Dentre os amigos de faculdade, hoje presenciei os dois lados no que se refere ao ‘to be or not to be’ Copa do Mundo. Uma, quer distância de todas maneiras possíveis, outro, gosta e aprecia futebol. A discussão girou em torno do comentário de que uma estátua do Ronaldinho Gaúcho teria sido queimada em SC (bizarro!), e que da mesma forma que usam tamanha energia para expressar seu descontentamento quanto ao futebol, porque o brasileiro não faz isso na política, no social, buscando melhorias e os seus direitos sendo respeitados?
A radical contra, disse que além de ser idiotice sem tamanho, Copa não servia para nada, a não ser para uma festa inútil na qual quem festeja não ganha nada, a não ser a chance de ser tapeado pelos seus governantes. Já o radical a favor insistiu que justo aquele que não tem alegrias em sua vida, ganha mal ou está desempregado é o que necessitava dessa alegria que só o time canarinho poderia proporcionar.
Diria que nesse caso nada melhor do que tomar o meio termo: é bom torcer sim, futebol é um esporte como qualquer outro e não merece ser discriminado radicalmente só por conta da sua projeção mundial, contudo não devemos nos deixar alienar por tal máquina que faz do futebol não um jogo de superação de corpo e espírito, mas de salários e nomes. Certamente o Brasil não iria mudar social ou politicamente com o Hexa, contudo são nesses eventos que invariavelmente nos sentimos vivos (ainda mais com o número extremo de cornetas e buzinadas atormentando sem horário) e criamos um senso de coletividade (superficial que seja), que nos faz olhar o outro com mais igualdade, como brasileiro e só.
Mas não adianta, usar verde amarelo não é comigo! ;)
terça-feira, 4 de julho de 2006
sábado, 1 de julho de 2006
Verde e Amarelo
Hoje é dia de jogo do Brasil e de toda a parafernália em torno dele. Nada contra a Copa, contudo me cansa a super exposição da mesma a ponto de não me interessar muito por jogos da pátria amada.
Certo dia mamãe veio toda feliz me dando uma camisa verde com detalhes amarelos, dessas de futebol estilizada-moderna. Confesso que caiu bem a blusa, contudo era impressionante minha postergação em usar tal. Um belo dia resolvi usar, nem era dia de jogo, mas tive de fazer o famoso ‘grau’ e fui eu andando pelas ruas paramentada com o verde amarelo mais falso que já vi. Senti-me desconfortável, ainda pior quando cruzava com alguém fantasiado também: uma sensação de bobo da corte fora da corte, exposto às intempéries do mundo.
Olha, não sei a cor do meu patriotismo, mas certamente não é do mesmo tom de verde amarelo desse povo fazendo ‘macumba pra turista’ na Alemanha, dessas ‘mulheres’ dançantes mostrando o vulgar e fazendo propaganda de seu produto (as exportações de carne aviária do Brasil cresce surpreendentemente), do Galvão Bueno e seu ‘rrrrrronaldinho’ exaltando a estultice geral da nação, glutões e mulatas festejando a ‘glória nacional’.
Enquanto isso, num reino distante da Alemanha e distante desse Brasil da copa, reparo crianças pedintes nos sinais da vida, mulheres com seus bebês no colo desesperadas, homens fadados ao desemprego humilhados por não conseguirem sustentar sua família, senhores e senhoras madrugando na fila da previdência social... É, tem coisas que não demoram 4 anos para aparecer e nem levam 4 anos para esvaecer.
Certo dia mamãe veio toda feliz me dando uma camisa verde com detalhes amarelos, dessas de futebol estilizada-moderna. Confesso que caiu bem a blusa, contudo era impressionante minha postergação em usar tal. Um belo dia resolvi usar, nem era dia de jogo, mas tive de fazer o famoso ‘grau’ e fui eu andando pelas ruas paramentada com o verde amarelo mais falso que já vi. Senti-me desconfortável, ainda pior quando cruzava com alguém fantasiado também: uma sensação de bobo da corte fora da corte, exposto às intempéries do mundo.
Olha, não sei a cor do meu patriotismo, mas certamente não é do mesmo tom de verde amarelo desse povo fazendo ‘macumba pra turista’ na Alemanha, dessas ‘mulheres’ dançantes mostrando o vulgar e fazendo propaganda de seu produto (as exportações de carne aviária do Brasil cresce surpreendentemente), do Galvão Bueno e seu ‘rrrrrronaldinho’ exaltando a estultice geral da nação, glutões e mulatas festejando a ‘glória nacional’.
Enquanto isso, num reino distante da Alemanha e distante desse Brasil da copa, reparo crianças pedintes nos sinais da vida, mulheres com seus bebês no colo desesperadas, homens fadados ao desemprego humilhados por não conseguirem sustentar sua família, senhores e senhoras madrugando na fila da previdência social... É, tem coisas que não demoram 4 anos para aparecer e nem levam 4 anos para esvaecer.
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