Precisamos dar o primeiro passo. Isto que aprendemos com filmes como Preciosa (Precious, candidatíssimo ao Oscar). Na tarde de sexta feira, última do mês de fevereiro, foi a colação de grau da licenciatura da minha querida e eterna LEJ. Perdi o passo deles depois que fui pro Canadá, mas certamente nunca me mantive muito longe da atividade da turma. Nos dias anteriores, nos quais programávamos um simples almoço depois da cerimônia no campus da Praia Vermelha da UFRJ, vi nascer discussões grandes em relação ao que é pertencer a um grupo ou não. Essas discussões tive comigo mesma, pensando no que faz alguém dizer que não vai ao almoço por não fazer parte do grupo, sendo que estudou sempre com o grupo. Se eu quero fazer parte do grupo, se eu quero encontrar alguém (independente de ser LEJ, núcleo, amelístico, colega de trabs, aluno), simplesmente encontro. O que vale é força de vontade, é o querer dividir um momento com alguma pessoa.
Observando a formatura deles, e a ótima oportunidade de reunir a LEJ (quem sabe pela última vez), reparei que só eu era de fora ali do grupo. Eu iria para aquela colação até mesmo se conhecesse só uma pessoa. Calhou de ser minha turma, mas convidada, é um momento tão peculiar e de ter boas conversas que não perderia isso por nada. Também poucos aceitaram emendar o programa para chegar a melhor parte do dia (que só viria ao fechar da noite), primeiro de ir ao cinema e depois de ir para bar esperando a Thatha sair do trabalho. Desta forma, fomos Renata, sapacaxo e eu, para ver Precious. O filme foi lindo, chorei chorei chorei, pensei em várias questões e me deu vontade de ler o livro. E então thatha chegou, fomos pro bar, Renata reclamando, a gente fazendo o sapacaxo dela de emo, nós duas dividindo um tanto de existência. E, é claro, a melhor parte do dia chegou, um brownie de chocolate no shopping dando adeus a toda idéia de dieta: suspiros.
Essa narrativa toda só para me lembrar como que a turma se viu vinculada deste modo pela última vez. As coisas vinham mudando, agora... Mudará surpreendentemente, nós mesmos e os outros. O relacionamento que fica são daqueles que cultivam, cultivam com a alma e com a presença, porque a amizade também depende de um passo de cada vez, e nunca se pode deixar de dar o próximo passo, seja pra mandar sms no celular, pra convidar para ir ver um filminho, ou simplesmente conversar da vida.
Um passo de cada vez, mas sempre com a necessidade de se ter iniciativa, de se dar o primeiro passo. Desta forma, abro uma temporada na qual ficarei mais passiva, esperando convites para tomar sorvete, ir na livraria, olhar as flores crescerem (essa é do The Sims), jogar video game, fazer sessão dupla em botafogo, ir ao CCBB, ou fazer nada juntos. Afinal uma boa amizade não precisa de muito, além de iniciativa e carinho.
Tenho dito! E espero convites nucleares, etc...
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