sábado, 7 de março de 2009

O bloqueio

Creio que há muito tempo não venho aqui para não ver o legado da minha própria pobreza. Pobreza ou preguiça. Fugindo de mim, fugindo de mim cada vez mais. O bloquei continental chegou até mim, e não pude me ver mais; só a cara no espelho, sem alma. Sem alma, sem personalidade, sem caráter. Distante do que era tão precioso pra mim, distante e sem sentido.

O bloqueio chegou, não sei sobre o que escrever, mas o irônico é que sinto aquela necessidade inevitável permeando a mente fustigada pelos absurdos do cotidiano. Talvez o bloqueio seja necessário para que me centre... OU para que nem tente ser centrada, já que provei não ser boa nisso mesmo. Não quero mais filmes, não quero mais livros, não quero internet, não quero musicar. Eu quero tanto eu mesma, pode ser no estado liquido.

Voltei à faculdade e senti que todos me olhavam indiferentes. Isso era tão somente o reflexo da minha própria indiferente que olhava para todos com o ar de quem pertence àquilo. Eu não pertenço mais, desculpa. Desculpa, afinal aquilo era meu, a sensação de pertencer... De ser, de estar. Antes era verbo transitivo, agora sou transitivo indireto. Tenho necessidade de objeto.

E me diz, pertenço a que lugar e a quem?

Um comentário:

Andréia Pires disse...

voltar é sempre o problema do ir.. porque além dos caminhos, os pontos de partida e chegada sempre mudam. que bom que, mesmo bloqueada, voltas aqui. saudade, moça. bjo, bjo.