sábado, 31 de março de 2007

O que é que tem sentido nesta vida


O que é que tem sentido nesta vida

Não vai ser casa e comida

Cama fofa, cobertor

Não vai ser ficar mirando os astros

Ou então andar de rastros

Pelas sendas do senhor



Para muitos é o dinheiro

Ir de janeiro a janeiro

De pé no acelerador

Eu sinceramente, preferia

Uma vida de poesia

Na vigília de um amor



Há quem creia em ter status

Sair em fotos & fatos

Ter ações ao portador

Eu só acredito em liberdade

E estar sempre com saudade

De viver um grande amor



(Vinicius de Moraes - in Poesia completa e prosa: "Cancioneiro")


Plagio assumido do Pequeno encatador blog, indicado no blog da Dani, minha filha linda.
Estou tão feliz que acho que vou à ópera do ccbb hoje. ;)

sexta-feira, 30 de março de 2007

Trinta

A noite tinha sido inquieta pra menina. Saia de um drama da consciência e não sabia o que pensar sobre ser ou não ser nessa vida. Acordou abruptamente e na automatização das 5:30h lançou-se ao dia que se descortinava. Entrou no carro, ia de carona no lado esquerdo. Encostou a cabeça no vidro e torceu para que ninguém encostasse na sua pele. Não gostava de contato assim, tão próximo de quem não conhecesse e até de quem conhecesse, dependendo quem fosse.

Egoisticamente voltava-se pra seu mundo, mundo este que contemplava os dramas que só ela julgava ter. Momento de não pensar e pensar tudo junto, até que algo fugia do normal, ônibus desviavam seu curso normal, contudo o carro que estava seguia pelo costumeiro. Nos segundos daquele momento, do único manifestar de sua voz naquela manhã ao dizer aos outros passageiros ‘o ônibus está desviando’, até o momento de ver a tragédia matinal, pensou um milhão de si em uma só coerência de cores, dentro do matiz do céu azulado, contendo tristeza, melancolia, cansaço. O enfado chegara cedo e parecia tomar proporções gigantescas na medida em que pensava mais e mais as coisas da alma.

Ali encostada no vidro, via os carros parando, engarrafamento enorme se estendia na rodovia ao lado. Que acontecia? Acidente? Curiosidade, ajeitava-se no banco. Quando olhou finalmente o movimento todo, polícia federal, polícia de outros tipos se deparou com a Kombi carbonizada tombada do lado esquerdo da pista. O horror tomou conta de sua vista, seria um atentando criminoso? Estaria o Rio em clima de terror? Estaria sua vida em perigo? Que vida? Que perigo? O caso é que em mais alguns segundos veria uma das cenas mais marcantes da sua vida, via um corpo reduzido a esqueleto carbonizado dentro do veículo negro em brasa.

Era um corpo de um homem, parecia ser um homem com seus trinta anos. Trinta. Era essa a idade. Estava ele indo pra onde? Indo pra viagem da sua vida, diriam uns com humor mórbido. Ele tinha faculdade? Será que doutorado o faria entrar no céu direto, perguntaria a secretária do setor de Inglês da faculdade da menina se soubesse do causo horas depois por estar com raiva dos pedantes de plantão. Seria ele uma pessoa resolvida na vida amorosa, na vida profissional? Será que ele traiu a namorada ontem e estava arrependido e pensava em pedi-la em noivado hoje porque no erro viu com clareza o que ele queria pra vida toda? Teria ele escutado Tracy Chapman e visto como aquele som romântico dela é gostoso de deixar-se embalar? Ele viu Amélie Poulan? Ele disse que amava a mãe dele no final de semana quando ela foi visitá-lo? Ele só tinha trinta anos, no dia trinta do mês três do ano sétimo deste 2000 e veio a falecer (que torçamos que tenha sido do impacto do que do fogo) num acidente causado por um carrão prata que deu uma leve esbarrada na traseira da kombi que desgovernou, bateu na pilastra e veio a pegar fogo imediatamente.

No mais, a menina foi pra floresta da alma discernir ela mesma que caminho seguir. Ela sabia do risco de viver na cidade, na cidade cinza-azul-melancolia, do carro prata-cinza a atropelar tudo que tinha, pois ela mesma tinha recebido sua batida. Ia então pra floresta verde-lilás-sopro-de-vida. Ia lá conversar com seus espíritos e saborear do canto dos pássaros e lembrar das ilhas de sua imaginação e do povo delas. A menina se importava muito menos com o caminho, muito mais com as pessoas do caminho.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Capítulo novo na vida: sintaxe

A vida de qualquer estudante de Letras (daqui ao menos :P) se divide em antes e depois de port V. Português V é sintaxe (assim como o VI), um desenrolar do que ficou enrolado toda vida durante o período escolar.

Até agora parecia mais ‘preparação’, Port I dando uma visão mais ampla do Português, Port II Morfologia (putz, foi puxado hein), Port III Fonética e Fonologia (um show com a Profª Mônica Nobre), Port IV História da Língua (ai gente, foi pesadão tb), no entanto port V vem com um ‘quê’ de especial por conta da revelação do submundo do português do ginásio (extinto ginásio) que nunca me deixou claro coordenativa, subordinativa, complicativa nenhuma!

Agora sou OBRIGADA a entender, ainda mais com as maravilhosas aulas, mais q explicativas (não deixando de ser puxaaadas) da tia Maria Eugênia (mais uma na lista dos top 10 mais elegantes e mais simples professores da faculdade de letras). Agora me dou conta de tudo que não entendi... Olha que ainda estou nas primeiras aulas do curso, o que não se descortinará ainda? Uma riqueza, riqueza...

O de diferente da aula de hoje foi que a professora comunicou que pra quem tiver interessando tem bolsas de pesquisa de iniciação científica no departamento de Letras Vernáculas, que era só entregar o histórico pra ela. Como prevenida vale por duas, já ando com vários históricos na bolsa e prontamente entreguei o meu, com todo amor e carinho. Será que surge agora aquela bolsa de pesquisa em fonética e fonologia? Quiçá sintaxe...

Ai, minha vida! De ser professora não quer saber de ser, só pesquisa essa menina irá fazer?!
Quero professorar.

segunda-feira, 26 de março de 2007

"De onde vc é?"

- Daqui mesmo... (cara espanto de quem fez a pergunta) Mas morei no Sul um tempo.

Bem, o título deste post se refere a famosa pergunta que ainda me fazem por conta de meu 'sotaque' diferenciado. O caso é que não falo carioquês, gauchês e nem do jeito dos barrigas verdes (pros desenformados é nome q se dá pro povo q mora no litoral de SC).
Sendo eu uma estudante da língua por opção decidi tirar o 'chiado' carioca, mas segundo amigos (mais especificamente um certo italiano), a prosódia carioca se mantém; em termos lexicais tb procuro a variedade das regiões que tive, contudo não me apropriando de muita coisa, mas daquilo que mais me apetece, de termos divertidos (peçonha!). Mas é evidente que qdo estou em determinada região, com determinadas pessoas o lexico sofre mudanças sensíveis, sendo eu lingüísticamente praticamente outra persona (ainda assim aletória, meu Deus!).

Donde eu sou mesmo? Ahhh, me deixa ser cidadã do mundo, vai ;)

domingo, 25 de março de 2007

Tampa da azeitona

Já viram aquele comercial no qual a mulher abre a tampa da azeitona e em seguida fecha e leva para o marido abri-la, deixando-o satisfeito por ser necessário a ela (praticamente o Superman)?

Estava eu pensando que o homem quer ser sempre o ‘abridor da tampa de azeitona’, quer ser aquele que sabe mais, que pensa as coisas mais certas e racionais. Muitas vezes a mulher tem de fingir que realmente não consegue abrir a tampa da azeitona para dar a ele utilidade, e não só isso, mas também a satisfação de ser ‘superior’ na força, no pensamento e no que mais ele quiser.

Há quem diga que esse pensamento meu não condiz com os ‘tempos modernos’ (que nos trás vários avanços em termos de tecnologia e de graça vários desavanços em termos de humanidade), contudo não é difícil perceber ‘traços’ desse comportamento ‘machista’ (eta terminho batido) nos nossos pais, avôs, namorados (que ao menos tenha um só), professores, etc...

Claro, generalizações não são bem aceitas. Mas que a grande maioria cai no pecado de inflar o ego por abrir a tampa da azeitona, ahh cai. E há quem diga que é por esse motivo que mocinhas como eu (que abre a tampa por si mesma, obrigada), não se encaixa aos ‘padrões’ e...

Enfim, o que não se pode fazer é cortar o vidro da azeitona da lista de compras pensando que assim se livrará do problema.

sábado, 24 de março de 2007

Shiny happy people!


Esses seres encantados, praticamente Elfos, nasceram agora no início de março premiando a família de papai com a presença deles. O mais maravilhoso é a face desses meninos, são idênticos ao pai com 1 semana de vida! Tio nunca esteve tão feliz, aposto.
Leôcio e Mateus, piminhos fofos da fah! (tá, eu tenho direito de babar... ainda mais que não páro de olhar e olhar novamente as fotos desses meninos, abençoada seja a família ;).
E olha o perigo, eu corro o risco de ter gêmeos :P tá no genes...

quinta-feira, 22 de março de 2007

Way Back Into Love


I’ve been living with a shadow overhead
I’ve been sleeping with a cloud above my bed
I’ve been lonely for so long
Trapped in the past, I just can’t seem to move on
I’ve been hiding all my hopes and dreams away
Just in case I ever need em again someday
I’ve been setting aside time
To clear a little space in the corners of my mind
All I want to do is find a way back into love
I can’t make it through without a way back into love
Oh oh oh

I’ve been watching but the stars refuse to shine
I’ve been searching but I just don’t see the signs
I know that it’s out there
There’s got to be something for my soul somewhere
I’ve been looking for someone to shed some light
Not just somebody just to get me throught the night
I could use some direction
And I’m open to your suggestions

All I want to do is find a way back into love
I can’t make it through without a way back into love
And if I open my heart again
I guess I’m hoping you’ll be there for me in the end
There are moments when I don’t know if it’s real
Or if anybody feels the way I feel
I need inspiration Not just another negotiation

All I want to do is find a way back into love
I can’t make it through without a way back into love
And if I open my heart to you
I’m hoping you’ll show me what to do
And if you help me to start again
You know that I’ll be there for you in the end

sexta-feira, 16 de março de 2007

and 'PoP' goes my heart...


Um filme doce, divertido... O Hugh Grant de ex-astro anos 80 tá impagável!

quinta-feira, 15 de março de 2007

Da nova velha rotina

As aulas já se encontram no fim de sua segunda semana e eu me encontro no clima de primeira semana ainda. Naquela de reencontrar amigos, de um dia novo atrás do outro, conhecendo professores (com certeza não são eles que andam faltando), e hoje até fiz minha primeira avaliação do semestre, em grupo, discutindo o que seria psicologia da aprendizagem (uma grande incógnita até esse momento).

Uma das melhores partes reside no fato de a LEJ (minha turminha amada de origem) estar junta de novo, e melhor, eu estar junto deles sempre. Ando me dando conta que não tem UMA aula ao menos que faça sem eles. Na verdade acabei de lembrar que faço sociologia da educação e filosofia da educação sem eles, mas tem os colegas da LEI pra balancear. E o clima é esse, de aproximação com os conhecidos, de aprofundamento de laços com os velhos e bons amigos.

Até sexta-feira passada fui eu ao Centro da cidade com Sue e JN atrás de livros pra leitura do semestre. Há tempos não nos encontrávamos os três juntos (há uns 2 semestres) e ainda mais fazendo programas fora universidade que nos cerca. Agora o primeiro evento do semestre pra reunir o grupo será justamente um pic-nic especial niver de Susan esta 2ªf, logo ela que esteve ausente de boa parte dos eventos da turma, das aulas, e etc... Pra se sentir que a união tomou conta do coraçãozinho das personas aleatórias.

A parte negativa é que simplesmente não consigo chegar no horário! 7:30h é cedo demais, e o pior é ter de lidar com dois ônibus saindo de casa 6:20 da manhã! É que simplesmente não ando conseguindo acordar antes das 6h, contudo o esforço terá de ser feito pois senão reclamação não faltará, capaz de me darem óleo de peroba de tão cara-de-pau de entrar tarde nas aulas sempre.

De negativo também é que meu livro de peças do Wilde terminou, e agora? Estava tão viciada em qualquer tempo me deleitar com seu refinado humor. Bem, livro pra ler é o que não falta, até agora contabilizo nove de leitura obrigatória. Nada mau, nada mau...

quarta-feira, 7 de março de 2007

Quarenta e nove dias

Fico sem palavras pra retribuir a gentileza e hospitalidade de todo o povo que me acolheu tão bem em casa ponto que passava. Não posso reclamar de nada, nem de ninguém, todos foram ótimos, gentis e sorridentes... e etc, etc, etc. Ta, posso reclamar sim, to Italiano, pq ele está sempre reclamando de alguma coisa :P (cômico a cena dele discutindo e não concordando até do pai!). Também posso reclamar de em são chico durante o dia às vezes não ter quem visitar, pq estavam todos trabalhando!!! Mas eu dava meu jeito, puxava o Gustavo pela orelha e fazia ele sair de casa pra sofrer um pouco com o calor caminhando pela Babitonga.

A característica mais forte da viagem foi, sem dúvida, a variedade gastronômica, incluindo a quantidade que foi soberba. Resumindo: comi que me acabei! Foi bauru em Riogrande, foi mta pizza em são chico... Foi tanta, tanta coisa: sorvete, strogonof da carol, strogonof de sonho de sonho e valsa da prima (que aprendi a fazer, pasmem!), o famoso cachorrão que a mãe da Helen faz com maestria, a janta da sasa e aquele bolo inesquecível de sonho de valsa (aii dá até arrepio de lembrar), o almoço do Antonio com um molho de autoria do mesmo (tem de ser o presidente mesmo), a sobremesa divina que a Rafaela fez (amiga dos tempos da 6ªsérie), q comi sem pudores, fora o almoço dela (em pensar de estar almoçando na casa de uma amiga casada já, eu não sei nem fritar ovo direito!!!). Ficou pendente o bolo do Gustavo, isso pq eu dei um bolo nele (ai q trocadilho, se ele ler...hihihihi).

Bem, em todo lugar já falava dos meus planos de aprender a cozinhar pra presentear com meus dotes culinários aqueles que gosto e me trataram tão bien! EU VOU APRENDER A COZINHAR! E a Carol já me iniciou me colocando pra fazer a maionese, que coragem! E não podemos esquecer a cena do strogonoff no qual ela me deu um banho de creme de leite, pasmem!!!

É melhor parar de falar em comida...tá dando fome! E saudade... do clima de cada lugar, de cada casa que entrei e passei um tempo (booom tempo!). A despedida em cada canto era dolorosa, afinal um pedaço de mim ficava, um pedaço deles ia comigo. (oun, q clichê mais meigo!).

A idéia da Dani para um novo blog só com relatos da viagem é ótima, acho que em breve estarei trabalhando nisso (tem de ser breve mesmo, senão esquecerei tudo de vez). Gostaria de traçar um perfil de cada lugar, de reflexões em relação as pessoas com as quais convivi nesse tempo, essas coisas. Isso tudo pra eu mesma vir a ler depois e me deleitar.

E fico nessa... até breve! breve, breve...