Os dias estão pesados, canso com a perspectiva de acordar. Cadê a poesia das coisas, a leveza dos gestos, o supreender da criatividade. Pessoas que vivem mecanicamente, e eu sou uma delas. Acordo, durmo, durmo e acordo. Às vezes, como agora, deixo de dormir. Deixo de dormir como que para mostrar minha revolta em relação ao mundo, em relação a mim mesma. Eu sou parasita de mim. Não me ajudo a sacudir a poeira, a fazer exercícios físicos, procurar ter uma melhor alimentação, cuidar melhor dos meus olhinhos (que são supimpas), não cuido da poeira que bate aqui e às vezes não sai.
É a poluição, é o vento áspero esse que bate todos os dias quando estou no ônibus e me faz pensar: me mal-trato. Mas como podemos nos cuidar bem na rotina cinza de cidade grande,me pergunto. É acordar encima do laço,comer um algo 'rapidinho', correr pra pegar a condução, sair do trabalho com o dia mais que escurecido e acabado. Acabada a temporada de imaginaçao, às vezes penso. Por mais que milhões de histórias povoem minha mente, parece que nunca chego a cuidar delas com carinho suficiente para que sobrevivam a tantoo saculejo.
Tanta tinta cinza, tanta tinta bege. Cadê,cadê as cores vivas... I really don't know where I can find it. Talvez esteja em alunos como naquela turma que substituí essa semana que me perguntou pq não era professora, pq eu era muito boa nisso (em substituir). Mas ainda assim é um pontinho laranja no meio de tanta tinta cinza.
Preciso, preciso de pouco de mar, de pouco de sal, de pouco de inusitado.
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