Depois de um dia corrido nada melhor do que encontrar as girlfriends nucleares. Então ir pra Lapa, chopp eterno, conversinhas. Ficar sem o núcleo muito tempo faz mal a saúde, por isso estava eu antes de poucos sorrisos. Logo, ao se sentar à mesa do bar as coisas se clarearam. Várias questões na pauta foram mais que esclarecidas e boas e planos para viagens mais que feitos. Ao sair do bar, ainda cedo, a preocupação era de assaltos da vida, já que uma amiga já havia sido assaltada. Então me acompanharam até meu ponto de ônibus e aguardaram comigo até o tal Coesa chegar. Fui-me pra pasárgada. No caminho vi 3 cegos guiados por única mulher e pensei: só mulher para guiar 3 cegos a noite em plena central do brasil. Clarisse falou sobre UM mascando chiclete que desencadeou toda um desautomatização de Ana, pra mim nem três foram suficientes para me tirar do automático de tudo.
Depois de uma noite tão boa em tudo... O que faltaria acontecer... Nada. E então que recebo a notícia que minhas amigas nucleares tinham sido assaltadas. Foram assaltadas em frente à casa de uma delas enquanto esperavam o ônibus da outra. O tal homem chegou com a arma, apresentou-a e disse querer os valores, os tais algos de valores. Uma deu o celular, outra seis reais. Bandido modesto levou o que lhe cabia e sumiu com sua arma acobreada pelos confins da terra. Às meninas restou o choro. Choro abafado, choro discreto, choro silencioso de quem teme o que há de material e espiritual nessa vida. Que não sabe bem do que ter medo, se de deus, se dos Homens, se da inversão de valor que se faz do que é deus, do que é Homem. E elas choraram juntas, porque a solidariedade e a empatia é o que persistem nesse processo de irracionalidade do ser quase humano.
Pergunto-me é que se o que nos falta é continuar consumindo até nossas casas virarem depósito de sucata do que não usamos ou tentar termos um pensamento crítico-social que nos permita entender a tristeza alheia de quererem consumir tanto quanto nós mesmos com nossa comida japonesa, petit gatout de chocolate e livros de Cambridge. Nesta encruzilhada eu digo: sinceramente, não sei.
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