terça-feira, 17 de março de 2009

Namorinho de portão

Estava eu voltando da minha rotina estudantil, escutando meu som autistamente falando (e ainda cantando) quando olho na pracinha do Barreto (bairro divisa entre Niterói e São Gonçalo), uns casais no coreto. Olho de soslaio primeiramente e logo fixo os olhos e dou um suspiro. Namorinho de coreto é algo de nostálgico. Aquela coisa bem mãos dadas, querendo definir se é gostar, se é amor, se é pra casar... Ou se é simplesmente bom de beijar.

Lembro dos tempos de São Chico, quando saiam os casais e ficavam no coreto... (aonde eu estava, nem te digo). E fivam lá, efemeros casais, eternos casais, casais do daqui a pouco ou do acaso. Todos juntos, no mesmo status de "namoro de coreto". Uns namoricos desses eram só pelo dia. Outros dali desenvolviam para anos de história. Eu testemunhei tudo...

Sinto muito não ter tido meu namorico de coreto.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Da volta

Rio de janeiro, março de 2009. Já é a terceira semana de aula na UFRJ, entre professores que nunca aparecem, reencontro com colegas de outros carnavais e novos laços sendo formados. De princípio achei tudo bem opaco. Agora está começando a ficar cintilante novamente.

Outro dia passei no departamento de anglo-germânicas e me deparei com o reconhecimento. Ao encontrar minha ex-orientadora (que quer voltar a ser atual), a impolgação que até me senti mais importante que o normal. Abraços, beijinho e um “graças a Deus você está de volta”.

Eu volto, e volto mais confiante, mais complacente (nossa, mais ainda...), mas não tão boba (emprestar aposlila, nunca mais, mto menos provas marcantes) e sem medo de enfrentar os professores ditadores (ditadura virou minha especialidade). Agora, quero ver no meio disso tudo ainda ter aquele tempinho para dar atenção ao humilde blog... Olha q estamos em um ano ímpar!

sábado, 7 de março de 2009

O bloqueio

Creio que há muito tempo não venho aqui para não ver o legado da minha própria pobreza. Pobreza ou preguiça. Fugindo de mim, fugindo de mim cada vez mais. O bloquei continental chegou até mim, e não pude me ver mais; só a cara no espelho, sem alma. Sem alma, sem personalidade, sem caráter. Distante do que era tão precioso pra mim, distante e sem sentido.

O bloqueio chegou, não sei sobre o que escrever, mas o irônico é que sinto aquela necessidade inevitável permeando a mente fustigada pelos absurdos do cotidiano. Talvez o bloqueio seja necessário para que me centre... OU para que nem tente ser centrada, já que provei não ser boa nisso mesmo. Não quero mais filmes, não quero mais livros, não quero internet, não quero musicar. Eu quero tanto eu mesma, pode ser no estado liquido.

Voltei à faculdade e senti que todos me olhavam indiferentes. Isso era tão somente o reflexo da minha própria indiferente que olhava para todos com o ar de quem pertence àquilo. Eu não pertenço mais, desculpa. Desculpa, afinal aquilo era meu, a sensação de pertencer... De ser, de estar. Antes era verbo transitivo, agora sou transitivo indireto. Tenho necessidade de objeto.

E me diz, pertenço a que lugar e a quem?