quarta-feira, 6 de abril de 2011

Um quê de mudança

Tem-se de compreender que as pessoas mudam sem pedir licença. E mudam o jeito que pensam da gente. Controlar essas mudanças todas seria demasiado desumano. No entanto, dói muito quando se quer mudar para um lado e a outra pessoa se muda para o outro. Isso tanto no sentido espacial (mudando de cidade, país ou de planeta), quanto no metafórico (mudando de estrada, de atitude, de olhar). A gente percebe bem a mudança quando ela chega, a boa (pra gente) ou a ruim (pra gente). O tipo de mudança boa é aquela que corresponde nossas expectativas, que a mudança de ambos se esbarra e se encaixa naturalmente na ordem do universo; o tipo de mudança ruim é aquela que se choca violentamente com nossa mudança ou que desvia totalmente dela.

A mudança boa é boa e pronto! Sem muito que explicar, mas somente de se sentir em satisfação. Por vezes, a mudança boa vem num processo devagar e tortuoso, como o encaixe de duas placas tectônicas. Já os tipos de mudança ruim (sendo um pouco dicotômica na nomenclatura, perdoe), pode se dar quando você não se encontra mais feliz com aquele emprego que você achava o máximo: tudo vai desaproximando de você, não se é mais o mesmo, os colegas de trabalham estranham `como Fulano está mudado`. Sim, Fulano tem de estar mudado dentro do processo de enxergar que aquela posição que sempre quis na verdade não é nada do que se quer, e fica então bolando maneiras de sair dali. O que acontece, simplesmente, é que os caminhos se desviam, não se encontram mais. Logo, o mais sensato a se fazer é em algum momento mudar o emprego.

O mesmo pode acontecer nos famosos relacionamentos amorosos. Duas pessoas que se gostam, de repente, uma nota a outra diferente, nota o olhar distante, nota que o carinho já não é o mesmo. As duvidas começam a emergir na mente “será que Fulano encontrou outro alguém”, “será que estou fora de forma”, “deveria eu pintar meu cabelo de verde florescente pra ver se melhora”. De fato, meu amigo(a), se isso acontecer não adianta mudar a cor do cabelo, mandar buque de rosas, fazer serenata ao pé da janela ou tentar relembrar tempos idos (quando ambos eram diferentes do que são hoje). O que aconteceu foi o inevitável: a mudança chegou. E foi daquelas de geram o desencontro, onde a pessoa vai para outro rumo naturalmente, sem esforço algum, mas por necessidade própria. Como se fosse um quê de sobrevivência inerente na situação, a pessoa precisa se livrar de você, precisa encontrar outras pessoas , pessoas diferentes de você. Dói, não queremos ser parte do passado, fora de moda, démodé. Mas pensa bem, por dois segundos, antes parte de um passado pra recordar (lembrou do filme, né?!) do que de um presente que tá mais pra dramalhão mexicano.

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