embaixo, testando USB Keys, dando o suporte psicológico um para o outro. Terminada a aula, hora de comentar o que deu certo primeiro com os comentários dos colegas, depois o que deu errado com os comentários do tutor. Ir embora pensando nas milhões de coisas para o próximo dia. Andar até Holborn até Bond Street onde troco para Jubilee line e, finalmente, Willesden Green. Lar, doce lar, e talvez antes passar no mercado para comprar a comida pronta, colocar no microondas e ir para frente do computador preparar trabalhos, planos de aulas, etc, etc, etc.
Foi só um mês disso. Um mês tão intenso que ao terminar parecia que tinha se passado um semestre inteiro. Um mês com uma turma adorável, com pessoas de personalidades peculiares, mas todos muito gentis. E como dizem, gentileza gera gentileza. Não poderia dar em outra coisa, os últimos dias de aula resultaram em certo sofrimento, pois em pouco tempo cada um iria para seu canto, uns iriam casar, outros iriam pra china, ou pra Turquia ou pra realidade que ainda não tinham encarado de ter de procurar emprego em breve. Todos procurando um novo rumo na vida, jovens ou não tão jovens assim.
Fiquemos por aqui... em outros posts, mais sobre a turma CELTA 5.
Assim seja.
Nenhum comentário:
Postar um comentário